GOUVÊA, HILÁRIO SOARES DE: mudanças entre as edições
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Edição das 23h18min de 9 de agosto de 2023
Outros nomes e/ou títulos: Gouveia, Hilário
Resumo:
Hilário Soares de Gouvêa nasceu em Caeté, Minas Gerais, em 23 de setembro de 1843 e faleceu no Rio de Janeiro em 25 de outubro de 1923. Doutorou-se em medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1866 e, nesta instituição foi catedrático da cadeira de clínica oftalmológica (1881-1895), diretor (1910-1911) e lente catedrático de clínica otorrinolaringológica de 1911 a 1918. Foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1886). Sua carreira foi marcada por sua atuação na área da oftalmologia e da otorrinolaringologia.
Dados pessoais
Hilário Soares de Gouvêa nasceu na cidade de Caeté, na antiga província de Minas Gerais, em 23 de setembro de 1843. Era filho de Lucas Soares de Gouvêa e Ignacia Carolina Soares de Gouvêa. Casou-se com Rita de Cássia Nabuco de Araújo, irmã do diplomata e político Joaquim Nabuco, e teve seis filhos: Ana Benigna Nabuco de Gouvêa, Maria José Nabuco de Araújo Gouvêa, Lucilia Izabel Nabuco de Gouvêa, Laura Francisco Nabuco de Gouvêa, José Thomaz Nabuco de Gouvêa, Ignacia Nabuco de Gouvêa (GENEANETO, 2020). Seu filho, José Thomaz Nabuco de Gouvêa casou-se com Maria Amelia da Silva Paranhos, filha de José Maria da Silva Paranhos Junior, Barão do Rio Branco.
Recebeu os títulos de Comendador da Ordem da Rosa e de Cavalheiro de Cristo de Portugal.
Devido a complicações de saúde, principalmente por sua diabete, teve amputado um de seus membros inferiores à altura da coxa, e veio a falecer poucos dias após ter sido submetido a esta cirurgia. Faleceu no Rio de Janeiro em 25 de outubro de 1923.
Trajetória profissional
Hilário Soares de Gouvêa veio para o Rio de Janeiro, em 1851, onde realizou seus primeiros estudos no Imperial Collegio de Pedro II, criado em 1837, e no Collegio Marinho, instalado na rua de Matacavallos nº86 (atual Rua Riachuelo), ambos no centro da cidade do Rio de Janeiro. Matriculou-se, no ano de 1864, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e doutorou-se em 26 de novembro de 1866, com a tese intitulada “Do glaucoma: dos sucos digestivos, estudo chimico-pharmacologico sobre a strychinina, veratrina e brucina, operações reclamadas pelos tumores hemorroidaes”.
Tornou-se sócio do Athenêo Medico-Academico, associação fundada em 1864 pelo médico Francisco Honorio Ferreira Brandão, com a apresentação, neste ano, do trabalho “Breves considerações physiologicas sobre a sensibilidade recorrente”.
Após formar-se na Faculdade De Medicina do Rio de Janeiro, Hilário Soares de Gouvêa viajou para a Europa, tendo permanecido um ano em Paris e quatro anos em Heidelberg (Alemanha). Na Universidade de Heidelberg, onde revalidou seu diploma, realizou estudos especiais sobre as moléstias dos olhos, foi estagiário e depois chefe de clínica de moléstias dos olhos naquela universidade, e partilhou da convivência com Friedrich Wilhelm Ernst Albrecht von Graefe (1828-1870), oftalmologista alemão considerado o fundador da oftalmologia científica. Seu nome foi citado na obra sobre a história da oftalmologia do oftalmologista alemão Julius Hirschberg (1843-1925), e em outros trabalhos sobre a oftalmologia na Europa (BLAKE, 1893, v. 3, p. 244).
Em 1868, foi eleito sócio honorário do Instituto Academico, uma associação científica que tinha como presidente honorário Manoel Maria de Moraes e Valle, e como presidente efetivo Joaquim Vieira de Andrade.
Ao retornar em 1870 a seu país, após uma viagem à Europa, Hilário Soares de Gouvêa passou a se dedicar à clínica na área de oftalmologia e de otorrinolaringologia. Realizou consultas e operações em seu consultório particular, denominado Consultório Oculistico do Dr. Hilário de Gouvêa, que funcionava todos os dias das onze horas da manhã às duas da tarde, na rua dos Ourives nº 151. O anúncio de seu consultório, divulgado no Almanak Laemmert (1875), sinalizava também a realização de um curso público de moléstias de olhos no seu Instituto Oftalmológico. Este instituto funcionava na Casa de Saúde de Nossa Senhora da Ajuda, de propriedade de Manoel Joaquim Fernandes Eiras, na rua da Ajuda nº 66 e 68 e na rua de Olinda (em Botafogo). Atuou também em diversas casas de saúdes do Rio de Janeiro, tendo residido temporariamente na Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário, dirigida por João Baptista dos Santos (Barão de Ibituruna), instalada em 6 de janeiro de 1869 na rua São Pedro nº 125. Nesta casa de saúde, Hilário Soares de Gouvêa era o responsável pelo serviço médico-cirúrgico, ao lado do proprietário e de João Pedro de Miranda, Sebastião José Saldanha da Gama, João Carlos Mayrink, Francisco Lopes de Oliveira Araújo, Cypriano da França Mascarenhas, Jacintho de Freitas Rodrigues Braga e Henrique da Rocha Lima. Na data de criação desta casa de saúde, embora Hilário Soares de Gouvêa ainda se encontrasse na Europa, seu nome já constava como integrante do quadro médico desta instituição. Neste período foi substituído por Manoel Pereira da Silva Continentino, que ingressou em 1872, prestando serviços oftalmológicos.
Observou diversos distúrbios e enfermidades relacionadas à visão, como a relação entre os distúrbios da nutrição com a xeroftalmia e a cegueira noturna, a destruição de córneas (ceratomalacia), e a prevenção da cegueira. Registrou, em 1869, seu primeiro caso de xerosis conjunctivae bulbi de desfecho fatal, enfermidade esta anteriormente denominada por Manoel da Gama Lobo de ophtalmia brasiliana, ao relacioná-la com o clima (GOMES, 2001).
Foi, em 1870, consultante substituto da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo.
Sua residência, em 1872, localizava-se na rua da Princeza nº 7, no bairro do Catete, cidade do Rio de Janeiro.
Desde o ano de 1873 integrou, como oculista, o quadro médico da Casa de Saúde de Santa Thereza, que se localizava na Rua do Riachuelo nº 88, de propriedade e dirigida por Glycerio Thaumaturgo da Silva, na função de oculista, juntamente com Francisco Praxedes de Andrade Pertence, Joaquim Marcos de Almeida Rego, Manoel Rodrigues Monteiro de Azevedo, Alfredo Magno d’Almeida Rego, José Francisco Manso Sayão, Bueno Marmoré, José Pereira Rego, Manoel Pereira da Silva Continentino, Francisco Ferreira de Abreu (Barão de Teresópolis), Antônio Ferreira França, Luiz Gurgel de Souza Gomes, João José da Silva e Joaquim José da Silva.
Participou das Conferências Populares da Glória, realizadas em escolas públicas localizadas na Freguesia da Glória, no então Município da Corte, sob a coordenação do Conselheiro Manoel Francisco Correia, com a apresentação da conferência intitulada “Ensino Superior. Organização do ensino médico na Alemanha”, em 19 de agosto de 1880. Hilário Soares de Gouvêa integrou o grupo professores e médicos, como Francisco Praxedes de Andrade Pertence, Nuno Ferreira de Andrade, João Baptista Kossuth Vinelli, Cypriano de Souza Freitas, João Martins Teixeira, Benjamin Franklin Ramiz Galvão, Joaquim Monteiro Caminhoá, Antônio José Pereira da Silva Araújo e Luiz Joaquim Duque-Estrada Teixeira que, liderados por Francisco Praxedes de Andrade Pertence, ocupou a tribuna das Conferências Populares da Glória com palestras sobre a situação do ensino médico praticado no país.
Foi designado em 5 de julho de 1881 para reger, a título provisório, a recém criada cadeira de clínica oftalmológica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e em fevereiro de 1883 prestou concurso para a mesma disciplina, tendo sido aprovado. Em 6 de março de 1883 foi nomeado lente proprietário desta disciplina, cargo este que ocupou até o ano de 1895.
Na Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, elaborada por Franklin Ramiz Galvão para o ano de 1881, Hilário Soares de Gouvêa apresentou suas considerações sobre o ensino na clínica oftalmológica naquele ano:
“Nomeado professor interino da clinica ophthalmologica em principio de agosto de 1881, só em meiados do dito mez foi-me possível iniciar o curso, por ter de esperar que se organizasse o serviço clinico no Hospital da Misericordia. As minhas primeiras lições versaram sobre a luz, sua propagação no espaço, leis de reflexão nos espelhos planos e esphericos, leis de refracção nos meios de faces paralelos ou não, prismas, sua acção, lentes, seus fócos, leis da formação de imagens, etc. (.....). A Santa Casa da Misericordia só pode pòr á disposição da clinica ophthalmologica da Faculdade oito leitos. Com um numero tão limitado de pacientes era impossível dar ao ensino o indispensável desenvolvimento; pelo que requeri desde logo á Provedoria que ao menos me concedesse permissão para abrir uma Policlinica no consultório oftalmológico da Santa Casa, o que me foi prontamente concedido. (...). Ficou assim fundada a primeira Policlinica da nossa Faculdade. (....). A meu ver, as vantagens da multiplicidade das clinicas só podem ser grandes, quando combinado o horário de modo que possam ser sucessivamente frequentadas. Pelo estudo comparativo dos diferentes methodos, das diversas faces por que são expostos identicos assumptos, se desenvolve no alumno o habito de pensar, o espirito de investigação scientifica e o criterio medico. (....). Não dispondo a clinica ophthalmologica dos instrumentos para os exames e demonstrações, forneci-lhe eu os que possuía para esse fim. (....). Este anno, conto dar todo o desenvolvimento possível aos estudos ophthalmologicos, para o que encarreguei os dois ilustrados assistentes da clinica, os Srs. Drs. Antonio Gabriel de Paula Fonseca e Carlos Amazonio Ferreira Penna, de dirigirem, o primeiro um curso de ophthalmoscopia theorica e pratica, e o segundo um curso de refracção e accommodação (...).” (GOUVÊA. Apud GALVÃo, 1881,49-50)
Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro integrou, juntamente com Erico Marinho da Gama Coelho, João da Costa Lima e Castro, Domingos de Almeida Martins Costa e Cypriano de Souza Freitas, a primeira Comissão Redatora da Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, revista bimestral daquela instituição criada pelo decreto nº 9.311, de 25 de outubro de 1884.
Foi extranumerário, em 1864, do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e entre os anos de 1885 e 1889 foi médico do consultório oftalmológico deste hospital (ALMANAK, 1889).
Hilário Soares de Gouvêa fundou, juntamente com Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta, Henrique Alexandre Monat e Marcos Bezerra Cavalcanti, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 14 de fevereiro de 1886. Nesta sociedade também foi 2º secretário (1887/1888), redator do Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1887/1889), 1º secretário (1892), vice-presidente (1894) e presidente (1888, 1889 e 1893). Participou ainda da elaboração das primeiras reformas dos estatutos desta sociedade, em 1887, ao lado de importantes figuras médicas da época como Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro, Antônio Augusto de Azevedo Sodré, Henrique Guedes de Mello, Júlio Rodrigues de Moura e João Carlos Teixeira Brandão, aprovando no mesmo ano a realização de congressos nacionais de medicina e cirurgia, sendo previsto o primeiro para o ano de 1888.
No 1º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, realizado em 1888 no Rio de Janeiro, Hilário Soares de Gouvêa ocupou lugar na mesa diretora no cargo de 1º vice-presidente, ficando a presidência para Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta. Neste Congresso apresentou o trabalho intitulado “Maturação artificial das cataratas”, que tinha como objetivo principal demonstrar o perigo do método proposto por David Ottoni Bittencourt, contraponto o método que consistia “na discisão simples da cápsula anterior, abrindo largamente a mesma, de modo a obter o contacto com toda a massa da lentilha e praticar a extração combinada decorridas 36 horas” (Apud FIALHO, 1984, p.219). Sua comunicação polarizou o evento, de um lado José Cardoso de Moura Brazil e Henrique Guedes de Mello contrários à iridectomia prévia, e do outro Joaquim Xavier Pereira da Cunha, que apoiava a proposição de Hilário Soares de Gouvêa.
Presidiu ainda o 2º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia (Rio de janeiro, 1889), no qual proferiu um discurso fazendo críticas à política sanitária e à política de formação de profissionais de medicina, conduzidas pelo governo Imperial, destacando que pouco havia sido feito em relação à higiene pública.
Foi colaborador, desde 1887, de O Brazil-Medico. Revista semanal de medicina e cirurgia, periódico dirigido por Antônio Augusto de Azevedo Sodré.
No ano de 1888 fundou, juntamente com José Cardoso de Moura Brazil, Henrique Guedes de Mello, e Paula Fonseca, a Revista Brazileira de Ophtalmologia, que embora tenha lançado apenas dois volumes, pois encerrou suas atividades em 1889, foi considerada como “o despertar da imprensa oftalmológica em nossa terra” (FIALHO, 1984, p.223).
Integrou, desde 1888, o corpo de médicos efetivos do Hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência, que funcionava na rua Santo Amaro, nº 24, na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1893, Hilário Soares de Gouvêa organizou, seguindo o modelo de assistência a feridos de guerra da Cruz Vermelha, uma comissão que prestou socorros médicos durante a Revolta da Armada (1893-1894) e a Revolução Federalista do Rio Grande do Sul (1893-1895). Devido a sua participação nestes eventos e a sua posição contrária a Floriano Peixoto, então Presidente da República, Hilário Soares de Gouvêa foi acusado de prestar auxílio aos rebeldes, sendo encarcerado na Casa de Correção e depois removido para um prédio improvisado como prisão de presos políticos, na rua do Catete, cidade do Rio de Janeiro. Conseguiu fugir da prisão, abrigou-se em uma casa na rua Paissandu, pertencente a uma família inglesa de suas relações de amizade (FIALHO, 1984). Em decorrência de sua acusação, foi exonerado da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro pelo decreto de 26 de maio de 1894. Em seguida solicitou asilo ao Encarregado de Negócios da França, tendo seu pedido deferido, e assim foi autorizado a embarcar na fragata “Arethuse”, da Divisão Naval francesa. Depois embarcou no paquete “Brésil”, que seguia para a cidade Buenos Aires, de onde rumou para a Europa, fazendo uma escala no Rio de Janeiro para buscar sua família. Hilário Soares de Gouvêa chegou à Paris em 1º de dezembro de 1893, onde, por exigência da legislação francesa, prestou exame em algumas matérias do curso médico, como condição para poder clinicar. Após o cumprimento desta exigência, prestou o exame de doutorado na Faculté de Médecine de Paris, em 1895, com a tese intitulada “Le distomose pulmonaire par la douve du foie. Contribution a l´étude des hémoptyses parasitaires”. Ainda em Paris fez um curso no Instituto Pasteur e um outro de otorrinolaringologia, área que posteriormente se tornaria sua especialidade.
No Congresso Internacional de Medicina, em Roma em 1894, Hilário Soares de Gouvêa presidiu uma das sessões e apresentou os trabalhos “Sobre um caso raro de amaurose química” e “Dismatose pulmonar pelo distomo hepático”. No ano seguinte presidiu, também, uma das sessões da Société d´Ophtalmologie de Paris, dissertando sobre a “Profilaxia do paludismo pelo uso interno do ácido arsenioso”. Ainda em 1895, proferiu uma conferência sobre a profilaxia do impaludismo, na Faculté de Medecine de Paris. No Congresso Internacional de Berlim, realizado em 1898, participou dos debates sobre a lepra e seu problema social.
Em 1895, por meio do decreto de 12 de novembro de 1895, Hilário Soares de Gouvêa foi reintegrado à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas como estava ainda residindo na Europa, solicitou licenças sucessivas, para assim só assumir mais tarde suas funções naquela instituição.
Ao retornar ao Brasil, em 1899, solicitou sua recondução ao cargo de catedrático de clínica oftalmológica, na então Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio de Janeiro, cargo este do qual havia sido demitido anteriormente pelo Presidente Floriano Peixoto. O ato de sua demissão foi anulado, e ele foi reinvestido no cargo pela Congregação da faculdade. Porém foi novamente afastado do cargo por decisão governamental, sob a alegação de abandono. Hilário Soares de Gouvêa contestou esta decisão, apresentando atestados que justificavam sua licença renovada por motivo de doença, mas não obteve êxito.
Em 7 de outubro de 1899, colegas e amigos de Hilário Soares de Gouvêa, aproveitando seu retorno após longa estadia na Europa, promoveram um banquete em sua homenagem na Pensão Beethoven, que funcionava na rua da Glória, nº 62. Nesta ocasião discursaram Carlos Pinto Seidl e outros oradores, e entre estes discursos destacou-se o de Cypriano de Souza Freitas, lente de anatomia patológica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que além de saudar o colega, ressaltou o quadro grave de tuberculose na cidade e a necessidade de um órgão específico para cuidar do combate a esta enfermidade. Atendendo ao apelo do colega, Hilário Soares de Gouvêa organizou uma reunião na Academia Nacional de Medicina, na qual aquela proposta foi apresentada e aprovada, e foi constituída uma comissão, composta de 25 membros, designada para estruturar o órgão proposto, ou seja, a Liga Brasileira contra a Tuberculose. Em 4 de julho de 1900, tendo em vista a demora nas providências para a criação daquele órgão, José Jeronymo de Azevedo Lima, Manuel Velloso Paranhos Pederneiras, Francisco Baptista Marques Pinheiro e Alcindo Guanabara convocaram uma reunião no Conselho Municipal do Rio de Janeiro. Nesta reunião, que contou também com a presença de Cypriano de Souza Freitas, Antonio Pereira Leitão, Ismael da Rocha, Carlos Pinto Seidl entre outros, foi lavrada uma ata sobre a fundação da Liga Brasileira contra a Tuberculose (atual Fundação Ataulpho de Paiva), e em 4 de agosto foi lavrada sua ata de instalação em uma sessão solene na Academia Nacional de Medicina. Na definição da primeira diretoria da Liga, Hilário Soares de Gouvêa foi designado seu Secretário Perpétuo.
Hilário Soares de Gouvêa participou do 1º Congresso da Liga Nacional contra a Tuberculose (Lisboa,1901), foi delegado na 1º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Berlim, 1902), e representante do Brasil no 2º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Copenhague, 1904) e no 3º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Paris, 1905).
Na Conferência Internacional de Copenhague sobre a Tuberculose, realizada de 26 a 29 de maio de 1904, foi delegado e apresentou um Relatório sobre esta conferência apresentado ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, José Joaquim Seabra (RELATORIO, 1905).
Hilário Soares de Gouvêa em seu discurso na abertura dos trabalhos no 3º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose, em 1905 em Paris, destacou, como delegado oficial do governo brasileiro, a importância da participação do Brasil naquele evento:
“Sr. Presidente, minhas senhoras e meus senhores. – Pela primeira vez se faz o Brasil representar em um congresso contra a tuberculose nesta parte do Atlântico, acontecimento este de bom augúrio para as futuras campanhas contra o terrível mal, e que se explica naturalmente pelo preparo prévio da opinião pública, pela continua e tenaz propaganda das ligas brasileiras, pondo em evidência os desastrosos estragos entre nós causados pelo temeroso flagelo social e apontando o caminho a seguir para os conjurar. (...) Foi, pois, no intuito de recolherem todos os dados de que têm necessidade para cumprir sua missão, da maneira mais prática e mais real, que os Governos da União e de vários Estados brasileiros tomaram a resolução de enviar a esta grande lição de cousas um crescido número de delegados e destinado a grande repercussão em todo o mundo pelo caráter prático de sua organização, e também porque o Congresso se reúne nesta imensa e incomparável cidade, cujo prestígio no mundo moderno não tem igual senão em Atenas e Roma no mundo antigo”. (CONGRESSO, 1906, p.5-7)
A comissão, sob a presidência de Hilário Soares de Gouvêa, que representou o Brasil no 3º Congresso Internacional para luta contra a Tuberculose, foi constituída pelos médicos José Jeronymo de Azevedo Lima, Alfredo de Britto, José Plácido Barbosa da Silva, Júlio Afrânio Peixoto, Oscar Rodrigues Alves e Eduardo de Moraes. Em 30 de março de 1905, Hilário Soares de Gouvêa foi nomeado, pelo governo brasileiro, membro ordinário da Associação Internacional contra a Tuberculose, juntamente com Clemente Ferreira e José Jeronymo de Azevedo Lima.
Em 1905 participou do 6º Congresso de Medicina de São Paulo, apresentando um trabalho sobre o tratamento da tuberculose pulmonar pela tuberculina.
Foi eleito membro titular da Academia Nacional de Medicina na sessão de 19 de outubro de 1899, tornou-se membro titular honorário em 4 de setembro de 1903, e posteriormente patrono da cadeira nº 73 da mesma instituição. Integrou várias associações científicas, tanto nacionais quanto estrangeiras, como a Société d´Ophtalmologie de Paris.
Participou da Cruz Vermelha Brasileira, fundada em 5 de dezembro de 1908.
Era maçom, filiado à loja São Vicente de Paula, tendo sido elevado o grau 31 em 1º de março de 1877 (ORDEM, 1877).
Em 27 de novembro de 1910 assumiu a direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1911. Apresentou na Academia Nacional de Medicina um plano de estudos, que poderia fundamentar a elaboração da Lei Orgânica do Ensino Superior. Esta Lei foi aprovada por meio dos decretos nº 8.659 e nº 8.661, de 5 de abril de 1911, pelo Presidente Hermes da Fonseca e referendada pelo Ministro do Estado da Justiça e Negócios Interiores Rivadávia da Cunha Corrêa, e ficou conhecida como Lei Rivadávia Corrêa. Hilário Soares de Gouvêa, conhecedor da experiência alemã de ensino, havia projetado um plano de estudos “nos moldes das universidades alemãs, mas o conceito positivista do Ministro favoreceu a nota silenciosa da reforma, e a intromissão subterrânea de contribuições várias turvou a harmonia da obra, destinada a uma estrutura bastante característica, mas terminando em composição heterogênea de princípios e de intuitos” (MAGALHÃES, 1932, p.160).
Foi designado pela Congregação da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1911, para exercer a cátedra de otorrinolaringologia, recém criada a partir da Reforma Rivadávia Corrêa, função esta que exerceu até o ano de 1918, ano de sua jubilação da faculdade. Considera-se que a partir da regência de Hilário Soares de Gouvêa nesta cátedra foram introduzidos “os fundamentos da especialidade no Brasil” (QUEIROZ, 1986, p.745).
Em 1922 foi um dos fundadores, e primeiro presidente, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (QUEIROZ, 1986).
Hilário Soares de Gouvêa faleceu em 1923, e em sua homenagem teve seu nome atribuído a uma rua no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.
Produção intelectual
- “Do glaucoma: dos sucos digestivos, estudo chimico-pharmacologico sobre a strychinina, veratrina e brucina, operações reclamadas pelos tumores hemorroidaes”. These apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. 1866.
- “Resultat einiger Versuche uber die Entstehung der Abloesung in Folge von Glaskoerperverlust”. Archiv. F. Ophtalmologie, v.XV, 244, 1869.
- “Contributions to the Pathology of burns of the Cornea from lime”. Archives of Ophtalmology and Odontology. tomo I, [s.n.], 1869.
- “Contribution à la pathologie et à anatomie pathologique de la cornée brulée par la chaux”. Annales d´Oculistique, tomo LXV, 1871.
- “Das anomalias da accommodação e refracção. Conferencia do Dr. Hilario de Gouvêa feita a 19 de agosto de 1873”. Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n. 7, p.106-109, 10 de setembro de 1873.
- “Das anomalias da accommodação e refracção. Conferencia do Dr. Hilario de Gouvêa feita a 19 de agosto de 1873”. (Continuação do n.7). Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n. 14, p.213-215, 25 de dezembro de 1873.
- “Rancillia, Action abortive do sulfate de quinine demontrée sur les chiennes. L´Unión Médicale. 1873”.Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n. 15, p.240, 10 de janeiro de 1874.
- “Das anomalias da accommodação e refracção. Conferencia do Dr. Hilario de Gouvêa feita a 19 de agosto de 1873”. (Continuação do n.7). Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n. 17, p.257-259, 10 de fevereiro de 1874.
- “Contribuição para a therapeutica das ulceras da cornea”. Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.20, p.309-310, 25 de março de 1874.
- “Da acção abortiva do sulfato de quinina”. Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.21, p.331-332, 10 de abril de 1874.
- “Das anomalias da accommodação e refracção. Conferencia do Dr. Hilario de Gouvêa feita a 19 de agosto de 1873”. (Continuação do n.17). Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n. 24, p.370-372, 25 de maio de 1874.
- “A Iridotomia”. Rio de Janeiro: Revista Medica, Rio de Janeiro, anno II, n.13, p.2-3-205, 16 de agosto de 1875.
- “An interesting case of congenital Aneridia”. Transactions of the <st1:place w:st="on"><st1:city w:st="on">London</st1:city></st1:place> Congress, p. 120, 1880. – “An interesting case of congenital Aneridia”. Comunicação apresentada no 7º International Medical Congress (Londres, 1881).
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- “A cocaína na cirurgia e therapeutica ocular”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 2º anno, 1º numero, p.203-228, agosto 1885.
- “I. Um caso de blepharoplastia pelo processo de Gradenigo. II. Ectropion cicatricial circumscripto curado pela secção sub-cutanea da cicatriz, combinado com tarsoraphia temporaria. III. Corpo estranho intra-orbitario e abscesso retro-bulbar, extracção e cura. IV. Novas indicações therapeuticas da cocaina”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 2º anno, 2º numero, p.157-168, dezembro 1885.
- “Miscellanea ophtalmologica. I. Caso de cura de descollamento da retina por puncção sclerotical e sclerotico-retinal. II. Caso de prolapso da iris seguido de staphyloma parcial e glaucoma consecutivo; impotência da iridectomia periférica e da excisão do staphyloma parcial; cura definitiva por uma sclero-iridotomia. III. Estatistica das últimas 33 operações de cataracta praticadas na clinica da Faculdade durante o corrente anno lectivo”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 3º anno, 2º numero, p.103-118, dezembro 1886.
- “Descolamento da retina”. Journal de Medecine et Pharmacie, Paris, 1887.
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- “Observação de um caso de abcesso frio, consecutivo a osteite da abobada esquerda, fistula orbitaria com deformação consecutiva da palpebra superior, impossibilidade de oclusão palpebral, keratite por exposição, perforação da córnea, prolapso da íris, staphyloma parcial e glaucoma absoluto consecutivo”. O Brazil-Medico. Revista Semanal de medicina e cirurgia, Rio de Janeiro, anno I, v. II, p.156-158, 2º semestre 1887.
- “Maturação artificial das cataratas”. Memória apresentada no 1º Congresso Brazileiro de Medicina e Cirurgia. Rio de Janeiro: [s.n.], 1888.
- “O melhor processo para a operação das cataracta”. O Brazil-Medico. Revista Semanal de medicina e cirurgia, Rio de Janeiro, anno III, p.10-11, 1889.
- “Discurso pronunciado na sessão inaugural do 2º Congresso Brazileiro de Medicina e Cirurgia pelo seu presidente”. Rio de Janeiro, [s.n.], 1889.
- “Hygiene publica. O saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Replica aos pareceres do Ministério da Fazenda sobre o projecto dos drs. Hilário de Gouvêa e João da Costa Lima e Castro relativamente ao saneamento do solo da cidade do Rio de Janeiro pela drenagem profunda e calçamento estanque, seguida do parecer da intendência municipal da capital federal sobre o valor hygienico do referido projecto”. Rio de Janeiro, 1890.
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Fontes
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Ficha técnica
Pesquisa – Rodrigo Borges Monteiro, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação – Rodrigo Borges Monteiro, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão – Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
GOUVÊA, HILÁRIO SOARES DE. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 25 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)