ESCOLA DE HUMANIDADES E CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS: mudanças entre as edições
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<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde 1808, antes de ter sido fundada a [[ESCOLA_ANATÔMICA,_CIRÚRGICA_E_MÉDICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro</u>]], foi estabelecida uma botica no <u>[[HOSPITAL_REAL_MILITAR_E_ULTRAMAR|Hospital Real Militar e Ultramar]] </u>do morro do Castelo, no antigo Colégio dos Jesuítas, a chamada [[BOTICA_REAL_MILITAR|<u>Botica Real Militar</u>]], onde se aprendia a arte de formular medicamentos. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No ano seguinte, foi criada dentro do curso médico do Rio de Janeiro, na Escola citada, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo. Dez anos depois (1819) foi instituída na então [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DA_BAHIA|<u>Academia Médico-Cirúrgica da Bahia</u>]], antiga Escola de Cirurgia da Bahia, a cadeira de farmácia, matéria médica e terapêutica, sendo designado para ocupá-la, em 1821, o médico português [[PAIVA,_MANUEL_JOAQUIM_HENRIQUES_DE|<u>Manuel Joaquim Henriques de Paiva</u>]]. Somente a partir da reforma do ensino médico de 1832, foi fundado o curso farmacêutico, vinculado, contudo, às faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Criada no ano de 1835, a Seção de Farmácia da [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], antiga [[SOCIEDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], apresentou no ano seguinte à mesma, um plano de reorganização do curso de farmácia daquelas faculdades e propôs a criação de escolas de farmácia nas capitais das províncias de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Ceará e São Pedro do Sul, atual Rio Grande do Sul. Essas deveriam ficar subordinadas àquelas do Rio de Janeiro e da Bahia. Em 1839, surgiu na capital da província de Minas Gerais a [[ESCOLA_DE_FARMÁCIA_DE_OURO_PRETO|<u>Escola de Farmácia de Ouro Preto</u>]], a primeira e única independente do curso de medicina, como unidade individualizada na época. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Pela reforma de 1832, ficou estabelecido que ninguém poderia “curar, ter botica, ou partejar”, sem título conferido ou aprovado pelas citadas faculdades. Isto obrigava os proprietários das farmácias a pagarem farmacêuticos diplomados para darem nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX. Geralmente, o farmacêutico pago ia à botica somente para receber o pagamento correspondente ao “aluguel” de seu diploma; e a manipulação e venda das drogas acabava ficando a cargo de um prático, aprendiz ou sob responsabilidade do proprietário que se transformava num boticário “prático”. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi criada por iniciativa do [[INSTITUTO_FARMACÊUTICO_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro</u>]], sociedade fundada em 29 de julho de 1858, cujo presidente era Eduardo Júlio Janvrot, farmacêutico de origem francesa, diplomado em 1854 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Uma das finalidades desse Instituto, segundo seus estatutos, era a organização de um corpo de praticantes de farmácia, chamando-os de pensionistas e facilitando-lhes os estudos preparatórios exigidos para o curso de farmácia nas faculdades de medicina. Com este objetivo, o Instituto, que contava com uma subvenção anual do Governo Imperial, além de seus próprios recursos, bancou a nova escola. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, que ficou sediada na rua São José n° 75, foi inaugurada no dia 15 de maio de 1874, e nesta ocasião o Conselheiro Manoel Maria de Moraes Valle, lente de farmácia da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e presidente honorário do Instituto Farmacêutico, proferiu um discurso no qual ressaltou a importância da instrução e do progresso intelectual do país (VALLE, 1874). </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Na inauguração Eduardo Júlio Janvrot, fundador do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, destacou em seu discurso a importância da instrução pública, da “inteligência esclarecida” para a humanidade, e que a classe farmacêutica não poderia ficar fora deste processo. E neste sentido:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“(....) o Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro, compenetrado de que lhe cabia lugar entre os operários da civilização, pensou em executar durante o ministério de S. Ex. o Sr. Conselheiro Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira, o que foi determinado em seus estatutos, e que, á falta de meios não lhe foi dado realizar até aqui – a abertura de dois cursos públicos e gratuitos – de humanidades e de sciencias farmacêuticas. Com tal creação tem o Instituto em vista, principalmente, elevar a classe farmacêutica ao nível a que tem jus, colocando-a a frente de suas escolas especiaes, como é de razão e se dá entre as nações praticas que visão o estabelecimento da ordem e a harmonia dos ramos da publica instrucção”. (JANVROT, 1874, p.19-20)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em anúncio no ''Almanak Laemmert'' de 1875 sobre a Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, se afirmava que esta tinha “por fim proporcionar o ensino livre e gratuito aos que, não podendo pensionar a professores, desejão, todavia, entregar-se ao estudo do Curso de Humanidades assim como das ''sciencias farmaceuticas”'' (ESCOLA, 1875). </span></span></p> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde 1808, antes de ter sido fundada a [[ESCOLA_ANATÔMICA,_CIRÚRGICA_E_MÉDICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro</u>]], foi estabelecida uma botica no <u>[[HOSPITAL_REAL_MILITAR_E_ULTRAMAR|Hospital Real Militar e Ultramar]] </u>do morro do Castelo, no antigo Colégio dos Jesuítas, a chamada [[BOTICA_REAL_MILITAR|<u>Botica Real Militar</u>]], onde se aprendia a arte de formular medicamentos. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No ano seguinte, foi criada dentro do curso médico do Rio de Janeiro, na Escola citada, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo. Dez anos depois (1819) foi instituída na então [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DA_BAHIA|<u>Academia Médico-Cirúrgica da Bahia</u>]], antiga Escola de Cirurgia da Bahia, a cadeira de farmácia, matéria médica e terapêutica, sendo designado para ocupá-la, em 1821, o médico português [[PAIVA,_MANUEL_JOAQUIM_HENRIQUES_DE|<u>Manuel Joaquim Henriques de Paiva</u>]]. Somente a partir da reforma do ensino médico de 1832, foi fundado o curso farmacêutico, vinculado, contudo, às faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Criada no ano de 1835, a Seção de Farmácia da [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], antiga [[SOCIEDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], apresentou no ano seguinte à mesma, um plano de reorganização do curso de farmácia daquelas faculdades e propôs a criação de escolas de farmácia nas capitais das províncias de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Ceará e São Pedro do Sul, atual Rio Grande do Sul. Essas deveriam ficar subordinadas àquelas do Rio de Janeiro e da Bahia. Em 1839, surgiu na capital da província de Minas Gerais a [[ESCOLA_DE_FARMÁCIA_DE_OURO_PRETO|<u>Escola de Farmácia de Ouro Preto</u>]], a primeira e única independente do curso de medicina, como unidade individualizada na época. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Pela reforma de 1832, ficou estabelecido que ninguém poderia “curar, ter botica, ou partejar”, sem título conferido ou aprovado pelas citadas faculdades. Isto obrigava os proprietários das farmácias a pagarem farmacêuticos diplomados para darem nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX. Geralmente, o farmacêutico pago ia à botica somente para receber o pagamento correspondente ao “aluguel” de seu diploma; e a manipulação e venda das drogas acabava ficando a cargo de um prático, aprendiz ou sob responsabilidade do proprietário que se transformava num boticário “prático”. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi criada por iniciativa do [[INSTITUTO_FARMACÊUTICO_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro</u>]], sociedade fundada em 29 de julho de 1858, cujo presidente era Eduardo Júlio Janvrot, farmacêutico de origem francesa, diplomado em 1854 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Uma das finalidades desse Instituto, segundo seus estatutos, era a organização de um corpo de praticantes de farmácia, chamando-os de pensionistas e facilitando-lhes os estudos preparatórios exigidos para o curso de farmácia nas faculdades de medicina. Com este objetivo, o Instituto, que contava com uma subvenção anual do Governo Imperial, além de seus próprios recursos, bancou a nova escola. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, que ficou sediada na rua São José n° 75, foi inaugurada no dia 15 de maio de 1874, e nesta ocasião o Conselheiro Manoel Maria de Moraes Valle, lente de farmácia da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e presidente honorário do Instituto Farmacêutico, proferiu um discurso no qual ressaltou a importância da instrução e do progresso intelectual do país (VALLE, 1874). </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Na inauguração Eduardo Júlio Janvrot, fundador do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, destacou em seu discurso a importância da instrução pública, da “inteligência esclarecida” para a humanidade, e que a classe farmacêutica não poderia ficar fora deste processo. E neste sentido:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“(....) o Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro, compenetrado de que lhe cabia lugar entre os operários da civilização, pensou em executar durante o ministério de S. Ex. o Sr. Conselheiro Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira, o que foi determinado em seus estatutos, e que, á falta de meios não lhe foi dado realizar até aqui – a abertura de dois cursos públicos e gratuitos – de humanidades e de sciencias farmacêuticas. Com tal creação tem o Instituto em vista, principalmente, elevar a classe farmacêutica ao nível a que tem jus, colocando-a a frente de suas escolas especiaes, como é de razão e se dá entre as nações praticas que visão o estabelecimento da ordem e a harmonia dos ramos da publica instrucção”. (JANVROT, 1874, p.19-20)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em anúncio no ''Almanak Laemmert'' de 1875 sobre a Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, se afirmava que esta tinha “por fim proporcionar o ensino livre e gratuito aos que, não podendo pensionar a professores, desejão, todavia, entregar-se ao estudo do Curso de Humanidades assim como das ''sciencias farmaceuticas”'' (ESCOLA, 1875). </span></span></p> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Estrutura e funcionamento</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Estrutura e funcionamento</span> = | ||
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1874, por ocasião de inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, foi criado um regulamento provisório que determinou suas bases e suas disciplinas.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Com base no regulamento provisório, sua diretoria era constituída pelo presidente e pelo secretário do Instituto Farmacêutico, que assumiram os cargos de diretor e secretário, respectivamente. Deste modo, o cargo de diretor coube a Eduardo Júlio Janvrot, que o ocupou até o término da Escola, e o de secretário ao farmacêutico Augusto Cezar Diogo, que foi substituído, em julho de 1874, por Herculano Cyrillo Brício Bezerra Montenegro.<br/> <br/> Eduardo Júlio Janvrot, em seu o discurso proferido na inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, apresentou as cadeiras referentes aos cursos da instituição, o de humanidades e o de ciências farmacêuticas:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“O curso de humanidades, que o Instituto fundou, consta das seguintes cadeiras: portuguez, francez, inglez, alemão, latim, historia, geografia, filosofia e mathematicas elementares. O curso de sciencias farmacêuticas constará de: Physica em geral, Chimica inorgânica, Chimica orgânica, Mineralogia, Noções de geologia, Zoologia, Botanica, Historia natural dos medicamentos, Analyses em geral, Toxicologia, Pharmacia legal e pharmcia thoerica e pratica.” (JANVROT, 1874, p.20)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1875, segundo o ''Almanak Laemmert'' as disciplinas oferecidas e seus professores na Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas eram: <br/> Curso de humanidades:<br/> português - José Jansen da Silva Paço;<br/> latim - José Ferreira Barretto;<br/> francês - Ruben Julio Tavares;<br/> história - Alfredo Martins da Silva;<br/> inglês - Martinho Mariano de Mattos;<br/> matemáticas - João Baptista Maia de Lacerda;<br/> filosofia - José Eduardo Teixeira de Souza;<br/> geometria - vaga;<br/> alemão - vaga. <br/> Curso de ciências farmacêuticas: <br/> física geral - Ignácio Pereira de Oliveira; <br/> química orgânica - Antônio José Teixeira de Azevedo; <br/> história natural dos medicamentos - Augusto Cezar Diogo; <br/> farmácia teórica e prática - Eduardo Júlio Janvrot; <br/> mineralogia e geologia - Antonio Estevão da Costa e Cunha; <br/> toxicologia e análise geral - Joaquim José de Azevedo. <br/> (ESCOLA, 1875)</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O curso era gratuito, e foi bastante procurado no seu primeiro ano de funcionamento, quando atingiu o número de 155 matrículas, que ficou reduzido a 101 alunos inscritos.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em março de 1876, quando o imperador D. Pedro II visitou o Instituto Farmacêutico, segundo notícias veiculadas pela Tribuna Pharmaceutica, periódico desse mesmo Instituto, o curso de Humanidades se encontrava em seu terceiro ano de funcionamento, ao passo que as aulas do curso de Ciências Farmacêuticas teriam início naquele ano.<br/> O “Resultado da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas (1875)”, apresentado na ''Tribuna Pharmaceutica'', em 1877, Antônio José Teixeira de Azevedo comentou sobre a situação da instituição:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“A Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas é hoje conhecida particularmente do publico d´esta capital, para que empreendamos vulgarisal-a, no momento em que conta dous anos de existência e entra em um terceiro período annuo. Medir o caminho que tem feito como primeiro auxiliar da emancipação pharmceutica, apreciar as manobras e observar seos resultados docentes, são especialmente os factos para os quaes devemos dirigir a atenção n´esta apreciação.” (RESULTADO, 1877, p.81-82)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Teixeira de Azevedo na conclusão da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, retomou algumas das considerações que haviam sido apresentadas por Janvrot especialmente relativas a um maior apoio à instituição:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Proseguindo ainda n´esta parte, o Sr. Janvrot declina os recursos a lançar mão pelo Instituto no fim de sustentar a Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas. Aconselhando a iniciativa n´este caso, diz: «Saiba, porém, medir os passos que der (o Instituto); saiba chamar sempre a atenção benévola do publico fluminense, e saiba falar ao governo imperial de modo a convencer que sem o desenvolvimento da sciencia não existem artes nem industrias, e a Escola de Humanidades e Scinecias Phamraceuticas logrará adquirir casa apropriada ao ensino das humanidades e com espaço maior para a disciplina das aulas de physica, botânica, chimica mineral, chimica orgânica, zoologia, mineralogia, geologia, toxiolocia e anlyse em geral, historia dos medicamentos e pharmacia theorica e pratica, etc., etc.» (RESULTADO, 1877, p.114-115) </span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A demanda por um maior apoio à Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi se tornando cada vez mais pública ao longo dos anos. Neste sentido, o conselheiro e senador do Império Manoel Francisco Corrêa, criador e coordenador das Conferências Populares da Glória, realizadas a partir de 23 de novembro de 1873 em escolas públicas da freguesia da Glória, proferiu, em 17 de março de 1878, a conferência “Conveniência de manter a Escola de Humanidades criada pelo Instituto Farmacêutico (conferência especial)”, manifestando suas considerações em apoio à instituição.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1882, especialmente nas páginas da ''Tribuna Pharmaceutica'', era recorrente matérias buscando afirmar a importância da Escola para a educação do farmacêutico:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“A Escola de Humanidades mantida pelo Instituto Pharmaceutico desde o anno de 1874, e que sem interrupção tem funcionado, produzindo anualmente bom numero de aspirantes aos vários cursos superiores das escolas do Imperio, continua ser objeto da atenção dos que veem nessa propaganda do Instituto uma reação methodica, conveniente e a todo o ponto digna de louvor. Formar o Instituo uma sociedade educada á luz dos verdadeiros princípios da evolução natural; constituir em cada classe da sociedade um núcleo cujo nucléolo seja a influencia do beneficio outorgado pela sua Escola de Humanidades; iniciar a educação do pharmaceutico pelo ensino das matérias preparatórias no recinto cujo ambiente é a conquista da emancipação da pharmacia, são os elementos que o Instituto mui pensadamente julgou sempre acertados e valiosos no empreendimento que é objeto de seus mais sérios cuidados – A emancipação da pharmacia no Brazil.” (A ESCOLA, 1882, p.92)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Importa registrar que, com base nas informações encontradas a respeito da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, não se sabe ao certo por quanto tempo ela funcionou. No entanto, em 1885, no ''Almanak Laemmert'', ainda era publicada a relação das disciplinas (português, história, geografia, latim, aritmética, geometria, francês, filosofia) oferecidas pelo curso de Humanidades da Escola, acompanhada da lista de seus respectivos professores:<br/> português - Alfredo Coelho Barreto; João José Pereira de Azurara;<br/> história - Bernardino Candido de Carvalho;<br/> geografia - Frederico Carlos da Costa Britto;<br/> latim - Ildefonso Augusto e Oliveira Azeredo;<br/> inglês - José Manoel de Moraes;<br/> aritmética - Manoel Cursinio Peixoto do Amarante;<br/> geometria - Raul do Nascimento Guedes;<br/> francês - Rubem Julio Tavares;<br/> filosofia - Severiano Martins de Oliveira Urculú. (INSTITUTO, 1885). </span></span></p> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1874, por ocasião de inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, foi criado um regulamento provisório que determinou suas bases e suas disciplinas.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Com base no regulamento provisório, sua diretoria era constituída pelo presidente e pelo secretário do Instituto Farmacêutico, que assumiram os cargos de diretor e secretário, respectivamente. Deste modo, o cargo de diretor coube a Eduardo Júlio Janvrot, que o ocupou até o término da Escola, e o de secretário ao farmacêutico Augusto Cezar Diogo, que foi substituído, em julho de 1874, por Herculano Cyrillo Brício Bezerra Montenegro.<br/> <br/> Eduardo Júlio Janvrot, em seu o discurso proferido na inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, apresentou as cadeiras referentes aos cursos da instituição, o de humanidades e o de ciências farmacêuticas:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“O curso de humanidades, que o Instituto fundou, consta das seguintes cadeiras: portuguez, francez, inglez, alemão, latim, historia, geografia, filosofia e mathematicas elementares. O curso de sciencias farmacêuticas constará de: Physica em geral, Chimica inorgânica, Chimica orgânica, Mineralogia, Noções de geologia, Zoologia, Botanica, Historia natural dos medicamentos, Analyses em geral, Toxicologia, Pharmacia legal e pharmcia thoerica e pratica.” (JANVROT, 1874, p.20)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1875, segundo o ''Almanak Laemmert'' as disciplinas oferecidas e seus professores na Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas eram: <br/> Curso de humanidades:<br/> português - José Jansen da Silva Paço;<br/> latim - José Ferreira Barretto;<br/> francês - Ruben Julio Tavares;<br/> história - Alfredo Martins da Silva;<br/> inglês - Martinho Mariano de Mattos;<br/> matemáticas - João Baptista Maia de Lacerda;<br/> filosofia - José Eduardo Teixeira de Souza;<br/> geometria - vaga;<br/> alemão - vaga. <br/> Curso de ciências farmacêuticas: <br/> física geral - Ignácio Pereira de Oliveira; <br/> química orgânica - Antônio José Teixeira de Azevedo; <br/> história natural dos medicamentos - Augusto Cezar Diogo; <br/> farmácia teórica e prática - Eduardo Júlio Janvrot; <br/> mineralogia e geologia - Antonio Estevão da Costa e Cunha; <br/> toxicologia e análise geral - Joaquim José de Azevedo. <br/> (ESCOLA, 1875)</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O curso era gratuito, e foi bastante procurado no seu primeiro ano de funcionamento, quando atingiu o número de 155 matrículas, que ficou reduzido a 101 alunos inscritos.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em março de 1876, quando o imperador D. Pedro II visitou o Instituto Farmacêutico, segundo notícias veiculadas pela Tribuna Pharmaceutica, periódico desse mesmo Instituto, o curso de Humanidades se encontrava em seu terceiro ano de funcionamento, ao passo que as aulas do curso de Ciências Farmacêuticas teriam início naquele ano.<br/> O “Resultado da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas (1875)”, apresentado na ''Tribuna Pharmaceutica'', em 1877, Antônio José Teixeira de Azevedo comentou sobre a situação da instituição:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“A Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas é hoje conhecida particularmente do publico d´esta capital, para que empreendamos vulgarisal-a, no momento em que conta dous anos de existência e entra em um terceiro período annuo. Medir o caminho que tem feito como primeiro auxiliar da emancipação pharmceutica, apreciar as manobras e observar seos resultados docentes, são especialmente os factos para os quaes devemos dirigir a atenção n´esta apreciação.” (RESULTADO, 1877, p.81-82)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Teixeira de Azevedo na conclusão da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, retomou algumas das considerações que haviam sido apresentadas por Janvrot especialmente relativas a um maior apoio à instituição:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Proseguindo ainda n´esta parte, o Sr. Janvrot declina os recursos a lançar mão pelo Instituto no fim de sustentar a Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas. Aconselhando a iniciativa n´este caso, diz: «Saiba, porém, medir os passos que der (o Instituto); saiba chamar sempre a atenção benévola do publico fluminense, e saiba falar ao governo imperial de modo a convencer que sem o desenvolvimento da sciencia não existem artes nem industrias, e a Escola de Humanidades e Scinecias Phamraceuticas logrará adquirir casa apropriada ao ensino das humanidades e com espaço maior para a disciplina das aulas de physica, botânica, chimica mineral, chimica orgânica, zoologia, mineralogia, geologia, toxiolocia e anlyse em geral, historia dos medicamentos e pharmacia theorica e pratica, etc., etc.» (RESULTADO, 1877, p.114-115) </span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A demanda por um maior apoio à Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi se tornando cada vez mais pública ao longo dos anos. Neste sentido, o conselheiro e senador do Império Manoel Francisco Corrêa, criador e coordenador das Conferências Populares da Glória, realizadas a partir de 23 de novembro de 1873 em escolas públicas da freguesia da Glória, proferiu, em 17 de março de 1878, a conferência “Conveniência de manter a Escola de Humanidades criada pelo Instituto Farmacêutico (conferência especial)”, manifestando suas considerações em apoio à instituição.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1882, especialmente nas páginas da ''Tribuna Pharmaceutica'', era recorrente matérias buscando afirmar a importância da Escola para a educação do farmacêutico:</span></span></p> <blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“A Escola de Humanidades mantida pelo Instituto Pharmaceutico desde o anno de 1874, e que sem interrupção tem funcionado, produzindo anualmente bom numero de aspirantes aos vários cursos superiores das escolas do Imperio, continua ser objeto da atenção dos que veem nessa propaganda do Instituto uma reação methodica, conveniente e a todo o ponto digna de louvor. Formar o Instituo uma sociedade educada á luz dos verdadeiros princípios da evolução natural; constituir em cada classe da sociedade um núcleo cujo nucléolo seja a influencia do beneficio outorgado pela sua Escola de Humanidades; iniciar a educação do pharmaceutico pelo ensino das matérias preparatórias no recinto cujo ambiente é a conquista da emancipação da pharmacia, são os elementos que o Instituto mui pensadamente julgou sempre acertados e valiosos no empreendimento que é objeto de seus mais sérios cuidados – A emancipação da pharmacia no Brazil.” (A ESCOLA, 1882, p.92)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Importa registrar que, com base nas informações encontradas a respeito da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, não se sabe ao certo por quanto tempo ela funcionou. No entanto, em 1885, no ''Almanak Laemmert'', ainda era publicada a relação das disciplinas (português, história, geografia, latim, aritmética, geometria, francês, filosofia) oferecidas pelo curso de Humanidades da Escola, acompanhada da lista de seus respectivos professores:<br/> português - Alfredo Coelho Barreto; João José Pereira de Azurara;<br/> história - Bernardino Candido de Carvalho;<br/> geografia - Frederico Carlos da Costa Britto;<br/> latim - Ildefonso Augusto e Oliveira Azeredo;<br/> inglês - José Manoel de Moraes;<br/> aritmética - Manoel Cursinio Peixoto do Amarante;<br/> geometria - Raul do Nascimento Guedes;<br/> francês - Rubem Julio Tavares;<br/> filosofia - Severiano Martins de Oliveira Urculú. (INSTITUTO, 1885). </span></span></p> | ||
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Edição atual tal como às 22h41min de 6 de setembro de 2023
Denominações: Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas (1874)
Resumo: A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi criada por iniciativa do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, fundado em 29 de julho de 1858. Foi inaugurada em 15 de maio de 1874, instalada inicialmente na rua São José, na cidade do Rio de Janeiro. A finalidade dessa Escola, segundo seus estatutos, era a organização de um corpo de praticantes de farmácia, ministrando os estudos preparatórios exigidos para o curso de farmácia nas faculdades de medicina. A Escola teve curta duração, não sabendo-se qual a data precisa de sua extinção.
Histórico
Desde 1808, antes de ter sido fundada a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, foi estabelecida uma botica no Hospital Real Militar e Ultramar do morro do Castelo, no antigo Colégio dos Jesuítas, a chamada Botica Real Militar, onde se aprendia a arte de formular medicamentos.
No ano seguinte, foi criada dentro do curso médico do Rio de Janeiro, na Escola citada, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo. Dez anos depois (1819) foi instituída na então Academia Médico-Cirúrgica da Bahia, antiga Escola de Cirurgia da Bahia, a cadeira de farmácia, matéria médica e terapêutica, sendo designado para ocupá-la, em 1821, o médico português Manuel Joaquim Henriques de Paiva. Somente a partir da reforma do ensino médico de 1832, foi fundado o curso farmacêutico, vinculado, contudo, às faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Criada no ano de 1835, a Seção de Farmácia da Academia Imperial de Medicina, antiga Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, apresentou no ano seguinte à mesma, um plano de reorganização do curso de farmácia daquelas faculdades e propôs a criação de escolas de farmácia nas capitais das províncias de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Ceará e São Pedro do Sul, atual Rio Grande do Sul. Essas deveriam ficar subordinadas àquelas do Rio de Janeiro e da Bahia. Em 1839, surgiu na capital da província de Minas Gerais a Escola de Farmácia de Ouro Preto, a primeira e única independente do curso de medicina, como unidade individualizada na época.
Pela reforma de 1832, ficou estabelecido que ninguém poderia “curar, ter botica, ou partejar”, sem título conferido ou aprovado pelas citadas faculdades. Isto obrigava os proprietários das farmácias a pagarem farmacêuticos diplomados para darem nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX. Geralmente, o farmacêutico pago ia à botica somente para receber o pagamento correspondente ao “aluguel” de seu diploma; e a manipulação e venda das drogas acabava ficando a cargo de um prático, aprendiz ou sob responsabilidade do proprietário que se transformava num boticário “prático”.
A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi criada por iniciativa do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, sociedade fundada em 29 de julho de 1858, cujo presidente era Eduardo Júlio Janvrot, farmacêutico de origem francesa, diplomado em 1854 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Uma das finalidades desse Instituto, segundo seus estatutos, era a organização de um corpo de praticantes de farmácia, chamando-os de pensionistas e facilitando-lhes os estudos preparatórios exigidos para o curso de farmácia nas faculdades de medicina. Com este objetivo, o Instituto, que contava com uma subvenção anual do Governo Imperial, além de seus próprios recursos, bancou a nova escola.
A Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, que ficou sediada na rua São José n° 75, foi inaugurada no dia 15 de maio de 1874, e nesta ocasião o Conselheiro Manoel Maria de Moraes Valle, lente de farmácia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e presidente honorário do Instituto Farmacêutico, proferiu um discurso no qual ressaltou a importância da instrução e do progresso intelectual do país (VALLE, 1874).
Na inauguração Eduardo Júlio Janvrot, fundador do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, destacou em seu discurso a importância da instrução pública, da “inteligência esclarecida” para a humanidade, e que a classe farmacêutica não poderia ficar fora deste processo. E neste sentido:
“(....) o Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro, compenetrado de que lhe cabia lugar entre os operários da civilização, pensou em executar durante o ministério de S. Ex. o Sr. Conselheiro Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira, o que foi determinado em seus estatutos, e que, á falta de meios não lhe foi dado realizar até aqui – a abertura de dois cursos públicos e gratuitos – de humanidades e de sciencias farmacêuticas. Com tal creação tem o Instituto em vista, principalmente, elevar a classe farmacêutica ao nível a que tem jus, colocando-a a frente de suas escolas especiaes, como é de razão e se dá entre as nações praticas que visão o estabelecimento da ordem e a harmonia dos ramos da publica instrucção”. (JANVROT, 1874, p.19-20)
Em anúncio no Almanak Laemmert de 1875 sobre a Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, se afirmava que esta tinha “por fim proporcionar o ensino livre e gratuito aos que, não podendo pensionar a professores, desejão, todavia, entregar-se ao estudo do Curso de Humanidades assim como das sciencias farmaceuticas” (ESCOLA, 1875).
Estrutura e funcionamento
Em 1874, por ocasião de inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, foi criado um regulamento provisório que determinou suas bases e suas disciplinas.
Com base no regulamento provisório, sua diretoria era constituída pelo presidente e pelo secretário do Instituto Farmacêutico, que assumiram os cargos de diretor e secretário, respectivamente. Deste modo, o cargo de diretor coube a Eduardo Júlio Janvrot, que o ocupou até o término da Escola, e o de secretário ao farmacêutico Augusto Cezar Diogo, que foi substituído, em julho de 1874, por Herculano Cyrillo Brício Bezerra Montenegro.
Eduardo Júlio Janvrot, em seu o discurso proferido na inauguração da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, apresentou as cadeiras referentes aos cursos da instituição, o de humanidades e o de ciências farmacêuticas:
“O curso de humanidades, que o Instituto fundou, consta das seguintes cadeiras: portuguez, francez, inglez, alemão, latim, historia, geografia, filosofia e mathematicas elementares. O curso de sciencias farmacêuticas constará de: Physica em geral, Chimica inorgânica, Chimica orgânica, Mineralogia, Noções de geologia, Zoologia, Botanica, Historia natural dos medicamentos, Analyses em geral, Toxicologia, Pharmacia legal e pharmcia thoerica e pratica.” (JANVROT, 1874, p.20)
Em 1875, segundo o Almanak Laemmert as disciplinas oferecidas e seus professores na Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas eram:
Curso de humanidades:
português - José Jansen da Silva Paço;
latim - José Ferreira Barretto;
francês - Ruben Julio Tavares;
história - Alfredo Martins da Silva;
inglês - Martinho Mariano de Mattos;
matemáticas - João Baptista Maia de Lacerda;
filosofia - José Eduardo Teixeira de Souza;
geometria - vaga;
alemão - vaga.
Curso de ciências farmacêuticas:
física geral - Ignácio Pereira de Oliveira;
química orgânica - Antônio José Teixeira de Azevedo;
história natural dos medicamentos - Augusto Cezar Diogo;
farmácia teórica e prática - Eduardo Júlio Janvrot;
mineralogia e geologia - Antonio Estevão da Costa e Cunha;
toxicologia e análise geral - Joaquim José de Azevedo.
(ESCOLA, 1875)
O curso era gratuito, e foi bastante procurado no seu primeiro ano de funcionamento, quando atingiu o número de 155 matrículas, que ficou reduzido a 101 alunos inscritos.
Em março de 1876, quando o imperador D. Pedro II visitou o Instituto Farmacêutico, segundo notícias veiculadas pela Tribuna Pharmaceutica, periódico desse mesmo Instituto, o curso de Humanidades se encontrava em seu terceiro ano de funcionamento, ao passo que as aulas do curso de Ciências Farmacêuticas teriam início naquele ano.
O “Resultado da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas (1875)”, apresentado na Tribuna Pharmaceutica, em 1877, Antônio José Teixeira de Azevedo comentou sobre a situação da instituição:
“A Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas é hoje conhecida particularmente do publico d´esta capital, para que empreendamos vulgarisal-a, no momento em que conta dous anos de existência e entra em um terceiro período annuo. Medir o caminho que tem feito como primeiro auxiliar da emancipação pharmceutica, apreciar as manobras e observar seos resultados docentes, são especialmente os factos para os quaes devemos dirigir a atenção n´esta apreciação.” (RESULTADO, 1877, p.81-82)
Teixeira de Azevedo na conclusão da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, retomou algumas das considerações que haviam sido apresentadas por Janvrot especialmente relativas a um maior apoio à instituição:
“Proseguindo ainda n´esta parte, o Sr. Janvrot declina os recursos a lançar mão pelo Instituto no fim de sustentar a Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas. Aconselhando a iniciativa n´este caso, diz: «Saiba, porém, medir os passos que der (o Instituto); saiba chamar sempre a atenção benévola do publico fluminense, e saiba falar ao governo imperial de modo a convencer que sem o desenvolvimento da sciencia não existem artes nem industrias, e a Escola de Humanidades e Scinecias Phamraceuticas logrará adquirir casa apropriada ao ensino das humanidades e com espaço maior para a disciplina das aulas de physica, botânica, chimica mineral, chimica orgânica, zoologia, mineralogia, geologia, toxiolocia e anlyse em geral, historia dos medicamentos e pharmacia theorica e pratica, etc., etc.» (RESULTADO, 1877, p.114-115)
A demanda por um maior apoio à Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas foi se tornando cada vez mais pública ao longo dos anos. Neste sentido, o conselheiro e senador do Império Manoel Francisco Corrêa, criador e coordenador das Conferências Populares da Glória, realizadas a partir de 23 de novembro de 1873 em escolas públicas da freguesia da Glória, proferiu, em 17 de março de 1878, a conferência “Conveniência de manter a Escola de Humanidades criada pelo Instituto Farmacêutico (conferência especial)”, manifestando suas considerações em apoio à instituição.
Em 1882, especialmente nas páginas da Tribuna Pharmaceutica, era recorrente matérias buscando afirmar a importância da Escola para a educação do farmacêutico:
“A Escola de Humanidades mantida pelo Instituto Pharmaceutico desde o anno de 1874, e que sem interrupção tem funcionado, produzindo anualmente bom numero de aspirantes aos vários cursos superiores das escolas do Imperio, continua ser objeto da atenção dos que veem nessa propaganda do Instituto uma reação methodica, conveniente e a todo o ponto digna de louvor. Formar o Instituo uma sociedade educada á luz dos verdadeiros princípios da evolução natural; constituir em cada classe da sociedade um núcleo cujo nucléolo seja a influencia do beneficio outorgado pela sua Escola de Humanidades; iniciar a educação do pharmaceutico pelo ensino das matérias preparatórias no recinto cujo ambiente é a conquista da emancipação da pharmacia, são os elementos que o Instituto mui pensadamente julgou sempre acertados e valiosos no empreendimento que é objeto de seus mais sérios cuidados – A emancipação da pharmacia no Brazil.” (A ESCOLA, 1882, p.92)
Importa registrar que, com base nas informações encontradas a respeito da Escola de Humanidades e Ciências Farmacêuticas, não se sabe ao certo por quanto tempo ela funcionou. No entanto, em 1885, no Almanak Laemmert, ainda era publicada a relação das disciplinas (português, história, geografia, latim, aritmética, geometria, francês, filosofia) oferecidas pelo curso de Humanidades da Escola, acompanhada da lista de seus respectivos professores:
português - Alfredo Coelho Barreto; João José Pereira de Azurara;
história - Bernardino Candido de Carvalho;
geografia - Frederico Carlos da Costa Britto;
latim - Ildefonso Augusto e Oliveira Azeredo;
inglês - José Manoel de Moraes;
aritmética - Manoel Cursinio Peixoto do Amarante;
geometria - Raul do Nascimento Guedes;
francês - Rubem Julio Tavares;
filosofia - Severiano Martins de Oliveira Urculú. (INSTITUTO, 1885).
Fontes
- A ESCOLA de Humanidades. Tribuna Pharmaceutica, Rio de Janeiro, anno III,série 3ª, n.6, p.92-94, 1882. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 14 ago. 2019. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/709751/601
- ARAÚJO, Carlos Benjamin da Silva.Fatos e personagens da história da medicina e farmácia no Brasil. Rio de Janeiro: R. Continental Editorial, 1979, v.1. (BN)
- ______________________________. L’Influence française sur la culture brésilienne: sur la pharmacie et la médicine, en particulier. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica Editora Ltda., 1973. (BCOC)
- ESCOLA de humanidades e sciencias farmacêuticas. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Côrte e Provincia do Rio de Janeiro inclusive a cidade de Santos, da província de São Paulo para o anno de 1875. Trigesimo segundo anno. Rio de Janeiro: Em Casa dos Editores-Proprietarios Eduardo & Henrique Laemmert, 1875. p.461-462. In: Almanak Laemmert (1844-89). Obtido via base de dados Brazilian Government Documents do Center for Research Librairies-Global Resources Network. Capturado em 16 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://ddsnext.crl.edu/titles/88#?c=0&m=31&s=0&cv=466&r=0&xywh=-124%2C1282%2C2344%2C1653
- INSTITUTO Pharmaceutico. Escola de humanidades. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Imperio do Brazil para 1885. 42º anno. Côrte. Rio de Janeiro: H. Laemmert, 1885. p.1291. In: Almanak Laemmert (1844-89). Obtido via base de dados Brazilian Government Documents do Center for Research Librairies-Global Resources Network. Capturado em 16 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://ddsnext.crl.edu/titles/88#?c=0&m=41&s=0&cv=1306&r=0&xywh=-1243%2C-1%2C4693%2C3311
- JOSÉ Maria Bomtempo. In: BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1883. Quinto volume. p.39. In: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Acervo Digital. Capturado em 25 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: https://digital.bbm.usp.br/view/?45000008354&bbm/5450#page/42/mode/2up
- CARVALHO, J. Coriolano de. A pharmácia no Rio de Janeiro: segunda contribuição ao estudo da pharmácia no Brasil. Memória apresentada ao Segundo Congresso Brasileiro de Pharmácia realizado em São Paulo em 1928. Rio de Janeiro: Typographia do Jornal do Commercio Rodrigues & C., 1929. (BABF)
- JANVROT. Discurso do Sr. Farmacêutico Janvrot, por ocasião da inauguração da escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas, em 15 de maio de 1874. Tribuna Pharmaceutica, Rio de Janeiro, anno I, 1ª serie, ns.1-2, p.18-22, agosto e setembro de 1874. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 14 ago. 2019. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/709751/646
- LIMA, Agostinho José de Souza. As ciências médico-farmacêuticas. In: ASSOCIAÇÃO DO QUARTO CENTENARIO DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL. Livro do centenário (1500-1900). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1901. (IHGB)
- RELATORIO apresentado á Assembléa Geral Legislativa na Quarta Sessão da Decima Quinta Legislatura pelo Ministro e Secretario D´Estado dos Negocios do Imperio Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira. Rio de Janeiro: Typographia Nacional 1875. p.18. In: Relatórios Ministeriais (1821-1960). Obtido via base de dados Brazilian Government Documents do Center for Research Librairies-Global Resources Network. Capturado em 13 ago. 2019. Online. Disponível na Internet:
http://ddsnext.crl.edu/titles/100#?c=0&m=45&s=0&cv=23&r=0&xywh=-113%2C222%2C2137%2C1508
- RELATORIO da Escola de humanidades e sciencias pharmaceuticas apresentado ao Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro pelo pharmaceutico Janvrot em 1874. Rio de Janeiro: Typ. Academica, 1875. (BN)
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- RESULTADO da leitura do relatório da Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas (1875). (Continuação). Tribuna Pharmaceutica, Rio de Janeiro, anno III,série 3ª, n.7, p.114-115, 1877. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 14 ago. 2019. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/709751/128
- REVISTA PHARMACEUTICA, 1886-1887. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 22 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/314501/1
- SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. História geral da medicina brasileira. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1991. v.2. (BCCBB)
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- VALLE, Manoel Maria de Moraes e. Discurso do Sr. Dr. Manoel Maria de Moraes e Valle no acto da inauguração da Escola de Humanidades e Sciencias Pharmaceuticas, em 15 de maio de 1874.Tribuna Pharmaceutica, Rio de Janeiro, anno I, 1ª serie, ns.1-2, p.14-18, agosto e setembro de 1874. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 14 ago. 2019. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/709751/642
- VELLOSO, Verônica Pimenta. Farmácia na Corte Imperial (1851-1877): práticas e saberes. Rio de Janeiro, 2007. Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde), Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, 2007. Capturado em 16 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/farmacianacorteimperial.pdf
Ficha técnica
Pesquisa - Verônica Pimenta Velloso.
Redação - Verônica Pimenta Velloso.
Revisão - Francisco José Chagas Madureira.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
ESCOLA DE HUMANIDADES E CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 15 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)