HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO

De Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
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Denominações: Hospital de São Sebastião (1889);Hospital Estadual São Sebastião (1963); Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (1987?) 

Resumo: O Hospital São Sebastião foi inaugurado em 9 de novembro de 1889, instalado nos terrenos de uma chácara situada na Praia do Retiro Saudoso nº 27, na Ponta do Cajú. O hospital, criado durante uma epidemia da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro, destinava-se ao tratamento de moléstias transmissíveis, especialmente dos pacientes de febre amarela. Seu primeiro diretor foi João da Silva Ramos. Uma das mais importantes administrações do Hospital de São Sebastião, foi a do médico Carlos Pinto Seidl, que o dirigiu por um longo período, de 31/03/1892 a 1912, e de 1919 a 19/10/1929. Em 2007 tornou-se o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, atualmente desativado

Histórico

Na segunda metade do século XIX, embora fossem inúmeros os surtos epidêmicos de febre amarela, de varíola e de outras enfermidades na cidade do Rio de Janeiro, a cidade não dispunha de um hospital onde os acometidos por estas enfermidades pudessem ser isolados de forma adequada. Tendo em vista a inexistência de hospitais de isolamento para os casos de febre amarela, as autoridades sanitárias permitiam que fossem isolados “os amarelentos abastados nas casas de saúde existentes no interior da cidade, e os indigentes nas suas próprias residências, que eram estas, na sua maioria, insalubres e faziam parte de habitações collectivas, cortiços, estalagens)” (BARBOSA, 1978, p.289).

Nesta época havia o Lazareto da Jurujuba,  posteriormente denominado Hospital Marítimo de Santa Isabel, em Jurujuba (Niterói), para os passageiros doentes a bordo de navios provenientes de portos suspeitos e ancorados no porto da cidade, o Hospital de Santa Bárbara, na Ilha de Santa Bárbara, para pacientes de varíola, e o Lazareto da Ilha Grande, para prevenção da cólera. 

Em 1889, na gestão do então Ministro de Estado dos Negócios do Império, Antonio Ferreira Vianna, foi promulgado o decreto nº 10.181, de 9 de fevereiro, que disponibilizou um crédito extraordinário para despesas imprevistas e urgentes, para o estabelecimento de um serviço hospitalar completo de terra e a reforma do serviço no porto, e para obras para o saneamento da capital. Este decreto  autorizou a Inspetoria Geral de Higiene a promover reformas no serviço hospitalar do Rio de Janeiro, e na Acta da Conferencia de 1º de fevereiro de 1889, referente à reunião do Conselho de Estado e publicada juntamente com este decreto, já se afirmava a necessidade destas obras:

“Na falta de hospital apropriado, os acommettidos pela febre amarella na cidade do Rio de Janeiro têm sido transportados com grandes delongas e sacrificios para o da Jurujuba. E' de rigorosa necessidade estabelecer na capital do Imperio, victima periodica de tão cruel epidemia, um serviço estavel e aperfeiçoado, libertando a administração de anciedades e pesados dispendios quando chega o momento de acudir a população afflicta”. (BRASIL, Decreto nº 10.181)

No contexto da epidemia de febre amarela de 1889 foram criadas as condições para a instalação de um hospital para acolhimento e tratamento dos acometidos por esta enfermidade. Para tal o Governo Imperial adquiriu, pelo valor de 40:000$000 e com verbas destinadas aos Socorros Públicos, uma casa e chácara situada na Praia do Retiro Saudoso nº 27, na região do Caju, considerado um “sitio aprazível, seis quilômetros, mais ou menos, da cidade, dispondo a propriedade de vasto terreno todo arboziado de mangueiras e eucalyptus, com riquíssimo pomar de arvores indígenas e exóticas” (BARBOSA, 1978, p.289). A chácara pertencia a José Alexandre Teixeira de Mello e sua esposa Isabel Saturnina Marques de Mello. A Praia do Retiro Saudoso foi posteriormente foi denominada Rua Carlos Seidl em homenagem àquele que viria a ser um dos principais diretores do Hospital de São Sebastião.

A escritura foi lavrada em 2 de fevereiro de 1889, no Tabelião João de Cerqueira Lima. A construção do hospital, que foi logo iniciada aproveitando-se alguns dos edifícios já existentes no local, realizou-se por nove meses sob a direção do engenheiro Eugênio de Andrade. Em 26 de fevereiro de 1889 o imóvel foi incorporado à Fazenda Nacional, sob a denominação de Hospital de São Sebastião, destinado ao atendimento de doentes de febre amarela. 

O nome de Hospital de São Sebastião teria sido proposto por Antonio Ferreira Vianna, Ministro de Estado dos Negócios do Império, por ser este santo considerado o protetor contra pestes e epidemias pela Igreja Católica, e por ser o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro (ASSISTENCIA, 1922).

O Hospital de São Sebastião foi inaugurado em 9 de novembro de 1889, com a presença do Imperador D. Pedro II, da Família Imperial, de Cláudio Velho da Motta Maia, médico da Casa Imperial e professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, de Ambrósio Leitão da Cunha, senador do Império, de Franklin Américo Menezes Dória, então ministro da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, de Benjamin Antônio da Rocha Faria, Inspetor Geral de Higiene, de João da Silva Ramos,  primeiro diretor do hospital, de outras autoridades, e de um grande numero de médicos, engenheiros, magistrados e negociantes. A inauguração do hospital realizou-se seis dias antes da Proclamação da República, sendo uma das últimas solenidades oficiais com a presença do Imperador D.Pedro II.

A inauguração foi noticiada em uma grande matéria publicada no Jornal do Commercio de 10 de novembro de 1889, descrevendo o evento, os discursos proferidos, e de forma detalhada as instalações do estabelecimento que então era criado. Benjamin Antônio da Rocha Faria, Inspetor Geral de Higiene, destacou em seu discurso a importância da criação daquele estabelecimento para a saúde pública da cidade:

“Em boa hora se empenha o Estado na luta ingente contra a febre amrella entre nós; e neste commettimento generoso, a creação deste hospital exprime o fecundo inicio de medidas que se vão realizando, em prol da regeneração dos nossos créditos sanitários comprometidos pelas devastações do flagelo americano. (....). Nesta cruzada social, que é hoje um dos mais graves deveres da asministração, este hospital representará papel assignalado na solução do´problema complexo do saneamento do Rio de Janeiro; e de prompta, satisfaz a necessidades urgentíssimas: permite a assistência publica, imediata, aos que sofrem e clamão socorro nas crises dolorosas dos momentos epidêmicos; nullifica ou atenua as consequências funestas da infecção que se irradia de fócos múltiplos e esparsos” (Apud. HOSPITAL, 1889, p.1) 

Os dizeres de duas placas de bronze afixadas na sala de entrada do Hospital de São Sebastião expressam o momento de sua inauguração:

”No reinado do Senhor D.Pedro II, por ordem do Conselheiro Dr. Antonio Ferreira Vianna, Ministro do Império, sendo Inspector Geral de Hygiene o Dr. Benjamin Antonio da Rocha Faria, foi inaugurado este Hospital para soccorro da pobreza em épocas epidêmicas MDCCCLXXXIX. Constructor o engenheiro Eugenio de Andrade”. (BARBOSA, 1978, p.289-290)
“No reinado do Sr. D. Pedro II, pelo Conselheiro Antonio Ferreira Vianna, Ministro do Imperio, foi fundado este hospital, concluído e inaugurado a 9 de novembro de 1889, sendo Ministro do Imperio o Conselheiro Barão de Loreto”. (AQUINO, 1945, p.378)

A existência destas duas placas expressando a inauguração do Hospital de São Sebastião mas com dizeres distintos, teria decorrido da mudança do ministro que promovera sua criação, inicialmente Antonio Ferreira Vianna, e depois Franklin Américo Menezes Dória, Barão de Loreto (AQUINO, 1945). 

Por ocasião da inauguração, foram realizadas pelo cônego Christão de Carvalho Rodrigues e pelo Padre Couto dos Reis, na Capela do hospital, as cerimônias religiosas para a benção da instituição. Ainda de acordo com matéria veiculada no Jornal do Commercio, durante três dias foi permitida a visita pública ao hospital, o qual com seus edifícios, grande arborização e belos jardins, causou uma ótima impressão e surpresa naqueles que o visitavam. 

Na época compreendeu-se a necessidade de um hospital para os pacientes de doenças contagiosas, no qual além das ações de prevenção do contágio entre os pacientes e de seu atendimento, pudessem ser realizados estudos sobre a etiologia e patogenia das doenças. No projeto arquitetônico, executado pelo engenheiro Eugênio de Andrade, estava presente a preocupação pela adoção de uma nova visão de hospital, baseada nas principais teorias vigentes sobre a causalidade das doenças. Sob a influência da medicina pasteuriana, a descoberta da presença dos micro-organismos, a identificação de agentes causais das enfermidades, provocaram grandes transformações no saber e prática médica.    
                    
O Hospital de São Sebastião foi construído sob o sistema pavilhonar e a principal influência foi do cirurgião francês Jacques René-Tenon (1724-1816), que havia idealizado o estilo pavilhonar para os hospitais. Outra influência foi a do cirurgião francês Clément Léon Lefort (1829-1893), que havia defendido a ideia do hospital-barraca, por entender que construções permanentes e alguns materiais seriam inadequados para a higiene hospitalar. A construção do Hospital seguiu tanto as premissas da arquitetura pavilhonar, fundamentada no saber e na tecnologia médicas da medicina pasteuriana e estruturada de forma a funcionar como recurso neutralizador do contágio e propiciador de cura, quanto do sistema de pavilhões provisórios, conhecidos como pavilhões Le Fort, preparados para serem destruídos perante o risco de infecção.

Em 1897, Carlos Pinto Seidl, diretor do Hospital de Sâo Sebastião por longo período (1892-1912; 1919-1929), em seu estudo sobre o isolamento nosocomial, já destacava as vantagens do denominado sistema moderno das construções hospitalares:

“Quer o isolamento nosocomial se tenha de fazer em pavilhões annexos aos hospitaes geraes, quer em hospitaes especiaes, basta imitar as bôas normas seguidas em tais construcções, com grandes vantagens, pelos paizes da Europa e da America, que têm sabido acompanhar o progresso. Se há entre nós molestias, cujos casos podem ser apenas separados em salas ou enfermarias especiaes nos hospitaes geraes, outros ha, para os quaes é indispensavel termos hospitaes especiaes. Neste grupo estarão a nosso vêr: a febre amarella, a variola, o cholera, a tuberculose, a diphteria, o sarampão, a escarlatina; no primeiro grupo poderão figurar a febre typhoide, a dysenteria, a ophtalmia granular purulenta, a broncho-pneumonia infectuosa, a erysipela etc. Construidos que sejam hospitaes especiaes de isolamento para as molestias apontadas, não se faz mister dotal-os de proporções colossaes. Para supprir a falta de enfermarias, ha o recurso poderoso, pratico e economico das barracas e tendas, às quaes o nosso clima se presta admiravelmente.”  (SEIDL, 1897a,  p.96)

O decreto nº 409, de 17 de maio de 1890, declarou de utilidade pública a desapropriação do terreno e cais situados entre os prédios nos 2D e 2F da rua do Retiro Saudoso, entendendo que estes serviriam de passagem para os enfermos que viessem transportados por via marítima para o Hospital de São Sebastião. 

Entre 1890 e 1891 o Hospital de São Sebastião sofreu uma campanha de difamação movida por um dos diretores de uma fábrica de tecidos, a Companhia Fabrica de Tecidos S. Lazaro, que considerarava ter sido esta prejudicada com a vizinhança do hospital, pois no seu entender o estabelecimento hospitalar representava um foco de insalubridade e de infecção. Foram publicadas na imprensa inúmeras matérias nas quais era defendida a transferência do hospital, como a assinada por «A previdência» e publicada no Jornal do Commercio:

“Na opinião do Sr. Dr. Maurilio de Abreu, o hospital de S. Sebastião é quase um estabelecimento modelo, e no actual quadro epidêmico há prestado os maiores e os mais relevantes serviços á população indigente. (...). O que, porém, o Sr. Doutor não dirá, in bona fide, pelo menos, é que o estabelecimento modelo tornou-se um fóco miasmático, e as estatísticas da mortalidade dos operários das diversas fabricas do bairro do Cajú comprovão esse asserte. O que ainda o Sr. Doutor não dirá também é que seja esplendido o serviço da conducção dosenfermos, nos bonds da Ambulancia, imundos e tresandando cheiro insupportável.(.....). Dahi póde-se tirar a conclusão de que o Sr. Doutor não emite com segurança o seu juízo a respeito das boas condições e mais referencias honrosas ao hospital. (....), vemos de pé, inabalável, a oposição que temos movido á permanência daquele estabelecimento, que tem espalhado o germen do terrível morbo, que ali se trata cuidadosamente – simples adverbio optimista – em um bairro até então salubérrimo. (...). Por mais de uma vez nos temos referido a esses factos, que não conseguem melhoramento algum, surdo e cégo como é o governo, e indiferentes como são os nossos hygienistas. (....) constatará então a necessidade que há de se transferir semelhantes trambolho da localidade onde o estabelecerão e onde gastarão grande somma de dinheiro em ... pura perda, se as condições exigidas para afundação de um hospital forão totalmente esquecidas. Verá o ilustre escritor que não errou quando considerou esse estabelecimento uma «ante-camara da morte». (....). A previdencia. Rio, 20 de abril de 1891.”   (A FEBRE, 1891, p.3) 

Agostinho José de Souza Lima, então inspetor geral da Inspetoria Geral de Higiene, diante destas críticas e denúncias afirmou em seu relatório que:

“ficou provado que o de S. Sebastião está longe de merecer todas as graves accusações de que tem sido alvo, por industriaes, proprietários de fabricas estabelecidas nas circunvizinhanças do hospital; pelo que representaram ao Governo pedindo o seu fechamento, como um fóco de insalubridade e de infecção, donde na opinião deles, irradiou-se a febre amarela que invadiu as suas fabricas e fez nelas grande numero de victimas, quando foi muito outra a causa disto, segundo as informações que prestaram-me o Dr. Delegado de S, Christovão e o meu ajudante de districto, a que pertence essa circumscripção. Elles estudaram a questão e mostraram que positivamente a causa, sinão do inicio, ao menos da exacerbação epidêmica, que se notou naquela zona dessa bairro, foram as grandes excavações que fizeram essas fabricas para assentamento de alicerces e outras obras, como arranchamento de antigos canos de esgotos, contendo ainda resíduos impregnados de germens da febre amarela, e que assim expostos á disseminação atmosférica contaminaram os infelizes ainda não aclimados, que se ocupavam nesse ingrato e lethifero trabalho. Esta circumstancia era ainda mais agravada pelas condições em que em geral viviam e sobretudo em que dormiam esses pobres oeprarios, aglomerados em compartimentos estreitos e acanhados, e sem o mínimo conforto hygienico”.  (LIMA, 1891, p. 51)

Perante às difamações sofridas pelo hospital, Joaquim José Torres Cotrim, ajudante do inspetor geral de higiene, e Luiz Antonio da Silva Santos, inspetor sanitário de São Cristóvão, realizaram as investigações entendidas como necessárias e manifestaram-se em favor do hospital. Torres Cotrim, nesta defesa, destacou o desconhecimento dos fatores de transmissão das enfermidades presente nas acusações ao hospital: 

“Só quem não conhece os recursos de isolamento e desinfecção, ali postos em pratica,só quem vive completamente alheio aos progressos da hygiene defensiva, em hospitaes especiaes, poderá receiar esta transmissibilidade de germens que não devem existir, por serem immediatamente neutralisados os liquidos organicos que os encerram, com os recursos da desinfecção efficaz.(...). Como censurar a colocação do hospital, situado em ponto remoto do litoral da cidade e fora das comunicações habituaes, facilmente accessivel por via marítima e terrestre, na encosta de uma colina quase desahabitada, em um recôncavo da bahia, distante do ancoradouro. (....). Em conclusão: O exame demorado desta questão e o conhecimento exacto das estatísticas auctorisam as seguintes proposições que synthetisam a soluçãi do problema: 1ª.Não são verdadeiras nem scientíficas as presumidas causas de insalubridade que os requerentes julgam militar em oposição à collocação do Hospital de S. Sebastião no Retiro Saudoso. 2ª. Na posição em que se acha o hospital não podem d´ali provir damnos para a circunvizinhança, o que aliáz, seria contestavel a priori em qualquer posição, desde que esse estabelecimento funcciona com todos os preceitos da mais exigente hygiene moderna. 3ª.É inteiramente inexacta a porcentagem da mortalidade que os requerentes attribuem ao Hospital; a estatística do estabelecimento registra ao contrario do que afirmam os requerentes, o mais lisonjeiro resultado que é permitido esperar do tratamento hospitalar da febre amarela epidêmica. 4ª. Os doentes removidos das fabricas da Companhia S. Lazaro para o hospital, têm em sua maioria succumbido, por entrarem quasi morimbundos, em franco período hemorrhagico, permanecendo apenas horas nas enfermarias. 5ª. Este facto importa infracção das leis sanitárias e transforma as officinas da S. Lazaro em verdadeiros fócos epidemicos para os demais operarios que continuam a trabalhar, e para a circunvizinhança, não sendo cumpridos os preceitos de desinfecção durante a molestia e apoz a remoção, como o exigem os regulamentos sanitarios”. (Apud SEIDL, 1897a,  p.79-80).

Em 4 de setembro de 1891, Bento Oswaldo Cruz, pai do sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, e então Inspetor Geral interino de Higiene, também manifestou-se enviando um ofício ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Antonio Luis Affonso de Carvalho, no qual contestava as pretensões absurdas da Companhia Fabrica de Tecidos S. Lazaro.

De acordo com a lei nº 26, de 30 de dezembro de 1891, que fixou a despesa geral do país, o Hospital de São Sebastião, assim como  os demais serviços referentes à higiene e à polícia sanitária urbana, como a limpeza da cidade e das praias, os desinfectórios, e a assistência à infância, passou a estar subordinado à Municipalidade do Districto Federal. 

O Relatório do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, de 1893, ao comentar sobre as obras realizadas naquele ano no Hospital de São Sebastião, voltou a referir-se à questão da localização do estabelecimento: 

“Impõe-se como medida de absoluta necessidade a construção de um necrotério em logar conveniente, por isso que o actual, que se acha colocado no jardim da frente do Hospital, tem sido objeto de repretidas censuras. Para poder levar a efeito esse melhoramento, procurou o diretor entender-se com a companhia de S. Lazaro, proprietária de uma parte dos terrenos que ficam compreendidos entre o limite posterior do Hospital e o cemitério de S. Francisco Xavier, e cuja acquisição se torna imprescindível afim de que o transporte de cadáveres seja feito pelos fundos do Hospital, cessando assim o triste espectaculo da constante passagem de carros fúnebres pelo bairro habitado.” (RELATORIO, 1894, p. 312).

Esta questão da possível nocividade da vizinhança do hospital foi também objeto de discursos na Academia Nacional de Medicina. O acadêmico João Baptista de Lacerda Filho, em estudo divulgado nos Annaes da Academia de Medicina, em 1893, referiu-se aos cemitérios e aos hospitais de isolamento como viveiros do gérmen da febre amarela. Carlos Pinto Seidl, em seu estudo sobre o isolamento colonial, publicado em 1897, procurou contestar este estudo de João Baptista de Lacerda Filho:

“Os hospitais de isolamento para doentes de febre amarela não constituem fócos de propagação da moléstia, afirmamos, divergindo do Snr. Dr. Lacerda. Ou antes, quem afirma não somos nós, são os factos e a observação acurada sobre eles procedida. (.....). Compulsem entretanto os mais incrédulos a carta epidiographica desta cidade, recentemente preparada pela repartição demográfica do Instituto Santiario Federal, e verificarão que os fócos de febre amarela se acham em zonas muitíssimo distantes do Hospital de S. Sebastião. Indagando mais acuradamente ver-se-há, que jamais foi este hospital fóco de propagação de febre amarella. (....). Onde, portanto, a propagação causada pelo hospital? Deve pelo contrario causar sorpreza que no bairro do hospital, onde moram centenas de estrangeiros, muitos recém-chegados, com famílias compostas de seis e mais pessoas, das quaes muitas crianças, vivendo todos, infringindo as mais elementares regras da hygiene privada, deve causar sorpreza, repetimos que maior não seja a proporção dos atacados pelo typho americano. Ainda mais: para provar que não foi somente depois que o hospital funcionou, que se verificaram casos de febre amarela no bairro, conforme infantilmente foi dito e escripto, procedemos a um inquérito, na falta de estatísticas officiaes, d´onde resultou sabeermos, que, nos anos de 1884, 1885, 1889, (Janeiro e Março) epochas em que não funcionava ainda o hospital, casos repetidos de febre amarela se deram, durante as escavações, procedidas para colocação de alicerces de algumas fabricas do bairro.” (SEIDL, 1897a, p.86-89)

Carlos Pinto Seidl também procurou contestar as ponderações do engenheiro Torquato Tapajós sobre o Hospital de São Sebastião apresentadas no livro “Estudos de hygiene. A cidade do Rio de Janeiro”, publicado em 1895. Torquato havia afirmado que embora o Hospital de São Sebastião tivesse sido construído sob condições técnicas satisfatórias, este oferecia condições desfavoráveis para o restabelecimento dos pacientes em decorrência de sua localização deixando-o sujeito às alternativas intermitentes dos ventos locais, que potencialmente conduziam elementos de infecção. E perante estas ponderações, Seidl em seu artigo “Estudos de Hygiene” buscou demonstrar a partir de dados do movimento sanitário no hospital que tais afirmações sobre as taxas de mortalidade no estabelecimento não eram verdadeiras ((SEIDL, 1897).

A lei nº 429, de 10 de dezembro de 1896, que fixou a despesa geral da Republica dos Estados Unidos do Brazil para o exercicio de 1897, em seu art.2º, § 1º, "ao tratar da passagem dos serviços e dos proprios nacionaes que por aquela lei eram transferidos", referia-se já ao Hospital de São Sebastião. Mas a transferência da subordinação do Hospital de São Sebastião para a municipalidade foi somente efetivada com o decreto nº2.435, em 14 de janeiro de 1897, que determinou sua subordinação à administração municipal, nas condições em que se encontrava. Em 27 de fevereiro de 1897 o hospital foi entregue à Prefeitura do Distrito Federal, subordinado à Inspetoria de Isolamento e Desinfecção da Diretoria de Higiene e Assistência Pública do Distrito Federal (ASSISTENCIA, 1922). 

Posteriormente, com os decretos nº 4.463, de 12 de julho de 1902, e o nº 966, de 2 de janeiro de 1903, o Hospital de São Sebastião, como serviço de higiene defensiva da Capital da União, retornou para a administração federal. 

Com o decreto nº 1.040, de 11 de janeiro de 1939, o Governo Federal transferiu à Prefeitura do Distrito Federal os serviços locais relativos à saúde, até então incluídos no Serviço de Saúde Pública do Distrito Federal, no Serviço de Assistência Hospitalar do Distrito Federal e no Serviço de Puericultura do Distrito Federal. Em decorrência desta determinação, e pelo decreto-lei nº 2.241, de 28 de maio 1940, a propriedade de todos os bens imóveis da União nos quais funcionavam serviços de saúde, como o Hospital de São Sebastião, foi transferida para a administração municipal. 

Com a criação da SUSEME-Superintendência dos Serviços Médicos, pela lei nº 279 de 28 de dezembro de 1962, e com sua regulamentação, pelo decreto nº 1.612 de 27 de março de 1963, o hospital passou a integrar esta nova autarquia, sendo então denominado como Hospital Estadual São Sebastião. E com a lei estadual nº 294, de 7 de janeiro de 1980, a Sociedade de Amigos do Hospital Estadual São Sebastião foi considerada de utilidade pública.

O hospital posteriormente passou a ser denominado Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IESS), e com tal denominação foi, em 25 de junho de 2008, desativado e transferido para o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), na Rua Sacadura Cabral nº 178, na Gamboa, onde manteve o atendimento aos pacientes com doenças infecto-contagiosas, como meningoencefalites, dengue, e leptospirose.

Diretores: 
João da Silva Ramos (de 9/11/1889 a 23/12/1889), Luiz Manoel Pinto Netto (23/12/1889 a 30/06/1891), Maurillo Tito Nabuco de Abreu  (interino, 02/04/1891 a 30/06/1891), Leite de Oliva (1891), Francisco de Paula Tavares (25/08/1891 a 30/03/1892), Carlos Pinto Seidl (31/03/1892 a 1912; 1919 a 19/10/1929), Miguel de Oliveira Couto (interino, 28/11/1894 a 24/01/1895),  Antonino Augusto Ferrari (1912, 1913, interino 1914-1916; 1930), João Pedro Leão de Aquino (1916), Garfield Augusto Perry de Almeida (interino 1918-1919), Antonino  Augusto Ferrari (1912-1916; 1929-1930), Sinval Augusto Lins (1931-1939). 
Vice-diretores:
Antonino Augusto Ferrari (1905-1911; interino 1918; 1923-1929), Zepherino Justino da Silva Meirelles (1912; interino 1914-1916).

Estrutura e funcionamento

O Hospital de São Sebastião, inaugurado em 9 de novembro de 1889, recebeu seus primeiros pacientes em 20 de novembro, já com a República proclamada. Foi construído nos terrenos de uma antiga chácara na Praia do Retiro Saudoso, que tinham de frente 81,84mts e 177,32 mts de fundo. A antiga casa desta chácara era uma residência em estilo português, uma construção de alvenaria com 36,74mts de frente e 25,14 mts de fundo, tendo na frente quadro janelas de sacada com grades de ferro, seis janelas de peitoril e duas portas de saída, com grade de ferro, com um pátio ladrilhado e uma escada de mármore para o jardim. Esta casa foi adaptada para ser a secretaria, o gabinete do diretor e cinco enfermarias do hospital (BENCHIMOL, 1990). 

O prédio principal do Hospital de São Sebastião foi construído no centro do terreno. Na época de sua inauguração, o hospital tinha:

“(....) o aspecto de uma villa, tal é o numero de edifícios que compreende independentes uns dos outros (...). Tem sete enfermarias, duas delas exteriores e de maior elegância: são dous magníficos pavilhões de madeira, systema Lefort, tendo cada um 45 metros de comprimento e 18 de largura, com accommodação folgada para 60 leitos em cada uma, podendo ser elevado em caso de necessidade e sem sacriicio para hygiene o numero de leitos. (....). há entre os dous pavilhões uma galeria que as comunica e a ella vai ter uma outra que conduz a parte inferior do estabelecimento. Estas galerias servem de abrigo para os doentes que tiverem de ser levados aos pavilhões superiores, que constituem enfermaias de 1º gráo, pela sua excepcional posição. (....). No corpo da antiga casa, dentro do estabelecimento, estão as cinco enfermarias restantes, tendo sido a casa transformadar para satisfazer ao fim a que era destinada. São menores que as primeiras, mas nelas forão atendidos todos os detalhes, ainda os menores em relação à hygiene. Applicárão-se pela primeira vez às enfermarias os iluminadores de D´Arcet, que produzem simultaneamente com a iluminação a áspera energia de ar viciado pelas funções naturaes dos enfermos, e tornando possível garantir a cada doente quota determinada de ar novo, introduzido por orifícios superiores, munidos de aperculos graduáveis para velocidades máxima e mínima das correntes exteriores, de modo a distribuir a cada leito, por hora, a ração fixa de 150 metros cúbicos de ar, quota reputada muito satisfactoria, segundo pensão modernos hygienistas. (....). Em edifícios próximos, mas independentes, tem o estabelecimento refeitório, cozinha, almoxarife, desinfectorio, carvoaria, rouparia, cocheira, necrotério, residência para médicos, casa para irmãs de caridade, lavanderia, reservatórios e outras dependências”. (HOSPITAL, 1889, p.1)

Dispunha, nesta época, de 240 leitos, distribuídos em enfermarias gerais:

“As enfermarias ns.3, 4, e 5 são enfermarias geraes, contendo respectivamente 25, 13 e 15 leitos magnificamente instalados; a enfermaria n.6 é destinada exclusivamente ao tratamento de mulheres e está nas mesmas condições hygienicas das antecedentes, bem como a de n.7, que contém apenas 5 leitos e serve de enfermaria de agônicos.” (CHRONICA, 1889, p.336)  

Inexistiam quartos especiais, mas nas enfermarias denominadas de 1ª classe, havia leitos mais confortáveis, e seus ocupantes pagavam uma diária de 3$000. 

O Hospital de São Sebastião estava dividido em quatro planos, contendo vinte edifícios, dez enfermarias, duzentos e quarenta leitos, duas grandes estufas de desinfecção a vapor d’agua sob pressão e quatro pulverizadores de ar condicionado. Possuía as lâmpadas iluminadoras de Arcet nas cinco enfermarias do edifício central, que eram dispositivos artificiais de ventilação pois além de iluminar, renovavam o ar viciado, promovendo ar novo para os pacientes. 

Foram feitas construções para refeitórios, cozinha, almoxarifado, rouparia, cocheiras, lavanderia, necrotério, residência para internos e para as irmãs de caridade, e para dois reservatórios de água, respectivamente com 22.000 e 16.000 litros. 

O necrotério, considerado uma “esplendida construção gothica de notevel apuração de gosto”, era assim montado:

“Estão n´elle dispostas seis mesas de mármore, para cadáveres, e uma, em compartimento separado, destinada a autopsias. Em todas ellas foram aplicadas torneiras de lavagem imediata e syphoões de desinfecção, tendo ainda havido a louvável precaução de aplicar a cada ralo de esgoto das mesas, torneiras de grande diamentro, destinadas à lavagem enérgica dos encanamentos.” (CHRONICA, 1889, p.336) 

Carlos Pinto Seidl, então diretor do Hospital de São Sebastião, em artigo publicado no O Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia em 1900, buscando demonstrar o serviço prestado por aquele estabelecimento à assistência pública, apresentou um quadro do movimento sanitário geral do hospital, referindo-se especialmente ao número de curados e falecidos nos serviços de febre amarela (anos de 1890 a 1899) e de varíola (anos de 1891, 1897, 1898 e 1899):

 
“Movimento sanitario geral do Hospital de S. Sebastião de 1890 a 1899”
Annos Curados Fallecidos Total Serviço Hospitalar de:
1890 595 455 1050 Febre Amarella
1891 1859 1614 3473 Idem
1891 862 634 1496 Varíola
1892 2097 1546 3643 Febre Amarella
1893 443 339 782 Idem
1894 2374 1747 4121 Idem
1895 636 513 1149 Idem
1896 1909 1510 3419 Idem
1897 356 109 465 Idem
1897 158 10 168 Varíola
1898 527 558 1085 Febre Amarella
1898 139 28 167 Varíola
1899 452 351 803 Febre Amarella
1899 1485 708 2193 Varíola
  13.892 10.122 24.014  

Fonte: SEIDL, Carlos. Dados estatisticos applicaveis ao estudo etiologico da febre amarella. O Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, Rio de Janeiro, anno XIV, n.21, p.181-183, 1º jun. 1900. p.181


O Hospital, que havia sido criado especialmente para o tratamento da febre amarela, teve que se adaptar ao longo dos anos perante a ocorrência de outras epidemias e assim realizar acréscimos, reformas e alterações em suas instalações. Em 1891, por exemplo, com o surto de varíola, recebeu pela primeira vez doentes de varíola, tendo sido necessária a construção de dois barracões de madeira, que foram posteriormente demolidos: 

Alterações da estrutura do Hospital de São Sebastião (1889-1907)
Ano      Estrutura N° de Leitos Construção Finalidade
1889 7 enfermarias (2 do tipo Lefort) 240 (sendo 60 leitos no pavilhão Lefort)   alvenaria e madeira (pavilhão Lefort)   3 gerais, 1 para agônicos, 1 para mulheres
1891 2 barracões - madeira Varíola
1893 1 pavilhão (sistema Moabit) 25 - Convalescentes
1894 1 pavilhão 24 madeira Febre Amarella
1904  2 edifícios; 10 barracas.
3 pavilhões;
12 quartos particulares;
1 edifício
- alvenaria

-

-

doentes pagantes;cirurgias e curativos.

1907 2 barracas (sistema Cristoph Unmack;
Barracão

-

36

madeira

-

 

-

Fonte: Apud. GOMES, 2004, p.2

    
Durante a 1ª gestão de Carlos Pinto Seidl, de 1892 a 1912, foram inaugurados, em 1893, um forno de incineração, modelo dos engenheiros Carl Arno Gierth e Lourenço Freschi Lavagnino, que tinham um gabinete de desenho geográfico, arquitetônico, ornamental, mecânico e industrial na Rua Municipal nº11 (Rio de Janeiro), e também uma enfermaria pelo sistema Moabit. 

Em 1894, funcionou por três meses, na diretoria do Hospital de São Sebastião, um posto medico militar para atender aos feridos civis e militares da Revolta da Armada, iniciada na cidade do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1893. O posto, que foi dirigido pelo próprio diretor do hospital, Carlos Pinto Seidl, tendo como auxiliares Sebastião Cortes e o estudante de medicina Feliciano José de Almeida Junior, 

Durante a epidemia de febre amarela, em 1894, o Hospital de São Sebastião recebeu pessoal extraordinário para o atendimento dos enfermos, como detalhou Carlos Pinto Seidl em seu relatório:

Médicos: Miguel de Oliveira Couto (nomeado em 16/02/1894- dispensado em 25/06/1894); José Gomes Pereira (1º/02/1894-25/06/1894); Godofredo Saturnino Teixeira de Mello (10/03/1894-02/05/1894); Rodolpho Ramalho (02/03/1894-13/04/1894); Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta (10/03/1894-13/04/1894).
Internos: Augusto Henriques de Araujo Vianna (20/03/1894-08/06/1894); Lucio de Souza Albuquerque (1º/02/1894-02/05/1894); Carlos Barros Raja Gabaglia (19/02/1894-13/04/1894); Henrique Tanner de Abreu (09/03/1894-13/04/1894); Carlos Roldon Mouren (06/03/1894-1º/09/1894)  (SEIDL, 1895).

Tendo em vista o grande múmero de enfermos, e graças à Companhia Fabrica de Tecidos São Lazaro, foi estabelecido em 1894 um hospital anexo na grande casa onde havia sido estabelecida a fábrica de camisas, por intermédio de Henrique da Fonseca, engenheiro do Ministério do Interior.  Este hospital provisório foi posteriormente, em abril de 1894, entregue limpo e pintado à proprietária. Nesta ano também foi construída mais uma  enfermaria de madeira, dado o excessivo número de doentes em tratamentointernatos, e nesta enfermaria foi experimentado o sistema de ventilação preconizado pelo médico militar francês A. Castaing, por este descrito em artigo nos Archives de médecine et pharmacie militaires (t. XVII, p.142, 1891).

Os médicos Eduardo Chapot Prévost e Francisco de Paula Fajardo Junior realizaram, em 1894, pesquisas e estudos anátomo-patológico e etiológico da febre amarela no laboratório e enfermarias do Hospital de São Sebastião, como destacou posteriormente o médico, e então diretor da instituição, Carlos Pinto Seidl, em um de seus artigos publicados em O Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia,  em 1900:

“Não darei por finda a tarefa que me impuz, sem trazer, porém, ao conhecimento de meus colegas uma interessante observação referente ao emprego das injecções salinas na febre amarela, introduzidas no Hospital de S. Sebastião pelo professor Chapot Prévost, que foi um assíduo frequentador voluntario das enfermarias do hospital, quando, juntamente com os Drs. Fajardo e Figueiredo Rodrigues e o autor deste trabalho, estudava a questão da etiologia e pathogenia do typho-icteroide” (SEIDL, 1900b, p.291)

O diretor Carlos Pinto Seidl foi procurado, em dezembro de 1895, por Cardoso de Menezes, amigo de Philippe Pereira Caldas, médico do Rio Grande do Sul, que lhe solicitou que providenciasse material (vômito preto e parcelas de mucosa estomacal) retirado de indivíduos falecidos de febre amarela no Hospital de São Sebastião para ser enviado, por seu intermédio, para o médico rio-grandense, que fazia estudos experimentais sobre febre amarela. Seidl enviou a primeira remessa em março de 1896, e depois enviou outras sucessivamente. Nesta época Philippe Pereira Caldas estava realizando, em seu laboratório, estudos experimentais sobre febre amarela com serum de cavalos imunizados por um processo particular.  Caldas envio a Seidl, ao longo de 1896, dezenas de frascos contendo o serum de cavalos com sua preparação, para que os experimentasse nos pacientes em atendimento no Hospital de São Sebastião. Solícito, então, a verificar clinicamente o valor terapêutico deste novo serum, Carlos Seidl fêz algumas aplicações clínicas do serum de Caldas no Hospital de São Sebastião. Tais experiências foram acompanhadas por uma comissão de médicos presidida pelo médico Eduardo Chapot Prévost. Como resultado de suas observações, Seidl elaborou um relatório detalhado bastante animador com relação aqueles experimentos, que foi publicado em 1897 (SEIDL, 1897b).

A gestão de Carlos Pinto Seidl, considerada uma das mais importantes administrações do Hospital de São Sebastião, além de ter promovido diversos melhoramentos na instituição, recebeu a visita de médicos estrangeiros, como a do bacteriologista italiano Giuseppe Sanarelli (1864-1940) no ano de 1896, e de missões estrangeiras. 

Com o surgimento do primeiro caso suspeito de peste bubônica na Capital, o Governo instalou, em janeiro de 1900, um laboratório para estudos bacteriológicos sobre a peste no Hospital Paula Cândido, onde o higienista italiano Camillo Terni (1863-1934), que havia vindo ao Brasil comissionado pelo Governo italiano para estudar os casos de peste ocorridos em Santos, realizaria suas pesquisas.  Terni, fundador do Istituto di Igiene e Batteriologia (ou Istituto di Igiene e Profilassi), em 1897 em Messina (Itália), pesquisador do Istituto Sieroterapico di Napoli e professor de higiene da Università di Messina, também realizou investigações no laboratório do Hospital de São Sebastião. Este médico italiano  “além do soro específico, empregava como coadjuvante no tratamento da peste, um velho processo que consistia na extirpação cirúrgica dos gânglios infectados, já usado no Exército Francês no tempo de Napoleão I” (AQUINO, 1945a, p.393).

Até o ano de 1900, quando foi constituido um corpo clínico próprio no Hospital de São Sebastião, na ocorrência de epidemias o hospital precisava recorrer a médicos de outros hospitais. Neste ano o corpo clínico era constituído por Antonino Augusto Ferrari, João Pedro Leão de Aquino, Zepherino Justino da Silva Meirelles e José Lopes da Silva Junior. 

O Hospital de São Sebastião recebeu, em 24 de fevereiro de 1900, a visita de Carlos D. Benitez, médico-inspetor da Sección de  Profilaxis do Instituto de Higiene General (Argentina), que veio como delegado sanitário da República Argentina. Em sua estada Benitez expressou admiração pelo fato de não existir naquela instituição um forno crematório e pelo enterramento de cadáveres de moléstias infecciosas ser feito em valas comuns. Mas após conversar longamente com o diretor do hospital, Carlos Pinto Seidl, o delegado sanitário argentino, “ouvindo em detalhe o systema terapêutico seguido no tratamento dos doentes, especialmente as aplicações de sérum artificial feitas desde 1895, e examinando a escripturação que regula os diversos serviços do estabelecimento, confessou o ilustre delegado sanitário argentino que a sua vinda ao Rio de Janeiro tinha desde já servido grandemente para proporcionar-lhe os meios de desmentir uma grande calumnia, continua e insistentementearrogada à administração brasileira em Buenos Aires e em toda a Republica” (VISITA, 1899, p.1). 

Em 3 de novembro de 1901, chegou a Missão Pasteur, integrada por Émile Marchoux (1862-1943), Alexandre Taurelli Salimbeni (1867-1942), Paul-Louis Simond (1858-1947), para a qual foi preparado um laboratório num chalet nas dependências do Hospital de São Sebastião. A chegada dos membros da Missão Pasteur foi relatada detalhadamente por  João Pedro Leão de Aquino, do corpo médico da instituição: 

“Ao meio-dia dirigimos para o laboratório, pequena sala em forma de corredor situada em um edifício anexo, ao lado direito do hospital, e cujo acesso se fazia atravessando um passadiço partindo da farmácia. Esperamos na mesa 10 minutos. No fim deste tempo surgem alegres, vindos do laboratório instalado especialmente para eles os membros da Missão Pasteur, que vieram ao Brasil estudar febre amarela. Eram os Drs Emílio Marchoux, Salimbeni e Simond. O primeiro, homem de 30 e poucos anos, extremamente simpático e expansivo, usando cabelo cortado à escovinha, bastos bigodes e cavaignac. Falava rápido e tinha gestos desembaraçados. Salimbeni, italiano, muito moço, um pouco curvado, olhos claros, cabelos e barbas compridos e loiros, lembrava um capuchinho metido numa blusa de médico. O chefe da Missão Dr. P. Simond, cheio de corpo, baixo, usando também bastos bigodes e cavaignac pretos, fazia lembrar Napoleão III de França. Era circunspecto, um pouco reservado e solene de atitudes. Após as apresentações, deu-se início ao almoço, ou mais propriamente ao banquete, o qual decorreu no meio de expansiva alegria, e ditos de espírito esfuziavam continuamente na pequena sala. O cardápio era rigorosamente à francesa, não faltando a clássica Champagne de Reims, por ter sido dia de aniversário de um dos Membros da Missão, lembrado gentilmente pelo Dr. Carlos Seidl. Apesar de ter sido aprovado com distinção em francês, no curso de meus preparatórios, de ter bastante experiência na leitura daquela língua, com bastante dificuldade compreendia e respondia aos meus interlocutores no momento. O diretor, educado na Europa, falava corretamente como um parisiense, e Ferrari com bastante desembaraço. O Dr. Seidl, por ordem superior, havia contratado um cozinheiro especial para a Missão, apesar da refeição comum da casa ser boa. O diretor do hospital, conhecedor da cozinha francesa é quem determinava de véspera o cardápio, inclusive a marca de vinho a ser usado. Terminado o almoço fomos visitar o Laboratório da Missão Pasteur, instalado dentro do hospital, em edifício de alvenaria, isolado, de dois andares, situado na parte média do morro. O Dr. Emílio Marchoux, tudo mostrou com extrema gentileza e paciência, explicando o funcionamento dos diversos aparelhos, levando ao microscópio preparados de anatomia patológica, peças anatômicas, etc, inclusive diversos mosquitos e animais de laboratórios, como cobaias, coelhos, e macacos. Caráter franco, dizia com extrema delicadeza o que pensava dos nossos homens e coisas. Era evidente um grande entusiasta do nosso país, e já havia começado a estudar a língua portuguesa, que procurava falar, e já lia corretamente nossos jornais e revistas. Perguntou-me ao sair do laboratório, se eu gostava de bacteriologia, e que especialidade fazia. Disse-lhe que me ocupava principalmente com cirurgia e clínica médica, lecionando também Ciências Naturais, no externato Aquino, e mantinha um curso livre na Faculdade de Medicina, onde ensinava Anatomia Descritiva e Topográfica além de auxiliar Dr. Pais Leme, no seu curso oficial de Anatomia Médico-Cirúrgica.” (AQUINO, 1945a, p. 393-394)

Odair Franco (1969), médico e assistente técnico do diretor geral do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), em seu livro “História da Febre Amarela no Brasil” descreveu as experiências realizadas pelos integrantes da Missão Pasteur no Hospital de São Sebastião:

“Assim, a Comissão levou a efeito no Hospital de São Sebastião, no Rio, duas inoculações experimentais do vírus, por injeção do sôro de um doente e por picadas de mosquitos, com resultados positivos, havendo os doentes se restabelecido. Realizou outras séries de experimentos em 27 pessoas, tais como inoculações de sôro sanguíneo aquecido e de sôro filtrado de doentes; de sôro colhido no 8.° dia da doença, e tentativas de provocar a infecção, colocando sangue de amarelento sôbre a pele do indivíduo são, com erosão produzida pela raspagem.” (FRANCO, 1969, p.70)

Os pesquisadores franceses ficaram residindo na cidade de Petrópolis, e vinham diariamente para o Rio de Janeiro por meio de barcas da Companhia Leopoldina. No laboratório do hospital, os pesquisadores franceses realizaram, até 3 de maio de 1905, quando partiram, suas pesquisas sobre a transmissão da febre amarela. Émile Marchoux voltaria a visitar o Hospital de São Sebastião, em 3 de agosto de 1925, por ocasião de sua viagem ao país a convite do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura para proferir conferências científicas.

Para Jaime Benchimol, a importância da Missão Pasteur no Rio de Janeiro “não se restringe aos resultados científicos que obteve, especialmente no que concerne aos hábitos e à parasitologia do Stegomia fasciata e às características epidemiológicas da febre amarela”, pois os pesquisadores franceses “forneceriam um respaldo valioso á campanha contra a febre amarela que Oswaldo Cruz conduziria na capital da República” e “proporcionariam a Oswaldo Cruz um canal importante de comunicação com a comunidade científica internacional” (BENCHIMOL,1990, p.22).

Antonino Augusto Ferrari em seu artigo “Ensaio de therapeutica physiologica na febre amarela”, publicado no O Brazil-Medico. Revista Semanal de Medicina e Cirurgia, também comentou sobre a terapêutica de febre amarela adotada no hospital:

“Hoje em dia, felizmente, aqui entre nós, no hospital de S. Sebastião, a therapeutica de febre amarela vae assumindo um ponto de vista muito mais scientifico e racional. Procura acompanhar a evolução das noções de physiologia pathologica, apezar destas carecerem ainda de estudos mais completos, que leucidem pontos controversos, como sejam aquelles da physio-pathologia renal. A therapeutica por nós aplicada no hospital de S. Sebastião é fructo da nossa observação e inspirada nas prescripções de colegas distinctos que tem perlustrado por este serviço clinico, com grande proveito para os enfermos. Referimo-nos aos Drs. Miguel Couto, professor da Faculdade de Medicina, A. Vianna e Carlos Seidl, o incançavel luctador e benemérito diretor do hospital de S. Sebastião”. (FERRARI, 1902, p.94)

João Pedro Leão de Aquino, antigo farmacêutico da província de Mato Grosso, foi convidado a integrar o corpo médico do Hospital de São Sebastião em 1902, e assim descreveu os procedimentos por ocasião de sua apresentação naquele hospital:

“Conduzido pelo Dr. Ferrari a uma saleta próxima ali guardei a cartola e o chapéu de sol num armário indicado. Retirei a sobre-casaca e colête, indumentária então usada por todos os médicos; vesti uma longa blusa de linho, verdadeira veste talar que  atingia a dois dedos acima dos calcanhares; coloquei à cabeça gorro muito alto também de linho e engomado, e, após desatar os cordões dos borzeguins envernizados, calcei altas botas de borracha, que ultrapassavam os joelhos, a fim de evitar as picadas das pulgas e transmissoras do germe da peste bubônica”. (AQUINO , 1945a, p.387) 

Em 1902 foi inaugurada uma lavanderia a vapor, e no ano seguinte foram feitos reparos e serviço de pintura nas instalações do hospital. No ano seguinte, tendo em vista o grande número de doentes, foi necessário alugar uma propriedade particular próxima ao Hospital, como um anexo para alojar os pacientes e o pessoal subalterno.

Conforme relatou o diretor Carlos Pinto Seidl, o ano de 1904 foi de muito trabalho para o Hospital de São Sebastião tendo em vista a intensa epidemia de varíola.  O grande número de doentes de varíola internados no hospital exigiu a adoção de algumas providências, como o aluguel da casa nº 59, da Praia do Retiro Saudoso, que, juntamente com as casa contíguas de nº61 e nº 63, serviria como hospital anexo, de enfermaria para os pacientes convalescentes e os recolhidos mais recentemente. Além destas enfermairas, foram instaladas dez barracas de lona, cedidas pela diretoria de saúde do Exército, com oito leitos cada, para receberem pacientes convalescentes de varíola. No ano de 1904 entraram 4.675 indivíduos no serviço de varíola do Hospital de São Sebastião (SEIDL, 1905).

João Pedro Leão de Aquino, médico e cirurgião do Hospital de São Sebastião, em relatório dirigido à diretoria do hospital, destacou as reformas das enfermarias entre os serviços e melhoramentos realizados em 1904 naquela instituição:

“Nos primeiros mezes deste anno estive com todo o serviço de febre amarela; os doentes foram recolhidos Á «Enfermaria Bento Cruz», completamente reformada e adaptada ás exigências da prophylaxia moderna especifica do typho icteroide e á «Enfermaria Eugenio de Andrade», no interior da qual foram armadas camaras construídas de ferro e tela de arame, que receberam de V. Ex. a denominação de «Chambres Marchoux», em homenagem ao ilustre homem de sciencia, que com tanto desinteresse e amor tem concorrido para o engrandecimento e modernização do Hospital S. Sebastião”. (Apud SEIDL, 1904, p.415) 

Em alguns dos pavilhões do hospital havia sido instalado um tipo de abrigo de arame fino, conhecidas como  “Chambres Marchoux”, nome de seu idealizador, para impedir a entrada de mosquitos, nos quartos destinados ao isolamento de doentes no período inicial da infecção (AQUINO,1945). Um novo reservatório de água, com capacidade para 40.000 litros, foi inaugurado em 1904.

O Hospital de São Sebastião recebeu, em 6 de março de 1904, Rudolf Otto Neumann (1868-1952), farmacêutico e privat-dozent da Universität Heidelberg, e Hans Erich Moritz Otto (1869-1918), clínico do Institut für Schiffs-und Tropenkrankheiten (Hamburgo), que integravam a Missão Alemã que veio ao país com o objetivo de estudar a febre amarela. Permaneceram no Rio de Janeiro por três meses, e realizaram estudos no Hospital de São Sebastião:

“Otto e Neumann, da missão alemã, passaram pelo Brasil quando estava prestes a encerrar-se o programa de pesquisa dos franceses, no auge da campanha contra o Stegomyia fasciata levada a cabo por Oswaldo Cruz, paralelamente a outras ações sanitárias e à reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro. (....). No Rio de Janeiro, onde permaneceram quase três meses (entre 6 de março e o fim de maio), os estudos de Otto e Neumann foram realizados também no Hospital São Sebastião, e boa parte deles consistiu na verificação de resultados já adquiridos pelos investigadores do Instituto Pasteur. (....).Os doentes que examinaram estavam isolados em compartimentos revestidos de tela, as chamadas ‘Câmaras Marchoux’, com capacidade para dois leitos cada, levantadas no interior dos pavilhões mais antigos – os alemães, na verdade, falavam em “barracas”, porque esse era o conceito, oriundo das campanhas militares, que embasava os projetos hospitalares para isolamento de doenças consideradas contagiosas: unidades móveis, facilmente descartáveis quando contaminadas. O São Sebastião, inaugurado em 1889, às vésperas da deposição da monarquia, chegou a ter pavilhões de papel machê importados da Alemanha. (....).O Stegomyia fasciata foi o principal objeto de estudo de Otto e Neumann. Deixariam o Brasil convencidos de que era o transmissor da febre amarela, mas não que fosse a única forma de transmissão possível”.  (BENCHIMOL, 2005 (b), p.197-200)

De acordo com o médico João Pedro Leão de Aquino (1945b) o Hospital de São Sebastião passou por inúmeras reformas e transformações ao longo do tempo, especialmente durante o período de Oswaldo Gonçalves Cruzà frente da Diretoria Geral de Saúde Pública, entre 1903 e 1909.  Neste período houve um aumento de verbas para aquisição de material e para pagamento do pessoal clínico e administrativo, e um crescimento do movimento científico, com a presença de pesquisadores estrangeiros, integrantes da Missão Pasteur e Missão Alemã, e de brasileiros como Eduardo Chapot Prévost, Francisco de Paula Fajardo Junior, e os membros das seções de ciências médico-cirúrgicas e medicina pública do Tercer Congreso Científico Latinoamericano (Rio de Janeiro, 6-16/08/1905). Também foi remodelado o pavilhão “Bento Cruz” para doentes masculinos de febre amarela, construído novos pavilhões e uma nova canalização hidráulica.  

Em 1908, com a epidemia de varíola, o hospital ficou superlotado chegando a ter 87.000 variolosos internados em suas enfermarias. Tendo em vista o aumento no nº de pacientes foram nomeados interinamente os médicos Antonio Pires Salgado, Ernesto Crissiúma Filho, Joaquim Ribeiro de Almeida, Manuel Gomes Tarlé e Joaquim Torres Vianna. Foram também instaladas grandes barracas de campanha,  cedidas pelo diretor do Hospital Central do Exército, General Ismael da Rocha. 

João Pedro Leão de Aquino, médico do Hospital de São Sebastião, teria pedido ao engenheiro português Luiz de Moraes Junior, autor do projeto de edificação do conjunto arquitetônico para abrigar o Instituto Soroterápico Federal, que intermediasse junto a Oswaldo Gonçalves Cruz  apoio para melhoria das instalações dos serviços cirúrgicos do hospital (AQUINO, 1945b). Novas reformas foram então realizadas no Hospital de São Sebastião, como a criação de um novo serviço de cirurgia, e dos serviços de Raios X, de mecanoterapia, de hidroterapia, e de balneoterapia. 

Neste contexto epidêmico, em 1908, o diretor geral de saúde pública, Oswaldo Gonçalves Cruz, determinou a reabertura do Hospital Paula Cândido, em Jurujuba, e a instalação de um novo hospital, em Engenho de Dentro, para internar os variolosos dos subúrbios. Este hospital teve como primeiro diretor Antonino Augusto Ferrari, que até então era vice-diretor do Hospital de São Sebastião. O “hospital suburbano” como foi referido em matéria publicada em 1908 no jornal O Suburbio, foi instalado nos pavilhões de uma antiga fábrica de louças, na Rua Maria Flor nº 17, no Engenho de Dentro:

“No fim de uma longa rua, avista-se (.....) um dos pavilhões, caiado de branco – numa eminencia de terreno bem tratado e cercado de arame. (.....).  Immediatamente recebidos – com a maxima  gentileza – fomos convidados a percorrer as dependências do estabelecimento, que rapidamente foi transformado para o fim a que se destina. (.....). Passamos às enfermarias. (....). Os leitos da fabrica paulista, são confortaveis, apresentam a maior limpeza possível e são dispostos como nas enfermarias comuns. O corpo de enfermeiros – uniformizados com seus aventaes, fiscalizados diretamente pelo corpo clinico, se mantem sempre nas enfermarias, fazendo escalaas, no revezamento do serviço. Na enfermaria de mulheres – cuidada e assistida pelas enfermeiras habilitadas e habituadas ao tratamento desta moléstia – o mesmo conforto encontram aas doentes que recorrem aos leitos de isolamento. (....). Ha agua suficiente no hospital – e o uso da balneotherapia é feito de acordo com o estado actual dos conhecimentos clíiicos – do mesmo modo que, em domicilio, os facultativos prescrevem aos doentes particulares. A medicação especial da moléstia em tratamento ali é a medicação usada, em domicilio, pelos clinicos – varía conforme cada clinico – ao redor de certos medicamentos cujo efeito é a antissepsia do tubo gastro intestinal, da larynge, dos olhos e da pelle. (....). São médicos do Hospital os drs. A. Feitosa e Olavo Rocha e Silva - distinctos clínicos afeitos á molestia especial que ali se trata. Seu diretor é o Dr. Antonino Ferrari, ex-vice diretor do Hospital S. Sebastião. Auxiliam o serviço clinico os internos drs. Galdino Prado, Simão da Cunha, Oscar Botelho, Norberto Bachmam e Joaquim Ferraz que residem no Hospital.”  (UMA, 1908, p.1)

O hospital de Engenho de Dentro, segundo o Relatorio da Diretoria Geral de Saúde Pública, teria sido adquirido pelo governo durante a epidemia de varíola e funcionou de 27 de junho de 1908 a maio de 1909, quando foi fechado (RELATORIO, 1910).

O engenheiro Luiz de Moraes Junior também trabalhou na adequação desta antiga fábrica de cerâmica, no Engenho de Dentro, para ampliar os espaços para o isolamento de doentes (OLIVEIRA, 2005). 

Segundo Plácido Barbosa (1978), o Hospital de São Sebastião em 1909 era constituído pelas seguintes construções: 
- Edifício central (diretoria, secretaria, biblioteca, farmácia, sala de operações, rouparia do serviço interno, arquivo e capela); 
- Edifício dos refeitórios dos empregados superiores e subalternos;
- Edifício do almoxarifado; 
- Edifício das máquinas; 
- Edifício servindo de depósito da roupa de doentes e arrecadação de utensílios;
- Edifício do necrotério; 
- Edifício - Cocheira e carros; 
- Pequeno pavilhão da portaria; 
- Residência dos internos; 
- Enfermaria de 1ª classe; 
- Edifício –primeiro grande pavilhão (atual 1ª enfermaria)  de assoalho sistema Lefort, com quartos de tela de arame “Chambre Marchoux” destinados para isolamento de doentes de febre amarela nos primeiros dias da moléstia; 
- Edifício – 2º grande pavilhão (atual 2ª enfermaria); 
- Edifício - duas barracas de papelão, vindas da Alemanha, sistema “Cristoph Unmack”; 
- Edifício – 3º pavilhão, sistema “Moabit” (atual 3ª enfermaria); 
- Edifício – pequeno pavilhão (atual 4ª enfermaria); 
- Grande barracão de madeira (atual 5ª enfermaria); 
- Chalet com sobrado, onde instalaram-se os laboratórios da Missão Pasteur 

Ainda em 1909 foi inaugurado no Hospital de São Sebastião um laboratório para microscopia e análise química, aparelhado segundo as exigências científicas da época. Neste mesmo ano, em 9 de novembro foi comemorado o 20º aniversário do Hospital de São Sebastião, na qual foram homenageados Benjamin Antônio da Rocha Faria e Oswaldo Gonçalves Cruz.

Em 1910, foram construídos três novos pavilhões de madeira para enfermeiras e um de alvenaria, com 12 quartos particulares e mobiliário reformado importado da Alemanha. Neste mesmo ano foi concluída a construção do pavilhão de cirurgia e fisicoterapia, denominado Pavilhão Oswaldo Cruz. Este pavilhão foi perfeitamente aparelhado para as intervenções operatórias, e ao lado das instalações cirúrgicas havia os serviços de eletroterapia, fototerapia, mecanoterapia e demais modalidades de kinesoterapia. Neste ano foi construído mais um reservatório de água, para 40.000 litros, e o hospital foi dotado também de uma canalização direta e exclusiva para o suprimento dos reservatórios de água.

Foram realizadas, em 1913, outras importantes melhorias nas instalações do hospital, destacando-se a transferência do necrotério para um local mais adequado, e a construção dos pavilhões para tuberculosos, dotados com porão-depósito, salão para doentes, e solarium, para receber os pacientes com tuberculose avançada da cidade que não tinham moradia e assistência.  Em 1º de março deste ano foi criado um curso de enfermeiros no Hospital de São Sebastião.

Por ocasião do 27º aniversário do hospital, em novembro de 1916, a instituição recebeu a visita de Carlos Pinto Seidl, que já fora seu diretor e que era então Diretor Geral de Saúde Pública, de representantes da imprensa e de autoridades. Nesta oportunidade o estabelecimento apresentava sete pavilhões, com 160 tuberculosos internados, 20 variolosos e 22 enfermos de diversas moléstias.  Garfield Augusto Perry de Almeida, então diretor do Hospital de São Sebastião, destacou nesta ocasião sua satisfação pelo apoio recebido do Ministro do Interior, Carlos Maximiliano, e do diretor da Saúde Pública, Carlos Pinto Seidl, assim como pela dedicação dos colegas médicos Julio José Monteiro, João Pedro Leão de Aquino, Lincoln de Araujo, Urbano Figueira, Antonio Pires Salgado, e Mazzini Bueno. Durante esta administração foram realizados melhoramentos como a pintura do edifício central, o calçamento a paralelepípedos, a cimentação e construção de valas e aterros, construção de cozinha para os pacientes, reforma dos quartos dos aparelhos sanitários, feitura de uma caixa de desinfecção de roupas (FOI COMMEMORADO, 1916).

Na década de 20, alunas da então Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, posteriormente Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizaram estágio no Hospital de São Sebastião. Em novembro de 1924, cinco alunas desta escola foram designadas para estagiar em enfermarias masculina e feminina daquele hospital, fazendo a fiscalização de repouso e dieta, a verificação de peso e temperatura e a aplicação de compressas frias. Laís Moura Netto dos Reys, docente da escola, em 1929 organizou e chefiou o serviço de enfermagem do Hospital de São Sebastião. Nos anos seguintes, muitas alunas atuaram no pavilhão Miguel Couto, no pavilhão Ferreira Vianna, no pavilhão Affonso Penna, e no pavilhão Zeferino Meirelles. Muitas das aulas ministradas nos pavilhões do Hospital de São Sebastião eram acompanhadas pela diretora da escola, visando padronizar a instrução e o desempenho das alunas (GOMES, 2004).   

Em 12 de agosto de 1925 foi fundada por internos do hospital a Sociedade de Internos do Hospital São Sebastião, com o objetivo de reunir os estudantes do estabelecimento em sessões e conferências científicas sobre estudos médicos e promover o intercâmbio científico. Carlos Seidl era o presidente honorário desta sociedade, cuja primeira diretoria era composta por Fabio Cerqueira (presidente), Oswaldo Cavalcanti (vice-presidente), Bruno de Morais (1º secretário), Alberto Serpa (2º secretário), Francisco Magaldi (tesoureiro) e Ulisses Giffoni (bibliotecário).

Por iniciativa de Irineu Malagueta Pontes, médico do Hospital de São Sebastião e autor do livro “A vida de Laennec (1781-1826)” publicado em 1920, foi inaugurado no hospital o Museu Laennec em 13 de agosto de 1926, na data comemorativa do 1º centenário do falecimento do médico francês René Théophile Hyacinthe Laënnec (1781-1826).  O Museu Laennec apresentava numerosas peças anatomopatológicas preparadas pelos internos do Hospital de São Sebastião. 

A gestão de Clementino Rocha Fraga na direção do Departamento Nacional de Saúde, de 1926 a 1930, imprimiu um importante momento de recuperação do hospital, no qual o próprio Clementino Rocha Fraga havia realizado seus estudos sobre a tuberculose.   

O Hospital de São Sebastião construiu vários pavilhões ao longo do tempo, como os pavilhões Miguel Couto, Clementino Fraga, Souza Aguiar, Garfield de Almeida, Vianna de Castillo e Ferreira Viana. Em fevereiro de 1927 foi inaugurado o pavilhão Affonso Penna, para moléstias contagiosas agudas, e em junho do mesmo ano, o pavilhão Zeferino Meirelles com 64 leitos para homens tuberculosos. Desde 1929 funcionava o pavilhão Carlos Seidl, e em julho deste ano foi inaugurado o pavilhão Miguel Couto, destinado ao tratamento e isolamento de doenças infecto-contagiosas. O pavilhão Affonso Penna abrigou, a partir de dezembro de 1930, somente as mulheres tuberculosas, e o pavilhão Ferreira Vianna os homens tuberculosos. 

No pavilhão Finlay, do Hospital de São Sebastião, que havia abrigado a Missão Pasteur em 1901, foi inaugurada em 6 de março de 1930, uma residência para as enfermeiras da Escola de Enfermeiras D.Anna Nery.   

Em 1932, face a epidemia de varíola e alastrim, foi aberta uma enfermaria de emergência no pavilhão Clementino Fraga para tratar dos soldados encaminhados pelo Hospital Central do Exército. Foram abertos dois novos pavilhões em 1936, o pavilhão Plácido Barbosa, para gestantes tuberculosas, e o pavilhão Fernandes Figueira para crianças tuberculosas (GOMES, 2004).  

Clementino Rocha Fraga, então à frente da Secretaria de Saúde Pública e Assistência do Distrito Federal, criou em 1937 o Departamento de Tuberculose, que congregava vários hospitais, como o Hospital de São Sebastião, e dispensários. 

Em  24 de maio de 1941 foi inaugurado, pelo prefeito Henrique Dodsworth, o Laboratório Central de Tuberculose no Hospital de São Sebastião (INAUGURADOS, 1941). Dias antes de sua inauguração sua criação e os demais melhoramentos realizados na instituição foram amplamente noticiados, como expressou a matéria publicada no periódico A Noite:

“Desde 1929, o hospital não recebia melhoramentos e seus doentes e funcionários e médicos lutavam  com toda sorte de desconforto, de instalação e de instrumental. Com as reformas que lhe foram introduzidas, o São Sebastião eleva-se ao nível dos modernos, e bem equipados estabelecimentos hospitalares da cidade. Os pavilhões Miguel Couto e Fernandes Figueira, por exemplo, foram totalmente remodelados e acrescidos nas suas áreas e serviços. Aquele sofreu verdadeira reinstalação, dispondo agora de excelentes enfermarias, com apartamentos individuais (.....). Os serviços gerais, esterilização ,etc., forma por sua vez modernizados (...). O «Fernandes Figueira» destina-se a crianças. Ali, ao par da reinstalação geral, foram feitas divisões para isolar os pequenos doentes, evitando-se promiscuidade sob todos os pontos de vista altamente condenável. Outros serviços e dependências do vasto hospital, sofreram por sua vez reparos (....) como as instalações de Raios X, Fisioterapia, Cozina e Abastecimento de agua (....). 
Mas o melhoramento de maior vulto introduzido no São Sebastião é o Laboratório Central de Tuberculose, que será um centro de pesquisas e estudos da enfermidade, o primeiro aliás com que contará a a Prefeitura. (.....). Ele deverá criar entre nós um núcleo de trabalhadores ao par dos conhecimentos de vários aspectos da tuberculose, nas suas relações com a clinica humana ou animal, ou ainda como atividade puramente experimental. Caberá ainda, ao Laboratório Central de Tuberculose manter como so laboratórios da Prefeitura estreita ligação (....). Os médicos chefes dos laboratórios hospitalares, de acordo com um plano a ser estabelecido, deverão fazer um estagio no  Laboratório Central de Tuberculose, para que se possa uniformizar os processos a serem adotados.O Laboratório Central de Tuberculose tomará, ainda, o encargo de formar periodicamente certo numero de auxiliares técnicos, como ainda possibilitará estágios, nos seus gabinetes e salas de estudo, aos médicos desta capital e de qualquer ponto do país, cooperando, também, sempre que lhe for possível, com os cursos de extensão universitária do Laboratório Central de Tuberculose assuntos de ordem puramente experimental, referentes à biologia, de vários tipos de bacilo de tuberculose e para tuberculosos, dispersão e química bacilar.” (UM, 1941, p.3)


 A iniciativa da criação Laboratório Central de Tuberculose teria sido de Clementino Rocha Fraga, Secretário Geral de Saúde Pública e Assistência do Distrito Federal, e de Milton Fontes Magarão, que havia trabalhado no Sanatório de Correias, em Petrópolis e que  viria a chefiar o laboratório por 33 anos. Em outubro de 1942 foi convidado para dirigir o Laboratório Central de Tuberculose o tisiólogo e diplomata uruguaio Abelardo Saenz (1897-1975), chefe de serviço dos laboratórios de tuberculose no Institut Pasteur (Paris) e autor, com L. Costil, do livro “Diagnostic bactériologique de la tuberculose. Travail de recherches sur la tuberculose à l´Institut Pasteur”  (1936).

O Anuário Estatístico do Distrito Federal apresentou no quadro Instalações dos Hospitais do Departamento de Assistência Hospitalar da Prefeitura -1947, dados sobre as instalações no Hospital de São Sebastião:

“Enfermaria: 25.                Enfermaria de isolamento: ----
Leitos: 434.                        Sala de esterilização - 4.
Sala de operação: 4.          Sala de convalescente: ---- 
Sala de parto: 1.                 Berços - 24.” 
Sala de curativo: 6.
Consultórios: 13                  (PREFEITURA, 1949, p.17)

 

Ainda este mesmo Anuário, ao apresentar o movimento em 1947 nos hospitais e abrigos de tuberculosos subordinados ao Departamento de Tuberculose do Distrito Federal, indicou os seguintes dados do movimento de pacientes tuberculosos no Hospital de São Sebastião:

 

“Existiam – 450.                  Transferidos – 69.

Entraram – 1.062.                Óbitos – 600.

Altas curados – 29.               Existem – 424.”

Altas diversos – 390.            (PREFEITURA, 1949, p.23)                        

 

No ano de 1948 a Escola de Enfermeiras Raquel Haddock Lobo (posteriormente Faculdade de Enfermagem/UERJ), criada em 16 de fevereiro de 1944 (decreto-lei nº 6.275) e inagurauda em 20 de junho de 1948, funcionou em um pavilhão adaptado do Hospital de São Sebastião. 

Tendo em vista um convênio celebrado entre a Universidade do Brasil e a Prefeitura do Distrito Federal, em 1952 a cátedra de tisiologia desta universidade iniciou seu primeiro curso instalando-se no Pavilhão Affonso Penna Júnior do Hospital de São Sebastião. 

Posteriormente suas instalações passaram a dispor de ambulatório, emergência referenciada de 24 horas, farmácia, núcleo de vigilância hospitalar, CTI, necrotério, setor de documentação médica, centro de Estudos para permanente atualização dos médicos pavilhões de madeira para abrigar 300 pacientes. Havia ainda refeitório, cozinha almoxarifado, residência para médicos, casas para irmãs de caridade, lavanderia, reservatórios, entre outras dependências, relativa à administração.

Em 1963, segundo matéria publicada noCorreio da Manhã em comemoração de seus 74 anos, o Hospital de São Sebastião era considerado “o maior estabelecimento hospitalar do Departamento de Tuberculose da Secretaria de Saúde do Estado”  (HOSPITAL, 1963, p.8).

Serviço médico, farmacêuticos e enfermeiros da instituição (1891-1918):
Médicos:

Aida de Assis (1923-1930)
Alberto Renzo (1923-1930)
Amalia Fonseca Miglievich (1927-1930)
Antonino Augusto Ferrari
Antonio Pires Salgado (1910; 1913-1918; 1923-1927)
Carlos Freire Seidl (1930)
Carlos Ribeiro Justiniano Chagas(1905-1908; 1913-1915)
Dauro Porto Mendes (1923-1927)
Garfield Augusto Perry de Almeida (1910; 1913-1930)
Granadero Guimarães Junior (1927-1930)
Irineu Malagueta de Pontes (1923-1930)
João Pedro Leão de Aquino (1905-1918)  
José Lopes da Silva Junior (1905-1908; 1913-1915)
Julio José Monteiro (1907-1910; 1913-1918; 1923-1930)
Lincoln de Araujo (1918)
Luiz de Azambuja Lacerda (1923-1930)
Mazzimi Bueno (1916-1918)
Mazzini Bueno (1930)
Pedro de Alcantara de Araujo (1918)
Rodolpho Josetti (1916)
Sinval Augusto Lins (1927-1930)
Urbano Figueira (1918)
Zeferino Justinino da Silva Meirelles (1905-1910)
Outros médicos que integraram o corpo médico ou comissões médicas que atuaram no Hospital São Sebastião: Antonio Fernandes Figueira, Joaquim Dias da Rocha, Luiz de Araujo Aragão Bulcão, Simplicio Antonio Mavignier, Miguel de Oliveira Couto, José Gomes Pereira, Godofredo Saturnino Teixeira de Mello, Rodolpho Ramalho, Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta, José Alves de Souza, José Parga Nina, Henrique Autran da Matta Albuquerque, Joaquim Quintanilla Netto Machado, Zeferino Justino da Silva Meirelles. 
Alunos internos: Jayme Jacintho Aben-Athar (1904-1908), Manoel Arthur Dantas Sève (1904- 1906), Raul Azevedo (1904-1906), João Abrantes Gama de Cerqueira (1904-1908), Oswaldo Puissegur (extranumerário, 1904), J. Fischer (extranumerário, 1904), Orlando Oberlander (extranumerário, 1904), Mario Piragibe (extranumerário, 1904), Maurício de Campos Medeiros e Albuquerque (extranumerário, 1904), Joaquim Torres Vianna (1904-1909), Joaquim Ribeiro de Almeida (1907- 1909), Caetano Petraglia Sobrinho (1910), César Guerreiro (1910), Eduardo Couto Sobrinho (1910), Luiz Salgado Lima Filho (1913-1915), Raphael Valentino (1913-1915), Clovis Figueira de Aquino Filho (1913-1915), José Américo Sampaio (1914-1915), Americo Luiz Homem (1914-1915), Dario Ribeiro (1916), Luiz Braga (1916), Olavo Aguiar (1916), Octavio Mathias (1916), Alberto Renzo (1918), Luiz de Azambuja Lacerda (1918), Hamilton L. Nogueira (1918).
Farmacêuticos:
Carlos da Silveira Varella (1891)
Luiz Antonio Martins Ferreira (1896-1918)
Auxliar de farmácia:
Joaquim Coutinho da Silva Imbú (1904-1908; 1913-1918; 1923-1926)
Manoel Leandro da Costa (1905)
Satyro da Conceição (1927, 1930)
Enfermeiros:
Adelino deSouza (1916)
Anfrizio Leão de Brito (1891)
João Salvador (1910)
João Tenorio da Silva (1891)
José da Costa Cordeiro (1891)
Francisco Antonio da Hora
Manoel da Silva Junior

Fontes

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Ficha técnica

Pesquisa – Felipe Neves Alves, Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Felipe Neves Alves. 
Revisão – Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Atualização – Maria Rachel Fróes da Fonseca, Ana Carolina de Azevedo Guedes.

Forma de citação

HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO. Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970). Capturado em 21 nov.. 2024. Online. Disponível na internet https://dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/dicionario


Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1970)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)