Conferência Popular da Glória nº 141
Data: 05/08/1875
Orador: Manoel Francisco Correia
Título: Os aerostatos
Aviso, íntegra ou resumo: Íntegra
Texto na íntegra
“Senhores. - Vindes ouvir a quem pela primeira vez mostra se na tribuna, e n'uma tribuna já rica de tradições, em que tantos oradores de mérito se têm feito ouvir. Não é preciso dizer mais para que me dispenseis toda essa benevolência de que careço, nunca solicitada debalde a um auditório ilustrado e por isso mesmo generoso.
Fiz estudos sobre o assumpto que está anunciado, e é o resultado dessa sincera pesquisa que venho submeter a vosso esclarecido juízo.
Sabeis que a França, ciosa de suas glorias e não menos de as aumentar, disputa para os irmãos Montgolfier, Estevão e José, a de terem sido os primeiros a tentar uma ascensão aérea. Turgan, Figuier e Larousse exceptuados, todos os mais escritores franceses que conheço glorificam aos Montgolfier por essa arrojada tentativa. A verdade, porém, é que essa glória cabe a um brasileiro, a um paulista, a Bartholomeu Lourenço de Gusmão, nascido em Santos em 1685.
Tantas não são ainda as nossas glorias, senhores, que não devamos ter o mais desvelado empenho em reivindicar esta, que nos pertence.
Como Newton de quem se conta ter descoberto a grande lei da atração universal, refletindo sobre um fruto que, desprendendo-se da arvore, caiu sobre a terra, Bartholomeu Lourenço, vendo flutuar no ar um levíssimo corpo esférico, aplicou-se ao estudo do fenômeno, fez experiências, e, solicitada e obtida d'el Rei D. João V, de Portugal, a precisa licença, realizou em 8 de agosto de 1709 a ascensão de um grande aeróstato que construirá, servindo-se do ar aquecido para o elevar.
Tendo subido obliquamente até certa altura, o aeróstato tocou no palácio, rompeu-se, e desceu vagarosamente, sem que, por fortuna, nada sofresse o aeronauta.
A experiência verificara-se perante el-rei e sua corte.
A descoberta de Bartholomeu Lourenço, devendo atrair-lhe a admiração e o estímulo, atraiu-lhe ódios. Acusaram-no de feiticeiro, apelidaram-no de voador, e, para não correr o risco do martírio, o audaz inventor teve de fugir aos familiares da inquisição, e morreu pouco depois.
Tal foi a primeira manifestação dos aeróstato s.
Antes de Bartholomeu, porém, tentou o homem possuir o domínio dos ares,
Quatro séculos antes de Jesus Cristo, Architas construiu uma pomba que fez voar por meio de artificio mecânico. No tempo de Nero, Simão o mágico conseguiu dar uns saltos mortais e foi fazer a experiência em Roma, mas com tanta infelicidade que, na ocasião de dar o salto, perdeu o equilíbrio e foi vítima da queda.
Em Constantinopla um sarraceno tece a mesma sorte de Simão, por querer descer de uma torre, seguindo um plano inclinado.
Outro conquistador dos ares construiu asas com as quais poder-se-ia elevar; porém a sorte não o favoreceu na primeira e única experiencia que fez.
Finalmente o padre Lana construiu uma máquina com a qual pretendia navegar nos ares; mas em razão do peso não pode ela se elevar.
Depois de Lana veio o grande Bartholomeu de Gusmão, mais tarde um mecânico de Sablé inventou uma máquina de voar que consistia em quatro asas, duas nos braços e duas anos pés. Para manter o equilíbrio, à medida que fazia mover as asas do braço direito movia também a do pé esquerdo, e vice-versa.
Também Allard, anunciou que faria experiencias de voo, em S. Germain, devendo partir de um lugar alto. Na ocasião da experiencia caiu, e ficou mortalmente ferido.
Depois, o padre Desforges anunciou a experiencia de um carro voador. O povo correu ao lugar, e no dia marcado para a experiencia, achava-se Desforges com o seu carro no ponto d’onde este devia partir. Dado o sinal de partida pôs-se mãos à obra, e quanto mais força empregavam as asas, tanto mais rápido era o caminhar do carro para o chão.
Enfim, outras experiencia foram feitas até que 74 anos depois de Bartolomeu de Gusmão, os irmãos Montgolfier, fabricantes de papel na pequena cidade de Annonay, repetiram a experiencia do ilustro brasileiro.
Dizem escritores franceses que os Montgolfier, quando construíram um saco de papel, que, cheio de gás hidrogênio, subiu a pouco altura e caiu, ignoravam o que havia ensinado Black, e não tinham notícia das experiencias de outro físico, que fizera elevarem-se na atmosfera bolhas de sabão, cheias do mesmo gás.
Soubessem-no ou não, concluíram os Montgolier que o hidrogênio não servia a seus fins, e, construindo um globo de papel, encheram-no de ar aquecido, e ele elevou-se até extinguir-se o fogo das matérias em combustão.
Satisfeitos com esta experiência, convidarão o povo para assistir à ascensão de um corpo nos ares, e os homens mais; instruídos do lugar, que a julgavam impossível, virão, com grande pasmo, o balão dos Montgolfier realizar a maravilha.
O entusiasmo causado pela ascensão do balão em Annonay fez com que se resolvesse mandar um emissário a Paris, a fim de fazer ciente a Academia do que acabava de acontecer.
A fama o tinha precedido.
O gás empregado foi objeto de questão. Um professor de física sustentou que devia ser empregado o hidrogênio, a princípio chamado gás inflamável.
Uma comissão da academia foi enviada a Annonay para mandar construir um balão de tafetá coberto de goma elástica que devia ser cheio do gás descoberto pelo físico inglês Cavendish. Para isso abriu-se uma subscrição que em pouco tempo completou-se.
O enchimento do balão verificou-se na praça da Victoria, nas oficinas dos irmãos Robert, e durou alguns dias. A praça estava cheia de povo, e a medida que o balão parecia querer libertar-se dos laços que o prendiam, redobrava o entusiasmo. Porfiava-se em ser cada dia, o primeiro a visitá-lo.
Antes de levarem o balão para o campo de Marte, onde devia ser lançado no espaço, procedeu-se a experiência, amarrando-o a uma corda e fazendo-o subir à altura de 100 pés. Para que o balão se não estragasse, fizeram-no descer, esvaziaram-no, e assim foi levado para o campo de Marte com todo o aparato, e acompanhado por grande número de pessoas que com tochas acesas alumiavam o caminho.
O povo ficou tão fanatizado que obrigava os transeuntes a tirarem o chapéu e curvarem-se perante o aeróstato que, ao despontar da aurora, achava-se no ponto designado para a experiência.
Enquanto se tratava de preparar o gás o campo enchia-se de povo, colocando-se os sábios em lugares apropriados para os seus estudos.
Ouviu-se o tiro do canhão, e o balão desprendido de seus laços começou a atravessar as camadas da atmosfera, no meio de geral aplauso.
Em sua subida encontrou o aeróstato uma nuvem, atravessou-a, sumiu-se, tornou a aparecer, e, apesar da grande chuva que caía, o povo não arredou pé senão depois que o aeróstato ficou imperceptível no seio das nuvens.
Em virtude da expansão do gás e da ruptura do envoltório, o balão desceu, tendo a infelicidade de cair no meio de camponeses que, aterrorizados, correrão para a casa do cura a quem conduzirão ao lugar em que se achava o monstro.
Foi o mísero balão amarrado à cauda de um cavalo e arrastado por muito tempo sem conseguir aplacar a ira dos espectadores, ao mesmo tempo enfurecidos e aterrados.
Choveram pedradas; e houve um espetáculo medonho quando o balão, que ainda continha hidrogênio, elevou-se açoitado pelo vento.
Os espectadores deitarão a correr cheios de pavor; até que um bravo, saindo da multidão com a espingarda em punho, fez fogo ao balão. Tocado este pelo chumbo começou a desprender o gás que o sustentava. Eis ferido o monstro, bradavam; e, correndo para a vítima inofensiva da sabia experiência, machucaram-na, romperam-na, fizeram-na em pedaços.
Quando a academia atônita teve notícia do que ocorrera tratou de acautelar-se para que outra não acontecesse, e a França fez ciente ao mundo das experiências a que estava procedendo.
Outra experiência foi projetada, e a academia das ciências de Pariz incumbiu a Estevão Montgolfier o fabrico de um grande aeróstato .
Fortes ventos e chuvas abundantes vieram sempre perturbar o trabalho, pois que pelo; seu tamanho o balão só podia ser preparado em um grande espaço e ao ar livre.
Nunca máquina alguma dera tanto trabalho, e apresentara tantos embaraços.
Mas enfim conseguirão terminar a obra, e uma tarde em que o vento tinha amainado e o Armamento estava limpo de nuvens, procedeu-se ao ensaio, e, com grande admiração, ficou o balão cheio em nove minutos.
A força ascensional era tanta que os oito homens que o seguravam ficarão por algum tempo suspensos no ar.
Conhecida a perfeição da máquina, foram os membros da academia convidados para assistir à experiência que lhes era consagrada.
No dia aprazado o horizonte estava carregado, fugia o trovão, e a chuva caiu com tanta força que não houve remédio senão deixar o balão lutar com a tempestade no espaço; luta que manteve por 24 horas, tendo afinal de sucumbir, como não podia deixar de ser, ficando completamente destruído.
Tendo já Luiz XVI marcado o dia em que devia realizar-se a ascensão, em Versalhes, viram-se os Montgollier obrigados a construir outro aeróstato .
Faltavam apenas cinco dias; e se diversos entusiastas não os tivessem auxiliado, ser-lhes-ia impossível construí-lo.
Com. o auxílio recebido a máquina ficou pronta para o dia marcado, 19 de dezembro de 1783.
O fim da experiência era verificar a possibilidade de elevar-se o homem aos ares; porém Luiz XVI quiz que primeiro se fizesse a experiência com irracionais.
O caminho de Pariz a Versalhes encheu-se de carruagens e de povo, e depois de ter o rei examinado tudo com cuidado, foi ouvido o primeiro rufar de tambor, que anunciava que o balão ia ser cheio. Estando pronto, foi ouvido o segundo toque, o balão ia partir; e no momento em que o tambor rufou pela terceira vez, foi a máquina desprendida de seus laços e lançada no espaço, levando uma cesta com um carneiro, com um galo e outras aves.
Açoitado pelo vento-sul subiu o rico aeróstato a uma altura, depois grande parou e caiu vagarosamente.
Sobre esta experiência os jornalistas da época deram notícias várias.
Disseram que o balão tinha subido muito pouco, por ter sido mal construído e dar passagem ao gás através do envoltório; e foram desmentidos pelos astrônomos que se achavam no observatório de Pariz.
Disseram que o galo quebrara a cabeça e que o balão tinha-se elevado com gás hidrogênio; e foram desmentidos, não só por aqueles que estiveram no lugar em que o balão caíra e acharão o carneiro e as aves em perfeito estado, mas também pelas pessoas que virão empregar no aeróstato ar aquecido.
O resultado desta experiência fez com que redobrasse a vontade de fazer uma ascensão aérea; queria o homem assenhorear-se do domínio das aves, como já se havia assenhoreado do domínio dos peixes.
Mas antes de falar dos novos ensaios para as viagens aéreas vou tratar rapidamente da construção dos aeróstato s e da sua elevação.
O aeróstato é formado de um globo de tafetá, coberto não só de goma elástica para impedir a evasão do gás, mas também de uma rede, nos extremos da qual é fixada a barquinha.
O balão ou eleva-se com ar aquecido, ou com gás de iluminação, ou com gás hidrogênio; sendo este o preferido, em razão de ser quatorze vezes é meia mais leve que o ar. Para encher-se o baião com este gás, é necessário colocar em diversas pipas água, zinco ou ferro e ácido sulfúrico. Essas pipas são terminadas por tubos que vão ter a um tonei onde há água.
O gás hidrogênio, produzido pela mistura do ácido sulfúrico com a água e o zinco, lava-se na água do tonei e introduz-se no aeróstato por meio de outro tubo.
A maneira mais cômoda de enchê-lo é o emprego do gás de iluminação. Basta amarrar um tubo á boca do balão e pô-lo em comunicação com outro tubo em que está o gás. O balão cheio de qualquer dos modos, eleva-se rapidamente e a uma grande altura.
Por que razão não são cheios de vapor d'agua? Porventura não é este mais leve que o ar? A razão é muito simples: para que um balão suba com vapor d’água é necessário levar consigo uma grande caldeira e aumentar o fogo a medida que for subindo. Mas há o risco do resfriamento; e não pôde sei agradável o dilúvio dentro de um balão nas alturas!
Suponhamos o balão nos ares, e tratemos da descida.
Quando o aeronauta quer descer puxa uma corda presa a uma válvula, que abrindo-se dá passagem ao gás e permite que o aeróstato desça devagar.
Quando o balão está em perigo tem-se outro recurso “o para-quéda” inventado por Blanchard e experimentado pela primeira vez por Garnerin. Consiste em um chapéu de sol contendo em cada extremidade um fio cujo outro extremo é fixo à barquinha. Uma corda liga o para-quéda ao balão e não basta deixá-la para que a descida se efetue, é necessário também uma ruptura nas cordas que prendem a barquinha ao balão.
A princípio os para-quédas tinham um grande defeito, a falta de orifício pelo qual o ar comprimido pudesse escapar. A falta desse orifício causava-lhe grandes oscilações.
Os instrumentos mais usados pelos aeronautas são: o barômetro para marcar a altura a que atingem, o termômetro para marcar a temperatura, e a bússola para marcar a direção do aeróstato .
Passo agora a tratar dos ensaios para as viagens aéreas.
Para a primeira experiência construirão os Montgolfier um aeróstato de fôrma oval, ao qual era suspensa uma galeria circular, destinada ao homem que nele devia subir. Esse homem foi Pilâtre des Roziers, conhecido por sua grande intrepidez.
Achando-se Pilâtre des Roziers na galeria, soltou-se o balão que apenas elevou-se a 80 pés, comprimento este da corda que o sustinha. Nessa altura manteve-se o balão por algum tempo e foi objeto de questão a maneira da queda; porém viu-se que, em vez de cair, o balão descia de vagar e elevava-se a uma certa altura quando encontrava a resistência do chão.
Dois dias depois repetiu-se a experiência, não permitindo o vento que ela se efetuasse em regra.
Montgolfier tentou outras experiências, escolhendo melhor tempo. Na primeira e segunda subiu Pilâtre des Roziers, que da segunda vez resolveu uma grande dúvida. Julgava-se que se o aeróstato caíssem uma floresta, os aeronautas sucumbiriam por falta de auxílio; o acaso fez com que Pilâtre des Roziers caísse em uma floreste, e d'ela saiu aumentando a força da máquina.
Na terceira experiência subiu ainda Pilâtre des Roziers acompanhado por Giraud de Villette: as cordas erão mais compridas; o balão elevou-se a 324 pés. Quando descerão, foram muito aplaudidos, e não sofraram contratempo algum.
O Marquês de Arlandes, tomando o lugar de Villette, acompanhou P. des Roziers em outra ascensão e obteve o mesmo resultado.
Animado por estas experiências tentou o homem fazer a viagem aérea.
Preparados estavam Pilâtre des Roziers e o marquez d'Arlandes quando foram surpreendidos pela oposição que a isso fazia Luiz XVI. Queria o rei que nas primeiras viagens subissem réus condenados a graves penas, e deu ordem para que a viagem não se efetuasse.
Pilâtre des Roziers indignou-se e disse: “Por que razão vis criminosos terão a glória de ser os primeiros a navegar nos ares? Não! isso não pode ser”.
Empenhou-se com a duquesa de Polignac e levou. Arlandes à presença do rei para jurar que nada tinha sofrido quando juntos subirão.
À vista de tanta insistência o rei cedeu, e os jardins de la Muette foram o teatro dessa primeira viagem.
Um forte vento arrebatou o balão que, estando ainda preso à corda, foi de encontro a uma. arvore e rompeu-se em diversos lugares. Concertado em pouco tempo, subiu rapidamente. Os viajantes cumprimentaram o povo; porém este ficou quedo diante de tamanha ousadia. A máquina atravessou o Sena, passou entre a Escola Militar e o zimbório dos Inválidos, e todo Pariz a viu.
A segunda experiência teve lugar no dia 1º de dezembro de 1783, e os que a empreenderam foram Carlos, o professor de física que descobrira a válvula, a barquinha, o lastro, a rede, o revestimento de goma elástica, e que dissera ser empregado o hidrogênio para a ascensão da mongolfieira em Annonay; e Robert, um dos irmãos em cuias oficinas se levou a efeito a construção do aeróstato que subiu no campo de Marte.
No dia 26 de novembro o balão estava pronto na sala das Tulherias e a ascensão devia ter lugar no dia 28; porém uma explosão inesperada fez com que fosse transferida para o dia 1° de dezembro.
Pouco antes da partida do balão correu o rumor de que o rei se opunha. Carlos foi á casa do barão de Breteuil então ministro, e soube que a notícia não era exata. Entre o povo formaram-se logo dois partidos, o dos Montgolfier e o de Carlos.
Afinal o ruído do canhão se fez ouvir, acabam-se as dúvidas e o balão eleva-se.
Antes de partir, Carlos dirige-se graciosamente a Estevão Montgolfier, e, apresentando-lhe o balão cativo, disse: “É a vos, senhor, que cabe mostrar-nos o caminho dos céus”.
O balão subiu com rapidez. Carlos gritava e respondiam a seus gritos; perguntava, se não tinha medo e se não estava doente. Lagrimas de alegria saltavam de seus olhos. Que novo espetáculo presenciava das alturas! Os viajantes aéreos desfraldaram o estandarte da pátria e o entusiasmo redobrou. Passaram pela ilha Adam e com o estandarte saudaram os habitantes. Perguntar Carlos pelo príncipe de Conti e com uma buzina responderam-lhe que estava em Paris. Enfim iam descendo em um grande prado, mas temendo Carlos que as arvores causassem ao balão algum estrago, alijou o lastro; o balão elevou-se e foi cair diante do duque de Chartre e outros companheiros que o seguiam desde Paris.
Depois de Carlos e Roberto fizeram-se diversas ascensões, devendo-se ajuntar ás que furão feitas em 1783 a que fez em Philadelphia, assim como na cidade de Londres, o carpinteiro Wilcox.
Em 1784 foram feitas muitas experiências em ricos aeróstato s, dizendo Marion serem mais belos o Flesselles e o Bagnolet.
Em Lyão efetuou-se a ascensão do Flesselles tomando parte nela José Montgolfier, Pilâftre des Roziers, e cinco outros companheiros.
Houve também em Milão uma experiência em mongolfieira debaixo da direção de Paulo Patelo Andreani, que substituiu a galeria por uma grande cesta presa ao balão por meio de cordas.
Estavam em moda os balões, e nas principais cidades da Europa foram feitas muitas experiências em balões perdidos, das quais só referirei um acontecimento notável.
Um dos balões cheios de hidrogênio foi encontrado por dois homens que, ignorantes ainda da ciência aerostática, levaram-no para casa e admiravam-no perto de uma vela acesa.
Tinham feito uma abertura no balão e o gás que se escapava, pondo-se em contacto com o fogo, causou uma explosão, queimando os incautos e desprevenidos observadores.
Em 2 de Março de 1784, Blanchard, levando consigo um companheiro, partiu do Campo de Marte em um aeróstato . Era este munido de quatro azas e o aeronauta chamou-o navio voador.
Blanchard quase que foi vítima da sua ignorância em física, visto ter enchido completamente o aeróstato na ocasião da partida. Chegando a uma atmosfera rarefeita o gás começou a expandir-se e pouco faltou para que o envoltório se rompesse.
Em Dijon, Virly e Guyton de Morvau foram os primeiros que subiram em um balão com o fim de dirigi-lo. Os aeronautas empregarão força nos remos para passar em linha reta sobre Dijon; porém o cansaço logo sobreveio e em pouco tempo tiveram de descer.
Em 23 de Junho de 1784 Pilâtre des Eoziers e Proust fizeram a viagem de Versalhes a Campiégne na mongolfieira - Maria Antonieta.
Pilâtre des Roziers dizia que a terra desaparecia de seus olhos á medida que a mongolfieira entranhava-se pelas nuvens, que nevoeiros espessos os cercavam, que pouco depois ficava claro, e que, desejando ver a maior altura a que podiam atingir, avivarão o fogo e perderam-se em lugares em que o homem pela primeira vez viajava, na altura de 11,732 pés, estando o termômetro cinco graus abaixo de zero.
Depois que os aeronautas puderam reconhecer o caminho, passando por Luzarche, quiseram descer. O povo estendia os braços para moderar a queda, ao passo que os animais corriam aterrados.
Os aeronautas tiveram de subir de novo, e se não fosse a sua ligeireza seriam vítimas do encontro da mongolfieira contra as casas. Descobrirão o bosque que conduz a Campiégne; mas temendo Pilâtre des Roziers que lhes faltassem provisões desceu a 13 léguas de Versalhes.
Às viagens em mongolfieiras deve-se ajuntar a que fizeram o conde d'Artois e Philippe de Orléans, e a do padre de Cornus.
Os aeróstato s não escaparão ao humor zombeteiro dos franceses.
Grande número de gravuras apareceram para lançar o ridículo sobre os arrojados domadores dos ares. Um quadro intitulado Recepção na academia de Montmartre representa a chegada triunfal de' Miolan e Janninet metamorfoseados em animais, e a sua recepção nos moinhos de vento, por uma assembleia de perus e gansos.
Ainda por ocasião da coroação de Bonaparte, Jaques Garnerin soltou às 11 horas da noite um balão iluminado. Na manhã do dia seguinte os habitantes de Roma viram-no passar por cima do zimbório de S. Pedro.
Em 18 de Outubro de 1863 um imenso aeróstato , O gigante, foi lançado aos ares e os aeronautas tentavam dirigi-lo; mas no dia seguinte sofreram uma terrível catástrofe e em consequências da queda no Hanovre alguns dos navegantes muito sofreram.
Na Inglaterra, Blanchard anunciou que iria em um aeróstato de Dover a Calais. O Dr. Jefries ofereceu-se para acompanhá-lo; e no dia 7 de janeiro, reinando vento nor-noroeste, encheu-se o balão, que foi precedido por outros para o fim de reconhecer-se a direção do vento.
Depois de ter-se ligado a barquinha ao balão, Blanchard deu o sinal da partida, porém o balão estava muito pesado não podia elevar-se. Algum lastro foi alijado e o aeróstato subiu vagarosamente; alijarão mais lastro e o balão continuou a subir de vagar, ficando pouco depois acima do mar.
À medida que alijavam o lastro, o aeróstato erguia-se porém pouco depois tornava a descer, e embaixo estavam as vagas ameaçadoras da Mancha, sem divisar-se sequer um mastro salvador.
Já não havia mais lastro. Os navegantes foram obrigados a lançar ao mar suas vestes, sem com isso conseguir que o balão se elevasse mais. O doutor disse a Blanchard: “Devieis partir só, pedi para fazer-vos companhia, e, portanto, vou aliviar o balão de meu peso. Quando o doutor ia precipitar-se da barquinha, Blanchard deteve-o e disse: “Resta-nos fazer uma cousa, cortemos as cordas que prendem a barquinha ao balão e seguremo-nos á rede; assim é possível que o balão suba”. No momento em que ia cortar as cordas, Blanchard olhou para o barômetro e bradou: “Estamos salvos, o mercúrio sobe, estão próximas as costas da França; lá iremos ter, cabendo-nos a glória de sermos os primeiros a atravessar o mar por esta forma”.
Com efeito, pouco depois desciam os navegantes em um bosque.
Alguns cavaleiros que esperavam o aeróstato dirigiram-se ao lugar e aí receberão os intrépidos navegantes.
Um monumento de mármore foi erigido no lugar em que o balão caiu. Mas os invejosos, que sempre aparecem, chamaram a Blanchard Don Quixote de Ia Mancha.
Uma das mais terríveis viagens foi a que fez em 7 de outubro de 1804 o conde de Zambeccari, terminada nas ondas do Adriático.
Depois de 48 horas de chuva e estando marcada a ascensão para esse dia de outubro, Zambeccari não teve outro remédio senão partir, e de noite. Com ele foram Andréoli e Grasseti. O balão a princípio subiu vagarosamente; de repente tomou-se de imensa rapidez que inutilizou a lâmpada destinada a aumentar a força ascensional.
Os navegantes sentiam grande frio e não podiam reconhecer o estado do barômetro senão com o auxílio de uma lanterna furta-fogo.
Havia 24 horas que Zambeccari e Grassetti não comiam.
O imenso frio fez com que caíssem entorpecidos; Andréoli mais vigoroso conseguiu despertá-los. Zambeccari perguntou-lhe: Que horas são? O que há de novo? D'onde sopra o vento? Para onde vamos?
Eram duas horas da manhã, tinha caído a bússola, e a luz que já não podia arder em uma atmosfera rarefeita, apagara-se. Sinto frio, acrescentou o conde. O que havemos de fazer?
Silencio, respondeu Andreoli, ouço um rumor singular. Parece o ruido do oceano.
Zambeccari julgou a princípio ser ilusão de seu companheiro; porém, reconhecendo que estavam pouco acima do mar, pediu luz.
Depois de cinco tentativas infrutíferas, Andréoli conseguiu obtê-la.
Estavam perdidos, pediam socorro, ninguém os ouvia; á a água os ameaçava de perto.
Lançarão ao mar a lâmpada, as roupas, o dinheiro e os instrumentos, e assim aliviado o balão subiu a grande altura, vindo de novo cair no mar, ás 4 horas da manhã.
O balão, servindo de vela, arrastou-os por muito tempo, estando ao amanhecer a 4 milhas da costa, em frente de Pesaro. Lá iam ter, quando um pé de vento arrastou-os para o mar alto.
As barcas assustadas fugiam do aeróstato , e se não fosse um navegante mais instruído que a eles se dirigiu e levou-os para terra, sem dúvida sucumbiriam.
Depois de restabelecido, o enérgico conde continuou com as suas experiências.
Com o fim de dirigir o aeróstato , Zambeccari fazia uso de uma lâmpada de espírito de vinho. Uma vez o aeróstato foi de encontro a uma arvore; o espírito de vinho derramou-se sobre o conde, ao passo que o balão subia com rapidez em presença de imensa assembleia, da qual faziam parte sua mulher e seus filhos. Felizmente o aeronauta pôde apagar o fogo e descer.
Dias depois repetiu a experiência; a lâmpada pôs fogo ao balão, e desta vez Zambeccari foi vítima de sua indômita coragem.
No dia 24 de agosto de 1804 o ilustre Gay-Lussac, a quem a ciência tanto deve, fez uma ascensão, acompanhado por Biot e munido de todos os instrumentos necessários para o fim principal de sua viagem, que era resolver o problema da intensidade magnética.
Pouco tempo depois Gay-Lussac subiu só e chagou á altura de 7,016 metros. Na de 6,636 reconheceu que o ar é composto de oxigênio e azoto, e não contém nem um átomo de hidrogênio.
Na maior altura a que chegou faltou-lhe a respiração; o pulso estava acelerado; reinava o silencio e a escuridão.
Com efeito, senhores, na incomensurável região despovoada a que chegou Gay-Lussac, ele só nas alturas e solidão do espaço, quem ousaria perturbar o silencio?
Quanto à escuridão, sabeis que não pode haver luz em uma atmosfera rarefeita.
Os físicos Barral e Bixio também empreenderam uma viagem científica e partiram do jardim do Observatório de Paris com o fim de subir a 10 ou 12,000 metros de altura, para estudar fenômenos atmosféricos pouco conhecidos.
O Balão em que iam elevou-se com grande rapidez e desapareceu nas nuvens. Mas rompeu-se, e, com os riscos e incômodos que são de imaginar, chegaram os viajantes a Lagny, onde trabalhadores prestaram-lhes os necessários socorros.
A velocidade da queda foi tamanha que em pouco mais de quatro minutos percorrerão os aeronautas 5,800 metros, tendo atravessado um leito de nuvens de mais de 3,000 metros de espessura.
Um mês depois fizeram os físicos outra viagem partindo de novo do jardim do Observatório. Encontraram um leito de nuvens com mais de 5,000 metros de espessura e não o puderam atravessar de todo.
Os viajantes levarão dois pombos. Em grande altura soltaram as aves; porém estas, recusando fugir, foram lançadas no espaço, onde sumiram-se depois de ter descrito grandes círculos.
Notaram que na altura de 7,000 metros a temperatura do ar era muito inferior á que fôra observada por Gay-Lussac.
A Inglaterra imitou a França nestas experiências, que são os primeiros passos do homem tentando uma grande conquista. John Welsh, encarregado dos estudos pelo observatório de Kew, perto de Londres, subiu acompanhado por Green, em um balão cheio de gás de iluminação, e chegou à altura de 6,989 metros.
Encontrou a primeira nuvem na altura de 152 metros, terminando a superfície superior a 600 metros; a segunda nuvem foi encontrada a 1,220 metros, terminando a 1,494.
Glaisher e Coxwell também fizeram uma ascensão na Inglaterra.
Chegando a 8,500 metros Glaisher perdeu os sentidos • na maior altura e a que até hoje se tem chegado, isto é, 10.000 metros, Coxwell perdeu o uso da melhor máquina que possuía da mais engenhosa que se conhece, testemunha viva da sabedoria de seu divino autor, as mãos. Para puxar a corda da válvula foi necessário empregar os dentes.
Glaisher fez diversas experiências sobre a propagação do som. A 3000 metros de altura ouvia o silvar da locomotiva e o latir dos cães. Sendo a atmosfera extremamente úmida, o ouvido escuta a 6,500 metros.
Em uma viagem que fez em junho de 1883, Glaisher chegando a 3,000 metros ainda ouvia o ruido do vento.
Em outra viagem ouviu o murmúrio de Londres a 2,000 metros; em outro dia, ao contrário, não ouvia os gritos de grande multidão senão a 1,500 metros.
Um festejado escritor que todos mais ou menos conhecemos, Julio Verne, não a muito tempo atravessou a África adorado como filho da lua, em um balão de sua invenção reunindo às descobertas de Barth em 1849 as de Burton e Speke em 1858 e de outros investigadores. Caiu no Sahara; por falta de água estava prestes a morrer de sede quando o balão impelido pelo simoun elevou-se, vindo cair perto de hospitaleiro oásis; aí saciou ele a sede, de novo subiu, combateu, perdeu todo o gás, desprezou a barquinha, encheu o balão de ar aquecido, e, segurando se na rede, foi cair são e salvo em terras europeias.
É um conto fantástico, mas esta viagem pode tornar-se um dia em realidade.
Na guerra os aeróstato s têm tido grande uso.
No tempo da revolução francesa, Monge aconselhou a comissão de salvação publica que mandasse empregar o aeróstato para descobrir o inimigo.
Organizou-se uma companhia de aerosteiros, e o balão militar dirigido por Coutelle, que todas as vezes que subia era preso a cordas, figurou na batalha de Fleurus, no ataque de Charleroi e no sítio de Mayence.
Para o serviço da expedição do Egypto foi organizada segunda companhia de aerosteiros, infelizmente aprisionada pelos ingleses com o navio que a conduzia.
Durante a guerra dos Estados-Unidos o governo ofereceu o título de engenheiro aeronauta a Allan, que do seu balão imaginou comunicar-se com a terra por meio de um fio elétrico.
Em setembro de 1860 um ousado aeronauta, La Mountain fez uma ascensão aérea e deu muitas informações ao general Mac Clellan. O aeróstato partiu do campo da União, no Potomac, e passou por Washington. Estando em grande altura e desprezando o perigo, La Mountain cortou a corda que o punha em comunicação com a terra e elevou-se mais milha e meia, ficando diretamente acima das linhas inimigas. Daí observou a posição e o movimento das tropas, alijou o lastro, e subindo mais encontrou uma corrente de vento que o levou para Maryland, onde desceu.
O general Mac Clellan ficou tão satisfeito que deu ordem para construírem quatro aeróstato s, os quais não ti verão aplicação em consequência da terminação da guerra.
É aqui ocasião de lembrar que, durante a nossa guerra com o Paraguay, o Sr. Dr. Gabriel Militão de Villanova Machado subiu em um aeróstato com o mesmo fim de descobrir o inimigo; e bem assim que na guerra franco-prussiana o balão teve grande uso.
Direi agora algumas palavras sobre os mártires da ousada empresa da navegação aérea.
O primeiro mártir de que a história aerostática faz menção, aquele que, no dizer de Marion, eclipsou-se como um meteoro efêmero, foi Pilâtre des Roziers.
Este jovem corajoso, rival de Blanchard, não querendo que só ele tivesse a glória de atravessar o mar, empreendeu a mesma viagem, porém em sentido contrário, isto é, de Calais a Dover. Esta viagem apresenta maiores dificuldades porque os ventos são contrários.
Dissera Pilâtre des Roziers que havia descoberto um novo meio para viajar com muita segurança. Pediu e obteve do governo a soma, de 40,000 libras para a construção da máquina.
A descoberta consistia em colocar uma mongolfieira acima de um aeróstato de hidrogênio. O pensamento de Pilâtre era substituir o lastro pela mongolfieira, e com efeito, aumentando ou diminuindo o fogo, poderia subir ou descer.
Estando cheia a aero-mongolfieira, soltarão um balão para reconhecer-se a direção do vento, e, imitando a ave da arca, o balão voltou a seu ponto de partida.
Pilâtre des Roziers não se amedrontou, e partiu com seu irmão Romain, que pedia para partilhar os perigos da empresa como recompensa de seu trabalho.
Não se sabe com exatidão a causa da queda do frágil aeróstato ; o que é exato é que eles foram gloriosas vítimas da ciência
Seus corpos foram encontrados na barquinha, cobertos de
chagas e com os ossos quebrados, no mesmo lugar em estavam que quando subirão; fazendo o acaso com que caíssem junto do monumento consagrado á expedição de Blanchard.
O segundo mártir foi Olivari, que subiu em 25 de novembro de 1802 em uma mongolfieira de papel, cuja barquinha estava cheia das matérias necessárias para manter o fogo.
Em uma grande altura essas matérias foram presas das chamas e o aeronauta caiu morto em Orleans, a uma légua de distância do ponto de partida.
O terceiro mártir, Mosment, fez em Lilla em 1806 sua última experiência em um balão de seda, cheio de hidrogênio.
Em substituição à barquinha o aeronauta fazia uso de um prato e ia em pé. O balão subiu; mas só se teve notícia do aeronauta quando foi encontrado sepultado na areia dos fossos que cercam a cidade.
O quarto mártir foi Bittorff, que, depois de ter feito na Alemanha muitas ascensões felizes, subiu em Manheim no dia 17 de julho de 1812. O seu balão de papel queimou-se nos ares e ocasionou-lhe uma queda mortal.
O quinto mártir, Harris oficial da marinha inglesa, acostumado a combater, não hesitou em fazer com Graham viagens aéreas, das quais obteve bons resultados.
Animado com isso tentou fazer uma viagem em Londres, e partiu em Maio de 1824 acompanhado por uma senhora. Na ocasião da descida abriu a válvula. Sendo está muito grande e de errada construção não pôde fechar-se. O gás saiu ligeiramente e o balão caiu. O choque ocasionou a morte de Harris, ficando a sua companheira levemente ferida.
O sexto mártir, o celebre aeronauta inglês, Sadler, que já tinha feito muitas viagens, em uma das quais transpôs o canal da Irlanda, morreu na Inglaterra, perto de Bolton, sendo pelo choque do balão contra uma chaminé precipitado fora da barquinha.
A última vítima da arriscada empresa da navegação aérea de que tenho que falar foi Cocking, que caiu quando o balão estava em grande altura.
Minhas senhoras, não quiz o vosso sexo que só o homem tivesse a glória de trabalhar para a dominação dos ares e de sucumbir na temerária empresa.
Mme Blanchard realizou diversas vezes a ascensão aerostática, fazendo uso de um balão pequeno.
No dia 6 de julho de 1819 havia grande festa em Tivoli, quando ela subiu com o fim de iluminar o espaço com fogos de artificio: mas houve incêndio no balão, e Mme Blanchard pagou com a vida a sua rara intrepidez.
Outra ousada e mais feliz viajante foi Mlle. Garnerin, cujo nome não se pode deixar de lembrar ao lado do de Mme Blanchard.
Todos estes factos trouxeram a questão: é possível dar direção ao aeróstato?
Os meios até hoje empregados têm sido ineficazes: quem diria aos copiadores dos manuscritos queimados em Alexandria que séculos depois se descobriria a imprensa para libertar o pensamento da tirania do fogo?
Quem poderia imaginar ainda a bem pouco tempo as maravilhas do vapor e da eletricidade?
Não sei se me deixo levar por uma dessas fantasias próprias de minha idade; mas não me perece impossível que as dobras do futuro escondam a solução do problema.
Se é uma ilusão, permiti, senhores, que eu desça com ela da tribuna em que tanto abusei da vossa generosa atenção.
Será uma ilusão, mas uma ilusão de quem deseja ver cada vez mais estreitos os laços que prendem os povos”.
Localização
- Conferências Populares, Rio de Janeiro, nº2, fev.,1876, p. 77-97. (na integra). Capturado em 03 set. 2025. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.gov.br/docreader/278556/189
Ficha técnica
- Pesquisa: Aline de Souza Araújo França, Ana Carolina de Azevedo Guedes, Mª Rachel Fróes da Fonseca, Yolanda Lopes de Melo da Silva.
- Revisão: Ana Carolina de Azevedo Guedes, Mª Rachel Fróes da Fonseca.
Forma de citação
Conferência Popular da Glória nº 141. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 22 dez.. 2025. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/wiki_dicionario/index.php?curid=722
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)