CYSNEIROS, FRANCISCO FREIRE ALLEMÃO DE: mudanças entre as edições
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<span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">'''Outros nomes e/ou títulos: '''[[FREIRE_ALLEMÃO,_FRANCISCO|Freire Allemão, Francisco]]</span></span> | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">'''Outros nomes e/ou títulos: '''[[FREIRE_ALLEMÃO,_FRANCISCO|Freire Allemão, Francisco]]</span></span> | ||
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">'''Resumo: '''Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de julho de 1797, na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, província do Rio de Janeiro. Diplomou-se na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro em 1827, como cirurgião-aprovado, e doutorou-se em medicina na Faculté de Médecine de Paris, em 1831. Foi lente de botânica médica e princípios elementares de zoologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, fundador e presidente da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, e presidente da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.</span></span> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">'''Resumo: '''Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de julho de 1797, na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, província do Rio de Janeiro. Diplomou-se na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro em 1827, como cirurgião-aprovado, e doutorou-se em medicina na Faculté de Médecine de Paris, em 1831. Foi lente de botânica médica e princípios elementares de zoologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, fundador e presidente da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, e presidente da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.</span></span></p> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Dados pessoais</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Dados pessoais</span> = | ||
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de fevereiro de 1797, na antiga Fazenda do Mendanha, situada na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande (atualmente na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro), onde fixou residência. Era filho de João Freire Allemão e de Feliciana Angélica do Espírito Santo, lavradores da região da Serra do Mendanha, localizada na referida freguesia. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi membro do Conselho de Sua Majestade, Comendador da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem de Cristo, e Comendador da Ordem de Francisco I do Reino de Nápoles.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.</span></span> | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de fevereiro de 1797, na antiga Fazenda do Mendanha, situada na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande (atualmente na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro), onde fixou residência. Era filho de João Freire Allemão e de Feliciana Angélica do Espírito Santo, lavradores da região da Serra do Mendanha, localizada na referida freguesia. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi membro do Conselho de Sua Majestade, Comendador da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem de Cristo, e Comendador da Ordem de Francisco I do Reino de Nápoles.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.</span></span></p> | ||
= <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Trajetória profissional</span> = | = <span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Trajetória profissional</span> = | ||
<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros, por não possuir os recursos financeiros necessários para dedicar-se à carreira científica, inicialmente tornou-se sacristão (BLAKE, 1893). Outros autores, afirmam que seu pai o alistou na milícia de segunda linha, para evitar que ele fosse recrutado para as lutas que ocorriam na província da Cisplatina desde 1801 (ACADÊMICO, [s.d.]). Sua mãe, então não satisfeita com tal solução, teria solicitado ao padre Luis Pereira Duarte que o aceitasse como sacristão, e assim pudesse retirar-se do serviço de milícia, o que de fato ocorreu. Na convivência com Luis Pereira Duarte, seu protetor, Francisco Freire Allemão de Cysneiros aprendeu a gramática latina. Ingressou no Seminário Episcopal São José, na cidade do Rio de Janeiro, em março de 1817, onde teve lições de história da Igreja, teologia moral e dogmática, grego, francês, inglês, espanhol, hebraico, latim, e participou dos cursos de física e mecânica. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Decidiu pelo abandono da carreira sacerdotal, e permaneceu na Corte, onde proferiu aulas particulares de latim, para rapazes, e de primeiras letras para moças, das quais retirava seu meio de sustento. As dificuldades de ordem financeira o impediam de ingressar em uma escola de medicina, e face à esta situação seu irmão mais velho, Antônio Freire Allemão de Cysneiros que cursava o segundo ano da [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro</u>]], deu-lhe ajuda financeira e também os primeiros ensinamentos de osteologia (tratado dos ossos).<br/> Em 1822 ingressou na [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro</u>]], onde diplomou-se como cirurgião-aprovado, em 1827. Freqüentou a Université de Paris, a convite do Governo francês, quando foi aluno do químico Jean-Baptiste Dumas (1800-1884) e do naturalista Georges Léopold Chrétien Frédéric Dagobert, o Barão Cuvier (1769-1832). Doutorou-se em medicina na Faculte de Médecine de Paris, em 1831, com defesa da tese intitulada “Dissertation sur le goitre”. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Participou, junto ao Exército Imperial, da Guerra da Cisplatina (1825-1828) no sul do país, obtendo posteriormente dispensa militar, e retornando à Corte na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi lente de botânica e zoologia médicas (1833-1853) da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], sendo jubilado em 1853. Seu curso de botânica médica e princípios elementares de zoologia apresentava lições teóricas orais e demonstrações práticas com espécies vegetais, e também proporcionava aos alunos excursões botânicas pelo Rio de Janeiro (SANTOS FILHO, 1991).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros foi suplente de deputado pela Assembléia Legislativa Provincial, do Rio de Janeiro, na 1ª legislatura (1835-1837).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi nomeado médico da Imperial Câmara em 1840, e acredita-se que tal indicação decorreu do fato de Francisco Freire Allemão de Cysneiros ter conseguido curar o Imperador Pedro II, acometido de ameaça de congestão cerebral (COORDENAÇÃO, 1974). Integrou a comitiva imperial (1843), encarregada de acompanhar a vinda, de Nápoles ao Rio de Janeiro, da noiva do Imperador Pedro II, a então princesa D. Teresa Cristina, irmã de D. Fernando (Rei das Duas Sicílias). Posteriormente foi professor de botânica das princesas Isabel e Leopoldina.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">De 1858 a 1866 foi lente da seção de ciências físicas e naturais na Escola Central, onde lecionou a cadeira de botânica, e recebeu o título de major, como determinava o regulamento daquela instituição. Era numerosa a platéia que o assistia em suas preleções, contando, além dos alunos matriculados, de todos os lentes catedráticos e opositores daquela escola (GAMA, 1875). Como sinal do reconhecimento e admiração dos alunos, Francisco Freire Allemão de Cysneiros recebeu, ao final, um microscópio composto de regular amplificação, no qual havia gravado seu nome, a data e a origem de tal oferecimento (GAMA, 1875). Participaram deste oferecimento Antonio Pereira Rebouças Filho, André Pinto Rebouças, Leovegildo José Coelho, e José Corrêa de Aguiar. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi presidente e chefe da seção botânica da Comissão Científica de Exploração (1859-1861), proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que era composta de naturalistas e de engenheiros e tinha como objetivo a exploração científica das províncias do norte e nordeste do país. Esta Comissão, que ficou conhecida como “Comissão das Borboletas”, foi concretizada pela Lei de Orçamento e Despesas para os anos de 1857 e 1858, e organizou-se por seções: Botânica (Francisco Freire Allemão de Cysneiros), Geológica e Mineralógica (Guilherme Schüch de Capanema), Zoológica (Manoel Ferreira Lagos), Astronômica e Geográfica (Giacomo Raja Gabaglia), Etnográfica e Narrativa da Viagem (Antônio Gonçalves Dias). A Comissão deixou o Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1859, e percorreu as províncias do Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, tendo sido chefiada por Manoel Ferreira Lagos. Nesta viagem Francisco Freire Allemão de Cysneiros teve a seu lado, Manoel Freire Allemão, seu sobrinho. No Ceará foram colhidas 20.000 amostras de plantas, e muitas destas amostras, assim como instrumentos e outros materiais, foram incorporados ao acervo do então <u>Museu Imperial e Nacional</u>, no Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros participou de diversas associações profissionais e sociedades médicas, tendo feito parte do primeiro quadro da [[SOCIEDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], posteriormente denominada [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], da qual foi presidente em duas ocasiões (3º trimestre de 1832; 1838-1839). Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e da Sociedade Philomatica, membro honorário do Imperial Instituto Médico Fluminense, fundador e presidente da Sociedade Vilniana do Rio de Janeiro (1850-1856), e presidente da Sociedade Valenciana. Presidiu, em 1874, a comissão de botânica e zoologia do [[INSTITUTO_FARMACÊUTICO_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro</u>]]. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi fundador e presidente da [[SOCIEDADE_VELOSIANA_DE_CIÊNCIAS_NATURAIS|<u>Sociedade Velosiana de Ciências Naturais</u>]], cuja sessão preparatória realizou-se, em 27 de julho de 1850, no <u>Museu Imperial e Nacional</u>, e teve sua sessão de abertura no dia 18 de outubro do mesmo ano. Esta associação foi idealizada por Francisco Freire Allemão de Cysneiros, com a idéia de reunir naturalistas na capital do Império, para estudar todos os objetos pertencentes à história natural do Brasil. Segundo Maria Margaret Lopes (1997), seu rigor científico e sua compreensão sobre o quadro das ciências naturais no Brasil, o teria levado a restringir, inicialmente, o número de sócios, incorporando somente aqueles que tenham produzido trabalhos originais nos campos da zoologia, botânica e mineralogia. A [[SOCIEDADE_VELOSIANA_DE_CIÊNCIAS_NATURAIS|<u>Sociedade Velosiana de Ciências Naturais</u>]] era organizada por comissões permanentes, de mineralogia, de zoologia, de língua indígena, e de botânica, da qual ele próprio participava.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1866, presidiu a comissão, da qual participavam Ladislau de Souza Mello Netto e Custódio Alves Serrão, destinada ao estudo e classificação de vegetais para o pavilhão brasileiro na Exposição Universal, a realizar-se em Paris no ano seguinte. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 10 de fevereiro de 1866 foi nomeado diretor do [[MUSEU_IMPERIAL_E_NACIONAL|<u>Museu Imperial e Nacional</u>]], cargo que ocupou até o ano de 1870, embora problemas de saúde o tenham afastado desta função em alguns momentos. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A fitografia, a histologia e a fisiologia vegetal foram, por mais de meio século, objetos de seus estudos e descobertas, especialmente as plantas dicotiledôneas. Seus estudos sobre as espécies vegetais do Brasil eram geralmente enviados à Europa, e muitos lhe conferiram a fama de “primeiro fitografista da América do Sul” (GAMA, 1875, p.71). Era um ótimo desenhista, e realizou inúmeras herborizações, durante as quais observava cuidadosamente todos os detalhes, calculava a altura do tronco, media sua circunferência, e indagava a respeito do nome vulgar e das propriedades. As amostras colhidas eram analisadas, e caso fossem de espécies desconhecidas nos anais da fitografia, procedia com todos os procedimentos necessários para a apresentação de um tipo novo. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros descreveu muitas plantas, sendo que muitas destas conservam o nome dado por ele, e criou numerosos gêneros: ''Acantinophyllum ''(família Artocarpeas), ''Andradea ''(família Nictagineas), ''Arariba ''(família Rubiaceas), ''Ferreirea ''(família Leguminosas), ''Geissospermum ''(família Apocyneas), ''Hieronima ''(família Euphorbiaceas), ''Myracroduon'' (família Therebinthaceas), ''Myroscarpus ''(família Leguminosas), ''Myrospermum ''(família Leguminosas), ''Ophtalmoblapton ''(família Euphorbiaceas), Silvia (família Laurineas) , ''Soaresia ''(família Artocarpeas), ''Torresia ''(família Leguminosas), ''Vazea ''(família Olacineas), ''Vicentia ''(família Combretaceas) (GAMA, 1875, p.78).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros, segundo José Saldanha da Gama (1875), cunhou o nome científico a 45 tipos da flora brasileira: <br/> ''Andradea floribunda'' (nome vulgar: tapaciriba), ''Geissospermum Vellosii'' (pau-pereira), ''Aspidosperma peroba'' (peroba), ''Aspidosperma eburneum'' (pequiá-marfim), ''Aspidosperma sessiliflórum'' (pequiá), ''Soaresia nitida'' (oiticica), ''Acantinophyllum strepitans'' (bainha de espada), ''Brosimum luteum'' (oitis amarelo), ''Brosimum luteum condurú'' (condurú), ''Hieronima alchorpiodes'' (urucurana), ''Ophtalmoblapton macrophylum'' (santa luzia), ''Silvia navalium'' (tapinhoã), ''Vazea iudurata'' (tatú), ''Vicentia acuminata'' (guarajuba), ''Terminalis tingens'' (merendiba), ''Arariba rubescens'' (araiba vermelha), ''Arariba rubescens veridiflora'' (arariba branca), ''Myracrodum urundeuva'' (aroeira), ''Astronium commune'' (ubatan), ''Astronium mirandum'' (chibatan), ''Galipea dichetoma'' (arapoca), ''Myrospermum erythroxylam'' (óleo vermelho), ''Myrocarpus frondosus'' (óleo pardo), ''Myrocarpus fastigiatus'' (cabureiba), Ferreirea''spectabillis'' (falsa sucupira), ''Torresia Cearensis ''(pau de cumarú), ''Apuleia polygama'' (garapeapunha), ''Dalbergia nigra'' (cabiúna), ''Marchaerium firmum'' (jaracarandá-roxo), ''Marchaerium incorruptibile'' (jacarandá-tan), ''Enterolobium lutecens'' (vinhático), ''Acacia maleolens'' (falso vinhático), ''Hymenorea mirabilis'' (jatobá), ''Peltogyne Guarubú'' (guarubú), ''Moldenbattera speciosa'' (guaraçaí), ''Echirospermum Balthasarii ''(vinhático), ''Copaífera utilissima'' (copaíba vermelha), ''Mimusops elata'' (maçaranduba), ''Lucuma gigantes'' (jaquá), ''Lucuma fissilis'' (guaraitá), ''Sideroxylon vastum'' (bacomixá), ''Tecoma curialis'' (ipê-roxo), ''Tecoma leucantha'' (ipê-branco), ''Cordia oncocalyx ''(pau-branco), e ''Jussiaea fluctuans''.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Segundo Maria Margaret Lopes (1997) muitos destes tipos novos foram admitidos na “Flora Brasiliense”, de Karl Friedrich Philipp von Martius, alguns foram incorporados como sinonímias, e vários se mantiveram até os dias atuais. | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros, por não possuir os recursos financeiros necessários para dedicar-se à carreira científica, inicialmente tornou-se sacristão (BLAKE, 1893). Outros autores, afirmam que seu pai o alistou na milícia de segunda linha, para evitar que ele fosse recrutado para as lutas que ocorriam na província da Cisplatina desde 1801 (ACADÊMICO, [s.d.]). Sua mãe, então não satisfeita com tal solução, teria solicitado ao padre Luis Pereira Duarte que o aceitasse como sacristão, e assim pudesse retirar-se do serviço de milícia, o que de fato ocorreu. Na convivência com Luis Pereira Duarte, seu protetor, Francisco Freire Allemão de Cysneiros aprendeu a gramática latina. Ingressou no Seminário Episcopal São José, na cidade do Rio de Janeiro, em março de 1817, onde teve lições de história da Igreja, teologia moral e dogmática, grego, francês, inglês, espanhol, hebraico, latim, e participou dos cursos de física e mecânica. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Decidiu pelo abandono da carreira sacerdotal, e permaneceu na Corte, onde proferiu aulas particulares de latim, para rapazes, e de primeiras letras para moças, das quais retirava seu meio de sustento. As dificuldades de ordem financeira o impediam de ingressar em uma escola de medicina, e face à esta situação seu irmão mais velho, Antônio Freire Allemão de Cysneiros que cursava o segundo ano da [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro</u>]], deu-lhe ajuda financeira e também os primeiros ensinamentos de osteologia (tratado dos ossos).<br/> Em 1822 ingressou na [[ACADEMIA_MÉDICO-CIRÚRGICA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro</u>]], onde diplomou-se como cirurgião-aprovado, em 1827. Freqüentou a Université de Paris, a convite do Governo francês, quando foi aluno do químico Jean-Baptiste Dumas (1800-1884) e do naturalista Georges Léopold Chrétien Frédéric Dagobert, o Barão Cuvier (1769-1832). Doutorou-se em medicina na Faculte de Médecine de Paris, em 1831, com defesa da tese intitulada “Dissertation sur le goitre”. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Participou, junto ao Exército Imperial, da Guerra da Cisplatina (1825-1828) no sul do país, obtendo posteriormente dispensa militar, e retornando à Corte na cidade do Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi lente de botânica e zoologia médicas (1833-1853) da [[FACULDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], sendo jubilado em 1853. Seu curso de botânica médica e princípios elementares de zoologia apresentava lições teóricas orais e demonstrações práticas com espécies vegetais, e também proporcionava aos alunos excursões botânicas pelo Rio de Janeiro (SANTOS FILHO, 1991).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros foi suplente de deputado pela Assembléia Legislativa Provincial, do Rio de Janeiro, na 1ª legislatura (1835-1837).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi nomeado médico da Imperial Câmara em 1840, e acredita-se que tal indicação decorreu do fato de Francisco Freire Allemão de Cysneiros ter conseguido curar o Imperador Pedro II, acometido de ameaça de congestão cerebral (COORDENAÇÃO, 1974). Integrou a comitiva imperial (1843), encarregada de acompanhar a vinda, de Nápoles ao Rio de Janeiro, da noiva do Imperador Pedro II, a então princesa D. Teresa Cristina, irmã de D. Fernando (Rei das Duas Sicílias). Posteriormente foi professor de botânica das princesas Isabel e Leopoldina.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">De 1858 a 1866 foi lente da seção de ciências físicas e naturais na Escola Central, onde lecionou a cadeira de botânica, e recebeu o título de major, como determinava o regulamento daquela instituição. Era numerosa a platéia que o assistia em suas preleções, contando, além dos alunos matriculados, de todos os lentes catedráticos e opositores daquela escola (GAMA, 1875). Como sinal do reconhecimento e admiração dos alunos, Francisco Freire Allemão de Cysneiros recebeu, ao final, um microscópio composto de regular amplificação, no qual havia gravado seu nome, a data e a origem de tal oferecimento (GAMA, 1875). Participaram deste oferecimento Antonio Pereira Rebouças Filho, André Pinto Rebouças, Leovegildo José Coelho, e José Corrêa de Aguiar. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi presidente e chefe da seção botânica da Comissão Científica de Exploração (1859-1861), proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que era composta de naturalistas e de engenheiros e tinha como objetivo a exploração científica das províncias do norte e nordeste do país. Esta Comissão, que ficou conhecida como “Comissão das Borboletas”, foi concretizada pela Lei de Orçamento e Despesas para os anos de 1857 e 1858, e organizou-se por seções: Botânica (Francisco Freire Allemão de Cysneiros), Geológica e Mineralógica (Guilherme Schüch de Capanema), Zoológica (Manoel Ferreira Lagos), Astronômica e Geográfica (Giacomo Raja Gabaglia), Etnográfica e Narrativa da Viagem (Antônio Gonçalves Dias). A Comissão deixou o Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1859, e percorreu as províncias do Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, tendo sido chefiada por Manoel Ferreira Lagos. Nesta viagem Francisco Freire Allemão de Cysneiros teve a seu lado, Manoel Freire Allemão, seu sobrinho. No Ceará foram colhidas 20.000 amostras de plantas, e muitas destas amostras, assim como instrumentos e outros materiais, foram incorporados ao acervo do então <u>[[MUSEU IMPERIAL E NACIONAL|Museu Imperial e Nacional]]</u>, no Rio de Janeiro.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros participou de diversas associações profissionais e sociedades médicas, tendo feito parte do primeiro quadro da [[SOCIEDADE_DE_MEDICINA_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro</u>]], posteriormente denominada [[ACADEMIA_IMPERIAL_DE_MEDICINA|<u>Academia Imperial de Medicina</u>]], da qual foi presidente em duas ocasiões (3º trimestre de 1832; 1838-1839). Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e da Sociedade Philomatica, membro honorário do Imperial Instituto Médico Fluminense, fundador e presidente da Sociedade Vilniana do Rio de Janeiro (1850-1856), e presidente da Sociedade Valenciana. Presidiu, em 1874, a comissão de botânica e zoologia do [[INSTITUTO_FARMACÊUTICO_DO_RIO_DE_JANEIRO|<u>Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro</u>]]. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi fundador e presidente da [[SOCIEDADE_VELOSIANA_DE_CIÊNCIAS_NATURAIS|<u>Sociedade Velosiana de Ciências Naturais</u>]], cuja sessão preparatória realizou-se, em 27 de julho de 1850, no <u>[[MUSEU IMPERIAL E NACIONAL|Museu Imperial e Nacional]]</u>, e teve sua sessão de abertura no dia 18 de outubro do mesmo ano. Esta associação foi idealizada por Francisco Freire Allemão de Cysneiros, com a idéia de reunir naturalistas na capital do Império, para estudar todos os objetos pertencentes à história natural do Brasil. Segundo Maria Margaret Lopes (1997), seu rigor científico e sua compreensão sobre o quadro das ciências naturais no Brasil, o teria levado a restringir, inicialmente, o número de sócios, incorporando somente aqueles que tenham produzido trabalhos originais nos campos da zoologia, botânica e mineralogia. A [[SOCIEDADE_VELOSIANA_DE_CIÊNCIAS_NATURAIS|<u>Sociedade Velosiana de Ciências Naturais</u>]] era organizada por comissões permanentes, de mineralogia, de zoologia, de língua indígena, e de botânica, da qual ele próprio participava.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 1866, presidiu a comissão, da qual participavam Ladislau de Souza Mello Netto e Custódio Alves Serrão, destinada ao estudo e classificação de vegetais para o pavilhão brasileiro na Exposição Universal, a realizar-se em Paris no ano seguinte. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Em 10 de fevereiro de 1866 foi nomeado diretor do [[MUSEU_IMPERIAL_E_NACIONAL|<u>Museu Imperial e Nacional</u>]], cargo que ocupou até o ano de 1870, embora problemas de saúde o tenham afastado desta função em alguns momentos. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">A fitografia, a histologia e a fisiologia vegetal foram, por mais de meio século, objetos de seus estudos e descobertas, especialmente as plantas dicotiledôneas. Seus estudos sobre as espécies vegetais do Brasil eram geralmente enviados à Europa, e muitos lhe conferiram a fama de “primeiro fitografista da América do Sul” (GAMA, 1875, p.71). Era um ótimo desenhista, e realizou inúmeras herborizações, durante as quais observava cuidadosamente todos os detalhes, calculava a altura do tronco, media sua circunferência, e indagava a respeito do nome vulgar e das propriedades. As amostras colhidas eram analisadas, e caso fossem de espécies desconhecidas nos anais da fitografia, procedia com todos os procedimentos necessários para a apresentação de um tipo novo. </span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros descreveu muitas plantas, sendo que muitas destas conservam o nome dado por ele, e criou numerosos gêneros: ''Acantinophyllum ''(família Artocarpeas), ''Andradea ''(família Nictagineas), ''Arariba ''(família Rubiaceas), ''Ferreirea ''(família Leguminosas), ''Geissospermum ''(família Apocyneas), ''Hieronima ''(família Euphorbiaceas), ''Myracroduon'' (família Therebinthaceas), ''Myroscarpus ''(família Leguminosas), ''Myrospermum ''(família Leguminosas), ''Ophtalmoblapton ''(família Euphorbiaceas), Silvia (família Laurineas) , ''Soaresia ''(família Artocarpeas), ''Torresia ''(família Leguminosas), ''Vazea ''(família Olacineas), ''Vicentia ''(família Combretaceas) (GAMA, 1875, p.78).</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Francisco Freire Allemão de Cysneiros, segundo José Saldanha da Gama (1875), cunhou o nome científico a 45 tipos da flora brasileira: <br/> ''Andradea floribunda'' (nome vulgar: tapaciriba), ''Geissospermum Vellosii'' (pau-pereira), ''Aspidosperma peroba'' (peroba), ''Aspidosperma eburneum'' (pequiá-marfim), ''Aspidosperma sessiliflórum'' (pequiá), ''Soaresia nitida'' (oiticica), ''Acantinophyllum strepitans'' (bainha de espada), ''Brosimum luteum'' (oitis amarelo), ''Brosimum luteum condurú'' (condurú), ''Hieronima alchorpiodes'' (urucurana), ''Ophtalmoblapton macrophylum'' (santa luzia), ''Silvia navalium'' (tapinhoã), ''Vazea iudurata'' (tatú), ''Vicentia acuminata'' (guarajuba), ''Terminalis tingens'' (merendiba), ''Arariba rubescens'' (araiba vermelha), ''Arariba rubescens veridiflora'' (arariba branca), ''Myracrodum urundeuva'' (aroeira), ''Astronium commune'' (ubatan), ''Astronium mirandum'' (chibatan), ''Galipea dichetoma'' (arapoca), ''Myrospermum erythroxylam'' (óleo vermelho), ''Myrocarpus frondosus'' (óleo pardo), ''Myrocarpus fastigiatus'' (cabureiba), Ferreirea''spectabillis'' (falsa sucupira), ''Torresia Cearensis ''(pau de cumarú), ''Apuleia polygama'' (garapeapunha), ''Dalbergia nigra'' (cabiúna), ''Marchaerium firmum'' (jaracarandá-roxo), ''Marchaerium incorruptibile'' (jacarandá-tan), ''Enterolobium lutecens'' (vinhático), ''Acacia maleolens'' (falso vinhático), ''Hymenorea mirabilis'' (jatobá), ''Peltogyne Guarubú'' (guarubú), ''Moldenbattera speciosa'' (guaraçaí), ''Echirospermum Balthasarii ''(vinhático), ''Copaífera utilissima'' (copaíba vermelha), ''Mimusops elata'' (maçaranduba), ''Lucuma gigantes'' (jaquá), ''Lucuma fissilis'' (guaraitá), ''Sideroxylon vastum'' (bacomixá), ''Tecoma curialis'' (ipê-roxo), ''Tecoma leucantha'' (ipê-branco), ''Cordia oncocalyx ''(pau-branco), e ''Jussiaea fluctuans''.</span></span></p> <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Segundo Maria Margaret Lopes (1997) muitos destes tipos novos foram admitidos na “Flora Brasiliense”, de Karl Friedrich Philipp von Martius, alguns foram incorporados como sinonímias, e vários se mantiveram até os dias atuais.</span></span> </p> | ||
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<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">- ACADÊMICO Francisco Freire Alemão. Patrono da Cadeira nº 43. Datilografado. Arquivo pessoal da Academia Nacional de Medicina. [Rio de Janeiro]: [s.n.], [s.d.]. ([[Fontes_de_informação#ANM|ANM]]) <br/> - ALEMÃO, Francisco Freire; ALEMÃO, Manoel Freire. '''Trabalhos da Comissão Scientifica de Exploração, secção botânica. '''Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1862. ([[Fontes_de_informação#BN|BN]])<br/> - BRAGA, Renato. '''História da Comissão Científica de Exploração.''' [Mossoro, RN]: Fundação Guimarães Duque, 1982. ([[Fontes_de_informação#BN|BN]])<br/> - COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NO PARANÁ (COMOCI-PR). Secretaria de Educação e Cultura. '''11 de novembro de 1874-11 de novembro de 1974. 1º Centenário de morte do cientista brasileiro Francisco Freire Alemão.''' Curitiba: [s.n.], 1974. ([[Fontes_de_informação#IHGB|IHGB]])<br/> - ENSINO Médico no Brasil (1808-1907): um repertório de fontes arquivísticas e bibliográficas. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1999. CD-ROM. ([[Fontes_de_informação#BCOC|BCOC]])<br/> - FRANCISCO Freire Allemão. In: BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. '''Diccionario Bibliographico Brazileiro. Segundo volume. '''Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. pp.448-450. In: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Acervo Digital. Capturado em 10 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5422 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5422]<br/> - FRANCISCO Freire Allemão de Cisneiros. In: ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Capturado em 8 out. 2020. Online. Disponível na Internet: <br/> [https://www.anm.org.br/francisco-freire-allemao-de-cisneiros/ https://www.anm.org.br/francisco-freire-allemao-de-cisneiros/]<br/> - GAMA, José de Saldanha da. Biographia e Apreciação dos Trabalhos do Botanico Brasileiro Francisco Freire Allemão. ''Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro'', Rio de Janeiro, tomo 38, parte 2ª, p, 51-126, 1875. ([[Fontes_de_informação#IHGB|IHGB]])<br/> - LOPES, Maria Margareth. '''O Brasil descobre a Pesquisa Científica: os Museus e as Ciências Naturais no século XIX. '''São Paulo: Hucitec, 1997. ([[Fontes_de_informação#BCOC|BCOC]])<br/> - MAGALHÃES, Fernando.'''O Centenário da Faculdade de Medicina 1832-1932. '''Rio de Janeiro: Tip. A. P. Barthel, 1932. ([[Fontes_de_informação#BMANG|BMANG]]) <br/> - MORAIS, Rita de Cássia de Jesus. '''Nos Verdes Campos da Ciência: a trajetória acadêmica do médico e botânico Francisco Freire-Allemão (1797-1874).''' Rio de Janeiro, 2005. Dissertação (Mestrado em História das Ciências da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 2005. Capturado em 18 mai. 2020. Online. Disponível na Internet:<br/> [http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/moraisrcj.pdf http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/moraisrcj.pdf]<br/> - OS MANUSCRITOS do botânico Freire Alemão. Catálogo e transcrição. In: '''Anais da Biblioteca Nacional, v.81.''' Rio de Janeiro: Divisão de Publicações e Divulgação, 1961. Capturado em 18 mai. 2020. Online. Disponível na Internet: | <p style="text-align: justify;"><span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">- ACADÊMICO Francisco Freire Alemão. Patrono da Cadeira nº 43. Datilografado. Arquivo pessoal da Academia Nacional de Medicina. [Rio de Janeiro]: [s.n.], [s.d.]. ([[Fontes_de_informação#ANM|ANM]]) <br/> - ALEMÃO, Francisco Freire; ALEMÃO, Manoel Freire. '''Trabalhos da Comissão Scientifica de Exploração, secção botânica. '''Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1862. ([[Fontes_de_informação#BN|BN]])<br/> - BRAGA, Renato. '''História da Comissão Científica de Exploração.''' [Mossoro, RN]: Fundação Guimarães Duque, 1982. ([[Fontes_de_informação#BN|BN]])<br/> - COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NO PARANÁ (COMOCI-PR). Secretaria de Educação e Cultura. '''11 de novembro de 1874-11 de novembro de 1974. 1º Centenário de morte do cientista brasileiro Francisco Freire Alemão.''' Curitiba: [s.n.], 1974. ([[Fontes_de_informação#IHGB|IHGB]])<br/> - ENSINO Médico no Brasil (1808-1907): um repertório de fontes arquivísticas e bibliográficas. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1999. CD-ROM. ([[Fontes_de_informação#BCOC|BCOC]])<br/> - FRANCISCO Freire Allemão. In: BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. '''Diccionario Bibliographico Brazileiro. Segundo volume. '''Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. pp.448-450. In: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Acervo Digital. Capturado em 10 jun. 2020. Online. Disponível na Internet: [https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5422 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5422]<br/> - FRANCISCO Freire Allemão de Cisneiros. In: ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA. Capturado em 8 out. 2020. Online. Disponível na Internet: <br/> [https://www.anm.org.br/francisco-freire-allemao-de-cisneiros/ https://www.anm.org.br/francisco-freire-allemao-de-cisneiros/]<br/> - GAMA, José de Saldanha da. Biographia e Apreciação dos Trabalhos do Botanico Brasileiro Francisco Freire Allemão. ''Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro'', Rio de Janeiro, tomo 38, parte 2ª, p, 51-126, 1875. ([[Fontes_de_informação#IHGB|IHGB]])<br/> - LOPES, Maria Margareth. '''O Brasil descobre a Pesquisa Científica: os Museus e as Ciências Naturais no século XIX. '''São Paulo: Hucitec, 1997. ([[Fontes_de_informação#BCOC|BCOC]])<br/> - MAGALHÃES, Fernando.'''O Centenário da Faculdade de Medicina 1832-1932. '''Rio de Janeiro: Tip. A. P. Barthel, 1932. ([[Fontes_de_informação#BMANG|BMANG]]) <br/> - MORAIS, Rita de Cássia de Jesus. '''Nos Verdes Campos da Ciência: a trajetória acadêmica do médico e botânico Francisco Freire-Allemão (1797-1874).''' Rio de Janeiro, 2005. Dissertação (Mestrado em História das Ciências da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 2005. Capturado em 18 mai. 2020. Online. Disponível na Internet:<br/> [http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/moraisrcj.pdf http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/moraisrcj.pdf]<br/> - OS MANUSCRITOS do botânico Freire Alemão. Catálogo e transcrição. In: '''Anais da Biblioteca Nacional, v.81.''' Rio de Janeiro: Divisão de Publicações e Divulgação, 1961. Capturado em 18 mai. 2020. Online. Disponível na Internet: [http://memoria.bn.br/pdf/402630/per402630_1961_00081.pdf http://memoria.bn.br/pdf/402630/per402630_1961_00081.pdf]<br/> - SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. '''História Geral da Medicina Brasileira.''' São Paulo: HUCITEC/EDUSP, 1991. v. 2. ([[Fontes_de_informação#BCCBB|BCCBB]])<br/> - VASCONCELOS, Vasco Joaquim Smith de. '''Médicos e Cirurgiões da Imperial Câmara. Reinados de D. Pedro I e D. Pedro II.''' Campinas: [Academia Campinense de Letras], 1964. ([[Fontes_de_informação#BN|BN]])</span></span></p> | ||
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Edição atual tal como às 17h22min de 24 de agosto de 2023
Outros nomes e/ou títulos: Freire Allemão, Francisco
Resumo: Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de julho de 1797, na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, província do Rio de Janeiro. Diplomou-se na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro em 1827, como cirurgião-aprovado, e doutorou-se em medicina na Faculté de Médecine de Paris, em 1831. Foi lente de botânica médica e princípios elementares de zoologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, fundador e presidente da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, e presidente da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.
Dados pessoais
Francisco Freire Allemão de Cysneiros nasceu em 24 de fevereiro de 1797, na antiga Fazenda do Mendanha, situada na freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande (atualmente na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro), onde fixou residência. Era filho de João Freire Allemão e de Feliciana Angélica do Espírito Santo, lavradores da região da Serra do Mendanha, localizada na referida freguesia.
Foi membro do Conselho de Sua Majestade, Comendador da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem de Cristo, e Comendador da Ordem de Francisco I do Reino de Nápoles.
Faleceu em 11 de novembro de 1874, no mesmo local de nascimento.
Trajetória profissional
Francisco Freire Allemão de Cysneiros, por não possuir os recursos financeiros necessários para dedicar-se à carreira científica, inicialmente tornou-se sacristão (BLAKE, 1893). Outros autores, afirmam que seu pai o alistou na milícia de segunda linha, para evitar que ele fosse recrutado para as lutas que ocorriam na província da Cisplatina desde 1801 (ACADÊMICO, [s.d.]). Sua mãe, então não satisfeita com tal solução, teria solicitado ao padre Luis Pereira Duarte que o aceitasse como sacristão, e assim pudesse retirar-se do serviço de milícia, o que de fato ocorreu. Na convivência com Luis Pereira Duarte, seu protetor, Francisco Freire Allemão de Cysneiros aprendeu a gramática latina. Ingressou no Seminário Episcopal São José, na cidade do Rio de Janeiro, em março de 1817, onde teve lições de história da Igreja, teologia moral e dogmática, grego, francês, inglês, espanhol, hebraico, latim, e participou dos cursos de física e mecânica.
Decidiu pelo abandono da carreira sacerdotal, e permaneceu na Corte, onde proferiu aulas particulares de latim, para rapazes, e de primeiras letras para moças, das quais retirava seu meio de sustento. As dificuldades de ordem financeira o impediam de ingressar em uma escola de medicina, e face à esta situação seu irmão mais velho, Antônio Freire Allemão de Cysneiros que cursava o segundo ano da Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, deu-lhe ajuda financeira e também os primeiros ensinamentos de osteologia (tratado dos ossos).
Em 1822 ingressou na Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, onde diplomou-se como cirurgião-aprovado, em 1827. Freqüentou a Université de Paris, a convite do Governo francês, quando foi aluno do químico Jean-Baptiste Dumas (1800-1884) e do naturalista Georges Léopold Chrétien Frédéric Dagobert, o Barão Cuvier (1769-1832). Doutorou-se em medicina na Faculte de Médecine de Paris, em 1831, com defesa da tese intitulada “Dissertation sur le goitre”.
Participou, junto ao Exército Imperial, da Guerra da Cisplatina (1825-1828) no sul do país, obtendo posteriormente dispensa militar, e retornando à Corte na cidade do Rio de Janeiro.
Foi lente de botânica e zoologia médicas (1833-1853) da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo jubilado em 1853. Seu curso de botânica médica e princípios elementares de zoologia apresentava lições teóricas orais e demonstrações práticas com espécies vegetais, e também proporcionava aos alunos excursões botânicas pelo Rio de Janeiro (SANTOS FILHO, 1991).
Francisco Freire Allemão de Cysneiros foi suplente de deputado pela Assembléia Legislativa Provincial, do Rio de Janeiro, na 1ª legislatura (1835-1837).
Foi nomeado médico da Imperial Câmara em 1840, e acredita-se que tal indicação decorreu do fato de Francisco Freire Allemão de Cysneiros ter conseguido curar o Imperador Pedro II, acometido de ameaça de congestão cerebral (COORDENAÇÃO, 1974). Integrou a comitiva imperial (1843), encarregada de acompanhar a vinda, de Nápoles ao Rio de Janeiro, da noiva do Imperador Pedro II, a então princesa D. Teresa Cristina, irmã de D. Fernando (Rei das Duas Sicílias). Posteriormente foi professor de botânica das princesas Isabel e Leopoldina.
De 1858 a 1866 foi lente da seção de ciências físicas e naturais na Escola Central, onde lecionou a cadeira de botânica, e recebeu o título de major, como determinava o regulamento daquela instituição. Era numerosa a platéia que o assistia em suas preleções, contando, além dos alunos matriculados, de todos os lentes catedráticos e opositores daquela escola (GAMA, 1875). Como sinal do reconhecimento e admiração dos alunos, Francisco Freire Allemão de Cysneiros recebeu, ao final, um microscópio composto de regular amplificação, no qual havia gravado seu nome, a data e a origem de tal oferecimento (GAMA, 1875). Participaram deste oferecimento Antonio Pereira Rebouças Filho, André Pinto Rebouças, Leovegildo José Coelho, e José Corrêa de Aguiar.
Foi presidente e chefe da seção botânica da Comissão Científica de Exploração (1859-1861), proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que era composta de naturalistas e de engenheiros e tinha como objetivo a exploração científica das províncias do norte e nordeste do país. Esta Comissão, que ficou conhecida como “Comissão das Borboletas”, foi concretizada pela Lei de Orçamento e Despesas para os anos de 1857 e 1858, e organizou-se por seções: Botânica (Francisco Freire Allemão de Cysneiros), Geológica e Mineralógica (Guilherme Schüch de Capanema), Zoológica (Manoel Ferreira Lagos), Astronômica e Geográfica (Giacomo Raja Gabaglia), Etnográfica e Narrativa da Viagem (Antônio Gonçalves Dias). A Comissão deixou o Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1859, e percorreu as províncias do Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, tendo sido chefiada por Manoel Ferreira Lagos. Nesta viagem Francisco Freire Allemão de Cysneiros teve a seu lado, Manoel Freire Allemão, seu sobrinho. No Ceará foram colhidas 20.000 amostras de plantas, e muitas destas amostras, assim como instrumentos e outros materiais, foram incorporados ao acervo do então Museu Imperial e Nacional, no Rio de Janeiro.
Francisco Freire Allemão de Cysneiros participou de diversas associações profissionais e sociedades médicas, tendo feito parte do primeiro quadro da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, posteriormente denominada Academia Imperial de Medicina, da qual foi presidente em duas ocasiões (3º trimestre de 1832; 1838-1839). Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e da Sociedade Philomatica, membro honorário do Imperial Instituto Médico Fluminense, fundador e presidente da Sociedade Vilniana do Rio de Janeiro (1850-1856), e presidente da Sociedade Valenciana. Presidiu, em 1874, a comissão de botânica e zoologia do Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro.
Foi fundador e presidente da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, cuja sessão preparatória realizou-se, em 27 de julho de 1850, no Museu Imperial e Nacional, e teve sua sessão de abertura no dia 18 de outubro do mesmo ano. Esta associação foi idealizada por Francisco Freire Allemão de Cysneiros, com a idéia de reunir naturalistas na capital do Império, para estudar todos os objetos pertencentes à história natural do Brasil. Segundo Maria Margaret Lopes (1997), seu rigor científico e sua compreensão sobre o quadro das ciências naturais no Brasil, o teria levado a restringir, inicialmente, o número de sócios, incorporando somente aqueles que tenham produzido trabalhos originais nos campos da zoologia, botânica e mineralogia. A Sociedade Velosiana de Ciências Naturais era organizada por comissões permanentes, de mineralogia, de zoologia, de língua indígena, e de botânica, da qual ele próprio participava.
Em 1866, presidiu a comissão, da qual participavam Ladislau de Souza Mello Netto e Custódio Alves Serrão, destinada ao estudo e classificação de vegetais para o pavilhão brasileiro na Exposição Universal, a realizar-se em Paris no ano seguinte.
Em 10 de fevereiro de 1866 foi nomeado diretor do Museu Imperial e Nacional, cargo que ocupou até o ano de 1870, embora problemas de saúde o tenham afastado desta função em alguns momentos.
A fitografia, a histologia e a fisiologia vegetal foram, por mais de meio século, objetos de seus estudos e descobertas, especialmente as plantas dicotiledôneas. Seus estudos sobre as espécies vegetais do Brasil eram geralmente enviados à Europa, e muitos lhe conferiram a fama de “primeiro fitografista da América do Sul” (GAMA, 1875, p.71). Era um ótimo desenhista, e realizou inúmeras herborizações, durante as quais observava cuidadosamente todos os detalhes, calculava a altura do tronco, media sua circunferência, e indagava a respeito do nome vulgar e das propriedades. As amostras colhidas eram analisadas, e caso fossem de espécies desconhecidas nos anais da fitografia, procedia com todos os procedimentos necessários para a apresentação de um tipo novo.
Francisco Freire Allemão de Cysneiros descreveu muitas plantas, sendo que muitas destas conservam o nome dado por ele, e criou numerosos gêneros: Acantinophyllum (família Artocarpeas), Andradea (família Nictagineas), Arariba (família Rubiaceas), Ferreirea (família Leguminosas), Geissospermum (família Apocyneas), Hieronima (família Euphorbiaceas), Myracroduon (família Therebinthaceas), Myroscarpus (família Leguminosas), Myrospermum (família Leguminosas), Ophtalmoblapton (família Euphorbiaceas), Silvia (família Laurineas) , Soaresia (família Artocarpeas), Torresia (família Leguminosas), Vazea (família Olacineas), Vicentia (família Combretaceas) (GAMA, 1875, p.78).
Francisco Freire Allemão de Cysneiros, segundo José Saldanha da Gama (1875), cunhou o nome científico a 45 tipos da flora brasileira:
Andradea floribunda (nome vulgar: tapaciriba), Geissospermum Vellosii (pau-pereira), Aspidosperma peroba (peroba), Aspidosperma eburneum (pequiá-marfim), Aspidosperma sessiliflórum (pequiá), Soaresia nitida (oiticica), Acantinophyllum strepitans (bainha de espada), Brosimum luteum (oitis amarelo), Brosimum luteum condurú (condurú), Hieronima alchorpiodes (urucurana), Ophtalmoblapton macrophylum (santa luzia), Silvia navalium (tapinhoã), Vazea iudurata (tatú), Vicentia acuminata (guarajuba), Terminalis tingens (merendiba), Arariba rubescens (araiba vermelha), Arariba rubescens veridiflora (arariba branca), Myracrodum urundeuva (aroeira), Astronium commune (ubatan), Astronium mirandum (chibatan), Galipea dichetoma (arapoca), Myrospermum erythroxylam (óleo vermelho), Myrocarpus frondosus (óleo pardo), Myrocarpus fastigiatus (cabureiba), Ferreireaspectabillis (falsa sucupira), Torresia Cearensis (pau de cumarú), Apuleia polygama (garapeapunha), Dalbergia nigra (cabiúna), Marchaerium firmum (jaracarandá-roxo), Marchaerium incorruptibile (jacarandá-tan), Enterolobium lutecens (vinhático), Acacia maleolens (falso vinhático), Hymenorea mirabilis (jatobá), Peltogyne Guarubú (guarubú), Moldenbattera speciosa (guaraçaí), Echirospermum Balthasarii (vinhático), Copaífera utilissima (copaíba vermelha), Mimusops elata (maçaranduba), Lucuma gigantes (jaquá), Lucuma fissilis (guaraitá), Sideroxylon vastum (bacomixá), Tecoma curialis (ipê-roxo), Tecoma leucantha (ipê-branco), Cordia oncocalyx (pau-branco), e Jussiaea fluctuans.
Segundo Maria Margaret Lopes (1997) muitos destes tipos novos foram admitidos na “Flora Brasiliense”, de Karl Friedrich Philipp von Martius, alguns foram incorporados como sinonímias, e vários se mantiveram até os dias atuais.
Produção intelectual
- “Dissertation sur le goitre: thèse presentée et soutenue à la faculté de Medecine de Paris, le 10 decembre 1831, pour obtenir le grade de dccteur en medecine”. Paris, 1831.
- “These de concurso à cadeira de botanica e zoologia da escola de medicina do Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1833.
- “Relatório sobre a Santa Casa da Misericórdia”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1833-1834.
- “Estudos botanicos e descripções de planaras brazileiras”. Rio de Janeiro: [s.n.],1834-1866. 17 vols.
- “Observações meteorologicas feitas no Rio de Janeiro”. Revista Fluminense, Rio de Janeiro, tomo 2º, p.206, 318, 462; tomo 3º, p.64, 192, 224, 382; tomo 4º, p.40, 232, 342 e 437, 1837.
- “Combretacea Vicencia (gênero novo), Deceminata (espécie nova). In: SEUS Trabalhos botânicos, 6. [s.l], [s.n.], 1844.
- “Exposição de alguns fatos a respeito da desfolha e florescência das árvores, na Província do Rio de Janeiro, acompanhada de considerações gerais”. [Manuscrito]. [s.l.], [00/12/1845].
- “Nyctagenea. Gênero – Andradea; Espécie – Floribunda”. [s.l.], [s.n.], 1845.
- “Ensaio monográfico das Dorstenias (capiás) que nascem nos arredores do Rio de Janeiro”. [Manuscrito]. [s.l.], 00/01/1846.
- “Apocynea; Geissospermo de Velloso”. Rio de Janeiro: Laemmert, 1846.
- “Iridia. Gen. Novum – Poarchon species fluminensis. Nome vulgar: Maririço ou Baririço.” Rio de Janeiro: F. M. Ferreira, 1846.
- “Cousas mais notaveis da Jatropha curcas (Pinhoes)”. [Manuscrito]. [s.l.], 23-29/12/1846.
- “Relatório acerca das quinas de Patayó”. Annaes Brazilienses de Medicina, Rio de Janeiro, p.160, 1846-1847.
- “Leguminosa. Myricarpe Fastigiade. Nomes vulgares: cabureiba óleo pardo”. Rio de Janeiro: Typ. Archivo Medico Brazileiro, 1847.
- “Parecer da commissão especial, encarrregada de ajuizar o merito de duas memorias offerecidas em concurso sobre o melhor plano de escrever a historia antiga e moderna do Brazil, em 1847.”
- “Descrição botânica da planta chamada vulgarmente gôlfo em português; e na língua indígena gigoga”. [Manuscrito]. [s.l.], 00/11/1847.
- “Leguminosa; Myrocarp frardosa. Nome vulgar: óleo pardo”. Rio de Janeiro: Typ. Archivo Medico Brazileiro, 1848.
- “Euphorbiacea; Jeronima Alchorneioide... Nome vulgar: Urucurana.” Rio de Janeiro: Typ. Archivo Medico Brazileiro, 1848.
- “Sopra alcuni nueve generi di piante brasiliane”. Nápoles: Rendicnto, 1848.
- “Descrição de duas plantas: Silvia dos arsenaes e mirocarpo fastigiato.” Rio de Janeiro: [s.n.], 1849.
- “Apontamentos [sobre a conservação e corte de madeiras de construção naval]”. [Manuscrito]. Engenho Velho, 04/10/1849.
- “Relação de algumas árvores que floresceram de 1848 a 1849”. [Manuscrito]. [s.l.], 30/11/1849.
- “Estatutos da Sociedade Vellosiana do Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1850.
- “Exercícios botânicos. Memória 1ª. Sôbre a estrutura e função dos pêlos excretores da nossa urtiga braba (urtica nitida da Flora Fluminensis)”. [Manuscrito]. [s.l.], 11/12/1850.
- “Geissospermum de Vellozo, ou páo pereira, páo forquilha, páo de ponte, camará de bilro, etc". Archivo Medico Brazileiro, Rio de Janeiro, tomo 2º, p.73, 1850.
- “Machroerium heteropterum, angelim”. 1850.
- “Poarchoa fluminensis ou maririço, e Silvia dos arsenaes ou tapinhoan”. Archivo Medico Brazileiro, Rio de Janeiro, tomo 3º, p.73 e 265, 1850.
- “Myrocarpo fastigiado, oleo pardo ou cabureida, e Jeronima alchorneoide ou urucurana”.Archivo Medico Brazileiro, Rio de Janeiro, tomo 4º, p.25 e 169, 1850.
- “Apontamentos que poderão servir para a história das árvores florestais do Brasil, particularmente das do Rio de Janeiro. 2ª leitura”. [Manuscrito]. [s.l.] ,1851.
- “Exercícios botânicos ou memórias concernentes à anatomia e fisiologia das plantas, lidas na Sociedade Vellosiana do Rio de Janeiro por Francisco Freire Allemão. In: SOCIEDADE VELLOSIANA. Biblioteca Guanabarense. p.33-36, [1851].
- “Trypetes sessiliflora”. Minerva Braziliense, Rio de Janeiro, tomo 2º, p.737, 1851.
- “Ophtalmoblapton macrophyllum”. Guanabara, Rio de Janeiro, tomo 1º, p.14, 1851.
- “Comentarios à parte botanica de Gabriel Soares”. [Manuscrito]. [s.l.], 1851.
- “Reflexões sobre a estrutura das Pisônias”. [Manuscrito]. Mendanha, 30/01/1851.
- “Exercícios botânicos. Memoria 3ª. Origem e desenvolvimento dos vasos nos embriões da Jatropha curcas, e da Aleurites triloba, durante a sua germinação e algumas considerações daí deduzidas”. [Manuscrito]. [s.l.], 09/05/1851.
- Exercícios botânicos. Memória 2ª. Considerações sobre a estrutura e usos de algnus pêlos, e órgãos análogos”. [Manuscrito]. [s.l.], 04/07/1851.
- “Apontamentos que poderão servir para a história das árvores florestais do Brasil, particularmente das do Rio de Janeiro. 1ª leitura”. In: SOCIEDADE VELLOSIANA. Biblioteca Guanabarense, p.53-59. [s.l.] 18/08/1851.
- “Exercícios botânicos. Memoria 3ª. Origem e desenvolvimento dos vasos nos embriões da Jatropha curcas, e da Aleurites moluccana durante a sua germinação e algumas considerações daí deduzidas”. In: SOCIEDADE VELLOSIANA. Biblioteca Guanabarense. Rio de Janeiro, [1851]. p. 101-106.
- “Exercícios botânicos. Memoria 4ª. Sobre a estrutura do caule das Nictagíneas”. [Manuscrito]. [s.l.], 29/08/1851.
- "Será verdade, será possível, que durante uma seca, um dos sinais de chuva próxima seja o aumento das águas das fontes?" [Manuscrito], [s.l.], [00/06/1852].
- “Exercícios botânicos. Memoria 5ª. Algumas considerações, e fatos novos concernentes à estrutura das flôres frutos da Embaiceira (Concropia peltata) que devem servir para se completar a história dos caracteres do gênero Cecrepia”. [Manuscrito]. [s.l.], 14/07/1852 e 15/01/1858.
- “Exercícios botânicos. Memória 7ª. Exposição de dois fatos observados nas folhas de duas espécies de Guarea e nas de Citrus decumana que me pareceram dignos de atenção”. [Manuscrito]. [s.l.], 15/09/1852.
- “Comunicações [sobre árvores floreestais]”. [Manuscrito]. [s.l.], 1852.
- “Estudo de uma orquidea ... colhida em um tronco de árvores pode. Habonaria”. [Manuscrito]. Mendanha, 22/01/1852.
- “Exercícios botânicos. Memória 8ª. Observações microscópicas a respeito da formação do sistema vascular nas plantas fanerógamas”. [Manuscrito]. [s.l.], [1853].
- “Carta a [Domenico] Vandelli, declarando haver recebido e lido dois trabalhos deste”. [Manuscrito]. [Rio de Janeiro], 22/03/1853.
- “Exame comparativo das duas espécies de verbenas: a de Caracas e a nossa”. [Manuscrito]. [s.l.], 00/05/1853.
- “Carta a [Guilherme Schüch de Capanema] fazendo comentários a certa espécie botânica”. [Manuscrito]. Porangaba, 15/05/1855.
- “Quais são as principaes plantas que se acham acclimadas no Brazil: memoria lida no Instituto Historico e Geographico". Revista trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, tomo 19, p.539-578, 1856.
- “Cana-de-açúcar. Investigações da sua introdução no Brasil. Conferência pronunciada na sala do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 16 de maio de 1856”. Rio de Janeiro: Tip. Serv. Inform. Do Ministério da Agricultura, 1929.
- “O cafezeiro (caffea arabica, Lin.)”. [Manuscrito]. [s.l.], 16/05/1856.
- “Leguminosa, gênero. Myropernum, Jacq., Sp. Erythexylum, Nobis, Nome trivial: óleo vermelho. 1851”.Revista Brasileira, I, 1857-1858.
- “Descrição do vaginulus reclusus”. Revista Brazileira, Rio de Janeiro, tomo 1º, p.214-217, 1857.
- “O vagimulus reclusus”. Archivos Palestra Científica, Rio de Janeiro, 1858.
- “Hyeronima alchorneoides, urucurana.” Revista Brazileira, Rio de Janeiro, p.56, 1857.Archivos da Palestra Scientifica, Rio de Janeiro, p. 146-149, 1858.
- “Chá (thea viridis)”. [Manuscrito]. [s.l.], 00/08/1858.
- “Descrição de uma euforbiácea cujos caracteres parece que a constituem representante de um gênero nov. [Hexadenia ferox, n.v. Bainha de espada]”. [Manuscrito]. [s.l.], 00/10/1857 e 11/06/1858.
- “Algumas considerações e alguns fatos novos, concernentes à estrutura da flor e fruto de Embaíba, cecropie peltada”. Rio de Janeiro: [s.n.], 1859.
- “Carta a [Alphonse] de Candolle, agradecendo a oferta de algumas memórias e enviando trabalhos seus”. [Manuscrito]. [Crato], 25/01/1859.
- “Viagem a Mucuripe em 9 de março [de 1859]”. [Manuscrito]. [s.l.], 09/03/1859.
- “Viagem à Vila Velha, e Barra do Ceará". [Manuscrito]. [s.l.], 02/05/1859.
- “Invernos do Ceará”. [Manuscrito]. Fortaleza, 03/05/1859.
- “Passeio a jacareí, sítio do Sr. Sabóia”. [Manuscrito]. [s.l.], 08/05/[1859].
- “Ascensão à Serra da Aratanha”. [Manuscrito]. Paracatuba, 18/05/1859.
- “Viagem ao rio Baú”. [Manuscrito]. [s.l.], 15-16/06/1859.
- “Viagem de Fortaleza a Aracati”. [Manuscrito]. [s.l.], 16-24/08/1859.
- “Passeio ao Cumbe”. [Manuscrito]. [Fortaleza], 25/08/[1859].
- “Visita ao Cumbe”. [Manuscrito]. Aracati, 02/09/1859.
- “Viagem de Aracati ao Crato”. [Manuscrito]. [s.l.], 15/09/[s.a.]-06/10/1859.
- “Vista de uma parte da Cidade do Crato, e de Araripe, tomada de uma janela do sobrado, em que está a Comissão, na Rua do Fogo”. [Manuscrito]. [Crato], 00/10/1859.
- “Pássaros no vale do Jaguaribe, de Aracati até Icó”. [Manuscrito]. [s.l.], 13/10/1859.
- “[Flora Cearense]”. [Manuscrito]. [s.l.], 1859-1861.
- “Apontamentos para a crônica da Província do Ceará”. [Manuscrito]. [Crato], [00/02/1860].
- “O inverno do Cariri”. [Manuscrito]. Crato, 12/02/1860.
- “Carta da viagem que fiz do Crato ao Exu, Jardim e Barbalha – de 30 de janeiro a 8 de fevereiro, andando mais de 40 léguas”. [Manuscrito]. Crato, 15/02/1860.
- “Conceitos populares a respeito de tesouros e riquezas do país”. [Manuscrito]. [Fortaleza], 05/05/1860.
- "Sentimento da gente do Ceará a respeito da Comissão". [Manuscrito]. [Fortaleza], 15/05/1860.
- “Viagem do Ceará ao Rio de Janeiro no vapor Cruzeiro do Sul”. [Manuscrito]. [s.l], 27/061860-07/07/1860.
- “Volta do Rio para o Ceará”. [Manuscrito]. [s.l.], 24/08/1860-09/09/1860.
- “Vista da Serra Grande tomada da varanda da casa em que estou arranchado”. [Manuscrito]. Marruais, 24/10/1860.
- "Diversos modos de suspender a rede no Ceará". [Manuscrito]. [São Pedro], [00/11/1860].
- “Lembrança das plantas que ontem vimos à beira do caminho vindo de São Benedito”. [Manuscrito]. São Pedro, 23/11/1860.
- “Outra maneira de tecer cerca que vi ao chegar a Vila Viçosa em 1º de dezembro de 1860”. [Manuscrito]. Vila Viçosa, 01/12/1860.
- “Plano da Vila em 1860”. [Manuscrito]. Vila Viçosa, 27/12/1860.
- “Exposição de duas formas de monstruosidades observadas no nosso milho comum, Zea Mahiz. Revista Brasileira, III, p.3-5, 1860.
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Ficha técnica
Pesquisa - Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação - Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão – Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Consultores – Rita de Cássia de Jesus Morais.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
CYSNEIROS, FRANCISCO FREIRE ALLEMÃO DE. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 21 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)