IMPERIAL ESTAÇÃO AGRONÔMICA DE CAMPINAS: mudanças entre as edições

De Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
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Edição das 23h06min de 6 de setembro de 2023

Denominações: Imperial Estação Agronômica de Campinas (1887); Instituto Agronômico do Estado de São Paulo (1897); Instituto Agronômico de Campinas

Resumo: A Imperial Estação Agronômica de Campinas foi criada por decreto-lei de 27 de junho de 1887. A sede da instituição começou a ser construída, ainda em 1887, no bairro do Guanabara, em Campinas, no Estado de São Paulo. A instituição orientava-se fundamentalmente para a pesquisa, seguindo o modelo alemão, segundo o qual os institutos agronômicos não deveriam ser direcionados para o ensino. A instituição dedicava-se ao conhecimento das características físico-químicas dos principais elementos da produção, ou seja, dos nutrientes do solo e das demandas dos vegetais. Em 1897 passou a denominar-se Instituto Agronômico do Estado de São Paulo, e posteriormente adotou a denominação Instituto Agronômico de Campinas, mantida até os dias atuais.

Histórico

A lei nº 3.314, de 16 de outubro de 1886, de Despesa Geral do Império para o exercício de 1886-1887, havia previsto a destinação de recursos para escolas práticas de agricultura e para a fundação de uma estação agronômica. Entretanto, a Imperial Estação Agronômica de Campinas foi efetivamente criada no dia 27 de junho de 1887 pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva, Ministro da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que empenhou-se, junto ao Governo Imperial para que se organizassem tais instituições em São Paulo, às quais caberiam estudar os problemas referentes à agricultura nacional (RELATÓRIO, ....1887). 

A região de Campinas apresentava nas últimas décadas do século XIX uma importante produção agrícola, beneficiada pelo solo ainda fértil e pela ausência de pragas nas plantações. Em 1886, esta região contribuía com um total de 15% de todo o café produzido no Estado de São Paulo. Naquela época, a lavoura cafeeira representava 60% das exportações brasileiras. A carência de mão-de-obra motivara a adoção de medidas de estímulo à imigração, como a criação da Sociedade Promotora da Imigração por Antônio da Silva Prado, então Ministro da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas da Agricultura. Presenciava-se, assim, importantes transformações no modo de produção, incluindo também a implantação de ferrovias, a utilização de máquinas no beneficiamento do café e a criação de bancos na região.  

A escolha de Campinas para sede da Estação Agronômica não decorreu, segundo Meloni (1999, p.37), de dificuldades de cultivo como esgotamento do solo ou ocorrência de pragas, comuns em outras regiões agrícolas, mas sim da decisão de se investir em uma região cuja economia encontrava-se em pleno crescimento e com grandes possibilidades de desenvolvimento. 
O Governo Imperial, em 1886, por meio do Relatório da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (Apud MELONI, 1999), indicou duas direções para a instituição que se criava: a de ensino e a de pesquisa. Não existia, entretanto, unanimidade quanto ao caráter da instituição, pois alguns, como os editores da Gazeta de Campinas, em 19 de junho de 1887, enfatizavam a urgência de uma escola agrícola, e outros a definiam fundamentalmente como instituição de pesquisa. As diferenças referiam-se essencialmente à organização da instituição, já que em relação aos objetivos mais gerais existia consenso, pois todos defendiam a modernização da agricultura. 

A sede da instituição começou a ser construída, ainda em 1887, em um terreno comprado pelo Governo Imperial, localizado no bairro do Guanabara, em Campinas. Segundo Ernesto de Souza Campos (1954), o Congresso votou um crédito a pedido de seu diretor, para a construção da sede. No final de 1888 estavam concluídas as seguintes dependências da Imperial Estação: o edifício da instituição, os laboratórios de química e fitopatologia, o ateliê fotográfico, o posto meteorológico, o depósito de sementes, a adega para experiências com fermento, um pequeno vinhedo, uma instalação completa para experiências de vegetação em vasos, a estrutura de cilindros de ferro para experiências de adubação com cafeeiro, o jardim de Guanabara, e os campos de experiência de Santa Elisa e do Taquaraí. A biblioteca, embora ainda em formação, já abrigava em seu acervo os principais periódicos especializados europeus. 

A Imperial Estação Agronômica de Campinas inaugurou seus trabalhos em 1º de novembro de 1888 com a implantação do laboratório de análises. 

Para organizar a Estação Agronômica foi contratado o químico austríaco Franz Josef Wilhelm Dafert, tornando-se o primeiro diretor da instituição. Em seu relatório, datado de julho de 1887, e apresentado ao Governo Imperial, Dafert destacou a importância do modelo de instituições como a Imperial Estação Agronômica de Campinas, que estava sendo criada: 

“As estações agronômicas são institutos scientificos que se ocupam de investigações no domínio da agricultura, sobre o ponto de vista chimico, não se limitando entretanto só a isto sua atividade. (.................................................................................................).
A necessidade de taes institutos apresenta-se somente depois que algum desarranjo se opera no regimen agrícola do paiz. É então quando se manifesta o desejo não só de recuperar o prejuízo, como de abrir novas fontes de recursos para prevenir futuras eventualidades. D´aqui se conclue a solução do problema para todos os paizes que ainda não possuem estabelecimentos agrícolas; logo tmbém para o Brasil. É preciso, pois, ajudar a agricultura em toda parte onde suas ricas fontes de fertilidade estão prejudicadas”. (IMPERIAL, 1888, p.4-5)

A polêmica quanto à natureza da instituição acompanhou parte de sua história, como a questão surgida em 1892, em decorrência da doação de uma fazenda (São João da Montanha), feita pelo fazendeiro Luiz Vicente de Souza Queiroz, de Piracicaba, para a instalação de uma escola de agricultura. Naquela ocasião, o Governo propôs àquela instituição a tarefa de dirigir e administrar, com seus próprios recursos, a referida fazenda. Franz Josef Wilhelm Dafert incumbiu Ernest Lehmann, subdiretor, dos encargos relativos à administração dos bens da fazenda, sem, no entanto, destinar recursos especiais para tal.  Desta forma, registra Meloni (1999), reduziram-se as possibilidades de a instituição assumir como meta primordial a instrução agrícola, como também se tornaram escassas suas relações com aquela que iria tornar-se, em 1900, a Escola Agrícola Prática de Piracicaba. 

Franz J. W. Dafert procurou orientar a instituição fundamentalmente para a pesquisa, recorrendo ao modelo alemão, segundo o qual os institutos agronômicos geralmente não eram direcionados para o ensino. Propôs uma ênfase no conhecimento das características físico-químicas dos principais elementos da produção, ou seja, dos nutrientes do solo e das demandas dos vegetais, pois tais conhecimentos possibilitariam a manutenção e fertilização constante das terras. Assim, foram realizadas pesquisas básicas sobre a química dos solos, sobre as normas de adubação e sobre os problemas que mais acometiam as culturas.

Sua gestão (1887-1897), considerada admirável, foi um período em que ocorreram importantes transformações na instituição, como a ampliação do laboratório químico e da seção de fitopatologia, e a organização da biblioteca, possibilitando um maior atendimento às demandas e a melhoria dos serviços, como, por exemplo, a análise de contraste para verificação da qualidade dos adubos. O crescimento da demanda de seus serviços, segundo Meloni (1999), pode ter sido a razão do maior volume de recursos dirigidos à instituição no orçamento da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas para os anos 1896-1899. 

Em 1888, por meio de uma portaria de 25 de setembro, Rodrigo Augusto da Silva, Ministro da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, determinou a criação de uma seção de Viticultura Experimental no estabelecimento, para o qual foram contratados o ajudante Pires Ferreira, o assistente químico Adolpho Barbalho Uchôa Cavalcanti e o assistente de viticultura Josef Watzl.

Entre os cientistas colaboradores de Franz Josef Wilhelm Dafert destacam-se Frederico Maurício Draenert (Imperial Escola Agrícola da Bahia), Hermann Friedrich Albrecht von Ihering (Museu Paulista) e Orville Adelbert Derby (Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo). Registrou-se também a colaboração de Adolpho Barbalho Uchôa Cavalcanti, Toledo Braga, Forêt Benoit, Paul Wagner e Franz Benecke. Franz Josef Wilhelm Dafert permaneceu à frente da Imperial Estação Agronômico de Campinas até 1897, quando foi chamado pelo governo austríaco para ocupar a direção de um grande estabelecimento agrícola em Viena, onde veio a falecer em 17 de outubro de 1933. Uchôa Cavalcanti substituiu Franz Josef Wilhelm Dafert na direção da instituição entre 10/04/1890 e 14/03/1892, quando este esteve de licença de seu cargo. 

A Imperial Estação Agronômica da Campinas tornou-se, em 1892, um órgão da Secretaria de Agricultura, Viação e Obras Públicas, à qual também estavam subordinadas a Inspetoria de Terras, Colonização e Imigração, e a Comissão Geográfica e Geológica (RAMOS; PIACENTE, 2016, p.368). 

As pesquisas realizadas pela instituição, no período 1893-1899, como o combate à Phylloxera e os estudos sobre secagem do café e extinção da saúva, causaram grande repercussão, sendo bastante disputadas as publicações da instituição (SCHMIDT, C.B. & REIS. Apud ALBUQUERQUE, 1986).

A gestão de J. J. Arthaud-Berthet (1909-1924) conferiu uma orientação mais pragmática às atividades da instituição, buscando aproximá-la dos lavradores e da lavoura, especialmente a do café (SCHMIDT, C.B. & REIS Apud ALBUQUERQUE, 1986). A organização dos serviços técnicos ficou constituída dos laboratórios de biologia vegetal e de biologia animal (ambos aplicados à agricultura), e de química. A criação de um laboratório de fermentação industrial também fez parte da nova estrutura.

No ano seguinte, na administração do Secretário de Agricultura Gabriel Ribeiro dos Santos, assumiu a direção do instituto Theodureto Leite de Almeida Camargo, engenheiro agrônomo formado pela Escola Politécnica, que permaneceu na direção de 1924 até 1942. Theodureto Camargo, crítico da orientação pragmática dada à instituição, “procurou implantar maior rigor aos trabalhos de laboratório e de campo” (DANTES, 1979, p.367), implantando seções de pesquisa básica. Essa reestruturação foi oficializada pela reforma de 1927.

A gestão de Theodureto Camargo representou a recuperação da instituição e marcou uma nova etapa no desenvolvimento da agricultura paulista, com a implantação das verdadeiras bases de experimentação científica, montagem de ensaios de campo, construção de estufas, instalação de laboratórios e modernização da biblioteca. Ele deu continuidade aos estudos específicos de interesse para a economia do Estado, ampliou o quadro do corpo técnico por meio da contratação de jovens agrônomos formados nas primeiras escolas de agronomia do país, como a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, e voltou-se para a criação de seções específicas, como a de Genética, objetivando a seleção e o melhoramento das plantas cultivadas no Instituto. Para dirigir esta seção foi contratado E. Taschdjian, técnico austríaco, o qual permaneceu na direção entre 1929 e 1930, período em que realizou trabalhos com o cafeeiro. Os engenheiros agrônomos José Estevam Teixeira Mendes e Carlos Arnaldo Krug também compuseram o quadro de técnicos da seção e igualmente realizaram estudos com o cafeeiro. Posteriormente, Carlos Arnaldo Krug recebeu uma bolsa de estudos da Secretaria da Agricultura para especializar-se em genética e citologia na Universidade de Cornell, e ao regressar, em 1932, implementou intensa atividade na seção de genética, destacando-se os estudos sobre o melhoramento do milho e do café. Albuquerque (1986) destaca que a mesma seção havia sido criada antes de constituir-se como disciplina regular nas escolas de agronomia.  

Durante a gestão de Theodureto foram diretores substitutos os químicos Reynaldo Bolliger e Paulo Correia de Melo, e o engenheiro agrônomo Joaquim Ferraz do Amaral.

Em São Paulo, entre 1920 e 1938, a área cultivada que mais se expandiu foi a de algodão, e nessa produção a contribuição do Instituto Agronômico foi significativa, promovendo a melhoria da fibra, o controle fitossanitário das sementes e as práticas de cultivo. 

Objetivando a boa qualidade e o progresso dos trabalhos de seleção e criação de novas variedades, o governo estadual contratou o S.C. Harland, ex-chefe da Estação de Melhoramento do Algodoeiro do governo inglês em Trinidad, para trabalhar no Serviço de Genética do Instituto Agronômico. A organização dos trabalhos sobre melhoramento do algodoeiro, realizados pelo Instituto, foi avaliada, na época, por técnicos norte-americanos, como a melhor. Em 1932, foi iniciado, além das investigações citológicas e genéticas, um projeto de melhoramento em colaboração com a Seção de Café, e posteriormente, de melhoramento do milho.  

Segundo Albuquerque (1986), presenciou-se, nesta fase, um processo de especialização do Instituto nas questões relativas à melhoria da produtividade vegetal, relegando as questões da saúde animal e vegetal, que passaram a ser atribuições do Instituto Biológico, criado em 1927, em São Paulo.   

O novo edifício-sede do Instituto foi inaugurado em 1963.

Diretores (1887-1975): Franz Josef Wilhelm Dafert (1887-1897); Adolpho Barbalho Uchôa Cavalcanti (diretor substituto, 10/04/1890 e 14/03/1892) e (1897-1898); Gustavo Rodrigues Pereira D’Utra (1898-1906); Lourenço Granato (1906-1907); Max Passon (1907-1909); J.J.Arthaud-Berthet (1909-1924); Theodureto Leite de Almeida Camargo (1924-1942); Fernando Feliciano da Costa Filho (1942); H.F.G. Sauer, e Ismar Ramos (diretores interinos 1942-1948); Carlos Arnaldo Krug (1949); José Estevam Teixeira Mendes, José Vigioli e Rui Miler Paiva (diretores substitutos 1955); José Elias de Paiva Netto (1955); Glauco Pinto Viegas (diretor substituto 1963-1966); José Elias de Paiva Netto (1966); Popílio Ângelo Cavaleri (1969); Lourival Carmo Monaco (1975).

Estrutura e funcionamento

O decreto nº1.012 de 14 de novembro de 1890, que apresentou o regulamento para a Estação Agronômica de Campinas, caracterizou a instituição como “um estabelecimento experimental destinado ao estudo dos assuntos que se referem à agricultura, procurando auxiliar os agricultores nacionais (...) e fornecer aos agricultores informações ou consultas, sementes e mudas de plantas todas as vezes que forem pedidas” (Apud MELONI, 1999, p. 123).

A Imperial Estação Agronômica de Campinas, em 1890, apresentava a seguinte organização:
Seção Analítica – para realização dos trabalhos de laboratório;
Seção de Experiências – para as pesquisas de campo;
Seção Enológica – para o estudo das vinhas; 
Seção Meteorológica – para estudo das variações climáticas. 

Os estudos de campo realizados pela Seção de experiências e as análises químicas executadas no laboratório e relatadas na Seção de Análises constituíam as principais atividades científicas da instituição. Os serviços prestados eram fundamentalmente de análises laboratoriais, realizadas para particulares, totalizando 998 análises entre os anos de 1889 e 1897. As amostras enviadas para análise eram de essências, de drogas, de minerais, de estrumes, de adubos e de forragens, variando ao longo dos anos.

Em 1890, ainda foram instalados uma biblioteca, um museu, e adquirido um terreno, no bairro do Taquaral, para ampliação da Seção de Experiências. Posteriormente, em 1891, foi montada uma estufa, construída uma nova sala de laboratórios, instalados trilhos e uma série de câmaras de vegetação. Com apoio de agricultores da região, como o Barão Geraldo de Resende, conseguiram-se dois terrenos para ampliar mais ainda a Seção de Experiências. A ocorrência das pragas do café, em 1894, motivou o aluguel de um imóvel para o estabelecimento da Seção de Fitopatologia, e ainda neste mesmo ano foi criada uma repartição de sementes e estrumes. Esse conjunto de iniciativas demonstrava um grande empenho em investir na instituição para habilitá-la a desempenhar um importante trabalho no desenvolvimento da agricultura. Na gestão de Franz J. W. Dafert a instituição apresentou grandes transformações, com a ampliação do laboratório químico e da seção de fitopatologia. 

A instituição permaneceu sob jurisdição do governo central por poucos anos, transferindo-se para o domínio do Estado após cinco anos de existência, pelo decreto nº 707 de 8 de fevereiro de 1892. A partir daquele momento passou a utilizar, em seus relatórios, a denominação de Instituto Agronômico do Estado de São Paulo, em Campinas. 

O Instituto contava com um quadro de pessoal pequeno inicialmente, sendo que a partir de 1892 ocorreram outras contratações como a do agrônomo Ernest Lehmann como subdiretor, a dos químicos Henri Potel e Reynaldo Bolliger, e a dos fitopatologistas Franz Benecke (exonerado) e Fritz Noack. Ainda em 1896 passaram a integrar a equipe o químico E. Sixt e o enologista José Pinto de Moura.  

A discussão com relação às principais atribuições do Instituto Agronômico desencadeou algumas mudanças em seu funcionamento, expressas na lei nº 473 de 22/12/1896, que ao prever a criação de um Posto Zootécnico demonstrava interesse em alterar os destinos daquela instituição.

A lei estadual nº 523, de 30 de agosto de 1897, propôs a reorganização do Instituto e em fevereiro do ano seguinte foi publicado seu novo regulamento, o qual apresentou mudanças em relação ao de 1890, no que se referia aos objetivos da instituição, que agora devia “fazer investigações de química e fisiologia vegetal e animal, tendo em vista o aperfeiçoamento da indústria agrícola e pecuária e o desenvolvimento de sua produção” (Apud MELONI, 1999. p. 123). Enfatizava-se, então, a produção agrícola, para a qual devia estar sendo direcionado todo o funcionamento do estabelecimento, desde as atribuições de seu diretor até o caráter de suas publicações, que iriam se tornar fundamentalmente um meio de divulgação e instrução dos agricultores. 

Um novo regulamento foi proposto para a instituição pelo decreto estadual nº 523, de 3 de fevereiro de 1898, o qual oficializou sua denominação como Instituto Agronômico do Estado de São Paulo.

No regulamento de 1898 notou-se uma mudança no direcionamento das experiências e pesquisas a serem realizadas na instituição, quando o café deixou de ser o centro das atenções e a policultura passou a ocupar importante espaço, preconizando-se a aclimatação de vários vegetais. 

Os trabalhos zootécnicos apareceram e criou-se um gabinete de patologia vegetal, entomológica e micrográfica para o estudo das pragas. Este novo regimento ainda determinou medidas objetivando um melhor controle das verbas institucionais, por meio de calendários para apresentação de orçamentos de despesas e do fim da prática de cobrança pelos serviços prestados aos agricultores, os quais passaram a ser inteiramente gratuitos. 

A partir de 1909 a divisão de Ciências Agronômicas do Instituto organizava-se em Biologia Vegetal, Biologia Animal (Entomologia) e Química, e atuava somente um especialista para agricultura. Apresentava, ainda, outras duas divisões, a de Meteorologia e a Biblioteca.

Em 1923 foram criadas as seções especiais de café e de algodão, e introduzidas atividades relacionadas à Química Mineral. As pesquisas em Biologia Vegetal, Entomologia e Meteorologia foram distribuídas entre laboratórios e gabinetes.

A Reforma de 1927 (lei estadual nº 2.227-A, de 19/12/1927) concedeu uma nova estrutura, criando as seções técnicas referidas e conferindo ao Instituto as seguintes atribuições: a) estudar os diversos tipos de solos, sua distribuição no Estado e seu valor econômico para as diversas culturas feitas na região; b) classificar as diversas variedades de plantas cultivadas, para melhorar as mais recomendáveis; c) experimentar nas subestações os métodos de cultura e as melhores variedades para as condições de Campinas, a fim de conhecer as modificações sofridas sob as diversas condições ecológicas; d) estudar o emprego do Rhizobium leguminosarum na cultura das leguminosas; e) estudar a bacteriologia do solo e dos adubos para conhecer a importância dos microrganismos na fertilidade da terra e na decomposição dos adubos orgânicos e minerais; f) estudar o emprego das bactérias e dos lavradores nas indústrias do álcool, vinagre, conservas alimentícias, vinificação, lacticínios; g) estudar os processos de conservação, utilização e transporte dos diversos produtos agrícolas; h) estudar os processos de depuração de águas residuárias de diversas indústrias agrícolas e seu emprego na agricultura (CAMPOS, 1954, p.498).

O quadro de pessoal técnico passou a ser formado por oito chefes de seção, nove auxiliares técnicos, cinco auxiliares adjuntos, encarregados de subestações, meteorologista e fotógrafo. A estrutura ficou assim constituída:
- Seções básicas: Entomologia (cuja principal finalidade era amparar os trabalhos experimentais agrícolas), Botânica (com a função de estudar tanto as nossas plantas cultivadas como as silvestres), e Genética (com a finalidade de selecionar e melhorar as principais plantas cultivadas, através dos estudos citológicos e de hereditariedade);
- Parte técnica: Fiscalização (à qual competia fiscalizar os adubos existentes no comércio), Análises Químicas e Tecnologia Agrícola (cuja função era analisar gratuitamente as amostras de terras enviadas pelos lavradores), Bacteriologia e Indústria de Fermentação (à qual competia a seleção, multiplicação e distribuição de fermentos para diferentes indústrias agrícolas);
- Estudo de práticas culturais: Horticultura (estudava as questões referentes às plantas olerícolas e frutíferas diversas) e Agronomia (cuja função era estudar problemas referentes ao café, algodão, milho etc.).

Nesta reestruturação o Expediente, a Contabilidade, o Almoxarifado e a Biblioteca passaram a ser subordinados à Diretoria. Constituíam também dependências do Instituto Agronômico uma Estação Experimental Central (Campinas), e duas estações experimentais regionais (Tietê e Jaboticabal). 

Duas outras estações experimentais, a de Ribeirão Preto e a de Pindorama, são criadas em 1934.
Segundo Campos (1954), foi visando fornecer aos lavradores sementes de algodão e de outras culturas, de qualidade e em quantidade, que o governo estadual decidiu conferir nova organização ao Instituto, encarregando-o da produção de todas as sementes e mudas necessárias à lavoura do Estado, serviço este que até então estava a cargo do Fomento Agrícola. Nesse sentido, assim justificou-se o Governador do Estado de São Paulo, Armando de Salles Oliveira, em uma mensagem enviada ao Congresso do Estado:

“Considerando não existir, até agora, no estado, um órgão central agronômico, coordenador de todas as pesquisas científicas agrícolas; considerando-se ser imprescindível a existência desse órgão, para maior eficiência dos serviços da Secretaria de Agricultura; considerando que, para maior consecução desse objetivo, se impõe a reorganização do Instituto Agronômico de Campinas, naturalmente indicado para isso, seja pelos seus trabalhos em andamento, seja pela sua situação geográfica em nosso Estado, seja finalmente por haver estado sempre sob seus cuidados a experimentação agrícola desde 1887, ano de sua fundação, até agora, em que ele conta com um acervo enorme de serviços prestados ao Estado e ao país; considerando que assim ficarão centralizados e atribuídos ao Instituto Agronômico de Campinas os serviços que dizem respeito à sua finalidade e que presentemente se encontram, sem motivo ponderável, dispersos por outras repartições com objetivos diferentes.” (Apud CAMPOS, 1954, p.500)

O decreto estadual nº 7.312, de 5 de julho de 1935, propôs uma reestruturação para a instituição, então já referida como Instituto Agronômico de Campinas, mantendo a autonomia administrativa e retornando as seções especializadas. A organização do Instituto passou a ser composta por: Diretoria, 21 Chefias de serviço científico, 3 Chefias de estação experimental de 1ª classe, 50 Assistentes técnicos, 50 Assistentes auxiliares, 8 Preparadores, 2 Desenhistas, 1 Fotógrafo e 1 Fiscal de adubos. Segundo esta legislação o Instituto assim estruturou-se:
- Diretoria;
- Sub-diretoria administrativa: seção de expediente, seção de contabilidade, tesouraria, almoxarifado, biblioteca, gabinete fotográfico, serviço meteorológico.
- Seções técnicas: seção de café. Seção de cereais e leguminosas, seção de raízes e tubérculos, seção de fumo, seção de plantas oleaginosas, seção de botânica, seção de solos, seção de química analítica e tecnologia, seção de fiscalização de adubos e experiências de vegetação em vasos, seção de mecânica agrícola, irrigação e drenagem, seção de economia agrícola.
- Serviços técnicos: serviço de algodão, serviço de horticultura, serviço de genética.
- Estações experimentais: Estação Experimental Central (Campinas), Estações Experimentais (Tietê, Tatuí, Tupi, Sorocaba, Limeira, Ribeirão Preto, Pindorama, São Roque, Ubatuba, Piracicaba).
- Postos de expurgo (Campinas, Piraçununga, Cascavel, Taubaté, Itapetininga, Tatuí, Avaré, Pres. Prudente, Bauru, Marília, Araraquara, Ibitinga, Jaboticabal, Pindorama, Ribeirão Preto).

O decreto estadual nº12.503, de 10 de janeiro de 1942, criou Departamento da Produção Vegetal a partir da fusão do Departamento de Fomento da Produção Vegetal e do Instituto Agronômico do Estado. Desta forma Instituto Agronômico passou a ficar subordinado à Divisão de Experimentação e Pesquisas, do Departamento de Produção Vegetal, perdendo sua autonomia, e teve algumas de suas seções alteradas e/ou subdivididas. 
 

Publicações oficiais

Os Relatórios Anuais, elaborados já nos primeiros anos da Imperial Estação Agronômica de Campinas, eram documentos oficiais de divulgação dos trabalhos lá realizados. Apresentavam descrições detalhadas das experiências efetuadas, reflexões quanto às formas de se referir a outros trabalhos (nacionais e estrangeiros), comparações dos resultados científicos obtidos, indicações para a prática agrícola (estudos sobre a cana-de-açúcar, sobre as forragens, adubos etc.).  Em 1894 publicou-se uma coletânea de vários artigos extraídos dos Relatórios Anuais, de 1888 a 1893, intitulada Coleção dos Trabalhos Agrícolas. Nesses relatórios predominava a idéia de utilização da ciência para a modernização da lavoura, destacando-se os artigos sobre o estudo do solo, da água, dos vegetais e dos adubos, como artigo de Franz J. W. Dafert intitulado “Noções de Chimica Agrícola” (Apud MELONI, 1999).

A nova estrutura, implementada em 1927, representou para o Instituto uma nova era, caracterizada por segura orientação interna e pelas primeiras publicações dos técnicos e profissionais do IAC: o Boletim do Instituto Agronômico e a Revista de Agricultura. Esta, criada em 1926, era publicada em Piracicaba com a colaboração de professores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” e da Escola Nacional de Agronomia. As publicações do IAC eram extremamente detalhadas, sendo constituídas também por relatórios e monografias sobre temas de grande interesse para a agronomia no Brasil.  Presenciou-se uma intensa fase de especialização de seus técnicos, quer pela definição mais precisa de suas atribuições, quer pela realização de viagens de estudos e especialização técnica em outros países. 

O Boletim do Instituto Agronômico apresentava documentos institucionais de outra natureza, não caracterizados pela difusão da ciência. Tratava-se de um veículo de informação, redigido em linguagem simples, de periodicidade menor e de melhor circulação entre os agricultores. Os boletins não foram editados no período em que Franz J. W. Dafert esteve à frente da direção da instituição, provavelmente pelo fato de que ele preconizava que outras publicações, como os Relatórios, definiam melhor a atividade institucional (MELONI, 1999).

Fontes

- ALBUQUERQUE, Rui Henrique de; ORTEGA, Antonio Cesar; REYDON, Baastian Philip. O Setor Público de Pesquisa Agrícola no Estado de São Paulo. Parte I. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.3, n.1, p.79-132, jan./abr. 1986.  Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: https://seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/view/9219
- BRASIL. Lei nº 3.314, de 16 de outubro de 1886. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação.  Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet:
http://legis.senado.leg.br/norma/545107/publicacao?tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Decreto nº 1.012, de 14 de novembro de 1890. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação.  Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet:
http://legis.senado.leg.br/norma/390576/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- BRASIL. Decreto nº 707, de 8 de fevereiro de 1892. In: SENADO FEDERAL. Portal Legislação.  Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet:
http://legis.senado.leg.br/norma/389004/publicacao?tipoDocumento=DEC-n&tipoTexto=PUB
- CAMPOS, Ernesto de Souza. História da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1954.   (BMF
- _______________________. Institutos Culturais e de Educação Superior no Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,1941.        (IHGB)
- DANTES, Maria Amélia Mascarenhas. Institutos de Pesquisa Científica no Brasil. In: FERRI, Mário Guimarães; MOTOYAMA, Shozo (Coord.). História das Ciências no Brasil. v.2. São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1979-1980. p.341-380.  (BCOC
- ESTADO DE SÃO PAULO. Decreto nº523, de 3 de fevereiro de 1898. In: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Legislação. Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1898/decreto-523-03.02.1898.html
- ESTADO DE SÃO PAULO. Decreto nº 7.312, de 5 de julho de 1935. In: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Legislação. Capturado em 24 jul. 2020. Online. Disponível na Internet: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1935/decreto-7312-05.07.1935.html
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Ficha técnica

Pesquisa - Marcos Roza de Souza; Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação – Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão - Francisco José Chagas Madureira.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.

Forma de citação

IMPERIAL ESTAÇÃO AGRONÔMICA DE CAMPINAS. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 14 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario


Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)