SABÓIA, VICENTE CÂNDIDO FIGUEIRA DE: mudanças entre as edições
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<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia partiu para a cidade de Recife, em 1849, para concluir seus estudos básicos. Posteriormente viajou para a cidade do Rio de Janeiro onde, em 1853, matriculou-se na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e doutorou-se em medicina em 30 de novembro de 1858 com tese sobre o tema "''Estreitamentos Organicos da Uretra do Homem''". Entre seus colegas do curso médico estavam Manoel Duarte Moreira de Azevedo, Manoel da Gama Lobo, Anastácio Luiz do Bomsuccesso, Antenor Augusto Ribeiro Guimarães, e [[HOMEM,_JOÃO_VICENTE_TORRES|<u>João Vicente Torres Homem</u>]].</span></span> </p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde 1855, quando estava no 3º ano do curso médico, fez seu aprendizado cirúrgico como interno nas enfermarias chefiadas por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho e Antônio da Costa, e no serviço do professor Antônio Ferreira França, lente de patologia externa, no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. Quando estava na 6ª série do curso médico na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], prestou concurso para interno oficial da cadeira de clínica interna, tendo obtido o primeiro lugar, e passou então a trabalhar sob a orientação de Manoel de Valadão Pimentel, catedrático desta disciplina.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Após prestar concurso em agosto de 1859, no qual apresentou a tese "Anesthesia Cirurgica", foi nomeado opositor da seção de ciências cirúrgicas da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Em seguida obteve licença da Congregação desta Faculdade, para realizar uma viagem de aperfeiçoamento de seus estudos na Europa. Nesta viagem visitou hospitais em Paris e Londres, e ao retornar relatou suas experiências em uma série de artigos publicados na seção "Revista Científica" do ''Correio Mercantil'', do Rio de Janeiro. Segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), nesta viagem à Paris teria ficado muito impressionado com os cirurgiões como Auguste Nélaton (1807-1873), Alfred Armand Louis Marie Velpeau (1795-1867), e Antoine Jobert de Lamballe (1799-1867).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Reassumiu, em 1861, seu cargo de professor substituto na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], ficando encarregado da regência das cadeiras de partos e de anatomia topográfica. Em 1865 passou a ocupar a cadeira de patologia externa, posteriormente denominada clínica cirúrgica de adultos, no lugar do titular Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, que havia partido como cirurgião-mor do Corpo de Saúde do Exército para servir na Guerra do Paraguai.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Como cirurgião-adjunto chefiou a 18ª Enfermaria do hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], onde entre os meses de agosto a outubro de 1865 proferiu suas "Lições de Clínica Cirúrgica". Em 1866, estas lições foram publicadas sob a forma de um primeiro volume, dedicado ao professor [[ABREU,_FRANCISCO_FERREIRA_DE|<u>Francisco Ferreira de Abreu</u>]], no qual estava incluída a lição de 27 de outubro de 1865, que registrava o fato de Vicente Cândido Figueira de Sabóia ter aplicado um aparelho gessado para manter a redução de uma fratura, que teria sido a primeira vez que este procedimento era adotado no país. Esta técnica do aparelho gessado teria sido criada por Antonius Mathijsen (1805-1878), sendo muito utilizada na França, mas ainda inédita no Brasil (ARAÚJO, 1971). As lições de cirurgia professadas em 1867-1869 foram também publicadas, em 1870.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi fundador e co-proprietário da Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário. A Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira do Senhor Bom Jesus do Calvário e Via Sacra havia construído atrás de sua igreja, na antiga Rua do Sabão n° 142 (posteriormente Rua General Câmara), um hospital para atender a Confraria, com frente para a Rua de São Pedro, 125. As obras, feitas a partir das orientações do médico Francisco Lopes de Oliveira Araújo, foram muito custosas, deixando a Ordem Terceira sem condições para instalar efetivamente o hospital. Desta forma, foi decidido que o mesmo deveria ser alugado a uma instituição que tivesse os mesmos propósitos de assistência aos enfermos, sendo então feito seu arrendamento aos médicos Vicente Cândido Figueira de Sabóia e João Baptista dos Santos, por meio de um contrato firmado em 3 de dezembro de 1868. Desta forma a "Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário" foi inaugurada em 5 de janeiro de 1869, e foi considerado o mais atualizado e melhor serviço hospitalar da Corte (ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro, 1922). Entretanto, após pouco mais de um ano da inauguração, Vicente Cândido Figueira de Sabóia desligou-se da direção da Casa de Saúde para dedicar-se exclusivamente aos estudos para o concurso à cátedra de clínica cirúrgica da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Ainda assim continuou a freqüentar e a atender seus clientes naquela casa de saúde, a qual encerrou suas atividades doze anos depois, em 1881.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O médico Vicente Cândido Figueira de Sabóia teria sido, em julho de 1869, protagonista de um incidente com Joseph-Arthur Gobineau (1816-1882), Conde de Gobineau, então chefe da delegação diplomática da França no Brasil, e autor de “Essai sur l´inégalité des races humaines” (1853), no qual descreveu sua teoria sobre a desigualdade das raças humanas. Este incidente, de existência controversa, teria ocorrido, segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), quando Sabóia ao se retirar do Teatro Provisório, na cidade do Rio de Janeiro, acompanhado de sua esposa, após uma apresentação, um cavalheiro ao passar teria derrubado sua esposa, o que o teria irritado e levado a agredir o referido cavalheiro. Relata, ainda, que somente no dia seguinte Sabóia teria descoberto que se tratava do Conde de Gobineau. Georges Raeders, em sua obra “O inimigo cordial do Brasil – o Conde de Gobineau”, publicada em 1988, afirmou que segundo a versão de Gobineau, este no dia seguinte ao fato teria enviado seu adido à casa de Sabóia com a mensagem de que estaria à disposição para um duelo, o que não teria sido aceito pelo médico, e todo este incidente teria repercutido desfavoravelmente ao próprio Gobineau (RAEDERS, ''Apud ''SOUZA, 2008).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1871, Vicente Cândido Figueira de Sabóia concorreu à cátedra de clínica cirúrgica deixada por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, competindo com Luiz Pientzenauer e [[ANDRADE,_MATHEUS_ALVES_DE|<u>Matheus Alves de Andrade</u>]]. Apresentou a tese "Fraturas Complicadas", obtendo o 1º lugar, e sendo então nomeado para a cátedra por decreto de 21 de junho do mesmo ano. Este concurso ficou marcado por alguns fatos trágicos segundo os biógrafos, pois Sabóia teria acusado publicamente a [[ANDRADE,_MATHEUS_ALVES_DE|<u>Matheus Alves de Andrade</u>]] de apresentar como sendo sua tese um trabalho traduzido do francês, e este então, desmoralizado, teria se suicidado abrindo as artérias radiais. De acordo com Achilles Ribeiro de Araújo, este fato teria desencadeado uma campanha contra Vicente Cândido Figueira de Sabóia (ARAÚJO, 1971).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Logo após ter sido nomeado lente de clínica cirúrgica, em 1871, embarcou novamente para a Europa, comissionado pelo Governo Imperial e por indicação da Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], para estudar a organização do ensino nas principais faculdades de medicina na Inglaterra, Alemanha, Itália e França. Ao regressar apresentou à Congregação desta instituição um detalhado relatório acerca do que havia encontrado nas universidades européias. Este relatório, apresentado, em julho de 1872, anexo à Memória Histórica da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], fundamentou a reforma do ensino que viria a propor posteriormente.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ao retornar Vicente Cândido Figueira de Sabóia introduziu o método antisséptico de Joseph Lister (1827-1912), com quem teria aprendido na Glasgow Royal Infirmary (Escócia), em 1871-1872. Augusto Sabóia Lima, seu neto, destaca que Sabóia introduziu este método “com vantagens tais que a diretoria do serviço sanitário da Misericordia, a cargo do Dr. Ferreira dos Santos, mandou vir da Europa as peças e aparelhos para os curativos cirúrgicos por esse método” (LIMA, 1935, p.9). Divulgou o método de Lister em suas publicações, especialmente nos volumes sobre clínica cirúrgica publicados em 1880 e 1881, e relatou entre 1882 e 1886 as aplicações que havia feito na ''Medicina Contemporanea de Lisboa'', periódico do qual era redator, e na ''Revista dos Cursos Práticos e Theoricos ''da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]].</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Publicou, em Paris, em 1873, o livro "Traité Théorique de la Science et Pratique et de l'Art des Accouchements", dedicado ao Imperador D. Pedro II, referido como o grande protetor das ciências, no qual destacou as principais referências teóricas e os objetivos de sua obra:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“J´ai cherché autant que posible à mettre mon travail au niveau des meilleurs écrits sur l´art dês accouchements; à cet effet, j´ai consulte de nombreux ouvrages, thèses et mémoires sur la matière, et j´ai tache de bien me pénétrer des idées et des préceptes de plusieurs praticiens anglais d´um grand renom, tels que Simpson, Churchill, Ramsbotham, Tyler Smith, Murphy, Inglrby, Tanner, Montgomery et d´autres, dont les travaux scientifiques m´ont occupé et avec lesquels j´ai cherché à me familiariser. Je ne dois pas oublier que dans mon travail je me suis servi des lumineuses idées et de la pratique de M. Ch. Pajot, professeur de la Faculté de Paris, qui a pour ainsi dire vulgarisé par son enseigment la science obstétricale. Désirant rester fidèle dans ce livre aux traditions de la Faculté de médecine de Rio de Janeiro, et trouvant beaucoup d´importance et de mérite aux préceptes pratiques exposés dans les leçons de mon illustre maitre M. lê docteur Feijó, je n´ai pás omis de présenter ces derniers avec le plus de fidélité possible et de les adopter souvent, vu qu´ils sont l´expression de la vérité, de l´observation et d´une grande expérience.” (SABOIA, 1873, p.VIII-IX)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No ano seguinte, sua obra já era referida nas seções de bibliografia de periódicos médicos, como o ''L´Union Médicale: journal des intérêts scientifiques et pratiques, moraux et professionnels du corps medical ''(troisième série, n.18, p.475-476, 1874) e ''Le Progrès Médical: journal de médecine, de chirurgie et de pharmacie ''(série 01, tome 02, p.68, 1874). Foi também citada na bibliografia do livro “De l émploi du chloroforme dans les accouchements naturels (Physiologie)” (1882), de August Robert Émile Dutertre (1854-1941), e foi adotada como compêndio em faculdades de medicina de Liège (Bélgica) e de Montpellier (França).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 15 de outubro de 1875, Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi chamado ao Paço Imperial, para auxiliar no parto da Princesa Isabel, pois o tocólogo da família, vindo da França, Jean Anne Henri Depaul (1811-1883), que a atendia, diante do fato do feto estar em apresentação de espádua (ombro), havia sugerido solicitar a ajuda de Sabóia, o qual já conhecia pelo livro "Traité Théorique et Pratique de la Science et de l'Art des Accouchements". Desta forma, o parto foi realizado e nasceu o Príncipe Dom Pedro de Alcântara Luiz Felipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, Príncipe do Grão Pará, que pela Constituição do Império seria o herdeiro do trono. </span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O Ministro do Império, Conselheiro Carlos Leôncio de Carvalho, em 1878, com o objetivo de melhorar a organização do ensino médico no país, e procurando aproveitar os estudos sobre o ensino na Europa feitos por Vicente Cândido Figueira de Sabóia, Domingos José Freire Junior e Cláudio Velho da Motta Maia, durante viagens à Europa comissionados pelo Governo, decidiu nomeá-los para reverem os estatutos das faculdades de medicina e elaborarem um plano de reestruturação do ensino médico. Neste projeto de reestruturação do ensino médico foi também importante o apoio do professor Francisco Praxedes de Andrade Pertence, que promoveu palestras sobre a reforma do ensino médico nas denominadas Conferências da Glória, realizadas nas escolas da então freguesia da Glória (atualmente Largo do Machado), na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Com o decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, o Ministro Leôncio de Carvalho aprovou a reforma que recebeu seu nome. Esta reforma, com base no projeto de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, provocou intensos debates na imprensa e no Parlamento, pois propunha modificações profundas na estrutura do ensino médico praticado nas faculdades do país. Inspirada no modelo das universidades alemãs, a reforma instituiu a freqüência livre às aulas, e permitiu a realização de cursos não oficiais nos próprios recintos das faculdades. Visando um melhor aproveitamento dos cursos, propunha a supressão das sabatinas e determinava a obrigatoriedade das provas práticas. Propunha-se pela primeira vez a permissão da diplomação de mulheres nos diversos cursos das faculdades e a concessão de autorização para que estas requeressem exame de verificação para obtenção do diploma de dentista. As disposições da reforma Leôncio de Carvalho foram ampliadas pelo decreto nº 8.024 de 12 de março de 1881 e pela lei nº 3.141 de 30 de outubro de 1882.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">As lições de cirurgia realizadas por Vicente Cândido Figueira de Sabóia no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], e publicadas anteriormente, se esgotaram em alguns anos, o que o teria estimulado a publicar um volume com as lições de cirurgia 1873 a 1879:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“(....), quando em meiado do anno findo o Sr. Nicoláo Alves, meu livreiro, annunciou-me que estava esgotada a edição do livro de clinica que publiquei em 1866. (.....)..Excitou-me também o estímulo, e em um dia de mais lazer comecei a examinar os materiaes que havião servido para as lições que tinha professado no periodo de 1873 a 1879, muitas das quaes havião sido stenographadas por diversos alumnos da faculdade, como os Srs. Teixeira Maciel, Aurélio de Mello, José Pinto Ribeiro, Buarque de Macedo, Gabriel Philadelpho, e nesse exame reconheci que existia alli alguma cousa que podia ser aproveitada, e que eu commetteria uma falta grave se subtrahisse esses materiaes á publicidade. (......). As lições não vão apresentadas aqui na ordem em que forão professadas, mas segundo o assumpto sobre que versarão. Ellas abrangem o estudo das moléstias e affecções que mais vezes são observadas na clinica. (....). No primeiro volume inclui as lições sobre a observação ou prolegomenos cirúrgicos, anesthesia cirúrgica, vícios de conformação congeniaes e accidentaes, queimaduras, gangrenas, anthrazes, fleimão, panarício, feridas cirúrgicas e accidentaes, erysipela traumática, (.....). No segundo volume serão reunidas as lições sobre as moléstias articulares, as varices, os aneurysmas, as do apparelho genito-ourinario, as do tubo intestinal, e por ultimo as licções acerca das lesões do craneo, cérebro, fossas nasaes, língua, labios, face, maxilares superiores e inferiores, columna vertebral e bacia ” (SABOIA, 1880, p. VI-VIII)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Para Sabóia, a clínica cirúrgica constituía “a parte da medicina que se occupa das molestias que estão sujeitas a acção tópica manual ou instrumental, e se basêa ou firma-se na observação de todos os phenomenos mórbidos que se apresentão ou alcançamos por meio dos nossos sentidos e applicação dos dados fornecidos por todos os ramos das sciences medicas” (SABOIA, 1880, p.4).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No prefácio do volume dedicado às lições de 1873 a 1879, Vicente Cândido Figueira de Sabóia já destacava a importância da reforma do ensino médico no país, afirmando que “quando a bandeira da liberdade de ensino se hastear no topo do velho e carunchoso edifício da Faculdade, e surgirem alli os gabinetes e laboratórios experimentaes, a sciencia medica brasileira se fundará, e o Brazil tomará scientificamente o seu logar no congresso das primeiras nações civilisadas” (SABOIA, 1880, p.X).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1881 Vicente Cândido Figueira de Sabóia tornou-se médico da Imperial Câmara, um dos postos da Casa Imperial no período do Segundo Reinado no Brasil. Foi nomeado diretor da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], em 19 de fevereiro de 1881, substituindo a Luiz da Cunha Feijó (Visconde de Santa Isabel), e ao assumir o cargo em 23 de fevereiro deste ano, propôs alterações na Reforma Leôncio de Carvalho.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Segundo Benjamin Franklin Ramiz Galvão, relator da Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro de 1881, esta nova diretoria entendia que para introduzir as inovações propostas pelo decreto de 12 de março de 1881, que estabelecia o novo regulamento das faculdades de medicina, eram necessários recursos e para tal Vicente Cândido Figueira de Sabóia conseguiu expressivos donativos particulares e conseguiu da Santa Casa da Misericórdia a cessão da parte do edifício em que funcionara o Recolhimento das Órfãs (GALVÃO, 1882). A primeira providência de Sabóia foi conseguir a posse integral deste edifício, conseguindo a remoção das enfermarias até então, ali mantidas, pela [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. O antigo Recolhimento das Órfãs da Misericórdia, que fora ocupado parcialmente pela faculdade desde 1856, era inadequado e necessitava de mais salas para instalações de laboratórios e anfiteatros para aulas. O Provedor da Santa Casa, José Ildefonso de Souza Ramos, atendeu à solicitação de Sabóia e removeu os doentes para o Hospital de São João Batista da Lagoa, na Rua da Passagem, disponibilizando todo o espaço do Recolhimento para a [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Vicente Cândido Figueira de Sabóia construiu ali dois museus, um de ciências naturais, e um de anatomia patológica, sendo nomeado o médico e artista Emile Ossian-Bonnet como preparador das peças de cera do Museu Anatomo-Patológico. Criou mais 8 cadeiras, além das 18 então existentes, sendo 7 de novas clínicas, inclusive de especialidades, tornando mais prático e experimental o ensino de todas as 26 cadeiras que constituíram então os novos cursos médicos. Construiu, também, um laboratório para química orgânica, um para química mineral e mineralogia, um gabinete de física, um gabinete de terapêutica e um segundo anfiteatro para aulas e cursos livres (GALVÃO, 1882). Todas as novas instalações foram inauguradas a 30 de novembro de 1881, com a presença de Sua Majestade Imperador Pedro II.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A lei orçamentária n° 3.141, de 30 de outubro de 1882, incluiu verbas para o recém-criado Laboratório de Cirurgia e Prótese Dentária na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], sob a gestão de Vicente Cândido Figueira de Sabóia. E dois anos depois, por meio do decreto n° 9311, de 25 de outubro de 1884, que estabeleceu novos estatutos para as faculdades de medicina, o Governo Imperial instituiu oficialmente o Curso de Odontologia nas Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, os quais foram imediatamente inaugurados.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O médico Sebastião Barroso, em sua obra “O Medico nas grandezas e misérias humanas”, ao tratar do período de formação na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], retratou o período da reforma de Vicente Cândido Figueira de Sabóia:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Entrei para a Faculdade quando Sabóia havia reformado o ensino no sentido das idéas liberaes: o ponto em aula, as sabbatinas, as jubilações por faltas ou reprovações, até as vaias aos caloiros, tudo havia sido abolido. Em compensação, concursos rigorosos e justiceiros haviam provido as cadeiras das mais altas competências: Domingos Freire, Erico Coelho, republicanos de acção, entraram para o corpo docente. O ensino pratico em geral – laboratórios, amphitheatros, tudo tomára desenvolvimento que excedia ao dos melhores institutos do velho mundo.” (BARROSO, [1938], p.33)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em setembro de 1883, com a eleição e posse João Maurício Wanderley (Barão de Cotegipe) para provedor da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], surgiu problemas em relação às demandas da <u>[[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro]].</u> Este episódio foi registrado pelo desenhista italiano Angelo Agostini em suas charges publicadas na ''Revista Ilustrada'' (9 fev.1884), nas quais retratou especialmente a questão da atuação das irmãs de caridade na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Por fim, pressionado pela imprensa, pelo corpo de alunos, pela Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], pelo próprio Vicente Cândido Figueira de Sabóia e por Augusto Ferreira dos Santos, catedrático de química mineral e diretor efetivo do Hospital da Misericórdia, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia acabou cedendo. A mesma ''Revista Ilustrada'', em 16 de fevereiro de 1884, publicou novamente uma caricatura de Angelo Agostini a respeito deste conflito entre Sabóia e Cotegipe, com os seguintes dizeres:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"> "No tremendo duello acerca da S. Casa o Sr. de Cotegipe foi completamente batido pelo Cons. Saboia. É que este tinha comsigo o espelho da verdade, cujos reflexos cegavam o adversário, representante do fanatismo e da hipocrisia. E já que a razão e a verdade estão do lado do Cons. Saboia, é de supor, que os lentes da Faculdade de Medicina apoiarão o seu diretor e apresentarão ao governo uma petição assignada por todos, exigindo uma radical reforma na S. Casa ou a expulsão das irmãs. Serão capazes disso? Veremos...”. (''Revista Ilustrada, ''16 fev. 1884, p. 7).</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Biblioteca da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] organizou, em 1884, a “Primeira Exposição Médica Brasileira", com o apoio de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, então diretor da instituição, e tendo sido realizada por Carlos Antônio de Paula Costa, bibliotecário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e por Carlos Augusto de Brito e Silva e Alfredo do Valle Cabral, funcionários da Biblioteca Nacional. A exposição foi inaugurada em 2 de dezembro de 1884, no edifício da Biblioteca da Faculdade, com a presença de D. Pedro II, dos Presidentes do Conselho de Ministros, do Ministro da Agricultura, de Justiça, dos Estrangeiros, de membros do Corpo Diplomático, de lentes da Faculdade de Medicina, e exibiu raros volumes, documentos, gravuras e quadros a óleo, totalizando 2937 obras, segundo o noticiado no ''Jornal do Commercio,'' e seu Catálogo foi publicado pela Tipografia Nacional em 1884.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi também responsável pela criação da ''Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro'', cujo primeiro volume foi lançado em dezembro de 1884, quando era diretor da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Na apresentação deste primeiro número, Sabóia destacou que “as vantagens que hão de resultar da publicação dos trabalhos que forem realisados nos laboratórios desta Faculdade, bem como observações clinicas e das licções mais interessantes dadas nas aulas pelos professores dos respectivos cursos, resultando d´ahi um repertorio em que fiquem consignados os progressos dos estudos médicos em nosso Paiz” (SABOIA, Actos, 1884, p.1)</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Realizou outras viagens à Europa, tendo sido as últimas realizadas nos anos de 1887 e de 1889, durante as quais visitou as faculdades de medicina de Bordeaux, Lion, Genebra, Berna, Zurique, Bâle (Suíça), Roma, Nápoles, Bolonha, Viena, Munique, Berlim, Strasburgo e Paris, e conheceu os institutos práticos de ensino destas instituições. Neste período foi como delegado brasileiro e Presidente de Honra do Congrès pour l´étude de la tuberculose chez l´homme et chez les animaux, realizado em Paris, em 1888.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">De volta ao Brasil, apresentou em 15 de setembro de 1889 ao Ministro do Império, Franklin Américo de Menezes Dória, um detalhado relatório acerca das instituições européias visitadas, e nesta mesma ocasião, também propôs algumas sugestões de modificação dos estatutos das faculdades de medicina, de 1884, com vistas ao aperfeiçoamento do ensino prático.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 22 de novembro de 1889 Vicente Cândido Figueira de Sabóia convocou a Congregação para discutir a mensagem apresentada por Érico Marinho da Gama Coelho, na qual declarava seu apoio ao regime republicano que se instalava, em nome da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. A referida moção foi aceita pela Congregação, mas neste mesmo dia, Sabóia, solidário ao regime monárquico deposto, solicitou sua demissão do cargo de diretor da Faculdade de Medicina e jubilação da cátedra que ministrava. Sabóia teve então seu pedido atendido pelo Governo Provisório, que por decreto de 22 de fevereiro de 1890 lhe concedeu o título de "Diretor Honorário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro", título este que foi conferido apenas a ele e depois a [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]]. Após sua saída da instituição, foi substituído por Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro na cátedra de clínica cirúrgica, e por Érico Marinho da Gama Coelho na direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde o ano de 1860 dedicou-se aos estudos da cura radical das hérnias, tendo apresentado na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], alguns casos de cura radical de hérnias pelo processo do médico francês Just Lucas-Championnière (1843-1913). Posteriormente publicou memórias sobre a uranoplastia, a estafilorragia e o tratamento da elefantíase.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1898, já jubilado da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], permaneceu ainda, por mais oito anos, como cirurgião no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. Publicou inúmeros trabalhos sobre cirurgia e obstetrícia, e nos últimos anos de sua vida dedicou-se também a uma reflexão mais filosófica, com a obra “Vida Psychica do Homem” (1903), na qual tratava do materialismo e espiritualismo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi colaborador de vários periódicos, principalmente do ''Jornal do Commercio'', da ''Gazeta Medica do Rio de Janeiro'', e da ''Gazeta Medica da Bahia'', e em seus artigos sempre defendeu uma reforma ampla e radical do ensino da medicina, de acordo com as diretrizes que apresentara ao Governo Imperial.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Fundou, em 1858, juntamente com Eduardo Augusto do Montandon, Júlio Rodrigues de Moura, José Alexandre Teixeira de Mello e Anastacio Luiz do Bomsuccesso, a Academia Philosophica, no Rio de Janeiro, e foi redator de debates dos ''Annaes da Academia Philosophica''.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi um dos redatores do periódico ''O Academico. Periódico scientifico, litterario e'' ''especialmente médico, ''redigido por alunos da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e impresso na Tipografia do Correio da Tarde entre os anos 1855-1866.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ingressou na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]] como membro titular em 17 de agosto de 1863, com a apresentação da memória "Ensaio sobre o tratamento de blennorragia". Foi presidente da instituição de 1891 a 1892, tendo como primeiro secretário o médico Joaquim Pinto Portella.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi sócio correspondente da Academia Cearense, e do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), fundado em 4 de março de 1887 em Fortaleza. É o patrono da Cadeira nº 39 da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro, e da Cadeira nº25 da Academia Sobralense de Estudos e Letras, fundada em 1922.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Integrou o conselho da Ordem Médica Brasileira, fundada em 21 de maio de 1901 na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Participou também de associações estrangeiras, tendo sido membro titular da Sociedade de Obstetrícia de Londres, e membro correspondente da Academia de Sciencias de Lisboa, da Académie de Médecine de Paris, da Sociétè de Chirurgie de Paris, e da Reale Accademia di Medicina di Roma (Itália), por proposta do médico italiano Guido Baccelli (1830-1916).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foram publicadas biografias de Vicente Cândido Figueira de Sabóia em periódicos estrangeiros, como a de Léon Laveyssière, divulgada no ''Le Correspondant Medical. Journal médical scientifique et littéraire ''(Paris, ano 4, n.39), e uma outra na ''Rivista Italo-Brasiliana'' (Roma, n.1, 15 abr. 1897). Léon Labbé (1832-1916), cirurgião e presidente da Académie de Médecine de Paris, em sessão de 8 de junho de 1909, apresentou o necrológio do Visconde de Sabóia, no qual destacou o fato deste ter sido o primeiro cientista latino-americano a obter o título de membro correspondente daquela academia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A <u>[[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|Academia Nacional de Medicina]],</u> então presidida por Alfredo Nascimento e Silva, na comemoração do centenário de fundação do ensino médico no país, em 3 de outubro de 1908, rendeu homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, e mandou cunhar medalhas comemorativas, de ouro, prata e bronze, com a efígie do cirurgião. Em 30 de junho de 1909, por ocasião da comemoração do 80º aniversário da [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]], seu presidente [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]] destacou, em seu discurso, as qualidades do Visconde de Sabóia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em sua homenagem, professores e alunos da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] encomendaram ao pintor alemão Karl Ernst Papf (1833-1910) um retrato seu de corpo inteiro, que foi colocada primeiramente no saguão de entrada do prédio da Universidade do Brasil, antigo [[HOSPÍCIO_DE_PEDRO_II|<u>Hospício de Pedro II</u>]], pelo então Reitor Pedro Calmon.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Por proposta de Antônio Augusto de Azevedo Sodré, diretor da <u>[[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro]],</u> a Congregação desta instituição criou, em reunião de 6 de abril de 1912, o Prêmio Visconde de Sabóia, para ser conferido anualmente ao autor da melhor tese de doutoramento sobre obstetrícia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Sob a presidência de Antônio Austregesilo Rodrigues Lima, a [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]] se reuniu na noite de 17 de abril de 1935 em sessão comemorativa do centenário do Visconde de Sabóia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia faleceu em 18 de março de 1909 e foi sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis, no jazigo perpétuo n° 15.169, foi inscrito, a seu pedido, em sua lápide os seguintes termos: "Amou a Deus, a Ciência e a Verdade". A Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] encomendou a missa de sétimo na Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, e o ''Jornal do Comércio,'' de 24 de março de 1909, noticiou a missa.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1900, por ocasião do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, o médico Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães proferiu um discurso em homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, ressaltando sua dedicação à medicina e seu empenho em abrilhantar o ensino médico no país.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A sessão solene, em comemoração do centenário do ensino médico no país, na [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]], em 1908, foi dedicada a Vicente Cândido Figueira de Sabóia com discursos dos médicos Alfredo Nascimento e Silva e [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]]. Em 1963 foi escolhido como patrono da cadeira n° 63 da Academia Nacional de Medicina. </span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi erguida, em 2007, uma estátua de Sabóia no prédio do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará, ''campus ''de Sobral (Estado do Ceará). Foi instituída, em 2008, a Medalha Visconde de Sabóia pelo Colegiado do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará para homenagear aqueles que prestaram importantes serviços à medicina e à educação médica.</span></span></p> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia partiu para a cidade de Recife, em 1849, para concluir seus estudos básicos. Posteriormente viajou para a cidade do Rio de Janeiro onde, em 1853, matriculou-se na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e doutorou-se em medicina em 30 de novembro de 1858 com tese sobre o tema "''Estreitamentos Organicos da Uretra do Homem''". Entre seus colegas do curso médico estavam Manoel Duarte Moreira de Azevedo, Manoel da Gama Lobo, Anastácio Luiz do Bomsuccesso, Antenor Augusto Ribeiro Guimarães, e [[HOMEM,_JOÃO_VICENTE_TORRES|<u>João Vicente Torres Homem</u>]].</span></span> </p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde 1855, quando estava no 3º ano do curso médico, fez seu aprendizado cirúrgico como interno nas enfermarias chefiadas por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho e Antônio da Costa, e no serviço do professor Antônio Ferreira França, lente de patologia externa, no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. Quando estava na 6ª série do curso médico na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], prestou concurso para interno oficial da cadeira de clínica interna, tendo obtido o primeiro lugar, e passou então a trabalhar sob a orientação de Manoel de Valadão Pimentel, catedrático desta disciplina.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Após prestar concurso em agosto de 1859, no qual apresentou a tese "Anesthesia Cirurgica", foi nomeado opositor da seção de ciências cirúrgicas da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Em seguida obteve licença da Congregação desta Faculdade, para realizar uma viagem de aperfeiçoamento de seus estudos na Europa. Nesta viagem visitou hospitais em Paris e Londres, e ao retornar relatou suas experiências em uma série de artigos publicados na seção "Revista Científica" do ''Correio Mercantil'', do Rio de Janeiro. Segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), nesta viagem à Paris teria ficado muito impressionado com os cirurgiões como Auguste Nélaton (1807-1873), Alfred Armand Louis Marie Velpeau (1795-1867), e Antoine Jobert de Lamballe (1799-1867).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Reassumiu, em 1861, seu cargo de professor substituto na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], ficando encarregado da regência das cadeiras de partos e de anatomia topográfica. Em 1865 passou a ocupar a cadeira de patologia externa, posteriormente denominada clínica cirúrgica de adultos, no lugar do titular Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, que havia partido como cirurgião-mor do Corpo de Saúde do Exército para servir na Guerra do Paraguai.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Como cirurgião-adjunto chefiou a 18ª Enfermaria do hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], onde entre os meses de agosto a outubro de 1865 proferiu suas "Lições de Clínica Cirúrgica". Em 1866, estas lições foram publicadas sob a forma de um primeiro volume, dedicado ao professor [[ABREU,_FRANCISCO_FERREIRA_DE|<u>Francisco Ferreira de Abreu</u>]], no qual estava incluída a lição de 27 de outubro de 1865, que registrava o fato de Vicente Cândido Figueira de Sabóia ter aplicado um aparelho gessado para manter a redução de uma fratura, que teria sido a primeira vez que este procedimento era adotado no país. Esta técnica do aparelho gessado teria sido criada por Antonius Mathijsen (1805-1878), sendo muito utilizada na França, mas ainda inédita no Brasil (ARAÚJO, 1971). As lições de cirurgia professadas em 1867-1869 foram também publicadas, em 1870.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi fundador e co-proprietário da Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário. A Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira do Senhor Bom Jesus do Calvário e Via Sacra havia construído atrás de sua igreja, na antiga Rua do Sabão n° 142 (posteriormente Rua General Câmara), um hospital para atender a Confraria, com frente para a Rua de São Pedro, 125. As obras, feitas a partir das orientações do médico Francisco Lopes de Oliveira Araújo, foram muito custosas, deixando a Ordem Terceira sem condições para instalar efetivamente o hospital. Desta forma, foi decidido que o mesmo deveria ser alugado a uma instituição que tivesse os mesmos propósitos de assistência aos enfermos, sendo então feito seu arrendamento aos médicos Vicente Cândido Figueira de Sabóia e João Baptista dos Santos, por meio de um contrato firmado em 3 de dezembro de 1868. Desta forma a "Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário" foi inaugurada em 5 de janeiro de 1869, e foi considerado o mais atualizado e melhor serviço hospitalar da Corte (ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro, 1922). Entretanto, após pouco mais de um ano da inauguração, Vicente Cândido Figueira de Sabóia desligou-se da direção da Casa de Saúde para dedicar-se exclusivamente aos estudos para o concurso à cátedra de clínica cirúrgica da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Ainda assim continuou a freqüentar e a atender seus clientes naquela casa de saúde, a qual encerrou suas atividades doze anos depois, em 1881.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O médico Vicente Cândido Figueira de Sabóia teria sido, em julho de 1869, protagonista de um incidente com Joseph-Arthur Gobineau (1816-1882), Conde de Gobineau, então chefe da delegação diplomática da França no Brasil, e autor de “Essai sur l´inégalité des races humaines” (1853), no qual descreveu sua teoria sobre a desigualdade das raças humanas. Este incidente, de existência controversa, teria ocorrido, segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), quando Sabóia ao se retirar do Teatro Provisório, na cidade do Rio de Janeiro, acompanhado de sua esposa, após uma apresentação, um cavalheiro ao passar teria derrubado sua esposa, o que o teria irritado e levado a agredir o referido cavalheiro. Relata, ainda, que somente no dia seguinte Sabóia teria descoberto que se tratava do Conde de Gobineau. Georges Raeders, em sua obra “O inimigo cordial do Brasil – o Conde de Gobineau”, publicada em 1988, afirmou que segundo a versão de Gobineau, este no dia seguinte ao fato teria enviado seu adido à casa de Sabóia com a mensagem de que estaria à disposição para um duelo, o que não teria sido aceito pelo médico, e todo este incidente teria repercutido desfavoravelmente ao próprio Gobineau (RAEDERS, ''Apud ''SOUZA, 2008).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1871, Vicente Cândido Figueira de Sabóia concorreu à cátedra de clínica cirúrgica deixada por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, competindo com Luiz Pientzenauer e [[ANDRADE,_MATHEUS_ALVES_DE|<u>Matheus Alves de Andrade</u>]]. Apresentou a tese "Fraturas Complicadas", obtendo o 1º lugar, e sendo então nomeado para a cátedra por decreto de 21 de junho do mesmo ano. Este concurso ficou marcado por alguns fatos trágicos segundo os biógrafos, pois Sabóia teria acusado publicamente a [[ANDRADE,_MATHEUS_ALVES_DE|<u>Matheus Alves de Andrade</u>]] de apresentar como sendo sua tese um trabalho traduzido do francês, e este então, desmoralizado, teria se suicidado abrindo as artérias radiais. De acordo com Achilles Ribeiro de Araújo, este fato teria desencadeado uma campanha contra Vicente Cândido Figueira de Sabóia (ARAÚJO, 1971).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Logo após ter sido nomeado lente de clínica cirúrgica, em 1871, embarcou novamente para a Europa, comissionado pelo Governo Imperial e por indicação da Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], para estudar a organização do ensino nas principais faculdades de medicina na Inglaterra, Alemanha, Itália e França. Ao regressar apresentou à Congregação desta instituição um detalhado relatório acerca do que havia encontrado nas universidades européias. Este relatório, apresentado, em julho de 1872, anexo à Memória Histórica da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], fundamentou a reforma do ensino que viria a propor posteriormente.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ao retornar Vicente Cândido Figueira de Sabóia introduziu o método antisséptico de Joseph Lister (1827-1912), com quem teria aprendido na Glasgow Royal Infirmary (Escócia), em 1871-1872. Augusto Sabóia Lima, seu neto, destaca que Sabóia introduziu este método “com vantagens tais que a diretoria do serviço sanitário da Misericordia, a cargo do Dr. Ferreira dos Santos, mandou vir da Europa as peças e aparelhos para os curativos cirúrgicos por esse método” (LIMA, 1935, p.9). Divulgou o método de Lister em suas publicações, especialmente nos volumes sobre clínica cirúrgica publicados em 1880 e 1881, e relatou entre 1882 e 1886 as aplicações que havia feito na ''Medicina Contemporanea de Lisboa'', periódico do qual era redator, e na ''Revista dos Cursos Práticos e Theoricos ''da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]].</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Publicou, em Paris, em 1873, o livro "Traité Théorique de la Science et Pratique et de l'Art des Accouchements", dedicado ao Imperador D. Pedro II, referido como o grande protetor das ciências, no qual destacou as principais referências teóricas e os objetivos de sua obra:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“J´ai cherché autant que posible à mettre mon travail au niveau des meilleurs écrits sur l´art dês accouchements; à cet effet, j´ai consulte de nombreux ouvrages, thèses et mémoires sur la matière, et j´ai tache de bien me pénétrer des idées et des préceptes de plusieurs praticiens anglais d´um grand renom, tels que Simpson, Churchill, Ramsbotham, Tyler Smith, Murphy, Inglrby, Tanner, Montgomery et d´autres, dont les travaux scientifiques m´ont occupé et avec lesquels j´ai cherché à me familiariser. Je ne dois pas oublier que dans mon travail je me suis servi des lumineuses idées et de la pratique de M. Ch. Pajot, professeur de la Faculté de Paris, qui a pour ainsi dire vulgarisé par son enseigment la science obstétricale. Désirant rester fidèle dans ce livre aux traditions de la Faculté de médecine de Rio de Janeiro, et trouvant beaucoup d´importance et de mérite aux préceptes pratiques exposés dans les leçons de mon illustre maitre M. lê docteur Feijó, je n´ai pás omis de présenter ces derniers avec le plus de fidélité possible et de les adopter souvent, vu qu´ils sont l´expression de la vérité, de l´observation et d´une grande expérience.” (SABOIA, 1873, p.VIII-IX)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No ano seguinte, sua obra já era referida nas seções de bibliografia de periódicos médicos, como o ''L´Union Médicale: journal des intérêts scientifiques et pratiques, moraux et professionnels du corps medical ''(troisième série, n.18, p.475-476, 1874) e ''Le Progrès Médical: journal de médecine, de chirurgie et de pharmacie ''(série 01, tome 02, p.68, 1874). Foi também citada na bibliografia do livro “De l émploi du chloroforme dans les accouchements naturels (Physiologie)” (1882), de August Robert Émile Dutertre (1854-1941), e foi adotada como compêndio em faculdades de medicina de Liège (Bélgica) e de Montpellier (França).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 15 de outubro de 1875, Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi chamado ao Paço Imperial, para auxiliar no parto da Princesa Isabel, pois o tocólogo da família, vindo da França, Jean Anne Henri Depaul (1811-1883), que a atendia, diante do fato do feto estar em apresentação de espádua (ombro), havia sugerido solicitar a ajuda de Sabóia, o qual já conhecia pelo livro "Traité Théorique et Pratique de la Science et de l'Art des Accouchements". Desta forma, o parto foi realizado e nasceu o Príncipe Dom Pedro de Alcântara Luiz Felipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, Príncipe do Grão Pará, que pela Constituição do Império seria o herdeiro do trono. </span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O Ministro do Império, Conselheiro Carlos Leôncio de Carvalho, em 1878, com o objetivo de melhorar a organização do ensino médico no país, e procurando aproveitar os estudos sobre o ensino na Europa feitos por Vicente Cândido Figueira de Sabóia, Domingos José Freire Junior e Cláudio Velho da Motta Maia, durante viagens à Europa comissionados pelo Governo, decidiu nomeá-los para reverem os estatutos das faculdades de medicina e elaborarem um plano de reestruturação do ensino médico. Neste projeto de reestruturação do ensino médico foi também importante o apoio do professor Francisco Praxedes de Andrade Pertence, que promoveu palestras sobre a reforma do ensino médico nas denominadas Conferências da Glória, realizadas nas escolas da então freguesia da Glória (atualmente Largo do Machado), na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Com o decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, o Ministro Leôncio de Carvalho aprovou a reforma que recebeu seu nome. Esta reforma, com base no projeto de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, provocou intensos debates na imprensa e no Parlamento, pois propunha modificações profundas na estrutura do ensino médico praticado nas faculdades do país. Inspirada no modelo das universidades alemãs, a reforma instituiu a freqüência livre às aulas, e permitiu a realização de cursos não oficiais nos próprios recintos das faculdades. Visando um melhor aproveitamento dos cursos, propunha a supressão das sabatinas e determinava a obrigatoriedade das provas práticas. Propunha-se pela primeira vez a permissão da diplomação de mulheres nos diversos cursos das faculdades e a concessão de autorização para que estas requeressem exame de verificação para obtenção do diploma de dentista. As disposições da reforma Leôncio de Carvalho foram ampliadas pelo decreto nº 8.024 de 12 de março de 1881 e pela lei nº 3.141 de 30 de outubro de 1882.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">As lições de cirurgia realizadas por Vicente Cândido Figueira de Sabóia no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], e publicadas anteriormente, se esgotaram em alguns anos, o que o teria estimulado a publicar um volume com as lições de cirurgia 1873 a 1879:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“(....), quando em meiado do anno findo o Sr. Nicoláo Alves, meu livreiro, annunciou-me que estava esgotada a edição do livro de clinica que publiquei em 1866. (.....)..Excitou-me também o estímulo, e em um dia de mais lazer comecei a examinar os materiaes que havião servido para as lições que tinha professado no periodo de 1873 a 1879, muitas das quaes havião sido stenographadas por diversos alumnos da faculdade, como os Srs. Teixeira Maciel, Aurélio de Mello, José Pinto Ribeiro, Buarque de Macedo, Gabriel Philadelpho, e nesse exame reconheci que existia alli alguma cousa que podia ser aproveitada, e que eu commetteria uma falta grave se subtrahisse esses materiaes á publicidade. (......). As lições não vão apresentadas aqui na ordem em que forão professadas, mas segundo o assumpto sobre que versarão. Ellas abrangem o estudo das moléstias e affecções que mais vezes são observadas na clinica. (....). No primeiro volume inclui as lições sobre a observação ou prolegomenos cirúrgicos, anesthesia cirúrgica, vícios de conformação congeniaes e accidentaes, queimaduras, gangrenas, anthrazes, fleimão, panarício, feridas cirúrgicas e accidentaes, erysipela traumática, (.....). No segundo volume serão reunidas as lições sobre as moléstias articulares, as varices, os aneurysmas, as do apparelho genito-ourinario, as do tubo intestinal, e por ultimo as licções acerca das lesões do craneo, cérebro, fossas nasaes, língua, labios, face, maxilares superiores e inferiores, columna vertebral e bacia ” (SABOIA, 1880, p. VI-VIII)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Para Sabóia, a clínica cirúrgica constituía “a parte da medicina que se occupa das molestias que estão sujeitas a acção tópica manual ou instrumental, e se basêa ou firma-se na observação de todos os phenomenos mórbidos que se apresentão ou alcançamos por meio dos nossos sentidos e applicação dos dados fornecidos por todos os ramos das sciences medicas” (SABOIA, 1880, p.4).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">No prefácio do volume dedicado às lições de 1873 a 1879, Vicente Cândido Figueira de Sabóia já destacava a importância da reforma do ensino médico no país, afirmando que “quando a bandeira da liberdade de ensino se hastear no topo do velho e carunchoso edifício da Faculdade, e surgirem alli os gabinetes e laboratórios experimentaes, a sciencia medica brasileira se fundará, e o Brazil tomará scientificamente o seu logar no congresso das primeiras nações civilisadas” (SABOIA, 1880, p.X).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1881 Vicente Cândido Figueira de Sabóia tornou-se médico da Imperial Câmara, um dos postos da Casa Imperial no período do Segundo Reinado no Brasil. Foi nomeado diretor da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], em 19 de fevereiro de 1881, substituindo a <u>[[FEIJÓ, LUIZ DA CUNHA|Luiz da Cunha Feijó]]</u> (Visconde de Santa Isabel), e ao assumir o cargo em 23 de fevereiro deste ano, propôs alterações na Reforma Leôncio de Carvalho.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Segundo Benjamin Franklin Ramiz Galvão, relator da Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro de 1881, esta nova diretoria entendia que para introduzir as inovações propostas pelo decreto de 12 de março de 1881, que estabelecia o novo regulamento das faculdades de medicina, eram necessários recursos e para tal Vicente Cândido Figueira de Sabóia conseguiu expressivos donativos particulares e conseguiu da Santa Casa da Misericórdia a cessão da parte do edifício em que funcionara o Recolhimento das Órfãs (GALVÃO, 1882). A primeira providência de Sabóia foi conseguir a posse integral deste edifício, conseguindo a remoção das enfermarias até então, ali mantidas, pela [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. O antigo Recolhimento das Órfãs da Misericórdia, que fora ocupado parcialmente pela faculdade desde 1856, era inadequado e necessitava de mais salas para instalações de laboratórios e anfiteatros para aulas. O Provedor da Santa Casa, José Ildefonso de Souza Ramos, atendeu à solicitação de Sabóia e removeu os doentes para o Hospital de São João Batista da Lagoa, na Rua da Passagem, disponibilizando todo o espaço do Recolhimento para a [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Vicente Cândido Figueira de Sabóia construiu ali dois museus, um de ciências naturais, e um de anatomia patológica, sendo nomeado o médico e artista Emile Ossian-Bonnet como preparador das peças de cera do Museu Anatomo-Patológico. Criou mais 8 cadeiras, além das 18 então existentes, sendo 7 de novas clínicas, inclusive de especialidades, tornando mais prático e experimental o ensino de todas as 26 cadeiras que constituíram então os novos cursos médicos. Construiu, também, um laboratório para química orgânica, um para química mineral e mineralogia, um gabinete de física, um gabinete de terapêutica e um segundo anfiteatro para aulas e cursos livres (GALVÃO, 1882). Todas as novas instalações foram inauguradas a 30 de novembro de 1881, com a presença de Sua Majestade Imperador Pedro II.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A lei orçamentária n° 3.141, de 30 de outubro de 1882, incluiu verbas para o recém-criado Laboratório de Cirurgia e Prótese Dentária na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], sob a gestão de Vicente Cândido Figueira de Sabóia. E dois anos depois, por meio do decreto n° 9311, de 25 de outubro de 1884, que estabeleceu novos estatutos para as faculdades de medicina, o Governo Imperial instituiu oficialmente o Curso de Odontologia nas Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, os quais foram imediatamente inaugurados.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">O médico Sebastião Barroso, em sua obra “O Medico nas grandezas e misérias humanas”, ao tratar do período de formação na [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], retratou o período da reforma de Vicente Cândido Figueira de Sabóia:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">“Entrei para a Faculdade quando Sabóia havia reformado o ensino no sentido das idéas liberaes: o ponto em aula, as sabbatinas, as jubilações por faltas ou reprovações, até as vaias aos caloiros, tudo havia sido abolido. Em compensação, concursos rigorosos e justiceiros haviam provido as cadeiras das mais altas competências: Domingos Freire, Erico Coelho, republicanos de acção, entraram para o corpo docente. O ensino pratico em geral – laboratórios, amphitheatros, tudo tomára desenvolvimento que excedia ao dos melhores institutos do velho mundo.” (BARROSO, [1938], p.33)</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em setembro de 1883, com a eleição e posse João Maurício Wanderley (Barão de Cotegipe) para provedor da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]], surgiu problemas em relação às demandas da <u>[[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro]].</u> Este episódio foi registrado pelo desenhista italiano Angelo Agostini em suas charges publicadas na ''Revista Ilustrada'' (9 fev.1884), nas quais retratou especialmente a questão da atuação das irmãs de caridade na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Por fim, pressionado pela imprensa, pelo corpo de alunos, pela Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], pelo próprio Vicente Cândido Figueira de Sabóia e por Augusto Ferreira dos Santos, catedrático de química mineral e diretor efetivo do Hospital da Misericórdia, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia acabou cedendo. A mesma ''Revista Ilustrada'', em 16 de fevereiro de 1884, publicou novamente uma caricatura de Angelo Agostini a respeito deste conflito entre Sabóia e Cotegipe, com os seguintes dizeres:</span></span></p> <blockquote><p style="margin-top:0cm; margin-right:1.0cm; margin-bottom:.0001pt; margin-left:1.0cm; text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;"> "No tremendo duello acerca da S. Casa o Sr. de Cotegipe foi completamente batido pelo Cons. Saboia. É que este tinha comsigo o espelho da verdade, cujos reflexos cegavam o adversário, representante do fanatismo e da hipocrisia. E já que a razão e a verdade estão do lado do Cons. Saboia, é de supor, que os lentes da Faculdade de Medicina apoiarão o seu diretor e apresentarão ao governo uma petição assignada por todos, exigindo uma radical reforma na S. Casa ou a expulsão das irmãs. Serão capazes disso? Veremos...”. (''Revista Ilustrada, ''16 fev. 1884, p. 7).</span></span></p> </blockquote> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A Biblioteca da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] organizou, em 1884, a “Primeira Exposição Médica Brasileira", com o apoio de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, então diretor da instituição, e tendo sido realizada por Carlos Antônio de Paula Costa, bibliotecário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e por Carlos Augusto de Brito e Silva e Alfredo do Valle Cabral, funcionários da Biblioteca Nacional. A exposição foi inaugurada em 2 de dezembro de 1884, no edifício da Biblioteca da Faculdade, com a presença de D. Pedro II, dos Presidentes do Conselho de Ministros, do Ministro da Agricultura, de Justiça, dos Estrangeiros, de membros do Corpo Diplomático, de lentes da Faculdade de Medicina, e exibiu raros volumes, documentos, gravuras e quadros a óleo, totalizando 2937 obras, segundo o noticiado no ''Jornal do Commercio,'' e seu Catálogo foi publicado pela Tipografia Nacional em 1884.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi também responsável pela criação da ''Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro'', cujo primeiro volume foi lançado em dezembro de 1884, quando era diretor da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. Na apresentação deste primeiro número, Sabóia destacou que “as vantagens que hão de resultar da publicação dos trabalhos que forem realisados nos laboratórios desta Faculdade, bem como observações clinicas e das licções mais interessantes dadas nas aulas pelos professores dos respectivos cursos, resultando d´ahi um repertorio em que fiquem consignados os progressos dos estudos médicos em nosso Paiz” (SABOIA, Actos, 1884, p.1)</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Realizou outras viagens à Europa, tendo sido as últimas realizadas nos anos de 1887 e de 1889, durante as quais visitou as faculdades de medicina de Bordeaux, Lion, Genebra, Berna, Zurique, Bâle (Suíça), Roma, Nápoles, Bolonha, Viena, Munique, Berlim, Strasburgo e Paris, e conheceu os institutos práticos de ensino destas instituições. Neste período foi como delegado brasileiro e Presidente de Honra do Congrès pour l´étude de la tuberculose chez l´homme et chez les animaux, realizado em Paris, em 1888.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">De volta ao Brasil, apresentou em 15 de setembro de 1889 ao Ministro do Império, Franklin Américo de Menezes Dória, um detalhado relatório acerca das instituições européias visitadas, e nesta mesma ocasião, também propôs algumas sugestões de modificação dos estatutos das faculdades de medicina, de 1884, com vistas ao aperfeiçoamento do ensino prático.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 22 de novembro de 1889 Vicente Cândido Figueira de Sabóia convocou a Congregação para discutir a mensagem apresentada por Érico Marinho da Gama Coelho, na qual declarava seu apoio ao regime republicano que se instalava, em nome da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]]. A referida moção foi aceita pela Congregação, mas neste mesmo dia, Sabóia, solidário ao regime monárquico deposto, solicitou sua demissão do cargo de diretor da Faculdade de Medicina e jubilação da cátedra que ministrava. Sabóia teve então seu pedido atendido pelo Governo Provisório, que por decreto de 22 de fevereiro de 1890 lhe concedeu o título de "Diretor Honorário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro", título este que foi conferido apenas a ele e depois a [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]]. Após sua saída da instituição, foi substituído por Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro na cátedra de clínica cirúrgica, e por Érico Marinho da Gama Coelho na direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Desde o ano de 1860 dedicou-se aos estudos da cura radical das hérnias, tendo apresentado na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], alguns casos de cura radical de hérnias pelo processo do médico francês Just Lucas-Championnière (1843-1913). Posteriormente publicou memórias sobre a uranoplastia, a estafilorragia e o tratamento da elefantíase.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1898, já jubilado da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], permaneceu ainda, por mais oito anos, como cirurgião no hospital da [[SANTA_CASA_DA_MISERICÓRDIA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro</u>]]. Publicou inúmeros trabalhos sobre cirurgia e obstetrícia, e nos últimos anos de sua vida dedicou-se também a uma reflexão mais filosófica, com a obra “Vida Psychica do Homem” (1903), na qual tratava do materialismo e espiritualismo.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi colaborador de vários periódicos, principalmente do ''Jornal do Commercio'', da ''Gazeta Medica do Rio de Janeiro'', e da ''Gazeta Medica da Bahia'', e em seus artigos sempre defendeu uma reforma ampla e radical do ensino da medicina, de acordo com as diretrizes que apresentara ao Governo Imperial.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Fundou, em 1858, juntamente com Eduardo Augusto do Montandon, Júlio Rodrigues de Moura, José Alexandre Teixeira de Mello e Anastacio Luiz do Bomsuccesso, a Academia Philosophica, no Rio de Janeiro, e foi redator de debates dos ''Annaes da Academia Philosophica''.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi um dos redatores do periódico ''O Academico. Periódico scientifico, litterario e'' ''especialmente médico, ''redigido por alunos da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], e impresso na Tipografia do Correio da Tarde entre os anos 1855-1866.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ingressou na [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]] como membro titular em 17 de agosto de 1863, com a apresentação da memória "Ensaio sobre o tratamento de blennorragia". Foi presidente da instituição de 1891 a 1892, tendo como primeiro secretário o médico Joaquim Pinto Portella.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi sócio correspondente da Academia Cearense, e do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), fundado em 4 de março de 1887 em Fortaleza. É o patrono da Cadeira nº 39 da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro, e da Cadeira nº25 da Academia Sobralense de Estudos e Letras, fundada em 1922.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Integrou o conselho da Ordem Médica Brasileira, fundada em 21 de maio de 1901 na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Participou também de associações estrangeiras, tendo sido membro titular da Sociedade de Obstetrícia de Londres, e membro correspondente da Academia de Sciencias de Lisboa, da Académie de Médecine de Paris, da Sociétè de Chirurgie de Paris, e da Reale Accademia di Medicina di Roma (Itália), por proposta do médico italiano Guido Baccelli (1830-1916).</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foram publicadas biografias de Vicente Cândido Figueira de Sabóia em periódicos estrangeiros, como a de Léon Laveyssière, divulgada no ''Le Correspondant Medical. Journal médical scientifique et littéraire ''(Paris, ano 4, n.39), e uma outra na ''Rivista Italo-Brasiliana'' (Roma, n.1, 15 abr. 1897). Léon Labbé (1832-1916), cirurgião e presidente da Académie de Médecine de Paris, em sessão de 8 de junho de 1909, apresentou o necrológio do Visconde de Sabóia, no qual destacou o fato deste ter sido o primeiro cientista latino-americano a obter o título de membro correspondente daquela academia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A <u>[[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|Academia Nacional de Medicina]],</u> então presidida por Alfredo Nascimento e Silva, na comemoração do centenário de fundação do ensino médico no país, em 3 de outubro de 1908, rendeu homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, e mandou cunhar medalhas comemorativas, de ouro, prata e bronze, com a efígie do cirurgião. Em 30 de junho de 1909, por ocasião da comemoração do 80º aniversário da [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]], seu presidente [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]] destacou, em seu discurso, as qualidades do Visconde de Sabóia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em sua homenagem, professores e alunos da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] encomendaram ao pintor alemão Karl Ernst Papf (1833-1910) um retrato seu de corpo inteiro, que foi colocada primeiramente no saguão de entrada do prédio da Universidade do Brasil, antigo [[HOSPÍCIO_DE_PEDRO_II|<u>Hospício de Pedro II</u>]], pelo então Reitor Pedro Calmon.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Por proposta de Antônio Augusto de Azevedo Sodré, diretor da <u>[[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro]],</u> a Congregação desta instituição criou, em reunião de 6 de abril de 1912, o Prêmio Visconde de Sabóia, para ser conferido anualmente ao autor da melhor tese de doutoramento sobre obstetrícia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Sob a presidência de Antônio Austregesilo Rodrigues Lima, a [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]] se reuniu na noite de 17 de abril de 1935 em sessão comemorativa do centenário do Visconde de Sabóia.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Vicente Cândido Figueira de Sabóia faleceu em 18 de março de 1909 e foi sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis, no jazigo perpétuo n° 15.169, foi inscrito, a seu pedido, em sua lápide os seguintes termos: "Amou a Deus, a Ciência e a Verdade". A Congregação da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]] encomendou a missa de sétimo na Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, e o ''Jornal do Comércio,'' de 24 de março de 1909, noticiou a missa.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1900, por ocasião do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, o médico Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães proferiu um discurso em homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, ressaltando sua dedicação à medicina e seu empenho em abrilhantar o ensino médico no país.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A sessão solene, em comemoração do centenário do ensino médico no país, na [[ACADEMIA_NACIONAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Nacional de Medicina</u>]], em 1908, foi dedicada a Vicente Cândido Figueira de Sabóia com discursos dos médicos Alfredo Nascimento e Silva e [[CASTRO,_ALOYSIO_DE|<u>Aloysio de Castro</u>]]. Em 1963 foi escolhido como patrono da cadeira n° 63 da Academia Nacional de Medicina. </span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi erguida, em 2007, uma estátua de Sabóia no prédio do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará, ''campus ''de Sobral (Estado do Ceará). Foi instituída, em 2008, a Medalha Visconde de Sabóia pelo Colegiado do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará para homenagear aqueles que prestaram importantes serviços à medicina e à educação médica.</span></span></p> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Produção intelectual</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Produção intelectual</span> = | ||
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= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Fontes</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Fontes</span> = | ||
<span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">- ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. '''Em comemoração do centenário do ensino médico'''. Rio de Janeiro: Typ. Do Jornal do Comércio de Rodrigues & C., 1908. ([[Fontes_de_informação#RGPL|<u>RGPL</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- ARAÚJO, Achilles Ribeiro de. '''O Visconde de Sabóia: sua vida, sua obra, seu exemplo.''' Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1971. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro (Brasil). História e Estatística. Comemoração do centenário da Independência Nacional. Rio de Janeiro: Typographia do "Annuario do Brasil", 1922. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BARROSO, Sebastião M. '''O Medico nas grandezas e misérias humanas.''' São Paulo: Comp. Melhoramentos de São Paulo, [1938]. ([[Fontes_de_informação#IHGB|<u>IHGB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/580064/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/580064/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 8.024, de 12 de março de 1881. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/590656/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/590656/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 9.311, de 25 de outubro de 1884. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/415973/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/415973/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Lei nº 3.141, de 30 de outubro de 1882.</span> <span style="font-family:">In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/573368/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/573368/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- FONSECA, Olympio da. Médicos do Paço. ''Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro'', Rio de Janeiro, tomo 98, v.152, p.174-185, 1925. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsVnk3cWRGazYxNDQ/view https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsVnk3cWRGazYxNDQ/view]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- GALVÃO, B. Franklin Ramiz. '''Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro relativa ao anno lectivo de 1881. '''Rio de Janeiro: [s.n.], 1882. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- LACAZ, Carlos da Silva. '''Visconde de Sabóia. '''''Folha de São Paulo, ''17 de outubro de 1974. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- LIMA, A. Sabóia. Visconde de Sabóia. ''Jornal do Commercio, ''Rio de Janeiro, Separata, anno 108, n.159, p.5-6, 7 de abril de 1935. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira.''' Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/364568_12/35745 http://memoria.bn.br/DocReader/364568_12/35745] </span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- MAGALHÃES, Fernando. '''Centenário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. '''Rio de Janeiro: Typ. A. P. Barthel, 1932. ([[Fontes_de_informação#IHGB|<u>IHGB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- O VISCONDE de Sabóia. ''Revista Syniatrica'', Rio de Janeiro, anno I, n.12, p.185-186, out. 1908.</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- [O DR. SABOIA, representando a parte scientifica]. ''Revista Ilustrada, ''Rio de Janeiro, anno 9, n.371, p.4-5, 9 fev. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira'''. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2639 http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2639]</span></p> <p style="text-align:justify">''<span style="font-family:">-</span>''<span style="font-family:">[NO TREMENDO duello].</span>''<span style="font-family:">Revista Ilustrada,</span>''<span style="font-family:">Rio de Janeiro, anno 9, n.372, p.7, 16 fev. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira'''. Capturado em 26 jun. 2013. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2649 http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2649]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SABOIA, Dr. V. '''Clinica cirurgica do Hospital da Misericordia ou Lições professadas durante os annos de 1873 a 1879. Tomo Primeiro.''' Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1880. In: INTERNET ARCHIVE. </span><span style="font-family:">Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: </span><span style="font-family:">[https://archive.org/details/66910010RX1.nlm.nih.gov https://archive.org/details/66910010RX1.nlm.nih.gov]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SABOIA, Vicente Candido Figueira de. '''Actos em virtude dos quaes foi auctorisada a publicação da Revista dos Cursos práticos e theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.''' ''Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro'', Rio de Janeiro, 1º anno, 1º numero, p.1, dez. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira.''' Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: </span><span lang="FR" style="font-family:">[http://memoria.bn.br/DocReader/339644/3 http://memoria.bn.br/DocReader/339644/3]</span></p> <p style="text-align:justify"><span lang="FR" style="font-family:">- SABOIA, V. '''Traité théorique et pratique de la science et de l´art dês accouchements.''' Paris: P. Asselin, 1873. In : GALLICA Bibliothèque Numérique. </span><span style="font-family:">Capturado em 16 jun. 2020. </span><span lang="FR" style="font-family:">Online. </span><span style="font-family:">Disponível na Internet: [http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5802515q http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5802515q]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. '''História Geral da Medicina Brasileira. vol.2.''' São Paulo: Editora Hucitec, Editora da Universidade de São Paulo, 1991. ([[Fontes_de_informação#BCCBB|<u>BCCBB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SOUTO, Luiz Felippe Vieira. '''Caducêo'''. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Comércio Rodrigues & C., 1936. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SOUZA, Ricardo Alexandre Santos de'''. Agassiz e Gobineau: as ciências contra o Brasil mestiço'''. Rio de Janeiro, 2008. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde),</span> <span style="font-family:">Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz, 2008. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24001 https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24001] </span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:"> -STUDART, Guilherme. '''Diccionario Bio-Bibliographico Cearense. '''Cera, Fortaleza: Typ. Minerva de Assis Bezerra, 1915. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">-VICENTE Cândido Figueira de Saboia (Visc. Saboia). In: ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Capturado em 8 out. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://www.anm.org.br/vicente-candido-figueira-de-saboia-visc-de-saboia/ https://www.anm.org.br/vicente-candido-figueira-de-saboia-visc-de-saboia/]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- VICENTE Cândido Figueira de Sabóia. In: BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. '''Diccionario Bibliographico Brazileiro.''' '''Setimo volume.''' Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902. pp.353-356. Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5452 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5452]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- VICENTE Candido Figueira de Sabóia. In: Portal da História do Ceará. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2069&catid=293&Itemid=101 http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2069&catid=293&Itemid=101]</span></p> | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">- ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. '''Em comemoração do centenário do ensino médico'''. Rio de Janeiro: Typ. Do Jornal do Comércio de Rodrigues & C., 1908. ([[Fontes_de_informação#RGPL|<u>RGPL</u>]])</span></p><p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- ARAÚJO, Achilles Ribeiro de. '''O Visconde de Sabóia: sua vida, sua obra, seu exemplo.''' Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1971. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro (Brasil). História e Estatística. Comemoração do centenário da Independência Nacional. Rio de Janeiro: Typographia do "Annuario do Brasil", 1922. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BARROSO, Sebastião M. '''O Medico nas grandezas e misérias humanas.''' São Paulo: Comp. Melhoramentos de São Paulo, [1938]. ([[Fontes_de_informação#IHGB|<u>IHGB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/580064/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/580064/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 8.024, de 12 de março de 1881. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/590656/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/590656/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Decreto nº 9.311, de 25 de outubro de 1884. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/415973/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/415973/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- BRASIL. Lei nº 3.141, de 30 de outubro de 1882.</span> <span style="font-family:">In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://legis.senado.leg.br/norma/573368/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB http://legis.senado.leg.br/norma/573368/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- FONSECA, Olympio da. Médicos do Paço. ''Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro'', Rio de Janeiro, tomo 98, v.152, p.174-185, 1925. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsVnk3cWRGazYxNDQ/view https://drive.google.com/file/d/0B_G9pg7CxKSsVnk3cWRGazYxNDQ/view]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- GALVÃO, B. Franklin Ramiz. '''Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro relativa ao anno lectivo de 1881. '''Rio de Janeiro: [s.n.], 1882. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- LACAZ, Carlos da Silva. '''Visconde de Sabóia. '''''Folha de São Paulo, ''17 de outubro de 1974. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- LIMA, A. Sabóia. Visconde de Sabóia. ''Jornal do Commercio, ''Rio de Janeiro, Separata, anno 108, n.159, p.5-6, 7 de abril de 1935. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira.''' Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/364568_12/35745 http://memoria.bn.br/DocReader/364568_12/35745] </span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- MAGALHÃES, Fernando. '''Centenário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. '''Rio de Janeiro: Typ. A. P. Barthel, 1932. ([[Fontes_de_informação#IHGB|<u>IHGB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- O VISCONDE de Sabóia. ''Revista Syniatrica'', Rio de Janeiro, anno I, n.12, p.185-186, out. 1908.</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- [O DR. SABOIA, representando a parte scientifica]. ''Revista Ilustrada, ''Rio de Janeiro, anno 9, n.371, p.4-5, 9 fev. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira'''. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2639 http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2639]</span></p> <p style="text-align:justify">''<span style="font-family:">-</span>''<span style="font-family:">[NO TREMENDO duello].</span>''<span style="font-family:">Revista Ilustrada,</span>''<span style="font-family:">Rio de Janeiro, anno 9, n.372, p.7, 16 fev. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira'''. Capturado em 26 jun. 2013. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2649 http://memoria.bn.br/DocReader/332747/2649]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SABOIA, Dr. V. '''Clinica cirurgica do Hospital da Misericordia ou Lições professadas durante os annos de 1873 a 1879. Tomo Primeiro.''' Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1880. In: INTERNET ARCHIVE. </span><span style="font-family:">Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: </span><span style="font-family:">[https://archive.org/details/66910010RX1.nlm.nih.gov https://archive.org/details/66910010RX1.nlm.nih.gov]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SABOIA, Vicente Candido Figueira de. '''Actos em virtude dos quaes foi auctorisada a publicação da Revista dos Cursos práticos e theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.''' ''Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro'', Rio de Janeiro, 1º anno, 1º numero, p.1, dez. 1884. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. '''Hemeroteca Digital Brasileira.''' Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: </span><span lang="FR" style="font-family:">[http://memoria.bn.br/DocReader/339644/3 http://memoria.bn.br/DocReader/339644/3]</span></p> <p style="text-align:justify"><span lang="FR" style="font-family:">- SABOIA, V. '''Traité théorique et pratique de la science et de l´art dês accouchements.''' Paris: P. Asselin, 1873. In : GALLICA Bibliothèque Numérique. </span><span style="font-family:">Capturado em 16 jun. 2020. </span><span lang="FR" style="font-family:">Online. </span><span style="font-family:">Disponível na Internet: [http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5802515q http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5802515q]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. '''História Geral da Medicina Brasileira. vol.2.''' São Paulo: Editora Hucitec, Editora da Universidade de São Paulo, 1991. ([[Fontes_de_informação#BCCBB|<u>BCCBB</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SOUTO, Luiz Felippe Vieira. '''Caducêo'''. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Comércio Rodrigues & C., 1936. ([[Fontes_de_informação#BN|<u>BN</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- SOUZA, Ricardo Alexandre Santos de'''. Agassiz e Gobineau: as ciências contra o Brasil mestiço'''. Rio de Janeiro, 2008. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde),</span> <span style="font-family:">Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz, 2008. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24001 https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24001] </span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:"> -STUDART, Guilherme. '''Diccionario Bio-Bibliographico Cearense. '''Cera, Fortaleza: Typ. Minerva de Assis Bezerra, 1915. ([[Fontes_de_informação#BCOC|<u>BCOC</u>]])</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">-VICENTE Cândido Figueira de Saboia (Visc. Saboia). In: ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Capturado em 8 out. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://www.anm.org.br/vicente-candido-figueira-de-saboia-visc-de-saboia/ https://www.anm.org.br/vicente-candido-figueira-de-saboia-visc-de-saboia/]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- VICENTE Cândido Figueira de Sabóia. In: BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. '''Diccionario Bibliographico Brazileiro.''' '''Setimo volume.''' Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902. pp.353-356. Capturado em 16 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5452 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5452]</span></p> <p style="text-align:justify"><span style="font-family:">- VICENTE Candido Figueira de Sabóia. In: Portal da História do Ceará. Capturado em 09 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2069&catid=293&Itemid=101 http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2069&catid=293&Itemid=101]</span></p> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ficha técnica</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Ficha técnica</span> = | ||
<p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="font-family:">Pesquisa – Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva, Maria Rachel Fróes da Fonseca.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="font-family:">Redação – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="text-autospace:none"><span style="font-family:"><span style="color:black">Revisão - Maria Rachel Fróes da Fonseca.</span></span></span></span></p> | <p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="font-family:">Pesquisa – Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva, Maria Rachel Fróes da Fonseca.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="font-family:">Redação – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva.</span></span></p> <p style="text-align:justify"><span style="line-height:150%"><span style="text-autospace:none"><span style="font-family:"><span style="color:black">Revisão - Maria Rachel Fróes da Fonseca.</span></span></span></span></p> |
Edição das 12h54min de 8 de novembro de 2023
Outros nomes e/ou títulos: Sabóia, Barão de; Sabóia, Visconde de; Saboia, Vicente Candido Figueira de
Resumo: Vicente Cândido Figueira de Sabóia nasceu em 13 de abril de 1835 [1836?] na cidade de Sobral, então província do Ceará. Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro doutorou-se em medicina (1858), foi opositor da seção de ciências cirúrgicas (1859), lente da cadeira de patologia externa (1865), catedrático de clínica cirúrgica (1871), diretor (1881-1889) e protagonista da Reforma Sabóia. Foi cirurgião-adjunto chefiou a 18ª Enfermaria do hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e autor de "Traité Théorique et Pratique de la Science et de l'Art des Accouchements" (1873). Faleceu no dia 18 de março de 1909, na cidade de Petrópolis (Rio de Janeiro).
Dados pessoais
Vicente Cândido Figueira de Sabóia nasceu em 13 de abril de 1835, ou de 1836 (VICENTE, 2013) na cidade de Sobral, então província do Ceará, filho de Joaquina Figueira de Mello Sabóia e José Sabóia, tenente-coronel da Guarda Nacional. Era neto de Vicente Maria Carlos de Sabóia, farmacêutico, e de Alaria Clara da Conceição Sabóia. Foram seus irmãos Umbelina Francisca de Mello, José Carlos Figueira de Sabóia, Antonio Firmo Figueira de Sabóia, Francisco de Paula Figueira de Sabóia, Maria Clara Figueira de Sabóia, Joaquina Sabóia Bandeira de Mello, Cândida Sabóia F. de Medeiros, Anna Bemvinda, e Francisca Carolina Figueira de Sabóia. Esta última casou-se com Ernesto Deocleciano de Albuquerque, comerciante e político cearense. Casou-se, em junho de 1861, com Luiza Marcondes Jobim, filha de José Martins da Cruz Jobim, seu professor de medicina legal e toxicologia e então diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Teve três filhas e dois filhos: o primogênito, Edmundo Jobim Sabóia, que seguiu seus passos e se doutorou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1884, Eduardo Sabóia, engenheiro, Adélia Sabóia, Julieta e Maria Luiza Jobim de Sabóia.
Recebeu o título de Oficial da Imperial Ordem da Rosa, de Membro do Imperial Conselho (1884) e a Comenda da Ordem de Cristo (1882). Por decreto de 6 de fevereiro de 1886, recebeu do Imperador D. Pedro II o título de Barão de Sabóia, em agradecimento por ter cuidado de uma fratura no braço esquerdo da Imperatriz D. Cristina Maria, e em 11 de abril de 1888 este título foi elevado para Visconde de Sabóia.
Faleceu no dia 18 de março de 1909, em sua residência na Avenida Koehler, n° 167, na cidade de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. Em seu atestado de óbito, feito pelo médico e discípulo Joaquim Francisco Moreira, foi registrado como causa do óbito uma arteriosclerose cardio renal.
Trajetória profissional
Vicente Cândido Figueira de Sabóia partiu para a cidade de Recife, em 1849, para concluir seus estudos básicos. Posteriormente viajou para a cidade do Rio de Janeiro onde, em 1853, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e doutorou-se em medicina em 30 de novembro de 1858 com tese sobre o tema "Estreitamentos Organicos da Uretra do Homem". Entre seus colegas do curso médico estavam Manoel Duarte Moreira de Azevedo, Manoel da Gama Lobo, Anastácio Luiz do Bomsuccesso, Antenor Augusto Ribeiro Guimarães, e João Vicente Torres Homem.
Desde 1855, quando estava no 3º ano do curso médico, fez seu aprendizado cirúrgico como interno nas enfermarias chefiadas por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho e Antônio da Costa, e no serviço do professor Antônio Ferreira França, lente de patologia externa, no hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Quando estava na 6ª série do curso médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, prestou concurso para interno oficial da cadeira de clínica interna, tendo obtido o primeiro lugar, e passou então a trabalhar sob a orientação de Manoel de Valadão Pimentel, catedrático desta disciplina.
Após prestar concurso em agosto de 1859, no qual apresentou a tese "Anesthesia Cirurgica", foi nomeado opositor da seção de ciências cirúrgicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em seguida obteve licença da Congregação desta Faculdade, para realizar uma viagem de aperfeiçoamento de seus estudos na Europa. Nesta viagem visitou hospitais em Paris e Londres, e ao retornar relatou suas experiências em uma série de artigos publicados na seção "Revista Científica" do Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. Segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), nesta viagem à Paris teria ficado muito impressionado com os cirurgiões como Auguste Nélaton (1807-1873), Alfred Armand Louis Marie Velpeau (1795-1867), e Antoine Jobert de Lamballe (1799-1867).
Reassumiu, em 1861, seu cargo de professor substituto na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ficando encarregado da regência das cadeiras de partos e de anatomia topográfica. Em 1865 passou a ocupar a cadeira de patologia externa, posteriormente denominada clínica cirúrgica de adultos, no lugar do titular Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, que havia partido como cirurgião-mor do Corpo de Saúde do Exército para servir na Guerra do Paraguai.
Como cirurgião-adjunto chefiou a 18ª Enfermaria do hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde entre os meses de agosto a outubro de 1865 proferiu suas "Lições de Clínica Cirúrgica". Em 1866, estas lições foram publicadas sob a forma de um primeiro volume, dedicado ao professor Francisco Ferreira de Abreu, no qual estava incluída a lição de 27 de outubro de 1865, que registrava o fato de Vicente Cândido Figueira de Sabóia ter aplicado um aparelho gessado para manter a redução de uma fratura, que teria sido a primeira vez que este procedimento era adotado no país. Esta técnica do aparelho gessado teria sido criada por Antonius Mathijsen (1805-1878), sendo muito utilizada na França, mas ainda inédita no Brasil (ARAÚJO, 1971). As lições de cirurgia professadas em 1867-1869 foram também publicadas, em 1870.
Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi fundador e co-proprietário da Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário. A Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira do Senhor Bom Jesus do Calvário e Via Sacra havia construído atrás de sua igreja, na antiga Rua do Sabão n° 142 (posteriormente Rua General Câmara), um hospital para atender a Confraria, com frente para a Rua de São Pedro, 125. As obras, feitas a partir das orientações do médico Francisco Lopes de Oliveira Araújo, foram muito custosas, deixando a Ordem Terceira sem condições para instalar efetivamente o hospital. Desta forma, foi decidido que o mesmo deveria ser alugado a uma instituição que tivesse os mesmos propósitos de assistência aos enfermos, sendo então feito seu arrendamento aos médicos Vicente Cândido Figueira de Sabóia e João Baptista dos Santos, por meio de um contrato firmado em 3 de dezembro de 1868. Desta forma a "Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário" foi inaugurada em 5 de janeiro de 1869, e foi considerado o mais atualizado e melhor serviço hospitalar da Corte (ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro, 1922). Entretanto, após pouco mais de um ano da inauguração, Vicente Cândido Figueira de Sabóia desligou-se da direção da Casa de Saúde para dedicar-se exclusivamente aos estudos para o concurso à cátedra de clínica cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ainda assim continuou a freqüentar e a atender seus clientes naquela casa de saúde, a qual encerrou suas atividades doze anos depois, em 1881.
O médico Vicente Cândido Figueira de Sabóia teria sido, em julho de 1869, protagonista de um incidente com Joseph-Arthur Gobineau (1816-1882), Conde de Gobineau, então chefe da delegação diplomática da França no Brasil, e autor de “Essai sur l´inégalité des races humaines” (1853), no qual descreveu sua teoria sobre a desigualdade das raças humanas. Este incidente, de existência controversa, teria ocorrido, segundo Achilles Ribeiro de Araújo (1971), quando Sabóia ao se retirar do Teatro Provisório, na cidade do Rio de Janeiro, acompanhado de sua esposa, após uma apresentação, um cavalheiro ao passar teria derrubado sua esposa, o que o teria irritado e levado a agredir o referido cavalheiro. Relata, ainda, que somente no dia seguinte Sabóia teria descoberto que se tratava do Conde de Gobineau. Georges Raeders, em sua obra “O inimigo cordial do Brasil – o Conde de Gobineau”, publicada em 1988, afirmou que segundo a versão de Gobineau, este no dia seguinte ao fato teria enviado seu adido à casa de Sabóia com a mensagem de que estaria à disposição para um duelo, o que não teria sido aceito pelo médico, e todo este incidente teria repercutido desfavoravelmente ao próprio Gobineau (RAEDERS, Apud SOUZA, 2008).
Em 1871, Vicente Cândido Figueira de Sabóia concorreu à cátedra de clínica cirúrgica deixada por Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, competindo com Luiz Pientzenauer e Matheus Alves de Andrade. Apresentou a tese "Fraturas Complicadas", obtendo o 1º lugar, e sendo então nomeado para a cátedra por decreto de 21 de junho do mesmo ano. Este concurso ficou marcado por alguns fatos trágicos segundo os biógrafos, pois Sabóia teria acusado publicamente a Matheus Alves de Andrade de apresentar como sendo sua tese um trabalho traduzido do francês, e este então, desmoralizado, teria se suicidado abrindo as artérias radiais. De acordo com Achilles Ribeiro de Araújo, este fato teria desencadeado uma campanha contra Vicente Cândido Figueira de Sabóia (ARAÚJO, 1971).
Logo após ter sido nomeado lente de clínica cirúrgica, em 1871, embarcou novamente para a Europa, comissionado pelo Governo Imperial e por indicação da Congregação da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, para estudar a organização do ensino nas principais faculdades de medicina na Inglaterra, Alemanha, Itália e França. Ao regressar apresentou à Congregação desta instituição um detalhado relatório acerca do que havia encontrado nas universidades européias. Este relatório, apresentado, em julho de 1872, anexo à Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, fundamentou a reforma do ensino que viria a propor posteriormente.
Ao retornar Vicente Cândido Figueira de Sabóia introduziu o método antisséptico de Joseph Lister (1827-1912), com quem teria aprendido na Glasgow Royal Infirmary (Escócia), em 1871-1872. Augusto Sabóia Lima, seu neto, destaca que Sabóia introduziu este método “com vantagens tais que a diretoria do serviço sanitário da Misericordia, a cargo do Dr. Ferreira dos Santos, mandou vir da Europa as peças e aparelhos para os curativos cirúrgicos por esse método” (LIMA, 1935, p.9). Divulgou o método de Lister em suas publicações, especialmente nos volumes sobre clínica cirúrgica publicados em 1880 e 1881, e relatou entre 1882 e 1886 as aplicações que havia feito na Medicina Contemporanea de Lisboa, periódico do qual era redator, e na Revista dos Cursos Práticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Publicou, em Paris, em 1873, o livro "Traité Théorique de la Science et Pratique et de l'Art des Accouchements", dedicado ao Imperador D. Pedro II, referido como o grande protetor das ciências, no qual destacou as principais referências teóricas e os objetivos de sua obra:
“J´ai cherché autant que posible à mettre mon travail au niveau des meilleurs écrits sur l´art dês accouchements; à cet effet, j´ai consulte de nombreux ouvrages, thèses et mémoires sur la matière, et j´ai tache de bien me pénétrer des idées et des préceptes de plusieurs praticiens anglais d´um grand renom, tels que Simpson, Churchill, Ramsbotham, Tyler Smith, Murphy, Inglrby, Tanner, Montgomery et d´autres, dont les travaux scientifiques m´ont occupé et avec lesquels j´ai cherché à me familiariser. Je ne dois pas oublier que dans mon travail je me suis servi des lumineuses idées et de la pratique de M. Ch. Pajot, professeur de la Faculté de Paris, qui a pour ainsi dire vulgarisé par son enseigment la science obstétricale. Désirant rester fidèle dans ce livre aux traditions de la Faculté de médecine de Rio de Janeiro, et trouvant beaucoup d´importance et de mérite aux préceptes pratiques exposés dans les leçons de mon illustre maitre M. lê docteur Feijó, je n´ai pás omis de présenter ces derniers avec le plus de fidélité possible et de les adopter souvent, vu qu´ils sont l´expression de la vérité, de l´observation et d´une grande expérience.” (SABOIA, 1873, p.VIII-IX)
No ano seguinte, sua obra já era referida nas seções de bibliografia de periódicos médicos, como o L´Union Médicale: journal des intérêts scientifiques et pratiques, moraux et professionnels du corps medical (troisième série, n.18, p.475-476, 1874) e Le Progrès Médical: journal de médecine, de chirurgie et de pharmacie (série 01, tome 02, p.68, 1874). Foi também citada na bibliografia do livro “De l émploi du chloroforme dans les accouchements naturels (Physiologie)” (1882), de August Robert Émile Dutertre (1854-1941), e foi adotada como compêndio em faculdades de medicina de Liège (Bélgica) e de Montpellier (França).
Em 15 de outubro de 1875, Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi chamado ao Paço Imperial, para auxiliar no parto da Princesa Isabel, pois o tocólogo da família, vindo da França, Jean Anne Henri Depaul (1811-1883), que a atendia, diante do fato do feto estar em apresentação de espádua (ombro), havia sugerido solicitar a ajuda de Sabóia, o qual já conhecia pelo livro "Traité Théorique et Pratique de la Science et de l'Art des Accouchements". Desta forma, o parto foi realizado e nasceu o Príncipe Dom Pedro de Alcântara Luiz Felipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, Príncipe do Grão Pará, que pela Constituição do Império seria o herdeiro do trono.
O Ministro do Império, Conselheiro Carlos Leôncio de Carvalho, em 1878, com o objetivo de melhorar a organização do ensino médico no país, e procurando aproveitar os estudos sobre o ensino na Europa feitos por Vicente Cândido Figueira de Sabóia, Domingos José Freire Junior e Cláudio Velho da Motta Maia, durante viagens à Europa comissionados pelo Governo, decidiu nomeá-los para reverem os estatutos das faculdades de medicina e elaborarem um plano de reestruturação do ensino médico. Neste projeto de reestruturação do ensino médico foi também importante o apoio do professor Francisco Praxedes de Andrade Pertence, que promoveu palestras sobre a reforma do ensino médico nas denominadas Conferências da Glória, realizadas nas escolas da então freguesia da Glória (atualmente Largo do Machado), na cidade do Rio de Janeiro.
Com o decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, o Ministro Leôncio de Carvalho aprovou a reforma que recebeu seu nome. Esta reforma, com base no projeto de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, provocou intensos debates na imprensa e no Parlamento, pois propunha modificações profundas na estrutura do ensino médico praticado nas faculdades do país. Inspirada no modelo das universidades alemãs, a reforma instituiu a freqüência livre às aulas, e permitiu a realização de cursos não oficiais nos próprios recintos das faculdades. Visando um melhor aproveitamento dos cursos, propunha a supressão das sabatinas e determinava a obrigatoriedade das provas práticas. Propunha-se pela primeira vez a permissão da diplomação de mulheres nos diversos cursos das faculdades e a concessão de autorização para que estas requeressem exame de verificação para obtenção do diploma de dentista. As disposições da reforma Leôncio de Carvalho foram ampliadas pelo decreto nº 8.024 de 12 de março de 1881 e pela lei nº 3.141 de 30 de outubro de 1882.
As lições de cirurgia realizadas por Vicente Cândido Figueira de Sabóia no hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e publicadas anteriormente, se esgotaram em alguns anos, o que o teria estimulado a publicar um volume com as lições de cirurgia 1873 a 1879:
“(....), quando em meiado do anno findo o Sr. Nicoláo Alves, meu livreiro, annunciou-me que estava esgotada a edição do livro de clinica que publiquei em 1866. (.....)..Excitou-me também o estímulo, e em um dia de mais lazer comecei a examinar os materiaes que havião servido para as lições que tinha professado no periodo de 1873 a 1879, muitas das quaes havião sido stenographadas por diversos alumnos da faculdade, como os Srs. Teixeira Maciel, Aurélio de Mello, José Pinto Ribeiro, Buarque de Macedo, Gabriel Philadelpho, e nesse exame reconheci que existia alli alguma cousa que podia ser aproveitada, e que eu commetteria uma falta grave se subtrahisse esses materiaes á publicidade. (......). As lições não vão apresentadas aqui na ordem em que forão professadas, mas segundo o assumpto sobre que versarão. Ellas abrangem o estudo das moléstias e affecções que mais vezes são observadas na clinica. (....). No primeiro volume inclui as lições sobre a observação ou prolegomenos cirúrgicos, anesthesia cirúrgica, vícios de conformação congeniaes e accidentaes, queimaduras, gangrenas, anthrazes, fleimão, panarício, feridas cirúrgicas e accidentaes, erysipela traumática, (.....). No segundo volume serão reunidas as lições sobre as moléstias articulares, as varices, os aneurysmas, as do apparelho genito-ourinario, as do tubo intestinal, e por ultimo as licções acerca das lesões do craneo, cérebro, fossas nasaes, língua, labios, face, maxilares superiores e inferiores, columna vertebral e bacia ” (SABOIA, 1880, p. VI-VIII)
Para Sabóia, a clínica cirúrgica constituía “a parte da medicina que se occupa das molestias que estão sujeitas a acção tópica manual ou instrumental, e se basêa ou firma-se na observação de todos os phenomenos mórbidos que se apresentão ou alcançamos por meio dos nossos sentidos e applicação dos dados fornecidos por todos os ramos das sciences medicas” (SABOIA, 1880, p.4).
No prefácio do volume dedicado às lições de 1873 a 1879, Vicente Cândido Figueira de Sabóia já destacava a importância da reforma do ensino médico no país, afirmando que “quando a bandeira da liberdade de ensino se hastear no topo do velho e carunchoso edifício da Faculdade, e surgirem alli os gabinetes e laboratórios experimentaes, a sciencia medica brasileira se fundará, e o Brazil tomará scientificamente o seu logar no congresso das primeiras nações civilisadas” (SABOIA, 1880, p.X).
Em 1881 Vicente Cândido Figueira de Sabóia tornou-se médico da Imperial Câmara, um dos postos da Casa Imperial no período do Segundo Reinado no Brasil. Foi nomeado diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1881, substituindo a Luiz da Cunha Feijó (Visconde de Santa Isabel), e ao assumir o cargo em 23 de fevereiro deste ano, propôs alterações na Reforma Leôncio de Carvalho.
Segundo Benjamin Franklin Ramiz Galvão, relator da Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro de 1881, esta nova diretoria entendia que para introduzir as inovações propostas pelo decreto de 12 de março de 1881, que estabelecia o novo regulamento das faculdades de medicina, eram necessários recursos e para tal Vicente Cândido Figueira de Sabóia conseguiu expressivos donativos particulares e conseguiu da Santa Casa da Misericórdia a cessão da parte do edifício em que funcionara o Recolhimento das Órfãs (GALVÃO, 1882). A primeira providência de Sabóia foi conseguir a posse integral deste edifício, conseguindo a remoção das enfermarias até então, ali mantidas, pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. O antigo Recolhimento das Órfãs da Misericórdia, que fora ocupado parcialmente pela faculdade desde 1856, era inadequado e necessitava de mais salas para instalações de laboratórios e anfiteatros para aulas. O Provedor da Santa Casa, José Ildefonso de Souza Ramos, atendeu à solicitação de Sabóia e removeu os doentes para o Hospital de São João Batista da Lagoa, na Rua da Passagem, disponibilizando todo o espaço do Recolhimento para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Vicente Cândido Figueira de Sabóia construiu ali dois museus, um de ciências naturais, e um de anatomia patológica, sendo nomeado o médico e artista Emile Ossian-Bonnet como preparador das peças de cera do Museu Anatomo-Patológico. Criou mais 8 cadeiras, além das 18 então existentes, sendo 7 de novas clínicas, inclusive de especialidades, tornando mais prático e experimental o ensino de todas as 26 cadeiras que constituíram então os novos cursos médicos. Construiu, também, um laboratório para química orgânica, um para química mineral e mineralogia, um gabinete de física, um gabinete de terapêutica e um segundo anfiteatro para aulas e cursos livres (GALVÃO, 1882). Todas as novas instalações foram inauguradas a 30 de novembro de 1881, com a presença de Sua Majestade Imperador Pedro II.
A lei orçamentária n° 3.141, de 30 de outubro de 1882, incluiu verbas para o recém-criado Laboratório de Cirurgia e Prótese Dentária na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sob a gestão de Vicente Cândido Figueira de Sabóia. E dois anos depois, por meio do decreto n° 9311, de 25 de outubro de 1884, que estabeleceu novos estatutos para as faculdades de medicina, o Governo Imperial instituiu oficialmente o Curso de Odontologia nas Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, os quais foram imediatamente inaugurados.
O médico Sebastião Barroso, em sua obra “O Medico nas grandezas e misérias humanas”, ao tratar do período de formação na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, retratou o período da reforma de Vicente Cândido Figueira de Sabóia:
“Entrei para a Faculdade quando Sabóia havia reformado o ensino no sentido das idéas liberaes: o ponto em aula, as sabbatinas, as jubilações por faltas ou reprovações, até as vaias aos caloiros, tudo havia sido abolido. Em compensação, concursos rigorosos e justiceiros haviam provido as cadeiras das mais altas competências: Domingos Freire, Erico Coelho, republicanos de acção, entraram para o corpo docente. O ensino pratico em geral – laboratórios, amphitheatros, tudo tomára desenvolvimento que excedia ao dos melhores institutos do velho mundo.” (BARROSO, [1938], p.33)
Em setembro de 1883, com a eleição e posse João Maurício Wanderley (Barão de Cotegipe) para provedor da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, surgiu problemas em relação às demandas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Este episódio foi registrado pelo desenhista italiano Angelo Agostini em suas charges publicadas na Revista Ilustrada (9 fev.1884), nas quais retratou especialmente a questão da atuação das irmãs de caridade na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Por fim, pressionado pela imprensa, pelo corpo de alunos, pela Congregação da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, pelo próprio Vicente Cândido Figueira de Sabóia e por Augusto Ferreira dos Santos, catedrático de química mineral e diretor efetivo do Hospital da Misericórdia, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia acabou cedendo. A mesma Revista Ilustrada, em 16 de fevereiro de 1884, publicou novamente uma caricatura de Angelo Agostini a respeito deste conflito entre Sabóia e Cotegipe, com os seguintes dizeres:
"No tremendo duello acerca da S. Casa o Sr. de Cotegipe foi completamente batido pelo Cons. Saboia. É que este tinha comsigo o espelho da verdade, cujos reflexos cegavam o adversário, representante do fanatismo e da hipocrisia. E já que a razão e a verdade estão do lado do Cons. Saboia, é de supor, que os lentes da Faculdade de Medicina apoiarão o seu diretor e apresentarão ao governo uma petição assignada por todos, exigindo uma radical reforma na S. Casa ou a expulsão das irmãs. Serão capazes disso? Veremos...”. (Revista Ilustrada, 16 fev. 1884, p. 7).
A Biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro organizou, em 1884, a “Primeira Exposição Médica Brasileira", com o apoio de Vicente Cândido Figueira de Sabóia, então diretor da instituição, e tendo sido realizada por Carlos Antônio de Paula Costa, bibliotecário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e por Carlos Augusto de Brito e Silva e Alfredo do Valle Cabral, funcionários da Biblioteca Nacional. A exposição foi inaugurada em 2 de dezembro de 1884, no edifício da Biblioteca da Faculdade, com a presença de D. Pedro II, dos Presidentes do Conselho de Ministros, do Ministro da Agricultura, de Justiça, dos Estrangeiros, de membros do Corpo Diplomático, de lentes da Faculdade de Medicina, e exibiu raros volumes, documentos, gravuras e quadros a óleo, totalizando 2937 obras, segundo o noticiado no Jornal do Commercio, e seu Catálogo foi publicado pela Tipografia Nacional em 1884.
Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi também responsável pela criação da Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cujo primeiro volume foi lançado em dezembro de 1884, quando era diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Na apresentação deste primeiro número, Sabóia destacou que “as vantagens que hão de resultar da publicação dos trabalhos que forem realisados nos laboratórios desta Faculdade, bem como observações clinicas e das licções mais interessantes dadas nas aulas pelos professores dos respectivos cursos, resultando d´ahi um repertorio em que fiquem consignados os progressos dos estudos médicos em nosso Paiz” (SABOIA, Actos, 1884, p.1)
Realizou outras viagens à Europa, tendo sido as últimas realizadas nos anos de 1887 e de 1889, durante as quais visitou as faculdades de medicina de Bordeaux, Lion, Genebra, Berna, Zurique, Bâle (Suíça), Roma, Nápoles, Bolonha, Viena, Munique, Berlim, Strasburgo e Paris, e conheceu os institutos práticos de ensino destas instituições. Neste período foi como delegado brasileiro e Presidente de Honra do Congrès pour l´étude de la tuberculose chez l´homme et chez les animaux, realizado em Paris, em 1888.
De volta ao Brasil, apresentou em 15 de setembro de 1889 ao Ministro do Império, Franklin Américo de Menezes Dória, um detalhado relatório acerca das instituições européias visitadas, e nesta mesma ocasião, também propôs algumas sugestões de modificação dos estatutos das faculdades de medicina, de 1884, com vistas ao aperfeiçoamento do ensino prático.
Em 22 de novembro de 1889 Vicente Cândido Figueira de Sabóia convocou a Congregação para discutir a mensagem apresentada por Érico Marinho da Gama Coelho, na qual declarava seu apoio ao regime republicano que se instalava, em nome da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A referida moção foi aceita pela Congregação, mas neste mesmo dia, Sabóia, solidário ao regime monárquico deposto, solicitou sua demissão do cargo de diretor da Faculdade de Medicina e jubilação da cátedra que ministrava. Sabóia teve então seu pedido atendido pelo Governo Provisório, que por decreto de 22 de fevereiro de 1890 lhe concedeu o título de "Diretor Honorário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro", título este que foi conferido apenas a ele e depois a Aloysio de Castro. Após sua saída da instituição, foi substituído por Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro na cátedra de clínica cirúrgica, e por Érico Marinho da Gama Coelho na direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Desde o ano de 1860 dedicou-se aos estudos da cura radical das hérnias, tendo apresentado na Academia Imperial de Medicina, alguns casos de cura radical de hérnias pelo processo do médico francês Just Lucas-Championnière (1843-1913). Posteriormente publicou memórias sobre a uranoplastia, a estafilorragia e o tratamento da elefantíase.
Em 1898, já jubilado da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, permaneceu ainda, por mais oito anos, como cirurgião no hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Publicou inúmeros trabalhos sobre cirurgia e obstetrícia, e nos últimos anos de sua vida dedicou-se também a uma reflexão mais filosófica, com a obra “Vida Psychica do Homem” (1903), na qual tratava do materialismo e espiritualismo.
Vicente Cândido Figueira de Sabóia foi colaborador de vários periódicos, principalmente do Jornal do Commercio, da Gazeta Medica do Rio de Janeiro, e da Gazeta Medica da Bahia, e em seus artigos sempre defendeu uma reforma ampla e radical do ensino da medicina, de acordo com as diretrizes que apresentara ao Governo Imperial.
Fundou, em 1858, juntamente com Eduardo Augusto do Montandon, Júlio Rodrigues de Moura, José Alexandre Teixeira de Mello e Anastacio Luiz do Bomsuccesso, a Academia Philosophica, no Rio de Janeiro, e foi redator de debates dos Annaes da Academia Philosophica.
Foi um dos redatores do periódico O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente médico, redigido por alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e impresso na Tipografia do Correio da Tarde entre os anos 1855-1866.
Ingressou na Academia Imperial de Medicina como membro titular em 17 de agosto de 1863, com a apresentação da memória "Ensaio sobre o tratamento de blennorragia". Foi presidente da instituição de 1891 a 1892, tendo como primeiro secretário o médico Joaquim Pinto Portella.
Foi sócio correspondente da Academia Cearense, e do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), fundado em 4 de março de 1887 em Fortaleza. É o patrono da Cadeira nº 39 da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro, e da Cadeira nº25 da Academia Sobralense de Estudos e Letras, fundada em 1922.
Integrou o conselho da Ordem Médica Brasileira, fundada em 21 de maio de 1901 na cidade do Rio de Janeiro.
Participou também de associações estrangeiras, tendo sido membro titular da Sociedade de Obstetrícia de Londres, e membro correspondente da Academia de Sciencias de Lisboa, da Académie de Médecine de Paris, da Sociétè de Chirurgie de Paris, e da Reale Accademia di Medicina di Roma (Itália), por proposta do médico italiano Guido Baccelli (1830-1916).
Foram publicadas biografias de Vicente Cândido Figueira de Sabóia em periódicos estrangeiros, como a de Léon Laveyssière, divulgada no Le Correspondant Medical. Journal médical scientifique et littéraire (Paris, ano 4, n.39), e uma outra na Rivista Italo-Brasiliana (Roma, n.1, 15 abr. 1897). Léon Labbé (1832-1916), cirurgião e presidente da Académie de Médecine de Paris, em sessão de 8 de junho de 1909, apresentou o necrológio do Visconde de Sabóia, no qual destacou o fato deste ter sido o primeiro cientista latino-americano a obter o título de membro correspondente daquela academia.
A Academia Nacional de Medicina, então presidida por Alfredo Nascimento e Silva, na comemoração do centenário de fundação do ensino médico no país, em 3 de outubro de 1908, rendeu homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, e mandou cunhar medalhas comemorativas, de ouro, prata e bronze, com a efígie do cirurgião. Em 30 de junho de 1909, por ocasião da comemoração do 80º aniversário da Academia Nacional de Medicina, seu presidente Aloysio de Castro destacou, em seu discurso, as qualidades do Visconde de Sabóia.
Em sua homenagem, professores e alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro encomendaram ao pintor alemão Karl Ernst Papf (1833-1910) um retrato seu de corpo inteiro, que foi colocada primeiramente no saguão de entrada do prédio da Universidade do Brasil, antigo Hospício de Pedro II, pelo então Reitor Pedro Calmon.
Por proposta de Antônio Augusto de Azevedo Sodré, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a Congregação desta instituição criou, em reunião de 6 de abril de 1912, o Prêmio Visconde de Sabóia, para ser conferido anualmente ao autor da melhor tese de doutoramento sobre obstetrícia.
Sob a presidência de Antônio Austregesilo Rodrigues Lima, a Academia Nacional de Medicina se reuniu na noite de 17 de abril de 1935 em sessão comemorativa do centenário do Visconde de Sabóia.
Vicente Cândido Figueira de Sabóia faleceu em 18 de março de 1909 e foi sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis, no jazigo perpétuo n° 15.169, foi inscrito, a seu pedido, em sua lápide os seguintes termos: "Amou a Deus, a Ciência e a Verdade". A Congregação da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro encomendou a missa de sétimo na Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, e o Jornal do Comércio, de 24 de março de 1909, noticiou a missa.
Em 1900, por ocasião do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, o médico Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães proferiu um discurso em homenagem a Vicente Cândido Figueira de Sabóia, ressaltando sua dedicação à medicina e seu empenho em abrilhantar o ensino médico no país.
A sessão solene, em comemoração do centenário do ensino médico no país, na Academia Nacional de Medicina, em 1908, foi dedicada a Vicente Cândido Figueira de Sabóia com discursos dos médicos Alfredo Nascimento e Silva e Aloysio de Castro. Em 1963 foi escolhido como patrono da cadeira n° 63 da Academia Nacional de Medicina.
Foi erguida, em 2007, uma estátua de Sabóia no prédio do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará, campus de Sobral (Estado do Ceará). Foi instituída, em 2008, a Medalha Visconde de Sabóia pelo Colegiado do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará para homenagear aqueles que prestaram importantes serviços à medicina e à educação médica.
Produção intelectual
- “Estudo Biographico. Hippocrates. O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente medico, Rio de Janeiro, v.I, n.1, p.12-13, jul. 1855.
- “Physiologia. Os alimentos asotados são os únicos que servem para o sustento da vida”. O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente medico, Rio de Janeiro, v.I, n.3, p.1-3, set. 1855.
- “Considerações physiologicas sobre a longevidade humana”. O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente medico, Rio de Janeiro, v.I, n.4, p.6-8, out. 1855.
- "Duas palavras sobre os progressos em embryologia". O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente medico, Rio de Janeiro, anno II, n.5, p.7-9, jul.1856.
- "Duas palavras sobre os progressos em embryologia". O Academico. Periódico scientifico, litterario e especialmente medico, Rio de Janeiro, anno II, n.6, p.21-25, ago.1856.
- "Estreitamentos organicos da urethra do homem. These apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e perante ella sustentada em 30 de novembro de 1858 por Vicente Candido Figueira de Sabóia; natural da província do Ceará; antigo interno da clinica medica; doutor em medicina pela mesma faculdade, e filho legitimo do tenente-coronel José Sabóia; official da Imperial Ordem da Rosa, etc”. Rio de Janeiro: Impresso na Typographia de Peixoto, 1858.
- "Dissertação sobre a Anesthesia Cirurgica". Proposições sobre todas as sciencias que compõem o cruso de medicina da Faculdade do Rio de Janeiro. These apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro como primeira prova de concurso a um lugar de oppositor da secção de sciencias cirúrgicas pelo Dr. Vicente Candido Figueira de Sabóia membro effectivo da Academia Philosophica do Rio de Janeiro, etc”. Rio de Janeiro: Typ. de D. L. dos Santos, 1859.
- “Da identidade da natureza do crup e da angina diphterica”. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, tomo XVIII, v.15, p. 166, 1861.
- “Cura radical das hérnias”. Memória. Paris: Leclere, 1861.
- "Ensaio sobre o tratamento radical das hérnias redutíveis inguinais". Paris. Typ. L. Martinet, 1861.
- “Dos fenômenos mecânicos do parto, estudados debaixo de um ponto de vista inteiramente novo”. Rio de janeiro: Imparcial de J. M. N. Garcia, 1861.
- “Revista obstetrica. A memória do sr. dr. V. Saboia sobre os phenomenos mecânicos do parto, estudados debaixo de um ponto de vista inteiramente' novo, como nella se diz, e impugnações immediatas do sr. dr. A., medico parteiro brasileiro, nos diversos artigos de critica, refutarão, estudos e protesto, extrahidos do Correio mercantil, Rio de Janeiro, Typ. Imparcial de J. M. N. Garcia, 1861.
- “Da versão espontanea considerada debaixo do ponto de vista das causas sob cuja influencia ella se manifesta”. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.1, p.6-8, 1º de junho, 1862.
- "Physiologia obstetrica. De uma nova theoria em virtude da qual se pretende explicar o verdadeiro mecanismo da menstruação". Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.3, p.31-33, 1º de julho, 1862.
- "Physiologia obstetrica. De uma nova theoria em virtude da qual se pretende explicar o verdadeiro mecanismo da menstruação (continuação)". Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.4, p.43-44, 15 de julho, 1862.
- "Da febre do leite". Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.8, p.90-92, 15 de setembro, 1862.
- "Duas palavras sobre o tratamento dos accidentes da primeira dentição".Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.10, p.116-117, 15 de outubro, 1862.
- "Do aborto provocado". Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.12, p.138-140, 15 de novembro, 1862.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.10, p.112-115, 15 de maio, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.12, p.143-145, 15 de junho, 1863.
- “Fistula recto-vaginal de 8 annos de duração, larga e por tal forma disposta que parte das fezes e gazes inlestinaes saiam pahfcva» gina e parte pelo inteslino recto. Operação no dia 17 de abril segunde o melhodo dos americanos e processo de Man Sion”. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.13, p.159-160, 1º de julho, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.14, p.167-170, 15 de julho, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.19, p.228-1230, 1º de outubro, 1863.
- "Das condições anatomo pathologicas das arterias no meio das feridas suppurantes". Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.20, p. 237-240, 15 de outubro, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.21, p.255-256, 1º de novembro, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.22, p.265-266, 15 de novembro, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.23, p.277-279, 1º de dezembro, 1863.
- “Lições sobre as inoculações syphiliticas e de suas relações com a vaccinação (cont.)”. Traduzidas do inglez de Robert Lee, pelo Dr. V. de Sabóia. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, n.24, p.289-290, 15 de dezembro, 1863.
- “Ensaio sobre o tratamento de blennorrhagia. Memória apresentada à Academia Imperial de Medicina para obter um lugar de sócio”. Annaes Brasilienses de Medicina, tomo XXVII, v. 15, n.4, p.76-89, set.1863.
- "Memoria das indicações curativas das feridas contusas a proposito de uma observação comunicada à Academia Imperial de Medicina, pelo Sr. Conselheiro Dr. Pereira de Carvalho. Memoria lida em 26 de Outubro de 1863 na Academia Imperial de Medicina, pelo Sr.Dr. Vicente Saboia". Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v. 15, p. 204-207, n.5, out.1863.
- "Observação de um parto terminado pela extracção do feto a forceps, etc., comunicada pelo Sr. Dr. Vicente Saboia em 4 de Setembro de 1863". Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v.15, n.6, p. 141, nov.1863.
- “Observação do Sr.Dr. Vicente Saboia, lida em 21 de Setembro de 1863, acerca da extracção de um polypo do collo do útero”.Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v.15, n.7, p.159-160, dez.1863.
- “Observações de alguns casos de parto occorridos na clinica civil do Dr. Vicente Saboia, apresentadas e lidas à Academia Imperial de Medicina na sessão de 19 de outubro de 1863”. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v.15, n.7, p.162-166, dez. 1863.
- "Observações do Dr. Saboia acerca dos casos de angina diphterica, etc., pelo Sr.Dr.Trousseau, lidas em 23 de Novembro de 1863 na Academia Imperial de Medicina".Annaes Brasilienses de Medicina,Rio de Janeiro, v. 15, n.9, p. 209-210, fev. 1864.
- “Observação de um caso de fluores brancos ou leucorrhéa, etc., pelo Sr.Dr. Saboia, lida na Academia Imperial de Medicina em 21 de Setembro de 1863”. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, v. 15, n.9, p. 215-216, fev.1864.
- "Da applicação do drainage na cura radical do hydrocele. Opinião do Sr.Chassaignac a este respeito”.Gazeta Medica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.3, p.32-34, 1º de fevereiro, 1864.
- "Do aborto, considerado debaixo do ponto de vista obstétrico sem ou com procedência do feto". Rio de Janeiro: Typ. Laemmert, 1865.
- “Lições de clinica cirúrgica feitas no hospital da Santa Casa da Misericordia durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro de 1865”. Rio de Janeiro: Typographia Universal Laemmert, 1866.
- "Da conducta que deve ter o parteiro ante as apresentações de espádua, sem ou com precedência do braço do feto". Rio de Janeiro: Typ. Perseverança, 1866.
- "Da uretrotomia interna pelo instrumento de Maison-neuve".Revista do Atheneu Medico, Rio de Janeiro,1867.
- "Lições de clinica cirurgica professadas no hospital da Misericordia perante os alunos da Faculdade de medicina nos anos de 1867 e 1869 pelo Dr. V. Saboia opositor encarregado da regência da cadeira de clinica cirúrgica nos ditos anos, Membro titular d Sociedade Obstetrica de Londres, da de Sciencias Medicas do Rio de Janeiro, e Adjunto da Academia Imperial de Medicina da mesma cidade e stenographadas ou tachygraphadas pelos senhores Moraes Jardim e Magalhães Coutto, alunos do sexto anno da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro". Rio de Janeiro: Livraria Classica do Editor-proprietario Nicolao Alves, 1870.
- "Fracturas complicadas. These de concurso da cadeira de clinica cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro pelo Doutor V.Saboia, opositor da secção de sciencias cirúrgicas, da mesma faculdade e membro ordinário da Sociedade Obstetrica de Londres, e da de Sciencias Medicas do Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1871.
- "Memória Histórica Acerca dos Fatos mais Notáveis ocorridos em 1872, acompanhada de um relatório sobre a organização das mais importantes faculdades de medicina da Europa". 1873.
- "Traité théorique et pratique de la science et de l'art des accouchements par V. Saboia, Docteur en médecine, Professeur de clinique chirurgicale de la Faculté de Médecine de Rio de Janeiro, Professeur libre d´accouchements, Membre de la Société obstétricale de Londres et de l´Académie Impériale de Médecine de Rio de Janeiro (Brésil).". Paris: P. Asselin, successeur de Béchet jeune et Labé, 1873.
- "Da atresia do collo do utero". Comunicação à Academia Imperial de Medicina, 1873.
- “Applicação do galvano-caustico á cura radical do hydrocele”. Revista Medica, Rio de Janeiro, p. 344, 356, 377, 380, 1873-1874; p. 20, 44, 72, 1874 -1875. Artigos dos Snrs. Drs. Antonio Murcolino Fragoso, V. Saboia, Motta Maia, A. Felicio dos Santos e Carlos Costa.
- "Do melhor methodo de estudo da clínica cirúrgica" - Lição oral de abertura da aula de clinica externa, em 21 de Abril de 1873, pelo Dr. Vicente Saboia”. Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.1, p.2-5, 10 de junho de 1873.
- "Do melhor methodo de estudo da clínica cirúrgica" - Lição oral de abertura da aula de clinica externa, em 21 de Abril de 1873, pelo Dr. Vicente Saboia. (cont.)”. Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.2, p.17-22, 25 de junho de 1873.
- "Lição oral sobre fistulas do anus pelo professor o Ilmo.Sr.Dr.V. Saboia,tachygraphada pelo alumno M.F.". Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.3, p.36-39, 10 de julho de 1873.
- "Lição oral sobre fístulas do anus pelo professor o Ilmo.Sr.Dr.V. Saboia,tachygraphada pelo alumno M.F. (cont.)". Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.4, p. 50, 25 de julho de 1873.
- "Observação de um caso de osteoma do maxillar inferio, colhido na Casa de Saude do Bom Jesus do Calvario por ocasião do Sr. Dr. Saboia praticar a ressecção daquela parte do mesmo osso, no dia 4 de Maio de 1873, época em que começamos a observar o doente". Revista Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.1, p.9, 10 de junho de 1873.
- "Kysto sero-purulento multilocular do ovario direito". Revista Medica, Rio deJaneiro, anno I, n.15, p.225-228, 10 jan.1874.
- "Kysto sero-purulento multilocular do ovario direito (cont.)".Revista Medica, Rio deJaneiro, anno I, n.16, p.241-244, 25 jan.1874.
- “Applicação do galvano-caustico a cura radical do hydrocele”. Revista Medica, Rio deJaneiro, anno I, n.22, p.345, 25 abr.1874.
- "Da morte pelo clorofórmio".Annaes de Medicina, Rio de Janeiro, v. 26, p.169, 1874.
- “Relatório da commissão encarregada de formular uma resposta a seguinte these: Pode-se considerar o sulfato de quinina com acçào aborttva?”.Annaes Brasilienses de Medicina, tomo XXVI, p.10, 1874-1875. (tem as assinaturas de José Pereira Rego, Nicolau Moreira e Vicente Sabóia).
- "Do fungus benigno do testículo".União Médica,Rio de Janeiro, p.6, 1875.
- “A febre amarela e o Barão do Lavradio”,O Globo, Rio de Janeiro, 1876.
- "Estreitamento fibroso da extremidade inferior do recto. Rectotomia pelo galvano-cáustico; cura sem accidentes".O Progresso Médico, Rio de Janeiro, v. I, p.18 -42, 1877.
- "Memória sobre a urunoplastia e staphyloraphia a propósito de dois casos em que com o mais feliz resultado foi praticado por duas vezes cada uma d'essas operações, etc”. O Progresso medico, Rio de Janeiro, v.I, p. 234, 1877.
- "Do tétano traumático". Revista Academica, Rio de Janeiro, v. I, p. 3, 1877.
- “Da reclotomia linear pelo galvanocaustico”. Progresso Medico, p.18-42, 1877.
- “Dos condilomas do recto”. Revista Medica, 1877.
- “Clinica cirúrgica. Observação de um caso de cardylomas do ânus e degenerescência gordurosa do recto, etc”. Rio de Janeiro, 1877.
- "Clinica cirurgica do Hospital da Misericordia ou Lições professadas durante os annos de 1873 a 1879 pelo Dr. V. Sabóia, professor de clinica cirurgica da Faculdade de Medicina do Ro de Janeiro; membro titular da Imperial Academia de Medicina da mesma cidade; membro correspondente da Sociedade de Cirurgia de Paris e da Sociedade Obstétrica de Londres. Tomo primeiro". Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1880.
- "Clinica cirurgica do Hospital da Misericórdia ou Lições professadas durante os anos de 1879 pelo Dr. V. Sabóia, professor de clinica cirurgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; medico effectivo da Câmara de suas Magestades Imperiaes; membro titular da Imperial Academia de Medicina do Rio de Janeiro; membro correspondente da Sociedade de Cirurgia de Paris e titular das Sociedades Obstétrica de Londres, e francesa de hygiene. Tomo segundo". Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1881.
- "Anatomia e fisiologia patológicas dos estreitamentos orgânicos da uretra". União Medica, Rio de Janeiro, p. 59, 1881.
- "Discurso pronunciado perante S. M. o Imperador na festa de instalação dos retratos de alguns professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e da Inauguração de diversos laboratórios para o ensino prático da mesma Faculdade em 30 de novembro de 1881". Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1881.
- "Da tracheotomia nas laryngites edematosas". Comunicação à Academia Imperial de Medicina. Gazeta Medica do Rio de Janeiro, 1882.
- "Discurso proferido perante suas Majestades Imperiais no ato de doutoramento dos alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1881". Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1882,
- "Relatorio acerca dos trabalhos realisados e dos factos occorridos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro durante o anno escholar de 1881 apresentado ao Illm. e Exm. Sr. Conselheiro Ministro do Império pelo Director da mesma faculdade, Conselheiro Vicente Candido Figueira de Saboia". Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1882.
- "Relatorio acerca dos factos occorridos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro desde o 1° de novembro de <st1:metricconverter productid="1881 a" w:st="on">1881 a</st1:metricconverter> 28 de fevereiro do corrente anno, apresentado ao Illmo. e Exm. Sr. Conselheiro Ministro do Império pelo Director da mesma faculdade, Conselheiro Vicente Candido Figueira de Saboia". Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1882.
- "Hospital da Misericórdia. Serviço clinico. Da fractura oblíqua intratextra capsular da cabeça do humero. Lição estenographada pelo interno Angusto Brant ". Gazeta dos Hospitais, Rio de Janeiro, p.105, 1883.
- "Discurso proferido perante SS. MM. Imperiais no ato de doutoramento dos alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1882, pelo Conselheiro Dr. Visconde de Sabóia". Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1883.
- “Da homeopathia”. Gazeta de Noticias, 7 fev. 1883.
- "Discurso proferido perante SS. MM. Imperiais no ato de doutoramento dos alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1883, pelo Conselheiro Dr. Visconde de Sabóia". Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1884.
- “Estudo clinico sobre as pseudoarthroses consecutivas ás fracturas dos membros”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1º anno, 1º numero, p.1-29, dez. 1884.
- "Lição clinica sobre fracturas e luxações das vertebras". Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2º anno, 1º numero, p.117-168, ago.1885.
- "Contribuição ao estudo clinico dos aneurismas da aorta, sob o ponto de vista do seu tratamento pelo methodo romano ou methodo do Professor Guido Baccelli”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2º anno, 2º numero, p.1-42, dez.1885.
- “Relatorio do director da faculdade de medicina do Rio de Janeiro acerca dos trabalhos realizados e dos faclos ocorridos durante o anno de 1884”. Rio de Janeiro: Imp. Nacional, 1885.
- “Observações cirúrgicas colhidas no serviço clinico do professor de clinica cirúrgica Barão de Saboia, pelo mesmo senhor”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 3º anno, 1º numero, p.29-52, jul.1886.
- "Contribuição ao estudo clinico dos aneurysmas da aorta sob o ponto de vista de seu tratamento pelo methodo romano ou methodo do professor Guido Baccelli". Annaes da Academia de Medicina, Rio de Janeiro, tomo LI, v.1º, p. 277, 1886.
- “Feridas accidentaes e cirúrgicas, lições clinicas dadas em Agosto e Setembro de 1886, pelo Professor Barão de Saboia”. Revista dos Cursos Praticos e Theoricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 3º anno, 3º numero, p.1-97, fev.1887.
- “Da acção dos medicamentos a distancia nos hypnotisados”. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1887.
- "Extirpation totale de l'utérus et de ses annexes". Comunicação na Academie de Médecine de Paris, 1888.
- "De l'existence d'une certaine varieté d'abcés froid d'origine paludienne". Comunicação à Academie de Médicine de Paris, 1888.Bulletin de Academie de Médecine de Paris, tomo XIX, 8 fev.1888.
- “Excursão cirúrgica em França”. 1888.
- “Hysterectomia vaginal”. Bulletin de Academie de Médecine de Paris, tomo XIX, 29 mai.1888.
- "Cure radicale des hernies”. Comunicação à Academie de Médecine de Paris, 1889.
- "Ressecação do joelho". Comunicação à Academia Imperial de Medicina, 1889.
- "Fibro-sarcoma de sacro-ilíaca, direita, ressecação". Comunicação à Academia Imperial de Medicina, 1889.
- "Correção cirúrgica de consolidação viciosa em ângulo reto de fratura do fêmur, por osteotomia e osteosíntese". Comunicação à Academia Imperial de Medicina, 1889.
- "Astragalectomia por fratura comunicativa e luxação do astrágalo". Comunicação à Academia Imperial de Medicina, 1889.
- "Contribuição ao estudo das ressecções em geral, acompanhada de duas observações de arthrites do joelho, tratadas por este meio pelo Visconde de Sabóia". Annaes da Academia de Medicina, Rio de Janeiro, tomo 56, v.5º, p.69-89, 1890.
- “Os Brasileiros e o Imperador”. Le Bresil, Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 1891.
- "Contribuition a l'étude des resections du jenou". Congrés de la Société de Chirurgie de Paris, 1892.
- "Do cholera morbus". Comunicação à Academia Nacional de Medicina. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1893.
- "Contribuições à cirurgia contemporânea pelo Visconde de Sabóia, cirurgião do Hospital da Misericórdia, director honorário e lente jubilado de clinica cirúrgica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, membro titular da antiga Academia Imperial de Medicina, membro correspondente da Academa de Sciencias de Lisboa, das Academias de Medicina de Paris e de Roma e da Sociedade de Cirurgia de Paris, e titular da Sociedade Obstétrica de Londres, condecorado com a commenda da Ordem de Christo, e antigo medico da Imperial Câmara do Magnânimo e immortal Imperador do Brazil o Senhor D. Pedro II". Paris: Typographia de Guillard, Aillaud, & Cie.,1897.
- "A Vida Psychica do Homem. Ensaio philosophico sobre o Materialismo e o Espiritualismo". Rio de Janeiro: São Paulo: Laemmert & C. Editores, 1903.
Artigos e trabalhos de Vicente Cândido Figueira de Sabóia publicados sob pseudônimos ou sob anonimato:
- "Eleição na província do Ceará e o Sr. Thomaz Pompeu". Correio Mercantil, Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1863.
- "Os Pasquins dos Annaes da Academia de Medicina, em que são combatidos os conceitos expendidos pelo seu redator contra as habilitações dos professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro". Correio Mercantil, Rio de Janeiro, 28 de novembro a 2 de dezembro de 1865. (com o pseudônimo de Epicuro).
- "Estrada de ferro D. Pedro II, o Sr. Conselheiro Christiano Ottoni e o Capitão Viriato de Medeiros". Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 11 de Janeiro de 1866. (assinado como V. S.).
- "O Protesto Liberal, um artigo em que é defendido o governo das acusações dirigidas ao mesmo pelo Cons.Souza Franco". Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1867. (assinado como V. S.).
- "A Reforma da Instrução Pública do Conselheiro Leôncio de Carvalho". Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, números de abril e maio de 1879. (anônimo).
- "Faculdade de Medicina”. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1881. (assinado “O bom senso é nulo").
- "A Homeopatia". Gazeta de Noticias, números de fevereiro de 1883. (anônimo)
- "Permuta de cadeiras". Comercio de São Paulo, 8 de março de 1896. (com o pseudônimo de Sylvio Tullio).
- "Dentro e fora da lei". Comercio de São Paulo, 1° de abril de 1896. (com o pseudônimo de Sylvio Tullio).
- "Origens e intuitos do Clube Militar". Comercio de São Paulo, 7 de abril de 1896. (com o pseudônimo de Sylvio Tullio).
- “"Situação do Presidente da República". Comercio de São Paulo, 11 de abril de 1896. (com o pseudônimo de Sylvio Tullio).
- "O Sr. Pedro II: succinta aprecião e rápida analyse do ultrages biographicos assacados pelo sr. Senador Christiano B. Ottoni à augusta memória do fallecido imperador do Brasil O Sr. D. Pedro II". Rio de Janeiro: Litho-Typographia de Pinheiro, 1896. (com o pseudônimo de Sylvio Tullio).
- "Traços da Política Republicana no Brasil". Paris: [s.n.], 1897. (com o pseudônimo de Testis).
Fontes
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- ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro (Brasil). História e Estatística. Comemoração do centenário da Independência Nacional. Rio de Janeiro: Typographia do "Annuario do Brasil", 1922. (BN)
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- BRASIL. Decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: http://legis.senado.leg.br/norma/580064/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Decreto nº 8.024, de 12 de março de 1881. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: http://legis.senado.leg.br/norma/590656/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Decreto nº 9.311, de 25 de outubro de 1884. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: http://legis.senado.leg.br/norma/415973/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Lei nº 3.141, de 30 de outubro de 1882. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 24 ago. 2020. Online. Disponível na Internet: http://legis.senado.leg.br/norma/573368/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB
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- GALVÃO, B. Franklin Ramiz. Memória Histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro relativa ao anno lectivo de 1881. Rio de Janeiro: [s.n.], 1882. (BCOC)
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Ficha técnica
Pesquisa – Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Manoela Azevedo de Lima Veríssimo da Silva.
Revisão - Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
SABÓIA, VICENTE CÂNDIDO FIGUEIRA DE. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 13 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)