ESCOLA MÉDICA DA ARMADA: mudanças entre as edições
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<span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Pesquisa - Atiele Azevedo de Lima Lopes.<br/> Redação - Atiele Azevedo de Lima Lopesm Maria Rachel Fróes da Fonseca.<br/> Revisão - Francisco José Chagas Madureira.<br/> Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.</span></span> | <span style="font-size:small;"><span style="font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;">Pesquisa - Atiele Azevedo de Lima Lopes.<br/> Redação - Atiele Azevedo de Lima Lopesm Maria Rachel Fróes da Fonseca.<br/> Revisão - Francisco José Chagas Madureira.<br/> Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.</span></span> | ||
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Edição das 19h38min de 25 de agosto de 2023
Denominações: Escola Médica da Armada (1923)
Resumo: A Escola Médica da Armada foi criada em 7 de novembro de 1923, pelo decreto nº16.202, com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos oficiais médicos da Marinha de Guerra do Brasil. Funcionava no Hospital Central da Marinha, na cidade do Rio de Janeiro, e seus curso apresentava as seguintes disciplinas: higiene naval e militar; cirurgia e patologia cirúrgica de guerra; parasitologia, bacteriologia e anatomia patológica; psiquiatria e neurologia; radiologia; oftalmologia e otorrinolaringologia; química de guerra; gases asfixiantes e química biológica; e leis e regulamentos.
Histórico
No conjunto das reformas administrativas realizadas no Ministério da Marinha, entre os anos de 1914 e 1923, foi criada a Escola Médica da Armada, com o objetivo principal de aprimorar o conhecimento dos oficiais médicos da Marinha de Guerra, subordinada à Inspetoria de Saúde.
O decreto nº 16.202, de 7 de novembro de 1923, que criou a referida escola e aprovou seu regulamento, enfatizou a preocupação com a prática médica no Brasil, em especial nos navios de guerra ou nos estabelecimentos navais.
Segundo seu decreto de criação, a Escola Médica da Armada teria diretor, um vice-diretor, um secretário e os instrutores necessários, e todos seriam nomeados pelo ministro, por proposta da Inspetoria de Saúde.
A Escola Médica da Armada foi inaugurada em 17 de dezembro de 1923, e funcionava no Hospital Central da Marinha. Seu curso tinha a duração de quatro meses e abrangia todos os assuntos de medicina relativos especialmente ao serviço naval.
Estrutura e funcionamento
De acordo com o decreto de criação, de 7 de novembro de 1923, a Escola Medica da Armada era destinada à promoção do aperfeiçoamento dos oficiais médicos da Marinha de Guerra.
Seus cursos, que funcionariam por ordem do ministro e segundo proposta da Inspetoria de Saúde e o número conveniente de alunos, tinham, principalmente, um caráter prático, e visavam o preparo dos alunos para as diversas questões técnicas e administrativas que podiam ser encontradas a bordo dos navios de guerra ou nos estabelecimentos navais.
Seu regulamento, aprovado pelo decreto nº 16.202, de 7 de novembro de 1923, estabelecia que a matrícula em seu curso era obrigatória a todos os médicos recém nomeados para a Marinha.
O curso funcionava no Hospital Central da Marinha, com duração de quatro meses, e seus instrutores eram os oficiais do Corpo de Saúde da Armada e médicos civis que ensinavam gratuitamente.
Em junho de 1924 a primeira turma completou o curso, e no mês de julho iniciou-se a segunda turma, a qual teve suas atividades interrompidas devido aos acontecimentos revolucionários, sendo reaberta no mês de outubro. As aulas da segunda turma foram encerradas em 31 de janeiro de 1924 (RELATORIO, 1925).
O currículo foi inicialmente formado pelas seguintes matérias:
a) Higiene naval e militar;
b) Cirurgia e patologia cirúrgica de guerra;
c) Parasitologia, bacteriologia e anatomia patológica;
d) Psiquiatria e Neurologia (aplicação ao meio militar);
e) Radiologia;
f) Oftalmologia e Otorrinolaringologia;
g) Química de guerra (aplicações médicas), gases asfixiantes e química biológica;
h) Leis e regulamentos (conhecimentos úteis aos médicos), padiolagem e primeiros socorros.
Para compor o quadro da Escola Médica da Armada forma nomeados:
Capitão-de-Fragata Álvaro Ribeiro – instrutor de cirurgia e patologia cirúrgica de guerra;
Capitão-de-Corveta Henrique Guedes de Mello – instrutor de oftalmologia e otorrinolaringologia;
Capitão-de-Corveta Antonio Barbosa Gomes – instrutor de radiologia;
Capitão-de-Corveta Júlio Pires Porto Carrero – instrutor de psiquiatria e neurologia;
Capitão-de-Corveta Octavio Joaquim Tosta da Silva – instrutor de leis e regulamentos (conhecimentos uteis aos médicos);
Capitão-de-Corveta Fabio Alves de Vasconcellos – instrutor de padiolagem e primeiros socorros;
Capitão-de-Corveta Augusto de Queiroz Lopes – instrutor de química de guerra (aplicações médicas), gazes asfixiantes e químicos;
Capitão-Tenente Erasmo José da Cunha Lima – instrutor de higiene naval e militar;
Capitão-Tenente Heraldo Maciel – instrutor de parasitologia e bacteriologia;
Capitão-Tenente Luiz Cordeiro Alves Braga – instrutor de anatomia patológica. (ESCOLA, 1923)
Em 8 de outubro de 1924 o Capitão-de-Fragata Álvaro Ribeiro foi exonerado de seu cargo como instrutor de cirurgia e patologia cirúrgica de guerra, tendo sido substituído por Heráclito de Oliveira Sampaio.
Um número expressivo dos médicos nomeados para atuar na Escola Médica da Armada também integravam o quadro de médicos do Hospital Central da Marinha: Fabio Alves de Vasconcellos, Heraldo Maciel, Heráclito de Oliveira Sampaio, Álvaro Ribeiro, Henrique Guedes de Melo, Antonio Barbosa Gomes.
Já em funcionamento, a Escola Médica da Armada teve como diretor o Capitão-de-Fragata médico Arthur Pires do Amorim e como vice-diretor o Capitão-de-Fragata médico José da Gama Malcher Serzedello.
A Escola Médica da Armada teria encerrado suas atividades ao final do segundo curso, em 1925 (ALMEIDA, 1988). De acordo com o Relatório do Ministério da Marinha, de 1928, poderia ocorrer a reabertura da instituição quando existisse um número folgado de médicos (RELATORIO, 1928, p.57).
Fontes
- [A ESCOLA Medica da Armada]. Revista Maritima Brasileira, Rio de Janeiro, anno XLIII, n.10, p.897, abril 1924. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/008567/46196
- ALMANAQUE do Ministério da Marinha. Rio de Janeiro: Typografia União, Imp. Naval, 1924. (AGM)
- ALMEIDA, Airton Renato de. Plano de Carreira para o Corpo de Saúde da Marinha. Rio de Janeiro: EGN, 1988. In: Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br:8080/pergamumweb/vinculos/000016/00001670.pdf
- BRASIL Decreto nº 16.202 de 07 de novembro de 1923. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet:
http://legis.senado.leg.br/norma/430664/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- CAMINHA, Herek Marques.Organização e Administração da Marinha no Império. [Rio de Janeiro]: FUNCEP, 1919. (AGM)
- ESCOLA Medica da Armada. O Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, annno XXXVII, vol. II, n.21, p.320, 124 de novembro de 1923. In: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://memoria.bn.br/DocReader/081272x/20907
- FERREIRA, José Cleomenes. Vade-Mecum do Primeiro Tenente Médico da Armada. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1927. (AGM)
- RELATORIO apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Almirante Alexandrino Faria de Alencar Ministro de Estado dos Negocios da Marinha. Maio de 1925. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1925. In: Relatórios Ministeriais (1821-1960). Obtido via base de dados Brazilian Government Documents do Center for Research Librairies-Global Resources Network. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://ddsnext.crl.edu/titles/142#?c=0&m=121&s=0&cv=1&r=0&xywh=-1188%2C0%2C4054%2C2859
- RELATORIO apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Contra-Almirante Arnaldo Siqueira Pinto da Luz Ministro de Estado dos Negocios da Marinha em maio de 1928. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1928. In: Relatórios Ministeriais (1821-1960). Obtido via base de dados Brazilian Government Documents do Center for Research Librairies-Global Resources Network. Capturado em 15 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: http://ddsnext.crl.edu/titles/142#?c=0&m=124&s=0&cv=55&r=0&xywh=-1146%2C-1%2C3923%2C2768
Ficha técnica
Pesquisa - Atiele Azevedo de Lima Lopes.
Redação - Atiele Azevedo de Lima Lopesm Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão - Francisco José Chagas Madureira.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.
Forma de citação
ESCOLA MÉDICA DA ARMADA. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 25 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)