REGO, JOSÉ PEREIRA: mudanças entre as edições
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<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego nasceu em 24 de agosto de 1816 na cidade do Rio de Janeiro. Era filho do capitão Manoel José Pereira Rego e de Anna Fausta de Almeida Rego, e irmão do doutor Joaquim Marcos de Almeida Rego. Casou-se em 18 de agosto de 1844 com Maria Rosa Pinheiro Ferreira, filha de Luiz Carlos Domingos Ferreira e Maria Rosa de Lima Pinheiro. Teve três filhos, entre eles o médico José Pereira Rego Filho (1845-1929), que igualmente destacou-se no campo da saúde pública no país.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Recebeu o título de Barão do Lavradio em 23 de setembro de 1874, e o mesmo título, mas elevado à honra de grandeza pela princesa Isabel, em 19 de setembro de 1877. Em 25 de novembro de 1870 recebeu, do Rei de Portugal, o título de Comendador da Real Ordem Militar Portuguesa da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi agraciado, também, com os títulos de Comendador da Ordem da Rosa, da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (1874), e da Ordem de Francisco José da Áustria.</span></span></p><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1892.</span></span> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego nasceu em 24 de agosto de 1816 na cidade do Rio de Janeiro. Era filho do capitão Manoel José Pereira Rego e de Anna Fausta de Almeida Rego, e irmão do doutor Joaquim Marcos de Almeida Rego. Casou-se em 18 de agosto de 1844 com Maria Rosa Pinheiro Ferreira, filha de Luiz Carlos Domingos Ferreira e Maria Rosa de Lima Pinheiro. Teve três filhos, entre eles o médico José Pereira Rego Filho (1845-1929), que igualmente destacou-se no campo da saúde pública no país.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Recebeu o título de Barão do Lavradio em 23 de setembro de 1874, e o mesmo título, mas elevado à honra de grandeza pela princesa Isabel, em 19 de setembro de 1877. Em 25 de novembro de 1870 recebeu, do Rei de Portugal, o título de Comendador da Real Ordem Militar Portuguesa da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi agraciado, também, com os títulos de Comendador da Ordem da Rosa, da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (1874), e da Ordem de Francisco José da Áustria.</span></span></p><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1892.</span></span> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Trajetória profissional</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Trajetória profissional</span> = | ||
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego ingressou em 1833, juntamente com seu irmão Joaquim Marcos de Almeida Rego, na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], onde doutorou-se em medicina em 20 de dezembro de 1838. Foram seus contemporâneos nesta faculdade Ignácio Álvares da Silva, Custódio Luiz de Miranda, Agostinho José Ferreira Bretas, [[AMERICANO,_DOMINGOS_MARINHO_DE_AZEVEDO|<u>Domingos Marinho de Azevedo Americano</u>]], João José Pimentel, Maximiano Antonio de Lemos, José Policarpo Araújo e Oliveira, João Eleutério Garcez e Gralha, Francisco de Souza Brandão, e Martinho Alvares da Silva Campos.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style=" | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego ingressou em 1833, juntamente com seu irmão Joaquim Marcos de Almeida Rego, na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], onde doutorou-se em medicina em 20 de dezembro de 1838. Foram seus contemporâneos nesta faculdade Ignácio Álvares da Silva, Custódio Luiz de Miranda, Agostinho José Ferreira Bretas, [[AMERICANO,_DOMINGOS_MARINHO_DE_AZEVEDO|<u>Domingos Marinho de Azevedo Americano</u>]], João José Pimentel, Maximiano Antonio de Lemos, José Policarpo Araújo e Oliveira, João Eleutério Garcez e Gralha, Francisco de Souza Brandão, e Martinho Alvares da Silva Campos.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Doutorou-se com a tese intitulada “Dissertação sobre os phenomenos obtidos pelos diversos methodos de exploração do coração, e applicação dos mesmos phenomenos ao diagnostico d´algumas affecções do mesmo orgão, mais frequentes”. Joaquim dos Remedios Monteiro, diplomado em 1851 na mesma instituição, comentou sobre a tese defendida por José Pereira Rego e seu irmão:</span></span></p> <blockquote><p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin: 0cm 1cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"> “Os assuntos sobre que dissertaram os dois irmãos eram então, como ainda hoje, de maior importância, sobretudo se considerarmos que estes modos de exploração estavam, pode-se dizer, na infância em 1838, eram pouco conhecidos, pouco empregados no Brasil, tanto mais que os livros de Laënnec, da edição de 1834, e a outra em 1837, e o de Leopoldo Auenbrugger [Joseph Leopold von Auenbrugger] eram raros e pouco manuseados pelos médicos desse tempo. (....). Tive ocasião de perguntar ao Barão do Lavradio a razão de escreverem, ele e seu irmão, as suas teses de modo tal, que havia entre elas correlação, e uma era o complemento da outra. Respondeu-me que projetavam publicar em comum um livro de auscultação e percussão, de que as dissertações ou teses eram o escorso”. (''Apud.'' RIBEIRO, 1992, p.58-59)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1855 foi nomeado lente substituto da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas recusou o cargo.</span></span></p> | ||
<span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Dois anos após seu doutoramento, em 1840, ingressou na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], onde foi membro titular, eleito em 12 de março e empossado em 26 março de 1840, com a apresentação da memória “Dysenteria aguda”, presidente por duas ocasiões (1855-1857 e 1864-1883), e aclamado presidente perpétuo em 09 de outubro de 1883. Foi nesta instituição patrono da cadeira nº 7. Em sua memória apresentada à Academia descreveu a natureza e o tratamento da disenteria aguda, considerando-a como uma inflamação dos intestinos, principalmente do intestino grosso, para a qual o tratamento melhor indicado seria o antiflogístico, e resumiu “até a data em que foi escrita, todo o conhecimento sobre as disenterias agudas” (RIBEIRO, 1992, p.66). Com relação à terapêutica fundamentava-se nas ideias do médico François-Joseph-Victor Broussais (1772-1838), o qual segundo sua visão teria realizado uma verdadeira revolução nas ciências por ter proposto o melhor sistema estabelecido em medicina até aquela data.</span></span> | |||
<p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"> | <p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1844 foi o primeiro cirurgião a indicar os efeitos terapêuticos da ergotina e centeio espigado nas hemorragias uterinas puerperais.</span></span></p> <p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego teve expressiva atuação no campo da saúde pública. Integrou a Comissão Central de Saúde Pública, nomeada pelo Ministro do Império José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre), em 1850, para planejar as medidas sanitárias contra a epidemia de febre amarela que avançava sobre a cidade, juntamente com outros membros da Academia Imperial de Medicina, como [[MONTEIRO,_CÂNDIDO_BORGES|<u>Cândido Borges Monteiro</u>]], Manoel de Valladão Pimentel, José Maria de Noronha Feital, [[MARTINS,_ANTÔNIO_FELIX|<u>Antônio Felix Martins</u>]], Roberto Jorge Haddock Lobo, José Bento da Rosa, [[SIGAUD,_JOSÉ_FRANCISCO_XAVIER|<u>José Francisco Xavier Sigaud</u>]], [[SIMONI,_LUÍS_VICENTE_DE|<u>Luís Vicente De Simoni</u>]] , e Joaquim José da Silva (da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro). Após a primeira reunião da Comissão, realizada em 13 de fevereiro daquele ano, elaborou o panfleto intitulado “Conselhos às Famílias sobre o comportamento que devem observar durante a epidemia”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial, que o enviou para publicação nos principais jornais da cidade.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Na Junta de Higiene Pública, órgão superior encarregado da administração das questões de saúde do Império e criado pela decreto nº 598 de 14 de setembro de 1850, José Pereira Rego foi membro, presidente interino (23 de maio de 1863), e posteriormente seu presidente efetivo pelo decreto de 8 de junho de 1864, em função do falecimento do então presidente [[CÂNDIDO,_FRANCISCO_DE_PAULA|<u>Francisco de Paula Cândido</u>]] a 5 de abril do mesmo ano. Na qualidade de membro da Junta Central de Higiene Pública, assim denominada a partir de 1851, atuou no atendimento às inúmeras vítimas da primeira explosão da cólera-morbo, que ocorrera na cidade do Rio de Janeiro em 1855. Por ocasião da segunda explosão desta enfermidade, em 1867, José Pereira Rego, então presidente daquela instituição, relatou detalhadamente a incidência e a difusão daquela enfermidade, em o “Relatório do presidente da Junta Central de Higiene Pública, Dr. José Pereira Rego” (Rio de Janeiro, 1868), e na “Memória historica das epidemias de febre amarella e cholera-morbus que tem reinado no Brazil” (Rio de Janeiro, 1873).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">As condições sanitárias da cidade, especialmente os esgotos, mereceram comentários e críticas de José Pereira Rego:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Em conclusão direi: que as nossas valas de esgotos nunca ou quase nunca eram limpas; que constituíram o receptáculo de todas as imundícias das localidades por onde circulavam, e tornavam-se focos perenes de infecção miasmática mais ou menos profunda, contribuindo poderosamente para a insalubridade desta capital. (......). Quem viu esses batalhões de carregadores, atravessando a passo acelerado por certas ruas, como as da Guarda Velha, Ajuda, Ouvidor, Rosário, e outras, compostos, em sua maior parte de escravos, ou pretos libertos já velhos, estropiados e bêbados, que encontravam nesse trabalho um meio mais lucrativo do que outros, (......).” (''Apud'' RIBEIRO, 1992, p.147-148) </span></span></p> </blockquote> <p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em relação ao plano da rede de esgotos da Companhia City Improvements, empresa que havia sido contratada pelo Governo Imperial desde 1857, José Pereira Rego reconheceu alguns de seus méritos, mas apontou também suas deficiências, as quais foram detalhadas no “Relatório da commissão nomeada pela imperial academia de medicina para analysar o relatorio apresentado ao governo imperial pelo sr. Engenheiro fiscal junto à companhia ''City Improvements'' acerca do estado dos esgotos e sua influência sobre a saude publica desta côrte, em resposta a outro que sobre o mesmo assumpto enviou a academia ao governo imperial”, apresentado em 28 de julho de 1873.</span></span></p> <p class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Face a este relatório, a [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]] constituiu uma comissão para apreciá-lo, composta por seu presidente, José Pereira Rego, e pelos acadêmicos Nicolau Joaquim Moreira e Luiz Corrêa de Azevedo. A Comissão julgou deficitário o serviço de esgotos da cidade, o qual comprometia a salubridade pública, e destacou, entre outros aspectos, a insuficiência do suprimento de água disposto para tal serviço.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Presidiu a comissão, criada pelo Aviso de 23 de junho de 1876, encarregada de estudar os fatores que tinham contribuído para a persistência e o desenvolvimento da febre amarela, e apontar os procedimentos necessários para eliminá-los. A comissão, integrada ainda por Antonio Correia de Souza Costa, [[HOMEM,_JOÃO_VICENTE_TORRES|<u>João Vicente Torres Homem</u>]], [[SABÓIA,_VICENTE_CÂNDIDO_FIGUEIRA_DE|<u>Vicente Cândido Figueira de Sabóia</u>]], [[GOUVÊA,_HILÁRIO_SOARES_DE|<u>Hilário Soares de Gouvêa</u>]] e João Baptista dos Santos, encaminhou ao Governo Imperial dois relatórios propondo a reorganização dos serviços sanitários terrestre e marítimo, e a adoção de medidas para melhoria das condições sanitárias da cidade. Em referências às medidas propostas José Pereira Rego expressou, em 1877, as seguintes considerações:</span></span></p> <blockquote><p class="MsoBodyTextIndent2" style="margin: 0cm 1cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Essas medidas, dizia ele, posto que insuficientes para satisfazerem as necessidades de que se ressente esta Corte, sob o ponto de vista das condições de sua higiene pública e polícia sanitária, constituem um auxiliar poderoso para melhorar as condições de salubridade e atenuar as causas que tão profundamente tem abalado a saúde pública nestes últimos tempos, mormente se os indivíduos encarregados dos serviços atinentes a esse fim se compenetrarem da importância dos deveres que lhes forem confiados, e não acreditarem que os empregos não passam de um meio de vida, como é tão comum hoje supor-se sem atender que a eles são inerentes deveres de que se não pode prescindir sem quebra de confiança de que se tornam depositários aqueles que os exercem. Mas, acrescentava o ilustre presidente da Junta, por motivos certamente valiosos que não me é dado perscrutar, a adoção dessas medidas não tem sido efetuada em totalidade e talvez ainda o não seja por muito tempo em falta de meios adequados à sua execução, mormente se a febre amarela conceder-nos um longo período de imunidade de suas manifestações epidêmicas, como sucede às vezes em todos os países em que costuma reinar”. (''Apud'' BARBOSA, 1909, p.76) </span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em função do disposto no art. 8º do decreto nº 2.052, de 12 de dezembro de 1857, que dispunha que todo aquele que fosse presidente da Junta Central de Higiene Pública deveria acumular o posto de inspetor de saúde do porto do Rio de Janeiro, José Pereira Rego foi nomeado inspetor em 25 de novembro de 1865, substituindo a [[ABREU,_FRANCISCO_BONIFÁCIO_DE|<u>Francisco Bonifácio de Abreu</u>]] (Barão de Vila da Barra). Publicou diversos trabalhos sobre as condições sanitárias do Rio de Janeiro, entre os quais destacaram-se “Breve notícia das epidemias que se têm sucedido no Rio de Janeiro de 1836 a 1850”, e o “Estudo sobre as epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1871 até 1878”, ambos artigos publicados nos periódicos da Academia Imperial de Medicina.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1873 foi inspetor geral do [[INSTITUTO_VACÍNICO_DO_IMPÉRIO|<u>Instituto Vacínico do Império</u>]], e dez anos mais tarde, nos anos de 1883 a 1884, diretor interino da seção de serviço sanitário do Hospital Geralda [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], devido à ausência do titular Augusto Ferreira dos Santos, que se encontrava na Europa. Em 1885 passou a integrar a seção de médicos da “sala do banco” do mesmo hospital, cargo que exerceu certamente até 1889.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego exonerou-se dos cargos de presidente da Junta Central de Higiene Pública, de inspetor geral do Instituto Vacínico e de inspetor de Saúde do Porto, em 19 de fevereiro de 1881, e foi substituído por João Baptista dos Santos, na presidência da Junta, por [[ANDRADE,_NUNO_FERREIRA_DE|<u>Nuno Ferreira de Andrade</u>]], na Inspetoria de Saúde do Porto, e por Peregrino José Leite, no Instituto Vacínico. Os médicos José Plácido Barbosa da Silva e Cássio Barbosa de Rezende comentaram a atuação e as dificuldades encontradas por José Pereira Rego frente à gestão da saúde pública:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Substituto de Paula Cândido, esforçara-se como este para bem servir à causa pública e, se do esforço e do patriotismo destes médicos notáveis não auferiu a Pátria os benefícios de que hoje goza, a culpa certamente não lhes cabe. Lutadores de uma época em que a ciência médica mal saía daquela penumbra em que a envolviam teorias absurdas e concepções metafísicas, época em que não se conhecia bem a natureza da infecção e nada se sabia sobre o elemento do contágio; assoberbados por uma infinidade de questões que não poderiam resolver, porque lhes faltava para isso a base necessária, e privados, por outro lado, de todos os recursos materiais de que necessitavam para levar avante muitas das medidas que propuseram ao governo e, que, executadas, teriam forçosamente melhorado as condições de salubridade do Rio de Janeiro, quase nada poderiam conseguir.” (''Apud'' CAMPOS, 1968, p.14-15)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Chefiou o consultório infantil da “Sala do Banco” do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, a convite de José Ildefonso de Souza Ramos (Barão de Três Barras), provedor da instituição entre 1879-1883. Elaborou um formulário infantil, publicado em duas edições, 1882 e 1890, no qual destacava tudo que era necessário para a prática daquele serviço. Durante sua atuação neste hospital recolheu material significativo para o estudo da patologia infantil e dos problemas sociais da criança, subsidiando assim memórias por ele apresentadas na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], como: “Algumas considerações sobre as causas da mortalidade das crianças no Rio de Janeiro e moléstias mais frequentes nos seis a sete primeiros anos de vida”, e “Contribuição ao estudo das moléstias mais frequentes nas crianças das classes pobres desta cidade, de alguns fatos clínicos de interesse e de algumas apreciações sobre a preponderância e robustez das raças” (RIBEIRO, 1992, p.247).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A incidência de moléstias no Rio de Janeiro, especialmente a importância da vacinação, foram também objeto de suas reflexões, expressas no relatório que elaborou ainda na presidência da Junta Central de Higiene Pública, em 1866:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Dos dados estatísticos escrupulosamente colhidos pelo sr. dr. Luiz da Silva Brandão, é evidente que a varíola representou um papel importante no quadro mortuário do ano de 1865, e mais uma vez ficou patente de quão pouco caso se faz das determinações do Governo com relação à vacinação no Exército e quanto é conveniente, fazendo sentir ao povo as vantagens que se tira da vacinação, obrigá-lo por uma legislação municipal, enérgica e severamente executada, a procurar este preservativo tão simples quanto eficaz contra um flagelo cruel, (...).” (''Apud'' RIBEIRO, 1992, p.164)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ainda em relação à questão da vacinação apresentou, em 1875, na Academia Imperial de Medicina, um anteprojeto intitulado “Bases para confecção de uma lei sobre vacinação e revacinação obrigatórias”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial. </span></span></p> | ||
José Pereira Rego foi médico de diversas casas de saúde particulares na cidade do Rio de Janeiro: Casa de Saúde Santa Teresa, na Rua Riachuelo nº 98, ao lado de seu filho José Pereira Rego Filho e de [[HOMEM,_JOÃO_VICENTE_TORRES|<u>João Vicente Torres Homem</u>]]; da Casa de Saúde Allo-Homeopática de Nossa Senhora da Glória, estabelecida na rua Fresca nº 17 (atual rua Clapp); da Casa de Saúde Cata Preta, Marinho e Werneck, fundada em 1863 na rua Fresca nº 1(atual rua Clapp); Casa de Saúde Previdência, que funcionava, desde 1861, na rua de Matacavalos nº 80 e 100 (atual rua Riachuelo) . | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">José Pereira Rego foi médico de diversas casas de saúde particulares na cidade do Rio de Janeiro: Casa de Saúde Santa Teresa, na Rua Riachuelo nº 98, ao lado de seu filho José Pereira Rego Filho e de [[HOMEM,_JOÃO_VICENTE_TORRES|<u>João Vicente Torres Homem</u>]]; da Casa de Saúde Allo-Homeopática de Nossa Senhora da Glória, estabelecida na rua Fresca nº 17 (atual rua Clapp); da Casa de Saúde Cata Preta, Marinho e Werneck, fundada em 1863 na rua Fresca nº 1(atual rua Clapp); Casa de Saúde Previdência, que funcionava, desde 1861, na rua de Matacavalos nº 80 e 100 (atual rua Riachuelo) .</span></span> | ||
Teve grande participação em sociedades médicas nacionais. Pertenceu, como sócio, aos quadros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, sendo em 1869 membro do Conselho Fiscal desta instituição, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, e foi sócio benemérito e consultor da Sociedade Amante da Instrução, presidindo-a por seis anos. Foi um dos sócios fundadores do [[INSTITUTO_HOMEOPÁTICO_DO_BRASIL|<u>Instituto Homeopático do Brasil</u>]], associação criada em 1843. | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Teve grande participação em sociedades médicas nacionais. Pertenceu, como sócio, aos quadros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, sendo em 1869 membro do Conselho Fiscal desta instituição, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, e foi sócio benemérito e consultor da Sociedade Amante da Instrução, presidindo-a por seis anos. Foi um dos sócios fundadores do [[INSTITUTO_HOMEOPÁTICO_DO_BRASIL|<u>Instituto Homeopático do Brasil</u>]], associação criada em 1843.</span></span> | ||
<p style="text-align:justify"><span style=" | <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em sociedades estrangeiras atuou, como membro correspondente, da Real Academia Médica de Ciências de Lisboa, da Société Française de Hygiène e da Reale Accademia di Medicina di Torino.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi 2º redator (1840-1841) da ''Revista Médica Fluminense'', auxiliar (1841-1842) da ''Revista Médica Brasileira, ''colaborador (1847-1848) e redator (1850-1853) dos ''Annaes de Medicina Brasiliense,'' publicações da [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]].</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 30 de julho de 1878 apresentou, na sessão magna da Academia Imperial de Medicina, um discurso sobre o estudo das doenças mentais, ressaltando a importância de se abrir as portas do [[HOSPÍCIO_DE_PEDRO_II|<u>Hospício de Pedro II</u>]], criado em 1841, aos médicos para o estudo clínico das moléstias mentais, assim como a necessidade da realização de cursos práticos e de uma cadeira especial para esta matéria.</span></span></p> | ||
Participou do Conselho de Sua Majestade, foi Grande do Império e médico honorário da Imperial Câmara, tendo sido nomeado para esta em 13 de julho de 1859. Integrou o séquito que acompanhou a Família Imperial na viagem da cidade de Petrópolis à Juiz de Fora, em junho de 1861, para a inauguração da Estrada União Indústria. | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Participou do Conselho de Sua Majestade, foi Grande do Império e médico honorário da Imperial Câmara, tendo sido nomeado para esta em 13 de julho de 1859. Integrou o séquito que acompanhou a Família Imperial na viagem da cidade de Petrópolis à Juiz de Fora, em junho de 1861, para a inauguração da Estrada União Indústria.</span></span> | ||
Recusou os convites para presidir as Províncias de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, mas exerceu cargos de eleição popular, como membro do partido conservador, e vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1865-1868). Como vereador apresentou em 1866, embora sem ter obtido êxito, um projeto de postura que proibia a construção de novos cortiços em certas áreas da cidade. Foi ainda subdelegado de polícia. | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Recusou os convites para presidir as Províncias de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, mas exerceu cargos de eleição popular, como membro do partido conservador, e vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1865-1868). Como vereador apresentou em 1866, embora sem ter obtido êxito, um projeto de postura que proibia a construção de novos cortiços em certas áreas da cidade. Foi ainda subdelegado de polícia.</span></span> | ||
Em 1875 foi inaugurado no salão do [[INSTITUTO_VACÍNICO_DO_IMPÉRIO|<u>Instituto Vacínico do Império</u>]] um busto de mármore em sua homenagem. Posteriormente este busto foi transferido para sala de espera do Serviço Nacional de Tuberculose (LACAZ, 1966, p. 2). | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1875 foi inaugurado no salão do [[INSTITUTO_VACÍNICO_DO_IMPÉRIO|<u>Instituto Vacínico do Império</u>]] um busto de mármore em sua homenagem. Posteriormente este busto foi transferido para sala de espera do Serviço Nacional de Tuberculose (LACAZ, 1966, p. 2).</span></span> | ||
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<span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Teve uma sessão fúnebre realizada em sua memória em 29 de dezembro de 1892, e seu necrológio escrito pelo médico Alexandre José Soeiro de Faria Guarany, no ano de 1893, sob o título de “Discurso Biológico sobre o Barão do Lavradio”.</span></span> | |||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Produção intelectual</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Produção intelectual</span> = | ||
Edição das 00h27min de 10 de agosto de 2023
Outros nomes e/ou títulos: Lavradio, Barão do
Resumo: José Pereira Rego nasceu em 24 de agosto de 1816, na cidade do Rio de Janeiro, e faleceu na mesma cidade em 22 de novembro de 1892. Recebeu o título de Barão do Lavradio em 23 de setembro de 1874. Doutorou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1838, e destacou-se no campo da saúde pública, principalmente por sua atuação na Junta Central de Higiene Pública (1863-1881).
Dados pessoais
José Pereira Rego nasceu em 24 de agosto de 1816 na cidade do Rio de Janeiro. Era filho do capitão Manoel José Pereira Rego e de Anna Fausta de Almeida Rego, e irmão do doutor Joaquim Marcos de Almeida Rego. Casou-se em 18 de agosto de 1844 com Maria Rosa Pinheiro Ferreira, filha de Luiz Carlos Domingos Ferreira e Maria Rosa de Lima Pinheiro. Teve três filhos, entre eles o médico José Pereira Rego Filho (1845-1929), que igualmente destacou-se no campo da saúde pública no país.
Recebeu o título de Barão do Lavradio em 23 de setembro de 1874, e o mesmo título, mas elevado à honra de grandeza pela princesa Isabel, em 19 de setembro de 1877. Em 25 de novembro de 1870 recebeu, do Rei de Portugal, o título de Comendador da Real Ordem Militar Portuguesa da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi agraciado, também, com os títulos de Comendador da Ordem da Rosa, da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (1874), e da Ordem de Francisco José da Áustria.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1892.
Trajetória profissional
José Pereira Rego ingressou em 1833, juntamente com seu irmão Joaquim Marcos de Almeida Rego, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde doutorou-se em medicina em 20 de dezembro de 1838. Foram seus contemporâneos nesta faculdade Ignácio Álvares da Silva, Custódio Luiz de Miranda, Agostinho José Ferreira Bretas, Domingos Marinho de Azevedo Americano, João José Pimentel, Maximiano Antonio de Lemos, José Policarpo Araújo e Oliveira, João Eleutério Garcez e Gralha, Francisco de Souza Brandão, e Martinho Alvares da Silva Campos.
Doutorou-se com a tese intitulada “Dissertação sobre os phenomenos obtidos pelos diversos methodos de exploração do coração, e applicação dos mesmos phenomenos ao diagnostico d´algumas affecções do mesmo orgão, mais frequentes”. Joaquim dos Remedios Monteiro, diplomado em 1851 na mesma instituição, comentou sobre a tese defendida por José Pereira Rego e seu irmão:
“Os assuntos sobre que dissertaram os dois irmãos eram então, como ainda hoje, de maior importância, sobretudo se considerarmos que estes modos de exploração estavam, pode-se dizer, na infância em 1838, eram pouco conhecidos, pouco empregados no Brasil, tanto mais que os livros de Laënnec, da edição de 1834, e a outra em 1837, e o de Leopoldo Auenbrugger [Joseph Leopold von Auenbrugger] eram raros e pouco manuseados pelos médicos desse tempo. (....). Tive ocasião de perguntar ao Barão do Lavradio a razão de escreverem, ele e seu irmão, as suas teses de modo tal, que havia entre elas correlação, e uma era o complemento da outra. Respondeu-me que projetavam publicar em comum um livro de auscultação e percussão, de que as dissertações ou teses eram o escorso”. (Apud. RIBEIRO, 1992, p.58-59)
Em 1855 foi nomeado lente substituto da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas recusou o cargo.
Dois anos após seu doutoramento, em 1840, ingressou na Academia Imperial de Medicina, onde foi membro titular, eleito em 12 de março e empossado em 26 março de 1840, com a apresentação da memória “Dysenteria aguda”, presidente por duas ocasiões (1855-1857 e 1864-1883), e aclamado presidente perpétuo em 09 de outubro de 1883. Foi nesta instituição patrono da cadeira nº 7. Em sua memória apresentada à Academia descreveu a natureza e o tratamento da disenteria aguda, considerando-a como uma inflamação dos intestinos, principalmente do intestino grosso, para a qual o tratamento melhor indicado seria o antiflogístico, e resumiu “até a data em que foi escrita, todo o conhecimento sobre as disenterias agudas” (RIBEIRO, 1992, p.66). Com relação à terapêutica fundamentava-se nas ideias do médico François-Joseph-Victor Broussais (1772-1838), o qual segundo sua visão teria realizado uma verdadeira revolução nas ciências por ter proposto o melhor sistema estabelecido em medicina até aquela data.
Em 1844 foi o primeiro cirurgião a indicar os efeitos terapêuticos da ergotina e centeio espigado nas hemorragias uterinas puerperais.
José Pereira Rego teve expressiva atuação no campo da saúde pública. Integrou a Comissão Central de Saúde Pública, nomeada pelo Ministro do Império José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre), em 1850, para planejar as medidas sanitárias contra a epidemia de febre amarela que avançava sobre a cidade, juntamente com outros membros da Academia Imperial de Medicina, como Cândido Borges Monteiro, Manoel de Valladão Pimentel, José Maria de Noronha Feital, Antônio Felix Martins, Roberto Jorge Haddock Lobo, José Bento da Rosa, José Francisco Xavier Sigaud, Luís Vicente De Simoni , e Joaquim José da Silva (da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro). Após a primeira reunião da Comissão, realizada em 13 de fevereiro daquele ano, elaborou o panfleto intitulado “Conselhos às Famílias sobre o comportamento que devem observar durante a epidemia”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial, que o enviou para publicação nos principais jornais da cidade.
Na Junta de Higiene Pública, órgão superior encarregado da administração das questões de saúde do Império e criado pela decreto nº 598 de 14 de setembro de 1850, José Pereira Rego foi membro, presidente interino (23 de maio de 1863), e posteriormente seu presidente efetivo pelo decreto de 8 de junho de 1864, em função do falecimento do então presidente Francisco de Paula Cândido a 5 de abril do mesmo ano. Na qualidade de membro da Junta Central de Higiene Pública, assim denominada a partir de 1851, atuou no atendimento às inúmeras vítimas da primeira explosão da cólera-morbo, que ocorrera na cidade do Rio de Janeiro em 1855. Por ocasião da segunda explosão desta enfermidade, em 1867, José Pereira Rego, então presidente daquela instituição, relatou detalhadamente a incidência e a difusão daquela enfermidade, em o “Relatório do presidente da Junta Central de Higiene Pública, Dr. José Pereira Rego” (Rio de Janeiro, 1868), e na “Memória historica das epidemias de febre amarella e cholera-morbus que tem reinado no Brazil” (Rio de Janeiro, 1873).
As condições sanitárias da cidade, especialmente os esgotos, mereceram comentários e críticas de José Pereira Rego:
“Em conclusão direi: que as nossas valas de esgotos nunca ou quase nunca eram limpas; que constituíram o receptáculo de todas as imundícias das localidades por onde circulavam, e tornavam-se focos perenes de infecção miasmática mais ou menos profunda, contribuindo poderosamente para a insalubridade desta capital. (......). Quem viu esses batalhões de carregadores, atravessando a passo acelerado por certas ruas, como as da Guarda Velha, Ajuda, Ouvidor, Rosário, e outras, compostos, em sua maior parte de escravos, ou pretos libertos já velhos, estropiados e bêbados, que encontravam nesse trabalho um meio mais lucrativo do que outros, (......).” (Apud RIBEIRO, 1992, p.147-148)
Em relação ao plano da rede de esgotos da Companhia City Improvements, empresa que havia sido contratada pelo Governo Imperial desde 1857, José Pereira Rego reconheceu alguns de seus méritos, mas apontou também suas deficiências, as quais foram detalhadas no “Relatório da commissão nomeada pela imperial academia de medicina para analysar o relatorio apresentado ao governo imperial pelo sr. Engenheiro fiscal junto à companhia City Improvements acerca do estado dos esgotos e sua influência sobre a saude publica desta côrte, em resposta a outro que sobre o mesmo assumpto enviou a academia ao governo imperial”, apresentado em 28 de julho de 1873.
Face a este relatório, a Academia Imperial de Medicina constituiu uma comissão para apreciá-lo, composta por seu presidente, José Pereira Rego, e pelos acadêmicos Nicolau Joaquim Moreira e Luiz Corrêa de Azevedo. A Comissão julgou deficitário o serviço de esgotos da cidade, o qual comprometia a salubridade pública, e destacou, entre outros aspectos, a insuficiência do suprimento de água disposto para tal serviço.
Presidiu a comissão, criada pelo Aviso de 23 de junho de 1876, encarregada de estudar os fatores que tinham contribuído para a persistência e o desenvolvimento da febre amarela, e apontar os procedimentos necessários para eliminá-los. A comissão, integrada ainda por Antonio Correia de Souza Costa, João Vicente Torres Homem, Vicente Cândido Figueira de Sabóia, Hilário Soares de Gouvêa e João Baptista dos Santos, encaminhou ao Governo Imperial dois relatórios propondo a reorganização dos serviços sanitários terrestre e marítimo, e a adoção de medidas para melhoria das condições sanitárias da cidade. Em referências às medidas propostas José Pereira Rego expressou, em 1877, as seguintes considerações:
“Essas medidas, dizia ele, posto que insuficientes para satisfazerem as necessidades de que se ressente esta Corte, sob o ponto de vista das condições de sua higiene pública e polícia sanitária, constituem um auxiliar poderoso para melhorar as condições de salubridade e atenuar as causas que tão profundamente tem abalado a saúde pública nestes últimos tempos, mormente se os indivíduos encarregados dos serviços atinentes a esse fim se compenetrarem da importância dos deveres que lhes forem confiados, e não acreditarem que os empregos não passam de um meio de vida, como é tão comum hoje supor-se sem atender que a eles são inerentes deveres de que se não pode prescindir sem quebra de confiança de que se tornam depositários aqueles que os exercem. Mas, acrescentava o ilustre presidente da Junta, por motivos certamente valiosos que não me é dado perscrutar, a adoção dessas medidas não tem sido efetuada em totalidade e talvez ainda o não seja por muito tempo em falta de meios adequados à sua execução, mormente se a febre amarela conceder-nos um longo período de imunidade de suas manifestações epidêmicas, como sucede às vezes em todos os países em que costuma reinar”. (Apud BARBOSA, 1909, p.76)
Em função do disposto no art. 8º do decreto nº 2.052, de 12 de dezembro de 1857, que dispunha que todo aquele que fosse presidente da Junta Central de Higiene Pública deveria acumular o posto de inspetor de saúde do porto do Rio de Janeiro, José Pereira Rego foi nomeado inspetor em 25 de novembro de 1865, substituindo a Francisco Bonifácio de Abreu (Barão de Vila da Barra). Publicou diversos trabalhos sobre as condições sanitárias do Rio de Janeiro, entre os quais destacaram-se “Breve notícia das epidemias que se têm sucedido no Rio de Janeiro de 1836 a 1850”, e o “Estudo sobre as epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1871 até 1878”, ambos artigos publicados nos periódicos da Academia Imperial de Medicina.
Em 1873 foi inspetor geral do Instituto Vacínico do Império, e dez anos mais tarde, nos anos de 1883 a 1884, diretor interino da seção de serviço sanitário do Hospital Geralda Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, devido à ausência do titular Augusto Ferreira dos Santos, que se encontrava na Europa. Em 1885 passou a integrar a seção de médicos da “sala do banco” do mesmo hospital, cargo que exerceu certamente até 1889.
José Pereira Rego exonerou-se dos cargos de presidente da Junta Central de Higiene Pública, de inspetor geral do Instituto Vacínico e de inspetor de Saúde do Porto, em 19 de fevereiro de 1881, e foi substituído por João Baptista dos Santos, na presidência da Junta, por Nuno Ferreira de Andrade, na Inspetoria de Saúde do Porto, e por Peregrino José Leite, no Instituto Vacínico. Os médicos José Plácido Barbosa da Silva e Cássio Barbosa de Rezende comentaram a atuação e as dificuldades encontradas por José Pereira Rego frente à gestão da saúde pública:
“Substituto de Paula Cândido, esforçara-se como este para bem servir à causa pública e, se do esforço e do patriotismo destes médicos notáveis não auferiu a Pátria os benefícios de que hoje goza, a culpa certamente não lhes cabe. Lutadores de uma época em que a ciência médica mal saía daquela penumbra em que a envolviam teorias absurdas e concepções metafísicas, época em que não se conhecia bem a natureza da infecção e nada se sabia sobre o elemento do contágio; assoberbados por uma infinidade de questões que não poderiam resolver, porque lhes faltava para isso a base necessária, e privados, por outro lado, de todos os recursos materiais de que necessitavam para levar avante muitas das medidas que propuseram ao governo e, que, executadas, teriam forçosamente melhorado as condições de salubridade do Rio de Janeiro, quase nada poderiam conseguir.” (Apud CAMPOS, 1968, p.14-15)
Chefiou o consultório infantil da “Sala do Banco” do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, a convite de José Ildefonso de Souza Ramos (Barão de Três Barras), provedor da instituição entre 1879-1883. Elaborou um formulário infantil, publicado em duas edições, 1882 e 1890, no qual destacava tudo que era necessário para a prática daquele serviço. Durante sua atuação neste hospital recolheu material significativo para o estudo da patologia infantil e dos problemas sociais da criança, subsidiando assim memórias por ele apresentadas na Academia Imperial de Medicina, como: “Algumas considerações sobre as causas da mortalidade das crianças no Rio de Janeiro e moléstias mais frequentes nos seis a sete primeiros anos de vida”, e “Contribuição ao estudo das moléstias mais frequentes nas crianças das classes pobres desta cidade, de alguns fatos clínicos de interesse e de algumas apreciações sobre a preponderância e robustez das raças” (RIBEIRO, 1992, p.247).
A incidência de moléstias no Rio de Janeiro, especialmente a importância da vacinação, foram também objeto de suas reflexões, expressas no relatório que elaborou ainda na presidência da Junta Central de Higiene Pública, em 1866:
“Dos dados estatísticos escrupulosamente colhidos pelo sr. dr. Luiz da Silva Brandão, é evidente que a varíola representou um papel importante no quadro mortuário do ano de 1865, e mais uma vez ficou patente de quão pouco caso se faz das determinações do Governo com relação à vacinação no Exército e quanto é conveniente, fazendo sentir ao povo as vantagens que se tira da vacinação, obrigá-lo por uma legislação municipal, enérgica e severamente executada, a procurar este preservativo tão simples quanto eficaz contra um flagelo cruel, (...).” (Apud RIBEIRO, 1992, p.164)
Ainda em relação à questão da vacinação apresentou, em 1875, na Academia Imperial de Medicina, um anteprojeto intitulado “Bases para confecção de uma lei sobre vacinação e revacinação obrigatórias”, o qual foi encaminhado ao Governo Imperial.
José Pereira Rego foi médico de diversas casas de saúde particulares na cidade do Rio de Janeiro: Casa de Saúde Santa Teresa, na Rua Riachuelo nº 98, ao lado de seu filho José Pereira Rego Filho e de João Vicente Torres Homem; da Casa de Saúde Allo-Homeopática de Nossa Senhora da Glória, estabelecida na rua Fresca nº 17 (atual rua Clapp); da Casa de Saúde Cata Preta, Marinho e Werneck, fundada em 1863 na rua Fresca nº 1(atual rua Clapp); Casa de Saúde Previdência, que funcionava, desde 1861, na rua de Matacavalos nº 80 e 100 (atual rua Riachuelo) .
Teve grande participação em sociedades médicas nacionais. Pertenceu, como sócio, aos quadros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, sendo em 1869 membro do Conselho Fiscal desta instituição, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, e foi sócio benemérito e consultor da Sociedade Amante da Instrução, presidindo-a por seis anos. Foi um dos sócios fundadores do Instituto Homeopático do Brasil, associação criada em 1843.
Em sociedades estrangeiras atuou, como membro correspondente, da Real Academia Médica de Ciências de Lisboa, da Société Française de Hygiène e da Reale Accademia di Medicina di Torino.
Foi 2º redator (1840-1841) da Revista Médica Fluminense, auxiliar (1841-1842) da Revista Médica Brasileira, colaborador (1847-1848) e redator (1850-1853) dos Annaes de Medicina Brasiliense, publicações da Academia Imperial de Medicina.
Em 30 de julho de 1878 apresentou, na sessão magna da Academia Imperial de Medicina, um discurso sobre o estudo das doenças mentais, ressaltando a importância de se abrir as portas do Hospício de Pedro II, criado em 1841, aos médicos para o estudo clínico das moléstias mentais, assim como a necessidade da realização de cursos práticos e de uma cadeira especial para esta matéria.
Participou do Conselho de Sua Majestade, foi Grande do Império e médico honorário da Imperial Câmara, tendo sido nomeado para esta em 13 de julho de 1859. Integrou o séquito que acompanhou a Família Imperial na viagem da cidade de Petrópolis à Juiz de Fora, em junho de 1861, para a inauguração da Estrada União Indústria.
Recusou os convites para presidir as Províncias de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, mas exerceu cargos de eleição popular, como membro do partido conservador, e vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1865-1868). Como vereador apresentou em 1866, embora sem ter obtido êxito, um projeto de postura que proibia a construção de novos cortiços em certas áreas da cidade. Foi ainda subdelegado de polícia.
Em 1875 foi inaugurado no salão do Instituto Vacínico do Império um busto de mármore em sua homenagem. Posteriormente este busto foi transferido para sala de espera do Serviço Nacional de Tuberculose (LACAZ, 1966, p. 2).
Teve uma sessão fúnebre realizada em sua memória em 29 de dezembro de 1892, e seu necrológio escrito pelo médico Alexandre José Soeiro de Faria Guarany, no ano de 1893, sob o título de “Discurso Biológico sobre o Barão do Lavradio”.
Produção intelectual
- “Dissertação sobre os phenomenos obtidos pelos diversos methodos de exploração do coração, e applicação dos mesmos phenomenos aos diagnosticos d´algumas affecções do mesmo orgão, mais frequentes”. Tese (Doutoramento) – Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1838. Rio de Janeiro: Typografia Imparcial de Francisco de Paula Brito, 1838.
- “Esboço histórico das epidemias do Rio de Janeiro de 1830 a 1870”. [s.l.]: [s.n.], [s.d.].
- “Observações, que acompanham a memória sobre a disenteria aguda”. Revista Médica Fluminense, Rio de Janeiro, 1835-1841.
- “As molestias tratadas no hospital da Misericordia, serviço do dr. De-Simoni”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 8o, 1839-1840.
- “Considerações sobre alguns objetos relativos à higiene publica”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 4, v. 6, jul. 1840.
- “Considerações sobre a utilidade de estabelecer-se a constituição médica do Rio de Janeiro”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 5, v. 6, ago. 1840.
- “Pericardite crônica, hipertrófica do ventrículo esquerdo com estado cartilaginoso de uma das válvulas ventrículo-aórticas, pleuriz violento no curso do tratamento de fígado com cirrose do mesmo órgão, terminada pela morte, observação colhida na clínica do Sr. Dr. Valladão no Hospital da Misericórdia”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, 1840.
- “Convulsões puerperais resultantes de um parto laborioso, e seguidas de derramamento cerebral, hemiplegia do lado direito, estado comatoso durante cinco dias, perda da fala por nove dias, delírio sucedendo à estes fenômenos, diarréia ao depois, ulceração na região sacra, seguida de gangrena em grande extensão, febres intermitentes quotidianas, erisipela geral dos membros inferiores, reaparecimento da diarréia, sintomas de colite ligeira, terminando tudo pela cura”. Revista Medica Fluminense, Rio de Janeiro, n. 5, v. 6, ago. 1840.
- “Dysenteria aguda: memoria”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 9o, 1840-1841.
- “Considerações sobre os usos dos banhos de mar e seu emprego hygienico e therapeutico”. Revista Medica Brasileira, n. 2, v. 1, jun. 1841.
- “Relatório sobre a memória do sr. dr. José Pedro de Oliveira acerca da angina membranosa”. Revista Medica Brasileira, n. 12, 1842.
- “Algumas considerações sobre a prostituição”. Revista Medica Brasileira, 1841-1843.
- “Algumas considerações tendentes a mostrar a utilidade do estudo da higiene”. Revista Medica Brasileira, 1841-1845.
- “Considerações sobre algumas enfermidades de crianças, mais frequentes no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 15o, 1847-1848.
- “Epidemia de escarlatina A – 1837-1838”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v. 2, 1850.
- “Conselhos às Famílias sobre o comportamento que devem observar durante a epidemia”. [Rio de Janeiro]: [s.n.], [1850].
- “Algumas reflexões sobre o accrescimo progressivo da mortalidade no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1850-1851.
- “Breve notícia das epidemias que se têm sucedido no Rio de Janeiro de 1836 a 1850”. Annaes Brazilienses de Medicina, VI, 1850-1851.
- “Historia e descrição da febre amarella epidemica que grassou no Rio de Janeiro em 1850”. Rio de Janeiro: Typografia da F. de Paula Brito, 1851.
- “Febre amarela no Rio Grande do Norte. Parecer sobre o trabalho do dr. Thomaz Cardoso de Almeida, 1851-1852”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, [s.d.].
- “Progresso da medicina na Alemanha. Parecer sobre a memória do dr. Roberto Lallemant”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1851-1852.
- “Resposta às observações feitas pelo sr. dr. João José de Carvalho sobre algumas opiniões e princípios expendidos na historia e descripção da febre amarella epidemica, que grassou em 1850”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1851-1852.
- “Cancro. Parecer sobre a memória do dr. Bezerra de Menezes”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1857-1858.
- “Febre amarela no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1857-1858.
- “Nota sobre os effeitos da ergotina e centeio espigado nas hemorrhagias uterinas puerperaes”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 23º, 1857-1858.
- “Laringoscópio. Parecer sobre a memória do dr. Eduardo de Abreu”. Anais Brasileiros de Medicina, 1863-1864.
- “Sessão anniversaria da imperial sociedade amante da instrução, em 05 de setembro de 1866”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1866.
- “Relatório do presidente da Junta Central de Higiene Pública, Dr. José Pereira Rego”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1868.
- “Pontos de contato entre a escarlatina e a difteria”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 27, 1871-1872.
- “Diagnostico entre os envenenamentos e as molestias naturaes”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 23o, 1871-1872.
- “Esboço historico das epidemias que teem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1830 até 1870”. Diário Official do Império do Brazil, Rio de Janeiro, 1872.
- “Memória historica das epidemias de febre amarella e cholera-morbus que tem reinado no Brazil”. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1873.
- “Relatório sobre o estado do systema actual de esgostos e o movimento sanitario desta côrte desde que está elle em execução; apresentado à Academia Imperial de Medicina pelo seu presidente, etc.”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1873.
- “Relatório da commissão nomeada pela imperial academia de medicina para analysar o relatorio apresentado ao governo imperial pelo sr. Engenheiro fiscal junto à companhia City Improvements acerca do estado dos esgotos e sua influencia sobre a saude publica desta côrte, em resposta a outro que sobre o mesmo assumpto enviou a academia ao governo imperial”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1874.
- “Bases para confecção de uma lei sobre vacinação e revacinação obrigatórias”. Rio de Janeiro: [s.n.], [1875].
- “Fibromioma da cavidade uterina expulso espontaneamente”. Progresso Medico, v. 1, 1876.
- “Exame comparado da meteorologia com o estado pathologico e a mortalidade do Rio de Janeiro, extrahidos do relatorio das repartições de saude publica”. Progresso Medico, tomo 1º, 1876.
- “Estudo sobre as epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro desde 1871 até 1878”. Progresso Medico, tomo 2º e tomo 3º, 1877.
- “Tratamento e prophilaxia de cholera-morbus: relatório da Junta Central de Hygiene”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1878.
- “Plano dos melhoramentos necessarios para preservar a cidade do Rio de Janeiro das epidemias reinantes”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1878.
- “Apontamentos sobre a mortalidade da cidade do Rio de Janeiro, particularmente das crianças e sobre o movimento de sua população no primeiro quatriennio depois do recenseamento feito em 1872”. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1878.
- “Relatorios da Junta Geral de Higiene Publica (1865 a 1880)”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1865-1880.
- “Relatórios da Junta Central de Higiene, Instituto Vacínico e Saúde do Porto, apresentando ao Governo Imperial”. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1866-1880.
- “Estudo das epidemias que tem grassado nesta côrte de 1871 até 1880”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 48º, [s.d.].
- “Estado sanitario da cidade do Rio de Janeiro no decurso do anno de 1880 e no de 1881”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 33º, [s.d.].
- “Discursos proferidos perante a Academia Imperial de Medicina pelo presidente nos annos de 1864 a 1881”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 29º a 31º e 33º a 47º, [s.d.].
- “Exposição do estado sanitario desta côrte no decurso do anno de 1881, lida na sessão da Imperial Academia de Medicina de 21 de março de 1882, seguida de dous mappas da mortalidade no anno de 1881”. [s.l.]: [s.n.], [s.d.].
- “Estudo das epidemias que tem grassado na cidade do Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo XXXIV, 1882.
- “Coleção de formulas para o tratamento das moléstias da infância, organizada para o Hospital da Santa Casa da Misericórdia pelo Consº Barão do Lavradio”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1882.
- “Moléstias de crianças mais frequentes nas classes pobre no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, 1882-1884.
- “Discurso lido na sessão de 27 de julho do corrente anno (1886)”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1886.
- “Exposição do movimento sanitário da cidade do Rio de Janeiro no 1o semestre de 1886”. Annaes da Academia Imperial de Medicina, Rio de Janeiro, 4ª série, tomo 2º, 1886-1887.
- “Parecer sobre a memória do dr. José Maria Teixeira: Causas da Mortalidade das crianças no Rio de Janeiro”. Annaes da Academia Imperial de Medicina, Rio de Janeiro, 1887.
- “Exposição do movimento sanitário da cidade do Rio de Janeiro no decurso do 2o semestre de 1886”. Annaes da Academia Imperial de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 2º, 1887-1888.
- “Exposição do movimento sanitário da cidade do Rio de Janeiro”. Annaes da Academia Imperial de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 4º, 1888-1889.
- “Formulário de moléstias de crianças para o uso do hospital da Santa Casa da Misericórdia”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1890.
- “Utilidade de estabelecer-se a constituição medica no Rio de Janeiro”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 9º, [s.d.].
- “Tetano”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 28º, [s.d.].
- “Algumas considerações sobre as causas da mortalidade das crianças no Rio de Janeiro e moléstias mais freqüentes nos seis a sete primeiros anos de vida”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro: [s.n.], [s.d.].
- “Contribuição ao estudo das moléstias mais freqüentes nas crianças das classes pobres desta cidade, de alguns fatos clínicos de interesse e de algumas apreciações sobre a preponderância e robustez das raças”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro: [s.n.], [s.d.].
Fontes
- BARATA, Carlos Eduardo de Almeida. Presidentes do Senado no Império. Uma Radiografia Histórica, Genealógica, Social, Política e Diplomática do Brasil Imperial. 1997. (RGPL)
- BARBOSA, Plácido; REZENDE, Cassio Barbosa. Os Serviços de Saúde Pública no Brasil especialmente na cidade do Rio de Janeiro de 1808 a 1907 (esboço histórico e legislação). Primeiro volume (Esboço Histórico). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1909. In: FIOCRUZ. Obras Raras Fiocruz. Acervo Digital de Obras Raras e Especiaes. Capturado em 28 set. 2020. Online. Disponível em: https://www.obrasraras.fiocruz.br/media.details.php?mediaID=243
- BRASIL. Decreto nº 598, de 14 de setembro de 1850. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet:
http://legis.senado.leg.br/norma/597608/publicacao?tipoDocumento=DPL-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Decreto nº 2.052, de 12 de dezembro 1857. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet:
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Ficha técnica
Pesquisa – Rodrigo Borges Monteiro.
Redação – Rodrigo Borges Monteiro, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão – Francisco José Chagas Madureira
Atualização - Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
REGO, JOSÉ PEREIRA. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 21 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)