CZERNIEWICZ, PIOTR LUDWIK NAPOLEON

De Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
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Outros nomes e/ou títulos: Czernievich, Luiz; Chernoviz, Pierre-Louis-Napoléon; Czerniewiez, Pierre; Chernoviz, Pedro Luiz Napoleão; Chernoviz, Luiz; Chernoviz; Czernowitz; Chernowicz

Resumo: Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz nasceu em Lukov, na Polônia, em 11 de setembro de 1812. Iniciou seus estudos em Varsóvia, e em 1831 transferiu-se para a França. Doutorou-se pela Faculté de Médecine de Montpellier, em 24 de novembro de 1837, com a tese “Diagnostic spécial et différentiel des tumeurs du scrotum". Veio para o Brasil em 1840, e se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro. Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz acabou por adotar o sobrenome “Chernoviz”, mais fácil para ser pronunciado. Clinicou no Rio de Janeiro, e escreveu o "Formulario ou Guia Medica" (1841) e o "Diccionario de Medicina Popular" (1842), importantes obras de vulgarização dos conhecimentos médicos. Em 1855 retornou à França com sua família, onde faleceu em 31 de agosto de 1881.

Dados pessoais

Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz nasceu em Lukov, província de Podlasie na Polônia, em 11 de setembro de 1812. Era filho de Tekla Przegalinska (1779-1845) e de François Czerniewicz, coronel que havia lutado no contexto da restauração da Polônia, sob o domínio de Napoleão Bonaparte.

Casou-se, em 1846, com Julie Bernard (1826-1904), nascida no Brasil e filha de Louis Bernard e Claire Julie Deloziere, com quem teve os filhos: Amélie Chernoviz (1846 -?), Albert Chernoviz (1846-1864), Henri Chernoviz (1847- ?), Fernando Chernoviz, Louise Chernoviz (1849-1909), Mathilde Chernoviz (1851-1927), Alphonsine Chernoviz (1856-1926), Valentine Chernoviz (1859 -?), Gabrielle Chernoviz (1861-1894) e Paul Chernoviz (1864-1930) (PIERRE, 2025).

O Imperador D. Pedro II lhe concedeu o título de médico da Corte, por seu estudo feito sobre as propriedades terapêuticas das águas termais. Em dezembro de 1841, recebeu a condecoração de Cavaleiro da Ordem de Cristo, e em 1874 foi agraciado com a Comenda do Cruzeiro da Rosa.

Faleceu em Paris, em 31 de agosto de 1881, tendo sido enterrado no Cimetière-de-Passy, Paris XVI°.

Trajetória profissional

Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz cresceu em Varsóvia, onde frequentou uma escola administrada por uma Ordem de Escolas Pias, tendo concluído em 1829, quando ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Varsóvia (PEDRO, 2025). Porém, em 1831, a universidade foi fechada. tendo em vista o cenário político do país, quando as forças russas avançavam sobre o território polonês. Neste contexto, Czerniewicz ingressou no serviço militar, tendo alcançado o posto de sub-lugar-tenente de artilharia, e participado, em 1830, de um levante contra o domínio russo, alcançando o posto de posto de subtenente num batalhão de sapadores. Perante o risco de perseguição por autoridades russas, Czerniewicz resolveu deixar a Polônia, indo para a França, onde refugiou-se primeiro em Avignon, e depois foi para a cidade de Montpellier (KAWCA, 2011).

Em Montpellier retomou seus estudos médicos, estudando inicialmente na escola de cirurgia e depois na Faculté de Médecine, na qual doutorou-se, em 24 de novembro de 1837, com a tese “Diagnostic spécial et différentiel des tumeurs du scrotum” (CZERNIEWIEZ, 1837). Foi chefe-interno em hospitais na cidade de Nimes, e em 1835 recebeu do governo francês uma medalha pelos cuidados prestados aos pacientes de cólera.

Czerniewicz, então coronel do exército polonês, participou da formação, juntamente com outros jovens, de uma Sociedade Democrática Polonesa, da qual foi presidente (KAWCA, 2011).

Exerceu medicina em Génolhac, uma comuna francesa, seguindo a recomendação de Cincinnatus Fontaine (1793-1868), da Académie de Nimes e da Université de Montpellier. Como a região de Génolhac era carente de médicos, Piotr Czerniewicz teve oportunidade de atuar, atendendo e medicando os pacientes mais pobres de forma gratuita. Em pouco tempo passou a ser conhecido como “o polonês”, tendo em vista a dificuldade dos franceses em pronunciar seu nome.

Em Montpellier, Czerniewicz havia tido contato com médicos brasileiros, fazendo surgir um interesse em se mudar para o Rio de Janeiro. Estudou a língua portuguesa por alguns meses, e em posse de uma carta de recomendação do médico Cincinnatus Fontaine, procurou, em Paris, o primeiro-ministro francês, o Marechal Jean de Dieu Soult (1769-1851). Teve, então, conhecimento de que uma delegação francesa, que embarcaria para o Brasil, necessitava de um médico. Esta delegação acompanhou o Barão Achille Rouen, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do rei Louis Philippe 1º junto à Corte do Rio de Janeiro. Antes de embarcar para o Brasil, em 1837, trabalhou como doutor em medicina no hospital militar Val-de-Grâce, em Paris.

Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz desembarcou no Rio de Janeiro, no início de 1840 (GUIMARÃES, 2016). Estando já na cidade do Rio de Janeiro, buscou submeter ao exame de revalidação, com a apresentação da tese “O azoto argentico no tratamento das vias urinarias” (KAWCA, 2011). Realizou os exames exigidos pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, entre os dias 9 e 10 de dezembro de 1840 (RIO, 1840, p. 2). Estabelecido no Rio de Janeiro, Piotr Ludwik Napoleon Czerniewicz acabou por adotar o sobrenome “Chernowicz”, mais fácil para ser pronunciado. Seu nome começou a aparecer, também, escrito como “Chernoviz” ou “Czernowitz” (KAWCA, 2011). Nesta época, realizou os atendimentos médicos em sua residência, que ficava localizada na Rua do Hospício, nº7, como apareceu descrito em um anúncio no Jornal do Commercio (ANNUNCIOS, 1841, p.3). Na cidade do Rio de Janeiro, Chernoviz manteve, inicialmente, um consultório na Rua da Alfândega nº34, e entre 1847 e 1855, na Rua do Sabão nº135 (GUIMARÃES, 2016).

Chernoviz, mesmo distante de sua terra natal, manteve correspondência com um amigo na Polônia, cujo nome não está muito claramente identificado (HERSON, 2003). Para alguns estudiosos da trajetória de Chernoviz, entretanto, as correspondências de Chernoviz teriam sido direcionadas para a sua mãe, Tekla Przegalinska (ARAÚJO, 1963). As “Cartas do Rio de Janeiro” (“Listy z Brazylii”), conjunto de correspondências escritos por Chernoviz, que se encontram na Biblioteka Warszawska, em Varsóvia, refletiam as impressões de Chernoviz sobre os problemas do Brasil, sobre o tráfico negreiro e a escravidão, assim como sobre a sua vida e as dificuldades pelas quais passou antes de conseguir os resultados com seu trabalho. Assim, se expressou em uma carta datada de 27 de novembro de 1840:

“Minha situação de médico ainda continua insatisfatória, mas as perspectivas são boas. Nos primeiros dois meses de minha permanência aqui, não tive nenhum ganho; nos dois meses seguintes, consegui ganhar o necessário para a décima parte de minhas despesas; no quinto mês, para a quarta parte, no sexto e sétimo, a metade. Com este progresso, poder-se-á supor, que os ganhos logo cobrirão todos os gastos se o enigma do sucesso médico não fosse o mais difícil de compreender, porque não pode ser encaixado em nenhum cálculo matemático”. (CHERNOVIZ, Apud HERSON, 2003, p.402).

Nas “Cartas do Rio de Janeiro”, Chernoviz apresentou a ideia de publicar uma obra sobre medicina que fosse de grande utilidade:

“(...) já há muito tempo empreendi um plano de um trabalho médico, que tenho a intenção de publicar. Várias ocupações não me permitiram realizar a publicação. Chegando aqui, percebi que este trabalho aplicado ao Brasil poderia ser de grande utilidade, porque preencheria a falta que existe do assunto na língua portuguesa. Dediquei a ele todo o meu tempo; a primeira parte está completamente pronta e há dois meses está na imprensa. Para a segunda parte falta um último retoque (...). Quando terminar a impressão deste trabalho, que pode realizar-se somente em dez meses, penso dedicá-lo ao imperador brasileiro, e espero que a venda desta obra cubra as despesas, às quais fui obrigado a ter no princípio desta difícil profissão. Neste trabalho apóio todas as minhas esperanças, porque bem ou mal, vai se falar e escrever dele, o que ajudará que o meu nome se torne conhecido. Com uma palavra: tenho fé no meu sucesso, mas preciso ser paciente e penso que no mínimo preciso de três anos para tornar-me conhecido” (CHERNOVIZ Apud HERSON, 2003, p. 402).

Embora não mencionasse claramente o título da obra, é bem provável que Chernoviz estivesse se referindo ao “Formulario ou guia medica, contendo a descripção de todos os medicamentos; suas propriedades; os casos em que se empregão; suas doses segundo as idades, sexos, etc, as substancias incompatíveis com elles; a indicação das plantas medicinais indígenas e das aguas minerais do Brazil;  a escolha das melhores formulas e das mais frequentemente empregadas; hum memorial therapeutico ou indicação dos meios usados no tratamento das molestias conhecidas na Europa e próprias só ao Brazil; dos socorros que devem se dar aos asphyxiados, afogados e envenenados; hum índice alphabetico, francez e portuguez das substancias medicinaes simples, etc”, publicado pela primeira vez em maio de 1841. Esta primeira edição, que tinha um volume e menos de 1.000 páginas, que vendeu trezentos exemplares nos primeiros três dias, foi dedicada ao Imperador D. Pedro II, de quem recebeu a medalha de condecoração de Cavaleiro da Ordem de Cristo. A segunda edição é de janeiro de 1851, dividida em três volumes. Ao todo, a obra até 1927 teve dezenove edições, e sua 19ª edição, em 1927, apresentava dois volumes e mais de 4.000 páginas (GUIMARÃES, 2005).  O “Formulario ou guia medica” era destinado aos iniciados na medicina, e foi estruturada a partir da divisão, em seções, das substâncias usadas para tratar moléstias, organizadas em ordem alfabética. Além disso, também descrevia as plantas medicinais indígenas e as águas minerais presentes no Brasil, assim como indicava fórmulas e receitas úteis na economia doméstica. No prólogo do “Formulario”, em sua edição de 1864, Chernoviz indicou a que público se destinava:

“Este livro é destinado só aos medicos e pharmaceuticos. As pessoas estranhas á sciencia medica, se exporião a erros se se quizessem servir d’elle; para estas pessoas compuz outro livro: o Diccionario de medicina popular, onde podem achar preceitos salutares, tanto no estado de saude como no de moléstia”. (CHERNOVIZ, 1864, p. VII).

Após a publicação do “Formulario ou guia medica”, a situação profissional de Chernoviz se modificou, como descreveu nas “Cartas do Rio de Janeiro”:

“Nos primeiros três dias, foram vendidos trezentos exemplares que me permitiram não somente cobrir os gastos da impressão, como ainda sobrou algo pelo meu trabalho. Nestes dias estou mandando um bom número de exemplares para a Bahia, Pernambuco e outras cidades do Brasil e se lá a venda for tão boa como no Rio de Janeiro, vou ser obrigado a imprimir a segunda edição e mandar uma parte para Portugal. A minha prática, desde aquele tempo, cresceu enormemente; os meus rendimentos no último mês foram maiores do que no último ano inteiro. (...) O imperador D. Pedro, a quem tive a intenção de dedicar meu trabalho (...), aceitou a dedicatória, o que significa, por si, que tomou o autor sob sua proteção. Estive com ele duas vezes, Recebeu-me da melhor maneira”. (CHERNOVIZ, Apud HERSON, 2003, p.406).

A partir da ideia dos editores Eduardo e Henrique Laemmert, Chernoviz lançou, em 1842, o “Diccionario de medicina popular, em que se descrevem, em linguagem acommodada ás pessoas estranhas á arte de curar, os signaes, as causas e o tratamento das moléstias, os socorros que se devem prestar nos accidentes graves e subitos, como aos afogados, aos asphixiados, fulminados de raios, ás pessoas mordidas por cobras venenosas, nas perdas de sangue, et. etc.”. Esta obra buscava facilitar o entendimento da ciência médica por pessoas de distintas categorias sociais e profissionais. Em dois volumes e vendida ao custo de 9$000, os editores imprimiram três mil exemplares, uma tiragem quase sem precedentes para a época.  Foi ampliada para três volumes na segunda edição, a de 1851, com 1620 páginas e cinco pranchas com ilustrações, ao preço de 15$000. Ao todo, a obra teve seis edições entre os anos de 1842 e 1890. Tendo em vista seu valor, o “Diccionario” foi traduzido para a língua espanhola e circulou por vários países latino-americanos, especialmente no México e na Colômbia (KAWCA, 2011). No prólogo da quinta edição, reproduzido em 1878 no Jornal das Familias. Publicação Illustrada Recreativa, Artistica, etc, editado por Baptiste-Louis Garnier (1823-1893), Chernoviz destacou o público ao qual a obra se destinava:

“Esta obra é destinada a difundir noções exactas sobre a sciencia medica, entre as pessoas estranhas á medicina; mas será tambem util aos medicos e sobretudo aos medicos novos; os estudantes de medicina, acharão n’ella noções elementares que os hão de preparar aos assumptos mais elevados da sciencia” (CHERNOVIZ, 1878).

Chernoviz também teria introduzido inovações, como o sistema decimal de pesos, incorporado a partir da terceira edição do “Diccionario de Medicina Popular”, em 1862 (GUIMARÃES, 2016). Nesta edição teria sio inserida uma tabela para auxiliar na conversão dos pesos e medidas utilizados no Brasil - libras, onças, oitavas, escrúpulos, grãos - em pesos decimais. Além disso, reconhecendo a necessidade de se obter medições precisas com fins comerciais ou médicos, nesta mesma edição foram incluídos verbetes que tratavam de alguns instrumentos, como o areômetro - responsável por medir a densidade dos líquidos em graus - e o termômetro. O “Diccionario de Medicina Popular” aconselhava os seus leitores a possuírem uma botica doméstica, que portaria 67 medicamentos considerados imprescindíveis ao uso doméstico. Chernoviz especificou a quantidade necessária de cada substância e o preço de cada uma delas e explicitou o valor total necessário para montar uma botica, que seria o de 20.520 réis. O desenho do projeto de uma botica portátil foi apresentado na quinta edição do “Diccionario de Medicina Popular”, de 1878. De sua própria autoria, a botica deveria ser de madeira, com 44, 5cm de altura e de largura, e 34cm de profundidade. Enfeitada em relevo, a caixa era dividida em pequenos compartimentos e gavetas, onde deveriam ser dispostas as substâncias, além de instrumentos e objetos para curativos.

Interessante registrar a preocupação de Chernoviz em atualizar suas obras, em suas sucessivas edições. No anúncio do lançamento da 4ª edição de seu “Formulario ou guia medica”, veiculado no Correio da Tarde, em 1856, apareceu explicitada esta preocupação:

“Publiquei a primeira edição d´este Formulario no Rio de Janeiro em 1841, a segunda em 1846, a terceira em 1853, ...... a quarta edição, que hoje apresento é o fructo de quinze anos do continuo trabalho e de incessantes pesquizas com que me esforcei por aperfeiçoar este livro, e augmental-o, ajuntando-lhe as novas descobertas da sciencia. Tendo decretado o governo imperial do Brasil, em 29 de setembro de 1851 que para a composição dos medicamentos officiaes servisse de norma o Codigo Pharmaceutico Francez, necessário se tornava o fazer grandes modificações e muitos accrescimos na presente edição. Com efeito acham-se transcriptas do Codigo Francez n´este livro não só as formulas e as manipulações mais importantes dos medicamentos officiaes, taes como extractos, emplastros, xaropes, etc (....)”  (SAHIU, 1856, p.4).

Eram veiculados anúncios de suas publicações nos principais jornais, tanto do Rio de janeiro como de outras cidades do país. Além disso, também circulavam publicações com artigos extraídos de suas obras, como a “Folhinha de saúde com artigos extrahidos do dicionário de medicina popular do Dr. Chernoviz”, e a “Folhinha da Roça com artigos sobre Medicina Popular e Domestica do Dr. Chernoviz” (FOLHINHAS, 1856, p.4).

Conforme noticiado no Jornal das Familias. Publicação Illustrada Recreativa, Artistica, etc, as obras de Chernoviz eram vendidas nas principais livrarias e casas editoriais do país, contemplando Bahia, Campos, Ceará, Cuiabá, Goiás, Juiz de Fora, Maceió, Manaus, Maranhão, Ouro Preto, Pará, Paraíba do Norte, Paraíba do Sul, Pelotas, Pernambuco, Pindamonhangaba, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Gabriel, São Paulo e Teresina (AS OBRAS, 1878).

Suas obras, “Formulario ou guia medica” e “Diccionario de medicina popular”, tornaram-se referências ao longo do século XIX, sendo amplamente citadas, e muito utilizadas pela população. Era uma referência bastante presente no cotidiano das cidades e vilas brasileiras, mesmo anos depois do retorno de Chernoviz à Europa, como demonstra as páginas do romance “Innocencia”, do escritor e engenheiro Alfredo Maria Adriano d´Escragnolle Taunay (Visconde de Taunay), com o pseudônimo Sylvio Dinarte, publicado em 1872:

“Toda sua sciencia afirmava-se no Chernoviz. (....) Chernoviz, dizem os entendidos, tem muito erro, muita lacuna, muita cousa inútil; entretanto no interior do Brasil é obra que incontestavelmente presta bons serviços, e cujos artigos têm força de evangelho” DINARTE, 1872, p.44).

Outra referência de Chernoviz na literatura podemos encontrar, posteriormente, no poema “Doutor Mágico” de Carlos Drummond de Andrade, publicado em seu livro intitulado “Boitempo II - Menino Antigo” (Rio de Janeiro: José Olympio, 1.ed., 1973). Drummond, que se graduou farmacêutico, em 1925, na então Escola Livre de Odontologia e Farmacia de Belo Horizonte, assim descreveu a atuação do médico Chernoviz, neste poema:

“DOUTOR MÁGICO

Dr. Pedro Luís Napoleão Chernoviz

tem a maior clientela da cidade.

Não atende a domicílio

nem tem consultório.

Ninguém lhe vê a cara.

Misterioso doutor de capa preta

ou invisível,

esse que cura todas as moléstias

(de preferência as incuráveis)

recorre presto os afogados

asfixiados

assombrados de raio

sem desprezar defluxo, catapora,

sapinho, panariz, cobreiro,

bicho-de-pé, andaço, carnegão

e não cobra nada

e não cobra nada,

nem no fim do ano?

É só abrir o livro, achar a página”

As obras de Chernoviz, publicadas no Brasil, foram, também, bem recebidas e avaliadas na Europa, como atestaram os comentários do professor J. Mayer publicados, em 1843, no VI Rocznik Wydziału Nauk Medycznych Uniwersytetu Jagiellońskiego (VI Anuário do Departamento de Ciências Médicas da Universidade Jagiellônica), e o do médico Ludwik Gąsiorowski (1807-1863), em “Zarys historyczny nauk medycznych w Polsce (Esboço histórico das ciências médicas na Polônia), publicado no ano de 1854 (KAWCA, 2011).

Em 29 de outubro de 1840, Chernoviz requisitou seu ingresso na Academia Imperial de Medicina, apresentando o trabalho intitulado “Memoria sobre o emprego de nitrato de prata nas moléstias das vias genito-urinarias”. O relator nesta ocasião, o médico Jean Maurice Faivre, que havia sido um dos fundadores daquela associação, em 1829, destacou em seu relatório a utilidade de tal estudo e a importância de sua admissão como sócio (FAIVRE, 1841). Em 12 de novembro de 1840, Chernoviz foi eleito membro titular da seção médica daquela associação.

Foi membro, igualmente de sociedades estrangeiras, como da Société Médico-Chirurgicale de Montpellier, e membro correspondente da sociedade cirúrgica da mesma cidade.  Foi condecorado com uma medalha de mérito pelo governo francês, em 1836, pelos serviços prestados durante uma epidemia de cólera, e em junho de 1844, recebeu uma medalha pelos serviços prestados no hospital militar Val-de-Grâce, em Paris.

Carlos Benjamin da Silva Araújo, farmacêutico e autor de vários estudos sobre a história da medicina no Brasil, comentou sobre Chernoviz e suas obras, na edição de 1963, da Revue d'histoire de la pharmacie:

"Dans ce vaste pays où l'on vivait en dehors des villes sous un régime plus ou moins patriarcal, où le fermier, le curé, le fonctionnaire de justice ou d'administration devaient porter assistance dans les problèmes de santé, il est facile de comprendre l'immense utilité de ces guides, qui ont également servi de vrai codex pharmaceutique pour les professionnels de la médecine et de la pharmacie. Le Formulaire est connu simplement par le nom de son auteur. « Chernoviz » est devenu un nom commun. Même dans le texte des règlements de la santé publique, il est mentionné « le Chernoviz ». Très juste était donc le mot de notre grand professeur et écrivain Afranio Peixoto quand il écrivit qu'il y avait plus de «Chernoviz » que de bibles répandus dans tout le pays". (ARAUJO, 1963, p.219)

Em 7 de fevereiro de 1855, Chernoviz prestou juramento de obediência e fidelidade à constituição do Império, naturalizando-se como brasileiro (ILLMª CAMARA, 1855). Mas, tendo em vista a epidemia de febre amarela que abateu a cidade do Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1855, Chernoviz, sua esposa e os cinco filhos menores, embarcaram de volta à França. Foi noticiado, em 28 de março de 1855, no Diario do Rio de Janeiro, a realização de um leilão do mobiliário, dos bens e de cinco escravos de propriedade de Chernoviz, que se encontravam em sua residência, na Rua do Sabão nº135 (LEILÃO, 1855).

Chegando em Paris, Chernoviz adquiriu um hotel que ficava em frente a um estabelecimento de águas termais, e montou uma empresa gráfica, destinada principalmente a imprimir, em língua portuguesa, suas obras (GUIMARÃES, 2016). Em Paris, passou a residir na Rue Raynouard nº 24, a qual, em 1906, recebeu o nome de Rue Chernoviz, em sua homenagem (RUE, 2025).

Produção intelectual

- "Diagnostic spécial et différentiel des tumeurs du scrotum: tribut académique présenté et publiquement soutenu à la Faculté de médecine de Montpellier, le 24 novembre 1837". Montpellier, Jean Martel Aîné, Imprimeur de la Faculté de Médecine, 1837.

- “Da cauterização da bexiga na cystite chronica”. Memoria do Dr. P. Louis Czerniewicz, antigo interno dos hospitais civis da França. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n.2, v.6, p.63-67, maio de 1840.

- “Duas observações de hydrocele de natureza particular, pelo Dr. M. Louis Czerniewicz, medico clinico no Rio de Janeiro”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 3, v.6, p.97-101, jun. 1840.

- “Memoria sobre o emprego de nitrato de prata nas moléstias das vias genito-urinarias, apresentada á Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro, pelo Dr. Luis Chernoviz. Revista Medica Brasileira, Rio de Janeiro, v.I, n.4, p.211-221, agosto 1841.

- “Tratamento dos envenenamentos, pelo Dr. Chernoviz”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 11, v.6, p.449-452, fev. 1841.

- “Estudos scientificos. Combustão humana espontanea”. Museo Universal: Jornal das familias brasileiras, Rio de Janeiro, n.15, p.117, 7 out. 1843.

- “Formulario ou guia medica, contendo a descripção de todos os medicamentos; suas propriedades; os casos em que se empregão; suas doses segundo as idades, sexos, etc, as substancias incompatíveis com elles; a indicação das plantas medicinais indígenas e das aguas minerais do Brazil;  a escolha das melhores formulas e das mais frequentemente empregadas; hum memorial therapeutico ou indicação dos meios usados no tratamento das molestias conhecidas na Europa e próprias só ao Brazil; dos socorros que devem se dar aos asphyxiados, afogados e envenenados; hum índice alphabetico, francez e portuguez das substancias medicinaes simples, etc”. 1. ed. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1841.

- “Diccionario de medicina popular, em que se descrevem, em linguagem acommodada ás pessoas estranhas á arte de curar, os signaes, as causas e o tratamento das moléstias, os socorros que se devem prestar nos accidentes graves e subitos, como aos afogados, aos asphixiados, fulminados de raios, ás pessoas mordidas por cobras venenosas, nas perdas de sangue, et. etc.”. Rio de Janeiro: Typographia Laemmert, 1851.

- “Historia natural recreativa para meninos e meninas de sete a quinze annos, ou conversação de um pai com seus filhos ácerca de muitos animaes e plantas”. Paris: Livraria de Rey e Belhatte, 1862.

- “Modo de conhecer a idade do cavallo, do burro, das bestas muares, do boi, do carneiro, da cabra e do porco; fundado nas observações mais modernas de medicos veterinarios, com 52 figuras”. Paris, 1866.

- “Da cauterisação da bexiga na cystite chronica. Memoria do Dr. P. Louis Czerniewicz, antigo interno dos hospitais civis da França”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n.2, v.6, p.63-67, mai. 1840.

- “Memoria sobre o emprego de nitrato de prata nas molestias das vias genito-urinarias, apresentada á Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro, pelo Dr. Luis Chernoviz”. Revista Medica Brasileira, Rio de Janeiro, n. 4, v. I, p.211-221, ago. 1841.

- “Medicina Popular. Meio de evitar queimaduras quando o fogo pega nos vestidos”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo IV, p.246, 1866.

- “Medicina Popular. Signaes do cão damnado”.  Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo IV, p.217, 1866.

- “Medicina Popular. Assucar aromatizado e acidulado para bebidas refrigerantes. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo IV, p.346, novembro 1866.

- “Economia domestica. Modo de tirar as nodoas de tinta de escrever”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo IV, p.25, dezembro de 1867.

- “Medicina Popular. Enjoo do mar”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro: B.L. Garnier, tomo VI, p.28-30, 1868.

- “Medicina Popular. Linimento contras queimaduras”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo V, p.125, 1868.

- “Medicina Popular. Trichina”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo VI, p.188-190, junho 1868.

- “Medicina Popular. Ladraria dos porcos”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo VI, p.214, julho de 1868.

- “Economia domestica. Perfumes”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo VI, p.251-252, 1868.

- “Economia domestica. Venenos para a destruição dos ratos e outros animaes damninhos”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo VI, p.281, 1868.

- “Adagios hygienicos”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, anno VIII, n.2, p.60, fev. 1870.

- “Maçadura”. Gazeta Medica da Bahia, Bahia, v.4, n.76, p.40-43, 30 de setembro de 1869; v.4, n.77, p.51-52, 15 de outubro de 1869; v.4, p.64-66, n.78, 31 de outubro de 1869; v.4, n.79, p.75-76, 15 de novembro de 1869; v.4, n.80, p.88-90, 30 de novembro de 1869.

- “Raio. Seus efeitos. Modo de soccorrer as pessoas assombradas pelo raio, pelo Dr. Chernoviz”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, n.10, p.314-316, 1872.

- “Eucalypto, pelo Dr. P. L. Napoleão Chernoviz”. Gazeta Medica da Bahia, Bahia, anno V, n.118, p.340-342, 30 jun. 1872.

- “Economia domestica. Pastas ou massas de amendoas para as mãos”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo XIII, p.26-27, janeiro 1875.

- “Economia domestica. Agua dentífricia”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo XIII, p.58, fevereiro 1875.

- “Economia domestica. Receitas das pomadas para o cabello”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, tomo XIII, p.119-121, abril 1875.

- “Carta do Sr. Dr. P. L. N. Chernoviz, ao redactor dos Annaes de Medicina”. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, n.2, tomo XXVIII, p.86-87, julho 1876.

- “Araroba, pelo Dr. P. L. N. Chernoviz”. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, n.2, tomo XXVIII, p.87-88, julho 1876.

- “Medicamentos novos, pelo Dr. P. L. N. Chernoviz”. Gazeta Medica da Bahia. Publicação mensal, Bahia, anno VIII, n.4, p.175-180, abr. 1876; anno XIII, n.10, p.465-468, abril 1881.

- “Prologo do autor para esta quinta edição”. Jornal das Familias. Publicação Illustrada. Recreativa, Artistica, etc. Rio de Janeiro, anno XVI, n.9, p. II-III, setembro de 1878.

- “Formulas novas, pelo Dr. P. L. N. Chernoviz”. Gazeta Medica da Bahia, Bahia, anno XIII, n.1, p.25-28, julho 1881.

- “Memorial Therapeutico ou Breve Indicação de varias formulas empregadas com inexcedivel exito no decurso de mais de trinta annos de exercicio pratico de clinica e pharmacia no Imperio do Brazil. Acompanhado como additamento de uma exposição botanica das plantas medicinaes brazileiras, cujos usos vão indicados no texto d'esta obra”. Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Q. Antunes, Impressor da Casa Real, 1873. [trabalho publicado sob anonimato, considerado autoria de Chernoviz].

Fontes

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Ficha técnica

Pesquisa - Aline de Souza Araújo França, Mª Rachel Fróes da Fonseca.

Redação - Aline de Souza Araújo França, Mª Rachel Fróes da Fonseca. 

Forma de citação

CZERNIEWICZ, PIOTR LUDWIK NAPOLEON. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 9 mai.. 2025. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario

 


Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)