VIANNA, GASPAR DE OLIVEIRA

De Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
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Outros nomes e/ou títulos: Vianna, Gaspar

Resumo: Gaspar de Oliveira Vianna nasceu em Belém do Pará em 11 de maio de 1885. Doutorou-se, em 1909, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com a tese intitulada "Estrutura da célula de Schwann nos vertebrados", e em 1913 apresentou a tese “Molestia de Posadas-Wernicke: lezões apendiculares” para o concurso de livre docência da cadeira anatomia patológica nesta mesma instituição. Foi assistente do laboratório anátomo patológico do Hospício Nacional de Alienados, e chefiou o serviço de histopatologia do Instituto Oswaldo Cruz. Em 1912 descobriu o tratamento da leishmaniose tegumentar. Faleceu em 14 de junho de 1914, na cidade do Rio de Janeiro.

Dados pessoais

Gaspar de Oliveira Vianna nasceu em 11 de maio de 1885, na cidade de Belém, no Pará. Era filho de Manoel Gomes Vianna, comerciante e filho de portugueses de Viana do Castelo, e de Leonor Jesus de Oliveira Vianna. Seu pai, Manoel Gomes Vianna havia tido, em seu primeiro casamento com Rita Nobre Vianna, três filhos, Juliano, Arthur e José, e após enviuvar-se casou-se com Leonor Jesus de Oliveira, com quem teve outros três filhos, Rita de Oliveira Vianna, Lucilla Vianna Andrade, e Gaspar. Gaspar de Oliveira Vianna ficou órfão de pai, ainda criança, tendo sido criado por sua mãe e por seu irmão mais velho, o jornalista Arthur Octavio Nobre Vianna, autor das obras “A Santa Casa de Misericórdia Paraense: noticia histórica 1650-1902” (1903) e “As Epidemias no Pará” (1906).

Faleceu aos 29 anos, em 14 de junho de 1914, na cidade do Rio de Janeiro, após contrair uma infecção tuberculosa enquanto procedia à autópsia de um cadáver. Foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Por ocasião de seu falecimento, residia na Rua D. Anna (atualmente Rua Jornalista Orlando Dantas) nº16, no bairro de Botafogo.

Trajetória profissional

Gaspar de Oliveira Vianna fez o curso primário no Collegio São José, estabelecido na Praça Baptista Campos nº19, em Belém (Pará), para preparar-se para sua admissão no Lyceo Paraense, fundado em 1841, na Praça Saldanha Marino, na mesma cidade. No Lyceu Paraense, transformado, em 1901, em Gymnasio Paes de Carvalho (atual Escola Estadual de Ensino Médio Paes de Carvalho), Gaspar Vianna se formou, aos 18 anos, bacharel em ciências e letras, com título de agrimensor.

Transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro para estudar medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Gaspar Vianna ingressou nesta instituição em 1903, e foi aluno de Eduardo Chapot Prévost na cadeira de histologia, e no quinto ano do curso prestou provas para o concurso de assistente do laboratório anátomo patológico do Hospício Nacional de Alienados, tendo sido aprovado. Foram seus colegas no curso de medicina Alfredo Balena e Arthur Alexandre Moses, entre outros. Doutorou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1909, com a tese intitulada “Estructura da cellula de Schwann dos vertebrados”.

Ainda durante sua formação, Gaspar Vianna estruturou um laboratório de análises clínicas no Largo da Carioca, no qual ministrava aulas particulares de histologia para alunos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Entre seus alunos estiveram Lauro Pereira Travassos e Carlos Bastos Magarinos Torres, que se tornariam cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (FALCÃO, 1962).

Em 1908 tornou-se assistente do laboratório anátomo patológico do Hospital Nacional de Alienados, e publicou com Bruno Alvares da Silva Lobo, diretor deste laboratório, a obra “Estrutura da Celula Nervoza” (PUBLICAÇÕES, 1908). Neste laboratório, Gaspar Vianna analisava o material colhido em pacientes nas enfermarias da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, então dirigidas por Sylvio Moniz, Eduardo Rabello e Fernando Terra (FALCÃO, 1962).

No ano de 1909, Oswaldo Cruz, então diretor do Instituto Oswaldo Cruz, buscou um substituto para Henrique de Rocha Lima, que havia se licenciado para trabalhar no Institut für Schiffs-und Tropenhygiene (posteriormente Bernhard-Nocht-Institut für Tropenmedizin), em Hamburgo, na Alemanha. Eduardo Chapot-Prévot, que havia sido professor de Gaspar Vianna na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, indicou o médico recém-formado para a vaga. Entre suas primeiras incumbências no serviço de histopatologia da instituição, em Manguinhos, estava a caracterização histopatológica e o estudo do ciclo evolutivo do Trypanossoma cruzi, o que fêz com que Gaspar Vianna se inteirasse das pesquisas sobre outras tripanossomíases humanas e animais, que estariam sendo realizadas no campo da medicina tropical (JOGAS JUNIOR, 2024).

Nesta época, participou da organização de uma seção de patologia nas dependências do hospital da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, buscando vulgarizar o uso da necropsia, auxiliar nos diagnósticos histopatológicos, nos diagnósticos clínicos (ARAGÃO, 1950, p.39).

Gaspar Vianna foi convidado, em 1910, por Juliano Moreira para continuar no serviço de alienados no Hospício Nacional de Alienados (FALCÃO, 1962). Porém, nesta mesma época, Oswaldo Cruz propôs a Gaspar Vianna a direção da seção de anatomia patológica do Instituto Oswaldo Cruz, a qual foi aceita pelo recém-formado médico. Na direção desta seção, teve sob sua orientação César Guerreiro e o estudante Oscar D’Utra e Silva, aluno do 3º ano da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que havia sido seu aluno no Curso de Aplicação, para acompanhá-lo, na pesquisa e no desenvolvimento de experimentos no tratamento de úlceras cutâneas e mucosas, como a leishmaniose. O estudo foi tema da tese de Oscar D’Utra e Silva, intitulada “Tratamento da leishmaniose tegumentar”, defendida em 1913 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (JOGAS JUNIOR, 2024).

No Instituto Oswaldo Cruz, realizou estudos nos campos da protozoologia e da micologia. Gaspar Vianna foi responsável pela caracterização anatomopatológica da doença de Chagas, descobriu formas de lesihmanióides do esquizotrípano (Trypanosoma cruzi) em tecidos de hospedeiros vertebrados e realizou diversos outros estudos importantes. Dentre estes, destacam-se pesquisas em torno do ciclo evolutivo dos tripanossomas gambiense, equinum, congolense e equiperdum. Nesta época testou o uso terapêutico do antimônio na tripanossomíase americana em pacientes internados na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Enquanto investigava o Trypanosoma cruzi, Gaspar Vianna descreveu uma espécie distinta da Leishmania tropical, denominando-a de Leishmania braziliensis. Em relação às descobertas de Gaspar Vianna, Carlos Chagas comentou que este havia encontrado formas leishmanióides no ovário, no testículo e na cabeça de um espermatozoide e que, depois Louis Nathan-Larrier, do Collège de France, teria verificado a presença desses elementos na placenta de cobaios inoculados (Apud. FONSECA FILHO, 1974, p.53). Em trabalho, apresentado em 1911, Gaspar Vianna traçou o quadro anátomo patológico da doença, acompanhado de uma demonstração gráfica com desenhos de Manoel de Castro Silva, que havia sido o primeiro desenhista da instituição em Manguinhos (FRAIHA NETO, 20121, p.95).

Em 1912, Gaspar Vianna descobriu o tratamento da leishmaniose tegumentar, considerado seu grande feito no campo da medicina. Baseado no conhecimento da ação do antimônio em certas tripanossomíases, em outros países, como nas formas cutâneas da doença do sono, Gaspar Vianna resolveu testar o tártaro emético na úlcera de Bauru (FRAIHA NETO, 2021, p.40).  Tendo em vista os inúmeros acidentes a atribuídos a esta droga, a qual estava, há muito tempo, proscrita das farmacopeias, resolveu testá-la com mais cautela, diluindo-a em soro fisiológico, e a administrando por via intravenosa (FRAIHA NETO, 2021). Gaspar Vianna apresentou os resultados de sua pesquisa à Sociedade Brasileira de Dermatologia, em abril de 1912, por ocasião do VII Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, realizado em Belo Horizonte, e os publicou, em junho de 1914, nos Annaes Paulistas de Medicina e Cirurgia. Gaspar Vianna, em artigo intitulado “Sobre o tratamento da leishmaniose tegumentar”, relatou os resultados obtidos com sua forma de tratamento da leishmaniose:

“Após os primeiros insucessos que nos proporcionou o emprego dos preparados de Ehrlich [o autor se refere ao 606 e ao 914] inquirimos do valor curativo do emético, dada a sua ação em tripanossomose. (...). A princípio, os resultados colhidos não nos permitiam uma conclusão, visto a disparidade com que se apresentaram. Enquanto que os doentes de lesões cutâneas eram rapidamente curados, os de mucosas pouco melhoraram no mesmo espaço de tempo. Desde facto se quis logo concluir a ineficácia da medicação em formas mucosas e ainda há bem pouco tempo, na Soc. de Medicina e Cirurgia de São Paulo, vimo-nos citado como afirmando essa conclusão. Nas raras vezes que nos temos ocupado na Soc. Brasileira de Dermatologia, do tratamento da leishmaniose tegumentar, mostramos sempre casos de cura das formas mucosas. (....). Os resultados benéficos do emprego das injeções intravenosas de tártaro emético na leishmaniose entre nós observada, estão a coberto de interpretações pessoais pois se baseiam em factos perfeita e definitivamente estabelecidos (Apud. FONSECA FILHO, 1974, p.69).

A notícia da cura da leishmaniose tegumentar alcançou grande repercussão, pois a descoberta de Gaspar Vianna havia aberto os caminhos para o uso dos sais de antimônio na terapêutica de graves enfermidades, endêmicas em várias partes do mundo, como o calazar e as esquistossomoses.

Gaspar Vianna identificou, em parceria com o médico Miguel da Silva Pereira, uma nova espécie de blastomicose brasileira, e ao lado de Sylvio Moniz descreveu um caso de actinomicose pulmonar e cutânea (DEANE, 1985). Destacou-se, também, sua descoberta uma nova micose, o Proteomyces infestans, causada por um cogumelo ainda não identificado. Olympio Arthur Ribeiro da Fonseca Filho, médico e cientista do Instituto Oswaldo Cruz, destacou os estudos sobre a blastomicose brasileira, produzidos por Gaspar Vianna:

“Gaspar Vianna foi o primeiro autor a dar descrições correctas dos aspectos parasitológicos, histopatológicos e clínicos da chamada blastomicose brasileira. [...] Das descrições de Gaspar Vianna sobre os aspectos clínicos do parasito nos tecidos, sua evolução e propagação, pode-se dizer que são magistrais, praticamente a elas quase nada hoje se podendo acrescentar de novo”. (Apud. FRAIHA NETO, 2021, p.40)

Foi nomeado para reger, interinamente, a cátedra de histologia da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, no Rio de Janeiro, e em 1912 tornou-se docente permanente desta instituição, posto que ocupou até a data de seu falecimento.

Em 1913 apresentou à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a tese “Molestia de Posadas-Wernicke: lezões apendiculares”, habilitando-o à livre docência da cadeira anatomia patológica naquela instituição. Esta tese apresentou um estudo original sobre as lesões apendiculares na blastomicose sul-americana, enfermidade ainda confundida com a coccidioidomicose, ou moléstia de Posadas-Wernicke, considerado fundamental no campo da Micologia. Sendo aprovado pela congregação, passou a lecionar um curso de blastomicose, tendo Olympio Arthur Ribeiro da Fonseca Filho como um de seus alunos.

Seu ingresso como professor, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi comentado em matéria no jornal A Noite, a qual felicitou a instituição e ressaltou as qualidades de Gaspar Vianna:

“A Faculdade de Medicina vae ser, de certo, felicitada, pela acquisição brilhante que vae fazer. Dous moços de Manguinhos vão entrar para a sua congregação. Esses dois jovens scientistas são portadores de nomes já illustres. O Dr. Gaspar Vianna descobriu, apenas, o methodo de cura para duas moléstias incuraveis: o granulomo e a leishmaniose. São testemunhas disso os professores Fernando Terra e Eduardo Rabello, que applicaram o methodo Gaspar Vianna, e, é o que usam ainda, no serviço clinico das moléstias da pelle da Faculdade de Medicina. Como cura essas moléstias o Dr. Gaspar Vianna? Com injecções de tartaro emetico. Ha uma terceira moléstia que elle cura. E' a diastimycose pulmonar, que muitos confundiam, e confundem ainda com a tuberculose. Essa moléstia elle cura com o iodureto de potássio. As applicações no serviço clinico do Dr. Sylvio Moniz deram o melhor resultado.” (O INSTITUTO, 1913, p.1)

Gaspar Vianna desenvolveu, em 1913, junto com Henrique Beaurepaire Rohan Aragão, assistente no Instituto Oswaldo Cruz, um estudo sobre o granuloma venéreo, e publicou no periódico Brasil-Medico e, depois, nas Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, um trabalho documentado com a descrição clínica, o estudo histopatológico e o resultado terapêutico que haviam obtido com o uso de tártaro emético (FONSECA FILHO, 1974). Os dois pesquisadores cultivaram e propagaram, em animais de laboratório, o agente causal do granuloma venéreo denominado Calymmatobacterium granulomatis, tratando as feridas com o sal de antimônio.

As pesquisas de Gaspar de Oliveira Vianna contemplavam vários campos, como a histologia, protozoologia, zoopatologia, micologia e anatomopatologia.  A patogênese descrita por Gaspar Vianna, que foi confirmada em estudos subsequentes, muitos anos após a publicação dos resultados de sua pesquisa, consistia em uma reação inflamatória produzida pela ruptura da membrana das células parasitadas (PITTELLA, 2018). Elaborou 21 trabalhos, entre os anos de 1909 e 1914, especialmente no campo da protozoologia, microbiologia, anatomia patológica e quimioterapia.

Gaspar de Oliveira Vianna foi redator efetivo na seção da clínica microscópica do jornal O Polyclinico, periódico dedicado de medicina, cirurgia, pediatria, neurologia, psychiatria, syphilographia, gynecologia, e ophtalmologia, que havia sido criado em 1914, no Rio de Janeiro (RECEBEMOS, 1914). Neste periódico, também foram redatores efetivos Antonio Fernandes Figueira, Eduardo Rabello, Miguel da Silva Pereira, Aloysio de Castro, Sylvio Moniz, Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães, entre outros.

Integrou diversas sociedades científicas, atuantes no país, como a Sociedade Médica dos Hospitaes do Rio de Janeiro. Gaspar Vianna foi membro e participou da sessão de instalação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em 4 de fevereiro de 1912, no Pavilhão Miguel Couto da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, juntamente com Paulo Figueiredo Parreiras Horta, Aureliano Werneck Machado, Fernando Terra, Eduardo Rabello, Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo Filho, Juliano Moreira e outros médicos. Foi escolhido patrono da cadeira nº25 da Academia de Medicina do Pará, criada em 1987, da cadeira nº18 da Academia Paraense de Letras, que havia sido estabelecida em 3 de maio de 1900, na cidade de Belém, e da cadeira nº 22 da Academia de Medicina de Brasília, criada em 1989.

Aos 29 anos, no dia 14 de abril de 1914, durante a autópsia de uma mulher falecida, em decorrência de tuberculose pulmonar, Gaspar Vianna foi, acidentalmente, exposto ao líquido presente na cavidade torácica. Foi, então, contaminado, e em poucos dias, passou a desenvolver sintomas de tuberculose miliar aguda, vindo a falecer no dia 15 de junho de 1914.

O patologista alemão Hermann Dürck (1869-1941), autor de “Atlas und Grundriss der speziellen pathologischen Histologie” (1900), publicou, em 1914, no periódico Münchener Medizinische Wochenschrift (n.28, 14 jul. 1914), um necrológio de Gaspar Vianna, no qual destacou “o rigor e a precisão do seu trabalho, nele combinados com o mais rico conhecimento e técnica brilhante, são destaque em todas as suas publicações” (Apud. FRAIHA NETO, 2021, p.69). O médico austríaco Johannes Heirich Rille (1864-1956) também elaborou um necrológio em sua homenagem, que foi veiculado no periódico Dermatologische Wochenschrift (v.59, 1914).

Foi realizado no Rio de Janeiro, em setembro de 1946, um Congresso Interamericano de Medicina, no qual a Sociedad Argentina de Patología Regional aproveitando a data e o local do encontro, realizou uma homenagem póstuma a Gaspar Vianna, presenteando ao Instituto Oswaldo Cruz uma placa de bronze com os dizeres “La Sociedad Argentina de Patología Regional al Genial Investigador Gaspar Vianna. I Congresso Interamericano de Medicina, Rio de Janeiro, 7 a 15 de septiembre de 1946”.

Em 1º de maio de 1954 foi criado o Diretório Acadêmico Gaspar Vianna, na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba.

Edward Cattete Pinheiro, então Ministro da Saúde, pela portaria nº 1/6/167 de 25 de agosto de 1961, instituiu a medalha Gaspar Vianna, uma medalha de caráter premial que deveria ser conferida aos cientistas nacionais e estrangeiros que se destacassem no estudo das leishmanioses em geral (FRAIHA NETO, 2021). A medalha, que viria acompanhada de diploma, miniatura e roseta, foi conferida, também, aos participantes das homenagens à Gaspar Vianna, por portaria publicada no Diário Oficial em 6 de setembro de 1961 (seção I, parte I, p.8156):

“Considerando que a descoberta de Gaspar Vianna, em 1912, da cura das leishmanioses, mediante a aplicação intravenosa do tartaro estibiado, constituiu uma das maiores conquistas da ciência, projetando mundialmente o nome do Brasil; [...] considerando que Gaspar Vianna, incansável pesquisador dos problemas de Medicina Tropical, e MÁRTIR abnegado da ciência, deixou um notável acervo de trabalhos, uma importância deve ser proclamada, resolve considerar de caráter cultural a medalha Gaspar Vianna, instituída pela Comissão Organizadora das Comemorações do Cincoentenario da descoberta da cura das leishmanioses através  da aplicação intravenosa do tártaro estibiado” (Apud. FALCÃO, 1962).

Foi constituída uma comissão executiva para organizar o cinquentenário da descoberta do tratamento das leishmanioses por Gaspar Vianna, constituída por Samuel Pessoa (presidente da comissão), Leonidas de Mello Deane, Edgard de Cerqueira Falcão, Carlos Henrique Robertson Liberalli e Luís Rey. Esta comissão promoveria inúmeras atividades e produtos, como a produção da uma Opera Omnia, a confecção da Medalha Cultural Gaspar Vianna e de um selo postal comemorativo (JOGA JUNIOR). O selo comemorativo dizia “50 anos de cura das leishmanioses por Gaspar Vianna”, e a obra “Opera Omnia de Gaspar Vianna” foi coligida e reproduzida por Edgard de Cerqueira Falcão (FALCÃO, 1962). Foi lançada, ainda em 1962, uma medalha comemorativa com a face de Gaspar de Oliveira Vianna, e no verso com os dizeres “Mártir da Ciência e Benfeitor Maximo da Humanidade. Ars Longa Vita Brevis” (FRAIHA NETO, 2021, p.163).

No contexto das homenagens, Luís Rey, então pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, organizou, em 1962, uma edição especial comemorativa da Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, tendo contado com a colaboração de cientistas de instituições nacionais como Mauro Pereira Barreto (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), Amílcar Vianna Martins (UFMG), Marcello de Vasconcellos Coelho (Instituto Nacional de Endemias Rurais), Centro de Pesquisas de Belo Horizonte), Thales de Brito (Instituto de Medicina Tropical de São Paulo), João Alves Meira (Faculdade de Medicina/USP), Zigman Brener (Centro de Pesquisas de Belo Horizonte), José Pellegrino (Centro de Pesquisas de Belo Horizonte), e J. Rodrigues da Silva ( Faculdade Nacional de Medicina, Universidade do Brasil). Entre os colaboradores estrangeiros nesta edição especial estavam Theodor C. von Brand (1899-1978) (National Institute of Health, Maryland, U.S.A.), Saul Adler (1895-1966) (The Hebrew University, Jerusalém), Anna Vikulovna Dolmatova (Institute of Medical Parasitology and Tropical Mediccine, URSS), Percil Cyril Claude Garnham (Londom School of Hygiene and Tropical Medicine), Rodrigo Zeledón (Universidad de Costa Rica), P. C. Sen Gupta (School of Tropical Medicine, Calcutta, India) (REY, 1962).

Ainda como parte das comemorações do cinquentenário da cura das leishmanioses, um dos pavilhões do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, recebeu o nome de Pavilhão Gaspar Vianna em homenagem ao legado de suas pesquisas. O prédio do instituto havia sido nomeado, anteriormente, Hospital de Moléstias Tropicais ou Hospital de Doenças Tropicais, Hospital Oswaldo Cruz em 1918, e renomeado como Hospital Evandro Chagas, em 1940 (COSTA, SANTOS & MARTIRE, 2024). O pavilhão Gaspar Vianna foi inaugurado em 11 de maio de 1962, e nesta ocasião Carlos Bastos Magarinos Torres, em seu discurso, que foi publicado no Boletim da Academia Nacional de Medicina, em setembro de 1962, afirmou que:

“Os trabalhos anátomo-patológicos tiveram início, no Instituto de Manguinhos, com Henrique da Rocha Lima. Após o intervalo resultante de seu afastamento foram eles reiniciados por Gaspar Vianna. A organização da Seção de Anatomia Patológica, em seus moldes atuais, foi, contudo, realizada por Bowmann C. Crowell, em 1918, tendo ele aproveitado os elementos que inicialmente compunham a equipe de Gaspar, completando-a com outras que foram Oswino Alvares Penna, Carlos Burle de Figueiredo e quem vos fala. Porque demos agradecer, os desse Instituto, à Comissão Oficial Executiva das Homenagens a Gaspar Vianna, a ressureição deste notável brasileiro? Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adolpho Lutz, Henrique Aragão são, hoje, também, símbolos ou bandeiras das quais lança mão este Instituto, prometendo aos jovens úteis o único preço pelo qual se vendem: A Glória” (COURA, 1984).

No pavilhão, que havia um pequeno museu, constituído por peças que haviam sido trabalhadas pelo cientista, foi inaugurado, também, um busto em sua homenagem, que havia sido doado, em 1939, pelo Governo do Estado de São Paulo, no qual foi afixada uma placa que havia sido oferecida pela Sociedad Argentina de Patología Regional, em 1946 (DISCURSO, 2025). Projetado pelo engenheiro português Luiz Moraes Júnior, o pavilhão Gaspar Vianna é tombado pelo IPHAN, e integra, atualmente, o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos

Em dezembro de 1966, foi estabelecido, no antigo Estado da Guanabara, o Ginásio Estadual Gaspar Vianna, localizado na Avenida Pedro II nº 398, no bairro de São Cristóvão, próximo à Quinta da Boa Vista. Outra escola, com seu nome, foi estabelecida, em 26 de agosto de 1977, pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcos Tamoyo, a Escola Municipal Gaspar Vianna, na Rua Heron Domingues nº 122, no bairro de Irajá. Ainda na cidade do Rio de Janeiro, foi denominada, em 1915, em sua homenagem, a Rua Gaspar Vianna, no bairro de Engenheiro Leal.

Os cientistas ingleses Ralph Laison e Jeffrey Jon Shaw (1938-?), do departamento de parasitologia do Instituto Evandro Chagas, em Belém, em homenagem a Gaspar de Oliveira Vianna, propuseram em 1987, uma nova classificação para os parasitos do gênero Leishmania, um novo subgênero denominado Viannia:

“um novo subgênero para abrigar as espécies de Leishmania que, em sua evolução no trato digestivo do inseto vetor, desenvolvem-se no intestino posterior não respeitando os limites do piloro. (...). Os autores conferiam ao novo subgênero a denominação de Viannia, que prevalece ainda hoje, e elegeram como espécie-tipo do subgênero a própria Leishmania braziliensis descrita por Vianna em 1911, já com a grafia do nome específico corrigida por Alfredo da Matta em 1916.” (FALCÃO, 1962, p.277)

Em Belém, no Pará, vários monumentos e logradouros levam o seu nome como o Monumento a Gaspar Vianna, erguido em 1987 no campus da Universidade Federal do Pará, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, inaugurado em 1987, na Trav. Alferes Costa nº2000, a Rua Gaspar Viana, no centro da cidade, e o Laboratório Gaspar Viana.

Em 27 de abril de 2001, Gaspar de Oliveira Vianna, tendo em vista sua contribuição à medicina, foi eleito o “Paraense do Século XX”, na promoção de um concurso realizado pelas Organizações Romulo Maiorana, para comemorar os 25 anos da TV Liberal, em 2001. Por meio da lei municipal nº 8.162, de 3 de outubro de 2002, foi definido como Dia de Gaspar Vianna, a data de 11 de maio.

O acervo de documentos e objetos deixados por Gaspar de Oliveira Vianna teve como curador Habib Fraiha Neto, médico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará. Em 11 de maio de 1989, por iniciativa de Fraiha Neto, foi inaugurado o Museu Gaspar Vianna, instalado no Núcleo de Patologia Regional e Higiene, da Universidade Federal do Pará, que foi mantido até os anos 1990 pela universidade paraense. Posteriormente, o acervo foi demandado pelo Museu Histórico do Estado do Pará, e em 2017, o acervo Gaspar Vianna foi declarado patrimônio cultural material do Estado do Pará, por meio da Lei estadual nº8.560, de 6 de dezembro de 2017 (ESTADO, 2017).

Produção intelectual

- “Estrutura da Celula Nervoza. Trabalho do Laboratorio Anatomo Patologico do Hospicio Nacional de Alienados”. Com Bruno Lobo. Rio de Janeiro: Offs. da Renascença,1908.

- “Estructura da cellula de Schwann dos vertebrados”. Theze apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro á 5 de junho de 1909 para ser defendia por Gaspar de Oliveira Vianna. Dissertação cadeira de histologia. Rio de Janeiro: Typographia e Lithographia Commercial, 1909.

- “Contribuição para o estudo da anatomia patolojica da "Molestia de Carlos Chagas": (Esquizotripanoze humana ou tireoidite parazitaria)/ Beitrag zum Studium der Pathologischen Anatomie der Krankheit von Carlos Chagas: (Schizotrypanose des Menschen oder parasitaere Thyreoiditis). Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.276-294, 1911.

- “A proposito de um caso de blastomycose humana (pyohemia blastomycotica)”. Com Miguel da Silva Pereira. Archivos Brasileiros de Medicina, Rio de Janeiro, anno 1º, n.1, p. 63-83, 1 de fevereiro de 1911.

- “Algumas notas sobre o cyclo evolutivo do "Trypanosoma gambiense" (Nota preliminar)”. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXV, n.7, p.51-51, 15 de fevereiro de 1911.

- “Algumas phases de evolução dos trypanozomas equineo e congolense”. Trabalho do Instituto Oswaldo Cruz. 10 de março de 1911.

- “Algumas phases de evolução dos Trypanozomas equineo e congolense". Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXV, n.11, p.103, 15 de março de 1911.

- “Um cazo de discomicoze pulmonar e cutanea (Nota preliminar)”. Com Sylvio Moniz. Semana Medica, Rio de Janeiro, anno I, n.30, p.5, 26 de outubro de 1911.

- “Sobre uma nova espécie de Leishmania (Nota preliminar)”. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXV, n.41, p.411, 1 de novembro de 1911.

- “Tratamento da leishmaniose tegumentar por injeções intrevenosas de tártaro emético”. Trabalho apresentado no 7º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia. Belo Horizonte, 1912.

- “Subsidio ao estudo do ainhum”. Comentário sobre um trabalho apresentado por Zopyro Gou no 7º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia. Annaes do 7° Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, v.4, n.3, p.331-332, 1912.

- “Notas sobre a biologia do trypanosoma gambiense, equinum, congolense e equiperdum (Nota preliminar)”.  Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXVI, n.6, p.51-52, 8 de fevereiro de 1912.

- “Blastomycoses”. Comunicação apresentada na 4ª sessão ordinária da Sociedade Brasileira de Dermatologia, realizada em 24 e 26 de abril de 1912, em Belo Horizonte, sob a presidência do Prof. Fernando Terra. Archivos Brasileiros de Medicina, v.2, p. 26-429, 1912.

- “Tratamento da leishmaniose pelo tártaro emético”. Comunicação apresentada na 4ª sessão ordinária da Sociedade Brasileira de Dermatologia realizada em 24 e 26 de abril de 1912, em Belo Horizonte.

- “Sarcoma primitivo de Koposi”. Comunicação apresentada na Sociedade Brazileira de Dermatologia em 9 de agosto de 1912. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXVI, n.32, p.331, 22 de agosto de 1912.

- “Esporotrichose nodular multipla”. Comunicação apresentada na Sociedade Brazileira de Dermatologia em 9 de agosto de 1912. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXVI, n.32, p.331, 22 de agosto de 1912.

- “Sobre a "granuloma venereum " e o seu microbio (Nota prévia)”. Com H. de Beaupaire Aragão. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXVI, n.28, p. 283-285, 22 de julho de 1912.

- “Sobre um espirochaeta da gambá (Nota preliminar)”. Com Carlos B. de Figueiredo e Bento G. Cruz. Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XXVI, n.42, p. 439, 8 de novembro de 1912.

- “Molestia de Posadas-Wernicke. Lezões apendiculares. Trabalho original especialmente elaborado e aprezentado junto a outros titulos e publicações pelo Dr. Gaspar de Oliveira Vianna. Afim de habilitar-se para a livre docencia da cadeira anatomia patologica”. Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commercio, de Rodrigues & C.,1913.

- “Sobre nova micose humana, causada por cogumelo ainda não descrito: Proteomyces infestans / Neue Mycose des Menschen, verursacht durch Proteomyces infestans, einen noch unbeschriebenen Pilz”. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 192-210, 1913.

- “Algumas fórmas de Leishmania”. Boletim da Sociedade Brasileira de Dermatologia, anno II, n.2-3, p.78, 1913.

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Ficha técnica

Pesquisa - Ana Carolina de Azevedo Guedes, Mª Rachel Fróes da Fonseca.

Redação - Ana Carolina de Azevedo Guedes, Mª Rachel Fróes da Fonseca.

Forma de citação

VIANNA, GASPAR DE OLIVEIRA. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 18 set.. 2025. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario

 


Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)